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Capítulo 17

DYLAN



Nathan movia o líquido fumegante de sua xícara – algum tipo de chá com gosto de bunda que ele gostava –, ao girar a colher calmamente. Suspirava e sorria de lado, repetidas vezes. Se revezando entre olhar a bebida com aparência de água de merda e a minha cara.

Estávamos naquilo tempo o suficiente para me irritar. Não bastasse que o frio fosse tanto que as minhas bolas deveriam ter entrado no meu corpo e se perdido lá dentro, também tinha o fato de que ele me direcionava olhares, sorrisos, e suspiros longos e prazerosos demais desde o momento em que voltei da noite com a diaba.

— Sabe, Dylan... — gracejou, os olhos se repuxaram quase ao ponto de se fecharem e a cabeça tombou alguns centímetros para o lado — preciso admitir, não imaginei que fosse presenciar metade das coisas que aconteceram aqui, mas ambos fomos acometidos pela grata acolhida de uma terra muito bem habitada. Principalmente por certa professora, não acha?

Com toda uma pose de sarcasmo, levantou a xícara como se brindássemos e bebeu aquela porra fedorenta com tranquilidade. O cheiro esquisito era forte e pinicava o nariz. Qual fosse aquela merda, tava mexendo com a cabeça já zoada de Nathan. Enxugando os lábios com o guardanapo, se virou para o lado e acenou para a garçonete que esperava pacientemente ao lado da mesa.

— Delicioso como sempre, Nádia. Temperatura e sabores perfeitos. A canela com certeza adiciona um sabor a mais que é impossível de não ser notado — ele sorriu e a face da mulher se iluminou. Notei que apertou o vestido entre os dedos, respirando fundo, reprimindo a atenção e elogio que recebia.

Puta merda.

Era o que me faltava. O desgraçado aos poucos abria as asas e fazia amizades por aí. E ainda por cima mexia com a população feminina. Tudo bem que Nathan não era feio. Pelo contrário, sempre atraiu os olhares e desejos de mulheres que adorariam ter a chance de aquecer a cama dele. Ri contido e balancei a cabeça. Coitada. Não fazia ideia de que meu primo preferia chupar outra coisa.

— Agradeço, senhor. Se precisar de mim, pode me chamar — e não era que a jovem russa de cabelos claros e olhos verdes parecia estar com uma paixão platônica? Usando de todo o inglês que dispunha, o respondeu na hora. Com o cotovelo sobre a mesa e a mão sobre a boca, tinha a visão de camarote dos dois. Um sorriso zombador se delineou em meus lábios e semicerrei os olhos.

Minha vez de fazer o papel de advogado do diabo.

Pigarreei, virando o rosto para a menina completamente cega pela forma que meu primo agia.

— Senhor? — interrompi a conversa e ela então me notou, a face era tão jovem e tão inocente. Lábios rosados e perfeitos. Feições delicadas e puras. Seria uma pena se a minha alma não estivesse inclinada para a demônia. — Chame-o de Nathan, garanto que ele irá adorar. Meu primo não gosta de formalidades.

Usei o dedo para chamá-la mais pra perto. Hesitou, alternando meu rosto e o dele. A dúvida transparecendo em sua expressão. Até que a curiosidade foi maior e seu corpo pendeu para mim. Sentando mais para a ponta da cadeira, aproximei minha boca de sua orelha e cochichei para que ele não escutasse. Fiz o que sabia fazer de melhor. A mente era capaz de suscitar emoções e reações tão fortes que o corpo não suportava. Ela não foi exceção à regra. Sua boca se entreabriu e a língua umedeceu os lábios com as minhas palavras.

— Dylan, o que está fazendo? — ressabiado e temeroso. Bem feito. Tudo o que se fazia uma hora voltava. O ignorei. Toquei a mão da menina que se apoiava sobre a mesa e seus olhos arregalados piscaram rapidamente. Quase ofegou com o que escutou. E não era para menos, depois da imagem que pintei em sua cabeça, seria bizarro se assim não fosse.

— Isso é bom o bastante pra você? — sussurrei, e colocando seu cabelo atrás da orelha, a fiz me olhar nos olhos. Seus dentes alinhados surgiram. O que era pureza se transformou em algo perverso. Mais uma que não conseguiu se esconder por trás de sua máscara. Bingo.

— Dylan...

— O que foi, Nathan? Algo de errado? — o olhei de soslaio, sem deixar de sorrir para a bela Nádia. E com desdém, me fiz de desentendido. — Apenas explicando para a jovem aqui como as coisas funcionam. Não é, querida?

Passei o dedão em seu queixo e sua pele se inflamou. O rubor tomava não somente suas bochechas, mas seu rosto inteiro. Que pecado deixá-la assim. Esperançosa por algo que não aconteceria.

— Sim. Explicando como funcionam...

Boa menina.

