☆ ⊹ 𝒯om 𝒦aulitz ๑ * 🖋️

Dois anos depois...

Inferno!

Aperto a bengala com força.

— Já faz dois malditos anos… DOIS — berro olhando para Georg e Bill.

Sinto que cada busca falha é uma forma de querer aceitar o inevitável.

— Talvez deva se dar por vencido, Tom, ela não está mais viva — Georg tenta entrar outra vez nesse assunto.

— Não, ela não está!

Caminho mancando em direção a minha adega e pego uma garrafa de whisky. Se Soojin estivesse morta o seu corpo iria aparecer, mas ela simplesmente sumiu.

— Será que esta sua perna mancando não é o suficiente para aceitar e seguir sua vida? — Georg indaga outra vez em vão.

Despejo o líquido em um copo e dou um longo gole sentindo passar queimando por minha garganta.

— Só irei descansar quando eu a encontrar viva ou morta. — Pego o copo indo em direção a uma poltrona com a ajuda da bengala.

— Irmão, talvez Georg tenha razão — Bill toma partido do meu consiglieri.

Minha situação com Bill havia melhorado nesses dois anos, tudo mudou quando aceitei o fato de que ele não queria matar ninguém. Meu irmão é o tipo de pessoa que denominamos os que não gostam de sujar as mãos e sim arquitetar planos malignos.
Bill estava se saindo um subchefe melhor que a encomenda. Em seu rosto ficou a marca do soco que lhe dei e isso me fazia lembrar de uma das malditas discussões que tive com Soojin.
Havia se passados dois anos e eu ainda a tinha tão viva em minha mente.

Sou capaz de tudo para ter essa mulher na minha vida, nem que para isso eu tenha que dar o mundo a ela em troca da sua presença.

— Já passamos pente fino em todo lugar, é impossível — conclui sentando na poltrona e esticando minha perna.

— Bem… — Georg pigarreia. — Tem somente um lugar.

Olho meu amigo com meus olhos faiscando ódio.

— Itália — digo pensativo.

— É impossível entrarmos lá — Bill vai logo falando.

— Nada é impossível — digo pegando meu celular no bolso.

— O que pensa em fazer, irmão?

— Não está óbvio? Vou oferecer aliança ao maldito do Leonardo se acaso ele encontrar Soojin em seu território.

— Isso é loucura! E os anos de rivalidade? — Bill se mantem irredutível.

— Sabe de algo, irmão? Por que a recusa? — pergunto erguendo uma sobrancelha tentando desvendá-lo.

— Não… não tem nada — Bill pigarreia o suficiente para perceber que ele esconde algo.

— Te conheço o suficiente para saber que está mentindo. — Tomo um gole do líquido sem tirar os olhos do meu irmão.

Bill revira seus olhos, andando de um lado ao outro.

— Ela está na Itália, eu a mandei ir para lá…

— Como? — pergunto estagnado.

— Sabe como eram as coisas quando ela estava aqui, não aceitava o que fazia com ela — meu irmão tenta se justificar.

— Inferno, Bill! Esse tempo todo sabia onde ela estava?

Passo a mão em minha testa, não querendo culpá-lo já que na época não nos dávamos bem.
Fiz a promessa ao meu pai em seu leito de morte, prometendo cuidar de Bill e entender o gênio gentil dele. Henry teve uma morte lenta, ficou dois dias entre a vida e a morte. Nunca vi alguém lutar tanto pela vida igual ele, até que finalmente se foi, deixando seu legado totalmente para mim.

Procuro o número de Leonardo em minha agenda, possuía o número de todos os Don, até mesmo dos que eu tinha desavenças.

— Vou acabar com isso de uma vez por todas — concluo discando o número dele.

Coloco o aparelho em meu ouvido, chama três vezes quando alguém atende.

— Ora, ora, se não é o grande Kaulitz! — Leonardo vai logo sendo sarcástico.

— Vou direto ao assunto, Leonardo. Tem algo nas suas terras que me pertence.

— E eu posso saber o que é? Estou curioso, já que não esperava por esta ligação. — Dá uma das suas risadas nojentas.

— Ao que tudo indica minha mulher está se escondendo na Itália.

— Quer dizer que ainda não a achou, qual é Kaulitz, está perdendo o dom do faro? Como sabe que ela está aqui?

— Fontes me falaram que ela foi para a Itália, e esse é o único lugar que ainda não foi procurado — digo tomando um longo gole do meu whisky que desce em seco.

— Vamos ao que interessa, o que ganho em troca?
Suspiro fundo, alisando a minha testa.

— A aliança da In Ndrangheta — digo fechando meus olhos com força.

— Isso é bom, na verdade maravilhoso. Posso contar com seu clã caso tenha alguma desavença com a Rússia novamente?

Não queria isso, Leonardo segue um rumo bem mais imprudente que o meu, ele vai se instalando em qualquer lugar sem nem ao menos saber se aquela área pertence a alguém, o que acarreta muitas vezes em muitos homens mortos. Eu, por outro lado, prezo pela vida dos meus, por isso evito ao máximo expô-los ao perigo se tratando da máfia inimiga.

— Tudo bem — respondo contra a minha vontade. — Tem a minha palavra, Leonardo.

Ouço Leonardo sussurrar com alguém ao seu lado.

— Sabe onde ela está? Me manda todos os dados dela...

— Não faço a mínima ideia onde ela esteja, quanto a aparência vou mandar fotos, acredito que ela deve estar usando outro nome.

— Sua esposinha está em ótimas mãos, Tom, vou encontrá-la o quanto antes, e para isso vou querê-lo em minhas terras. Vamos fechar o acordo quando estiver com a sua cadela em minhas mãos.

— Se ela tiver um único arranhão pode se considerar um homem morto — concluo encerrando a ligação.

Mandarei alguém passar os dados para ele por e-mail.

Ninguém chama a minha mulher de cadela, e se Leonardo pensa que serei conivente a todos seus desejos, está muito enganado.

— E então? — Georg me olha com angústia em seus olhos.

— Acho que vamos ter uma nova aliança, aquela que eu tanto negava. — Respiro fundo prevendo fortes emoções nos próximos dias.

Nunca aceitei a aliança com os italianos, pois tinha a maioria dos Don ao meu lado, mas se para ter Soojin ao meu lado novamente tiver que aceitar a aliança com Leonardo, eu farei.

Sinto uma fisgada em minha coxa, lembrando do dia que ela escapou de mim me deixando parcialmente aleijado, já que não tenho todos os movimentos da minha perna.

001 — Cap novo pra vcs como desculpa pelo sumiço, amo vocês 😭

002 — Não esqueçam de votar