Capítulo 22
Helloo
Como estão?
Boa leitura!
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No capítulo anterior...
- Boa Noite. – Digo, olhando ao redor e ouvindo um coro de pessoas desejando o mesmo. – Bem, como todos já me conhecem, acredito que não será necessário me apresentar. – Iniciei, tentando conter o nervosismo, mas naquele momento era impossível. – Eu só quero tomar um pouco do tempo de vocês, para dizer algo a uma pessoa que entrou em minha vida a alguns meses atrás e se depender de mim, não sairá nunca mais. Mas antes, eu quero parabenizar meus pais, que daqui a alguns dias estarão completando trinta anos de casados. Parabéns mama, papá. E quero agradecer também a presença de vocês por comparecerem a essa "pequena festa" que organizei com ajuda de meus pais, meus sogros, e minhas amigas. – Disse, fitando cada um deles, que me responderam com largos sorrisos em seus rostos e por último, encarei minha namorada, que estava com uma expressão de surpresa no rosto. Aproveitei para pegar uma de suas mãos e percebi que Brunna tremia. Se não a conhecesse, poderia jurar que estava nervosa assim como eu, – Bru... – Chamei, tendo toda sua atenção voltada a mim e por puro instinto, levei sua mão à minha boca, deixando um beijo casto ali. – Meu amor, desde o primeiro dia que nos conhecemos, senti que havia encontrado a pessoa que iria me completar. Alguém que sempre sonhei em ter ao meu lado, e que nas minhas horas de tristeza pudesse ser meu apoio. A pessoa que poderia me entender e também me fazer feliz. Hoje posso lhe dizer que tudo o que vi em você é verdadeiro. Isso fez com que eu me apaixonasse ainda mais, me fez sentir que você realmente é tudo o que faltava em minha vida. Hoje, você é minha razão de viver. O meu hoje, o meu amanhã, o meu eterno amor, porque nada nessa vida acontece por acaso e hoje não poderia ser diferente, tudo tem o seu propósito e o nosso foi orquestrado por Deus. Essa nossa conexão é inexplicável, um sentimento que não é possível traduzir em palavras, nem mensurar a importância que tem em minha vida, em nossa relação de respeito, carinho, cumplicidade e amor, muito amor. Você trouxe a paz que eu precisava, preencheu o espaço vazio em meu coração que esperava por você, nem mais nem menos, na medida exata. – Respirei fundo novamente tomando fôlego, fitando suas órbitas castanhas, vendo-as serem preenchidas por lágrimas pesadas, que já caiam sem esforço algum. Me inclinei em sua direção, beijando sua têmpora, ouvindo Brunna fungar e logo em seguida a encaro novamente. – Eu descobri que o amor é difícil para os indecisos, é assustador para os medrosos, avassalador para os apaixonados... Mas, os vencedores no amor são fortes. Os que sabem o que querem e querem o que têm! Sonhar um sonho a dois e nunca desistir da busca de ser feliz, isso com certeza é para poucos. – Levantei minha mão esquerda, enxugando as lágrimas que teimavam em cair dos olhos de minha latina. Eu não estava diferente dela, sentia o nervosismo e a ansiedade me preencherem, mas teria que me controlar. Aproveitei e selei nossos lábios em um selinho terno, ouvindo um coro de "awn" vindo de nossa mesa, fazendo Brunna e eu sorrimos entre nossos lábios. Me levantei, voltando a minha posição e prossegui. – Brunna, se você me perguntasse uma confissão, um desejo, um voto, um sonho, uma emoção, um objetivo, um lembrete, e um pedido, sem dúvidas nenhuma te responderia todas elas. – Sorri para ela, deixando minhas lágrimas demonstrarem toda a minha emoção. – Minha CONFISSÃO é que eu te amo. O meu DESEJO é estar sempre com você. Meu VOTO, sem dúvida alguma, é a sua felicidade. Meu SONHO é ter você eternamente. Minha EMOÇÃO foi o nosso primeiro beijo. O meu OBJETIVO, com todo meu ser, é ter uma vida a dois ao seu lado. O meu LEMBRETE é que eu te amarei para sempre... – Olhei para Patty e ela me estende uma caixinha preta aveludada. Pego o objeto de suas mãos, vendo minha amiga se emocionar e volto meu olhar para Bru, abro a pequena caixa, revelando um anel de ouro branco, cravejado de diamantes lapidados, com uma única e generosa pedra de moussaieff vermelho em formato de coração. Encarei Brunna, que estava com os olhos arregalados fitando a joia, visivelmente surpresa. – O meu PEDIDO, Brunna Gonçalves, você aceita se casar comigo?
