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Capítulo 2

Com uma mão no bolso e a outra que segurava uma taça de champagne, tinha meus olhos semicerrados observando a todos. Os convidados se dividiam em grupos muito específicos. Sentadas perto da piscina, estavam as filhas dos chefões. Todas em seus vestidos comportados e sorrisos contidos que não podiam mostrar demais.

Na outra extremidade, as esposas. Conversavam uma com a outra sempre com a voz baixa, sem se exaltarem demais. Ostentavam em seus pescoços, orelhas e dedos joias que silenciosamente eram o motivo de seu exibicionismo e soberba. Quem tivesse a maior, a mais brilhante, e a mais pesada automaticamente se considerava a abelha rainha dentre as outras.

Perto do bar, os filhos homens. Garotos que mal tinham saído das fraldas e que muito menos sabiam como usar o pau corretamente. Zombavam-se mutuamente se vangloriando por terem dormido com essa e com outra. Fora que seus egos cresciam ainda mais quando abriam a boca para vomitar todo o poder que teriam futuramente.

Iludidos do caralho.

Ri em escárnio e dei mais gole. Porra de festa de merda. E então minha atenção finalmente foi até aqueles que realmente careciam de todo o meu cuidado. O rei e seus súditos. E a fodida coroa jazia na cabeça do desgraçado do meu pai. A roda formada por mais ou menos umas dez pessoas que sem dúvidas tinham um lugar reservado nas chamas infernais.

E era claro que eu estaria lá também. Filho do capeta, demônio é.

Brincadeira. Sou um anjo alado. Um ser angelical.

Em seus ternos elegantes e sorrisos superficialmente inofensivos, conversavam sobre os negócios da família. Nem que eu quisesse, conseguiria contar a quantidade de pessoas que cada um ali tinha mandado para o túmulo. Rosto a rosto eu os analisava, estudando suas feições e gestos. O modo como mudavam o peso nas pernas, como seguravam seus copos, os olhares depravados que davam para as esposas alheias.

Eu os conhecia melhor do que eles mesmos.

Virei a taça na boca bebendo até o último gole e a entreguei para o garçom. Peguei outra de sua bandeja e estalei o pescoço. Minha ressaca seria um inferno, constatei, enchia a cara mais rápido do que um cara com ejaculação precoce que não aguentava dois minutos. Devia ser a quarta, ou quinta, ou sexta... perdi as contas.

Depois que umas tias vieram com uma conversa de filho, e uns tios trambiqueiros que insinuavam a cada palavra que queriam mais dinheiro, os deixei falando sozinhos e me isolei. Estar ali era tão chato que preferia entrar numa briga de rua, pelo menos teria alguma emoção.

Com as costas encostadas na parede, via meu pai conversar com Valentim e Salvatore separadamente. O primeiro cuidava de todas as propinas. E pelo que tinha andado escutando, o próximo passo seria alcançar alguns senadores do congresso. Tinha que admitir, meu pai era um puto, mas um puto inteligente. E Salvatore era na verdade o juiz Salvatore Bernini. Enquanto ele estivesse lá, prisão era basicamente descartado para nós.

— Mesmo com a idade, seu pai ainda me mete um medo filho da puta — olhei para o lado com a testa franzida e vi Nathan ao meu lado. Suavizei minha expressão ao constatar sua presença e relaxei. Ele tinha as duas mãos nos bolsos da calça e olhava o mesmo que eu. — Ainda bem que agora tenho a opção de fugir dele.

— Não contaria com isso. O velho é traiçoeiro. Desconfio que se eu peidar e ele não gostar do cheiro, serei enforcado e terei meu corpo distribuído pelas boates e clubes de strip da cidade.

Nathan teve que abafar a gargalhada vendo minha atuação ao colocar as mãos ao redor do pescoço e virar os olhos para cima.

— É sempre bom te ver primo — ele veio até mim e nos cumprimentamos com um abraço fraternal seguido de um tapa nas costas.