Nádia mordiscou os lábios antes de se despedir de nós dando um tchau com a mão. Se segurando para não andar saltitando pelo restaurante. Quase me senti culpado. Mas a culpa não era minha se a pessoa sentado à minha frente havia dado a primeira cartada.

— Está maluco? O que disse pra ela? — inquiriu se debruçando sobre a mesa, respirando pela boca e com o cenho franzido.

— Nada demais — virei o corpo sobre a cadeira e estiquei o braço pegando um pedaço de pão que estava na pequena cesta no meio da mesa. Joguei a massa na boca e dei de ombros. Mastigando em meio a um sorriso debochado. — Só expliquei pra ela alguns pontos importantes.

— Não fez isso. Não acredito que fez isso! — reverberou indignado, o rosto querendo ficar pálido.

— Como pode me acusar de algo que não saiba? Por acaso ouviu o que eu disse a ela? Sabe exatamente quais palavras usei? — virei o copo com o resto do vinho na boca e engoli soltando um resmungo satisfeito — Está nervoso à toa, se quer saber.

Levantei o braço para chamar o garçom e pedi outra garrafa. Só sairia dali quando o álcool estivesse correndo solto no meu sangue.

— Nádia não sabe que... — silenciou-se até que o homem fizesse o trabalho e nos deixasse.

— Não sabe o que? — franzindo a testa, nos servi com o vinho tinto. Enchendo as taças mais do que o coreto e recomendado.

Nathan grunhiu e me fuzilou com os olhos injetados de raiva. Ótimo.

— Vamos, diga. Quero ouvir da sua boca — dei um gole profundo, vendo seu rosto se retorcer — A verdade, vamos.

— Não sei por que ainda gosto de você — cruzou os braços e desviou o olhar do meu. Gargalhava por dentro vendo seu estado de ceticismo.

— Porque sou o único que não vai te machucar.

— Te odeio e me odeio na mesma proporção.

— Bem vindo ao grupo. Agora, desembucha.

Bufando, revirou os olhos.

— Sou gay. Pronto. Era isso que queria ouvir? — confessou me olhando de lado, negando com a cabeça.

— Perfeitamente.

Sorri e empurrei a taça em sua direção. Nathan me olhou de cima a baixo, quase querendo me matar por ser tão cara de pau.

— E ainda assim deu esperanças para a mulher de que conseguiria alguma coisa comigo? — mais uma vez ele se deixava levar pelas aparências e não percebia o que estava nas entrelinhas.

— Quem te disse que falei de você?

— O que? — confuso, franziu o cenho, anuindo o corpo tenso. — O que disse então?

Fazendo pouco caso, bebi o vinho em um pouco mais de dois goles.

— De mim.

— Por que fez isso?

Estendi o braço e choquei a minha taça vazia contra a dele cheia.

— Porque eu me odeio e te odeio na mesma proporção. Agora... — indiquei meu alvo com a cabeça e pisquei — enche a cara comigo.

[...]

— Gosta dela, não é?

— Está bêbado o bastante pelo visto.

E sorriu. Remexendo o corpo na cadeira, elevando o olhar até o meu. Satisfação e algo mais brilhavam em sua cara. Como se pudesse perceber ou se soubesse de algo que me era desconhecido. Nathan era mais perspicaz do que imaginavam. Não à toa conseguia quase sempre tirar o dele da reta.

Apoiando os braços sobre a mesa, me inclinei mais para perto dele. Nathan levantou a sobrancelha e estreitou os olhos. Parecia gostar de ver o quanto ele conseguia me provocar. Cada frase que ele pronunciava pingava zombaria.

— Não veja coisas onde não há. Não suponha algo que não exista. Há uma grande diferença entre querer foder alguém outra vez ou sentir qualquer merda que seja. Não é porque ainda não me dei por satisfeito que algo tenha mudado.

— Dylan... — chegou-se tão perto que podia sentir seu hálito de álcool — não erro nunca quanto aos sentimentos de uma pessoa, pode não reconhecer ou até mesmo não querer admitir, mas ela mexeu com algo muito maior do que seu ego inflado.

— Mas isso não é óbvio? — ironizei — Acho que está implícito exatamente com o que ela mexeu. Aliás, devo dizer que ela fez muito mais do que gemer o meu nome, priminho.

Respondi lacônico e larguei o corpo na cadeira. Nathan repetiu meu gesto e concordou com a cabeça. Expirando o ar e batucando os dedos sobre a mesa, esperou alguns segundos antes de responder.

— Ela te chamou de prepotente? Se Ekaterina for tudo o que imagino, ela com certeza não ocultou a verdade. Como mesmo disse, está implícito na questão.

Semicerrei os olhos e Nathan repuxou os lábios minimamente.