POV Brunna
Eu sei que muitos ali naquela festa estavam esperando por minha resposta, e antes mesmo que pudesse dizer algo, de repente comecei a sentir minha garganta queimar e minha voz desaparecer imediatamente. Ludmilla nunca deixou de me surpreender, esse era um dos motivos pelo qual meu amor por ela só crescia. Fechei meus olhos com força, sentindo-os ainda molhados e soltei uma forte lufada de ar, tentando de algum modo parar de tremer. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas qualquer palavra designada a mim, seja ela qual fosse, estava me deixando ainda mais sensível. Saí de meus pensamentos, assim que ouvi a voz angustiada de Ludmilla a minha frente e então, lhe fitei intensamente.
- Bru...
- Sim. – Sussurrei de imediato, mais para mim do que para ela.
- Sim? – Perguntou, com uma de suas sobrancelhas arqueadas, indagando para que eu continuasse.
- Sim. É claro que aceito me casar com você! – Falei por fim, abrindo um largo sorriso, vendo-a me segurar em um abraço repleto de carinho e por fim, distribuir vários beijos por todo o meu rosto, arrancando-me uma alta gargalhada.
- Eu te amo tanto! – Disse entre os beijos
– Eu prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo! – Respondeu, selando nossos lábios em um beijo avassalador, sem se importar com os convidados ou nossas famílias ali presentes.
Ouvimos os assobios e as palmas vindo de todos e, não nos importamos com nada do que estava acontecendo ao nosso redor. Ludmilla aproveitou para aprofundar ainda mais nosso beijo, invadindo minha boca com sua língua, arrancando-nos gemidos baixos, quando chupei seu pequeno músculo aveludado. Senti suas mãos possessivamente ao redor de minha cintura, apertando a carne macia de meus quadris, me puxando mais para si, fazendo-me sentir sua pequena ereção em meu quadril e, quando pensei em entrelaçar meus braços ao redor de seu pescoço, ouvimos os resmungos de nossos amigos na mesa.
- Eu te amo. – Falei assim que separamos nossas bocas, tomando fôlego e deixando um selinho demorado em seus lábios que já estavam vermelhos e inchados. Me desvencilhei dela e baixei meu olhar vendo, minha agora noiva, deslizar o anel em meu anelar direito e no mesmo instante, fazendo-me abrir um sorriso bobo quando beijou o anel já posto em meu dedo. É realmente muito lindo e ao mesmo tempo delicado, isso só me comprova ainda mais que Ludmilla conhece realmente meus gostos para jóias.
- Aê, viva as noivas! – Gritou Patty junto as meninas, arrancando gargalhadas dos convidados ao nosso redor.
- Parabéns casal – Desejou Fernanda e imediatamente agradecemos com um forte e caloroso abraço.
- Gostei do discurso, maninha. – Marcos comentou, abraçando-nos em conjunto – Desejo toda a felicidade para vocês. – Sussurrou em nossos ouvidos e apenas murmurei um "obrigada". Ainda estava atônita com tudo aquilo que havia acontecido.
- Agora sim vi atitude, Ludmilla. – Provocou meu pai, fazendo uma careta e logo em seguida encarou minha mãe quando ela lhe acertou com um tapa na cabeça.
- Quiete, homem. – Repreendeu Miram fitando meu pai e logo após nos encarou com os olhos marejados. – Até que enfim minha filha desencalhou. – Brincou, fazendo-me revirar os olhos, ouvindo as risadas de todos na mesa.
- Irá ser um belo casamento. – Disse Larissa agarrada ao pescoço de Victor – Parabéns meninas. – Desejou arrancando-nos sorrisos fáceis por suas palavras.
- E vocês quatro aí. – Apontei para Daiane, Fernanda, Larissa e Victor – Quando pretendem dar mais um passo também? – Perguntei arqueando uma de minhas sobrancelhas sugestivamente, vendo-os arregalaram os olhos em desconforto.
- Ludmilla, meu amor, que horas irão servir o jantar? Estou morrendo de fome. – Daiane desconversa, arrancando-nos altas gargalhadas, dando por encerrado aquele assunto.
Recebemos os parabéns do restante dos convidados, e antes que servissem o jantar, Ludmilla e eu passamos em todas as mesas agradecendo a todos eles por terem comparecido. Ludmilla disse que a pequena festa, a qual descobri ter sido organizada por minha noiva juntamente a minhas amigas, meus pais e meus sogros em segredo, tinha tudo planejado para que o pedido de casamento fosse feito, o que só me fez ter certeza de algumas desconfianças que andei tendo durante esses dias estarem certas. Meu sexto sentido nunca me enganava.