— Sempre? Que viadagem, Nathan. Vai dizer agora que gosta de pau?

Ele olhou para os lados antes de me encarar e sorrir de lado. Aproximando a boca da minha orelha, apertou meu ombro e falou baixo.

— Gosto não. Amo — a língua estalou no céu da sua boca ao final e engasguei.

Sufoquei o riso e abaixei o rosto. Apertando o nariz, me escorei em seu ombro por alguns segundos e puxei o ar, me recuperando da cafajestada infame.

— Como vai o Miguel? — o indaguei preocupado. Os dois viviam um relacionamento complicado e fodido por causa da aparência que Nathan tinha que exibir.

— Bem, irritado por eu não poder dizer a verdade e querendo me matar quando descobriu que me pai quer me casar com a Olivia.

— Então meu tio não mudou de ideia.

— Não — ele anuiu desesperançado. — Eu tentei, Dylan. Juro que tentei evitar os meus sentimentos em relação ao Miguel, mas é algo muito mais forte do que eu. Terminei com ele um tempo atrás, mas fiquei um miserável de bosta que não queria sair de casa. Até que fui até ele mais uma vez. Desde então está mais difícil. Semana que vem Olivia e a família irão lá em casa. Não há nada que eu possa fazer.

Assenti.

Fui o primeiro a desconfiar e a descobrir que Nathan era gay. Afinal, éramos primos. Crescemos juntos e eu percebi com o passar do tempo que não gostávamos das mesmas coisas. Até que um dia eu cheguei e perguntei se ele gostava de mulher. Ele concordou na hora, mas seu olhar transpareceu o desespero. Ele tremia, suava, coçava as mãos. Falei que não me importava, ele não seria menos importante para mim. Era muito simples, eu gostava de chupar uma xota e ele um pau. Grande merda.

Desde então, virei seu confidente. Ninguém na família além de mim sabia da verdade e da existência do espanhol professor de música que era o namorado dele.

— E Jane? Soube por Andy que ela quase pegou vocês dois quando ela foi até ao bar que Miguel canta.

— Eu escapei de uma — suspirando aliviado, passou a mão pela testa. — Ela pode ser a minha irmã, mas tenho minhas dúvidas. Não colocaria minha mão no fogo. Tenho quase certeza de que Jane contaria para meu pai. Aí sim seria o meu fim.

As regras eram claras. Homossexuais eram punidos com a morte, independente de quem fosse. E considerando que se tratava do sobrinho do chefe, não seria tolerado de forma alguma. E era por isso que eu o protegia. Sabia que se descobrissem, Nathan seria morto, mas não antes de ser torturado.

"Deve-se manter o sangue limpo, incorruptível, e livre de abominações da natureza".

A vertente que nos guiava era rígida e feroz. A frase que cresci repetindo logo surgiu na minha cabeça. Pena que não dava a mínima para o preconceito de merda. Se Nathan gostava de homens, que caralhos os outros tinham com isso? Não eram eles que estavam dando o cú. Ou talvez eu estivesse enganado...

— Em todo caso, já aceitei que terei que me casar com Olivia, pelo menos ela é uma menina legal. Poderia ser a Crystal ou a Megan. Ambas são insuportáveis e fúteis.

— Me diga qualquer uma que não seja assim — completei e ele concordou. Fomos murchando o sorriso até que ficamos sérios outra vez. Passando a mão pelo rosto, agarrei seu braço e o puxei para um canto mais reservado ainda. O colocando atrás da ornamentação de plantas, nos escondi.

Segurando em seus ombros, mantinha meus olhos fixos nos dele.

— Nathan, não pode fazer isso. Como vai consumar seu casamento se nem gosta de tocar numas tetas? Você gosta de um belo par de seios? Daqueles bem grandes que dá pra colocar a cara no meio e balançar a cabeça?