— Sabia que não me desapontaria. Personalidade e convicção transbordam dela. Não me surpreenderia caso revelasse algo que ainda não sabemos. As pessoas têm facetas, umas mais do que as outras. E no caso da russa... — Nathan se calou e coçou a garganta, passando a mão no rosto, escolhendo as palavras muito bem antes de tornar a me encarar — o que não falta nela são camadas e camadas que guardam mistérios. Ela apenas revela aquilo que quer e quando quer. E sejamos sinceros, Ekaterina que controla tudo. Tem você nas mãos.

— Acha que ela me tem nas mãos? — soltei uma risada e balancei a cabeça. Ekaterina era sim intrigante. Fora do trivial e voraz por ter o poder nas mãos. Não, não tinha dado de cara com alguém parecido com ela. Era a adrenalina que a russa gerava em mim que era intoxicante.

Apenas isso.

— Já o vi fazer muitas coisas para conseguir as mulheres que queria, Dylan. Foi contra o que seu pai disse milhares de vezes, dormiu com quem não devia mais vezes do que posso contar, desfez relacionamentos sem que deixassem saber que foi sua culpa.

— Apenas concordamos em fazer algo que seria prazeroso para os dois. Ela não sabe nada de mim, nem do que faço. E também nem precisa. Não quero que o meu mundo caia sobre o dela.

— Sim, ela não precisa saber de nada. Nem do que viemos fazer aqui. Na verdade, do que você veio fazer aqui. Sou apenas a companhia de viagem que serve para causar problemas, além do fato de que... — pigarreou e olhou para os lados, varrendo o restaurante com cautela. Qualquer palavra mal dita era perigoso — é a minha despedida de solteiro. Logo mais não estarei disponível, para a tristeza de muitas pessoas.

Soltando um risinho, pegou a garrafa na mão e virou o conteúdo goela abaixo. Limpando em seguida a boca com o dorso da mão.

— Mas tem um problema nisso tudo... a partir do momento que fez o que fez, Ekaterina não poderá escapar do inevitável.

— Que seria?

Deu um suspiro longo e pesado. Coçando os fios castanhos, disse o que não tinha passado pela minha cabeça ainda.

— A russa foi colocada dentro de algo que ela não faz ideia. Por mais que não queira, está feito. Principalmente porque você não vai conseguir ficar muito tempo sem ela.

[...]

— Parece um pedaço de merda.

Gargalhei com a constatação mais do que óbvia. Thomas estava de pé debaixo do umbral da porta com a sua tradicional cara fechada.

— Se eu quisesse ficar sóbrio depois de beber, aí sim poderia me internar em uma porra de clínica e me declarar como idiota — coloquei o comprimido na goela e engoli sem água mesmo. Minha dor de cabeça explodia. A ressaca era o suficiente.

— Digamos que não duvido muito dessa afirmação ser verdadeira. Ainda mais se isso incluir você com acesso ilimitado ao estoque particular do vinhedo dos Sorrentino. Lembra-se de Lombardia?

Ah, doce e perigosa Itália. Lar de seres repugnantes como Fabrizio, desonestos como Paolo e deliciosos como Antonela. Italiana safada que me arrastou em plena igreja durante o casamento do irmão e me chupou debaixo do teto da abadia. Digamos que naquele dia senti o peso da mão divina me escorraçar diretamente para as profundezas.

— Nem fale dos malditos italianos. Com o seu fodido tiramisu e as ideias mais sem sentido que já ouvi. Não foi lá que você dormiu com a Pietra?

— Não — se pôs ao meu lado na cozinha do apartamento, debruçando-se sobre a ilha de mármore. — Em Lombardia você que dormiu com a Pietra. Na recepção do casamento de Federico e Alina. Esqueceu que ela teve que ser levada à força para fora do salão pelo pai depois que bateu na cara da irmã mais nova?

— Caralho, tinha esquecido isso — ri, aquele dia foi inesquecível. Comi duas irmãs no dia do casamento do irmão mais velho e depois ainda fui mimado pela mãe deles que adorava me paparicar.

— E quando você trepou com ela então?

Thomas sorriu fraco.

— Comi a Pietra em Roma enquanto você se encarregava de dar uma surra no primo imbecil dela junto com o próprio Federico.

— Isso, isso — risonho, baixei a cabeça e concordei.

Aquele idiota mereceu todos os vaffanculo e figlio de puttana que ouviu. Fodeu o tratado com os poloneses, o que gerou uma tensão enorme entre as famílias do leste da Europa. O que só foi resolvido superficialmente quando Andrej se casou com a nada inocente Francesca.

— Enfim, a que devo sua presença aqui uma hora dessas? — perguntei curioso. Thomas desencostou-se do mármore gelado e girou o corpo.

— Tenho uma coisa pra você — colocando a mão dentro do paletó, tirou um pequeno envelope branco e o empurrou até eu pusesse a mão em cima do papel. Abri e dei de cara com uma passagem de trem e uma entrada para o teatro.

— Moscou?  

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