— Urgh. Que nojo, Dylan — ele retorceu a boca e franziu a testa.

— Está vendo? Não faça isso com você. Não pode deixar que a sua vida seja destruída assim. Merda, você não gosta de mulher. Então não case com uma.

— E como vou escapar disso tudo? Seu pai está fazendo a cabeça do meu — sussurrando, bisbilhotou por cima dos meus ombros prestando atenção se não havia ninguém por perto e então voltou a me fitar. — Está quase tudo acertado para que eu tome a posição como advogado da família. Mais uns dois ou três anos e serei eu a ocupar a cadeira do meu pai. Imagina se eu desertar, minha mãe é capaz de morrer.

Nathan olhou para baixo minguando o corpo e arfou.

— Eu escolhi seguir adiante. Dever e honra ao serviço. Uma vez nascido, juramentado para sempre. Morte e vida nas mãos. Poder e glória. Domínio sem exceção.

Grunhi quando ele falou o nosso lema.

— Pois enfie isso na bunda. Já te falei que posso sumir com você. Um sacrifício para que possa ser quem verdadeiramente é. Sem algemas, mas tendo a liberdade de ser quem quiser e com quem quiser.

Ele sorriu e acenou.

— Agradeço. Mas o meu destino nunca será ser feliz.

— Porra, Nathan — neguei com a cabeça e o soltei. Eu não conseguia aceitar e acreditar no que ele iria fazer. Estava revoltado e puto. Estaquei no lugar com as mãos no quadril e xinguei todos que surgiram na minha cabeça. Eu iria livrá-lo, nem que para isso tivesse que desobedecer. Mas era um risco que não me importava de correr. — Eu vou te tirar dessa, primo. Nem que para isso tenha que fazer uma loucura.

Seguro dos meus planos, o comuniquei.

— No que está pensando? Eles podem te matar, Dylan — disse alarmado, a voz com uma ponta de desespero.

— Pra isso eles teriam que me pegar primeiro — pontuei.

Virei para trás e sorri maldoso. Nathan arregalou os olhos e fez que não assustadoramente rápido. Ele sempre demonstrou ter um cagaço colossal quando eu encucava com alguma coisa. Não sei o por quê. Nunca fiz nada demais.

— E se eles realmente...

— Deixe que eles tentem, pago pra ver.

— Ainda bem que não herdei esses genes. Já pensou? Ser louco e ainda gostar de homens, seria o pacote completo da decepção para meu pai.

— Pois eu acho que seria muito melhor. Pensa em tudo que poderia aprontar. Seu eu fosse você... — comecei a pensar e nada do que se formou em minha mente tinha um pingo de inocência. Santa perversão que não me largava — mas vou deixar quieto, minha depravação pode te contaminar e não queremos isso.

— Obrigado. Mas voltando ao assunto, o que vai fazer?

— Aguarde, meu caro. Não se apressa a arte.

(...)

A ceia se findava, o banquete natalino quase não existia mais. Muitos haviam ido embora. Poucos casais remanesciam conversando. Os mais velhos dançavam no tablado que fora montado sobre a grama e os mais jovem desmaiavam de sono. Sentado sozinho à mesa, ignorava os olhares lascivos e mordidas na boca que Emily, a filha de Salvatore, me dava. Posicionada na mesa em frente à minha, ficava passando a mão pelas coxas, imaginando que eu estivesse me interessando.

Bendita hora que fui deixar ela me chupar.

Meu celular vibrou no bolso da calça e o peguei para ver quem era. Ri antes mesmo de constatar quem havia enviado. Só poderia ser de uma pessoa. Cliquei na tela e a mensagem abriu. Era a foto de uma loira com os cabelos esparramados sobre a cama e com a bunda virada para a câmera do celular.

"Terceira do dia... e contando. Papai Noel está distribuindo muitos presentes esse ano. Culpa do bom comportamento das belas damas".

— Comedor desgraçado, não pode ver uma bunda que não consegue se segurar — ironizei comigo mesmo e respondi John de volta.

"Quem muito fala, pouco faz".

Tirei os olhos do celular, sorrindo, e olhei para cima, somente para encontrar Emily passando a língua pela boca. Rolei os olhos não entendendo a dificuldade dela de entender que não queria nada. Balancei a cabeça e disse um não silencioso que a fez fazer uma cara de tristeza. Ela se levantou, passando a mão debaixo dos olhos, e correu para dentro de casa.

— Seu idiota, Dylan — murmurei coçando a cabeça e me atentei no celular que havia vibrado novamente.

"Fale isso para o meu pau".

Meus dedos pressionavam as letras rapidamente no teclado digitando minha resposta descarada. Assim que enviei meu pequeno texto senti a presença de alguém ao meu lado. Olhei de soslaio e vi Salvatore de pé com seu cigarro na boca e copo na mão. Não bastou a filha, agora me veio o pai. Guardei o celular no bolso e esperei que falasse alguma coisa. Ele tinha no rosto o sorriso que usava nos tribunais. O mesmo que indicava que tinha segundas intenções.

— Posso me sentar? — perguntou baforando a fumaça para o lado.

— Fique à vontade — assenti, sorrindo também.

Ele queria me testar e eu queria ver até onde ele iria.

— Dylan, Dylan. Não está passando despercebido por mim todo o seu empenho e dedicação para com todos os nossos negócios. Fico feliz de saber que podemos contar com alguém tão jovem e que é extremamente afiado no que diz respeito ao que daria certo ou não. Nada como alguém que entende como as pessoas funcionam.

Salvatore tamborilava os dedos da mão sobre a mesa, com o cigarro entre eles. Filho da mãe sagaz. Ele mexeu o peão e esperou o meu movimento.

— Obrigado, senhor. Faço apenas aquilo que é a minha responsabilidade e que fui ensinado a fazer. Sempre emprego o meu melhor em tudo o que faço. E quanto às pessoas, não há nada de extraordinário. Apenas os observo, como qualquer um. Não sou capaz de saber o que eles farão, se esse é o seu pensamento.

Sorri de lado e ele meneou a cabeça em concordância.

— De qualquer forma, bom saber que o temos do nosso lado. Seu pai deve estar orgulhoso pelo filho que tem. Tenho certeza de que não irá nos desapontar no futuro. Ainda bem que as pessoas crescem e deixam as brincadeiras na juventude. Nem tudo nessa vida pode ser contornado com uma piada ou gracejo.

Segurando o cigarro com o dedão e o indicador para colocá-lo na boca, estreitou seus olhos, deixando-os fixos em meu rosto. Era óbvio que queria que eu me exaltasse. Salvatore pensou que era o xeque, mas infelizmente ele tinha deixado sua rainha desprotegida.

— Eu que agradeço por tê-lo conosco. Seria uma pena perder alguém com tantos talentos. Não é todo dia que damos de cara com um juiz que não deixou nenhuma ponta mal resolvida no passado. Alguns infelizmente esquecem que os mortos também conseguem se comunicar. E eles nunca mentem.

Agora sim, xeque-mate.

Vi a fúria em seus olhos e o quanto se segurou. Sua garganta subiu e desceu, torci para que sua saliva o queimasse como ácido por dentro. Tomando uma lufada de ar, mexeu na gravata em seu pescoço e jogou o cigarro no chão, pisando com o pé em cima. Recostei na cadeira evitando mostrar meu divertimento com a sua raiva e inclinei a cabeça vendo-o se erguer. Puxou as mangas do paletó meio ríspido e despejou as palavras sobre mim com aspereza.

— Venha, seu pai o espera para uma conversa.





Desculpem pela demora, mas o wattpad estava/está muito instável. Estou segurando nas mãos de Deus para que vocês recebam o capítulo certinho 🙏

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