Depois de conhecer quase toda sua família e amigos, resolvemos liberar o jantar assim que ouvimos murmúrios de algumas pessoas alegando estar com fome. Voltamos para nossa mesa e começamos uma conversa animada com nossos amigos, deixando-me extremamente feliz, vendo-os se darem muito bem uns com os outros.
- Lud... – Brunno chama por minha noiva, pedindo colo.
- Fala, pequeno. – Disse, sentando-o em seu colo e aninhando-o em seu peito. – Brunno não vá dormir, você ainda não terminou sua comida, meu amor – Advertiu carinhosamente assim que Brunno deitou sua cabeça no peito de Ludmilla, abrindo a boca em um pequeno bocejo.
- Queria o Caleb aqui para brincar comigo, Lud. – Diz com a voz manhosa, coçando seus olhinhos.
- Se você comer toda a sua comida, prometo mostrar a surpresa que tenho para você. – Ludmilla respondeu, fitando os olhinhos brilhantes de Brunno.
- Promete de mindinho? – Perguntou, levantando seu mindinho fazendo a hispânica concordar rapidamente, entrelaçando o seu sobre o de meu irmão.
- Prometo! – Beijou-lhe as têmporas, acomodando o pequeno em sua cadeira novamente, vendo-o voltar a comer.
- Eu te amo. – Sussurrei em seu ouvido, observando Ludmilla abrir um largo sorriso com o que acabara de ouvir.
- Eu amo você, Bru. – Diz deixando um selinho casto em meus lábios.
Poderia dizer que ainda estava um pouco surpresa, lembrando-me de que iria me casar com a mulher que conquistou meu coração em menos de 24 horas, mas quem não se casaria com Ludmilla Oliveira?
Soltei uma risada anasalada com esses pensamentos. Olhei à minha volta, abrindo um sorriso singelo ao avistar nossos pais, irmãos e amigos se darem muito bem, não poderia desejar coisa melhor nesse mundo a não ser nossa felicidade.
Conversamos sobre alguns assuntos das empresas, carros, fizemos brincadeiras, soltamos gargalhadas. Aquela noite estava sendo simplesmente a melhor, mas, Ludmilla e eu acabamos discutindo.
O motivo? Ela queria se casar daqui a um mês, deixando todos nós chocados com sua pressa, graças aos meus maravilhosos sogros, por entenderem o meu lado, conseguiram entrar em um consenso e marcamos a data de nosso casamento para dali a dois meses, mesmo a contragosto de minha noiva. Tivemos que suar para que ela concordasse conosco, o que depois de muitos pedidos ela acabou aceitando.
Terminamos nosso jantar, que estava uma delícia por sinal, e então o pessoal de nossas mesas se dividiram em grupos. Minha mãe e Silvana pediram licença e se retiraram para se sentarem em uma outra mesa, dando início a uma conversa com algumas senhoras de meia idade que estavam próximas dali, e poderia acreditar que estariam trocando receitas, como de costume. Ludmilla, Marcos, Renato, Daiane, Patty, Victor e meu pai se juntaram com alguns empresários que foram convidados para a festa e mesmo de longe, ainda sentia os olhos de minha noiva queimando sobre mim, com seu inseparável whisky escocês, restando apenas, Luane Fernanda, Juliana, Larissa e eu na mesa.
Brunno saiu em disparada assim que um dos empregados da casa trouxe a pequena bolinha de pelos, que por sinal estava crescendo a cada dia que passava. Brunno era só alegria, o que acabou chamando atenção de outras crianças que estavam ali e prontamente se juntaram com meu irmão e Caleb, estava vendo-o correr atrás do animal junto com seus coleguinhas, quando fui tirada de meus pensamentos assim que ouvi a voz do baixinho chamando-me atenção.
- E então Bru, o que aconteceu com a testa da Ludmilla? – Perguntou com um sorriso tímido. Olhei para Luane que me olhava como quem dizia "se você não contar, eu conto."
- Nós discutimos. – Falei sem rodeios soltando um longo suspiro, vendo-a arquear uma de suas sobrancelhas em confusão.
- Pelo jeito foi sério. – Comentou Juliana, fazendo gestos com as mãos mostrando o hematoma que se formou na testa de Ludmilla.
- Isso não foi o pior. – Brincou Luane abrindo um sorriso malicioso.
- Como assim? – Perguntou Fernanda, curiosa dessa vez.
- Depois que Brunna pôs o quarto abaixo, conseguimos ouvir os gemidos delas do primeiro andar. – Provocou minha cunhada, fazendo-me sentir minhas bochechas ruborizadas.
- É, parece que a reconciliação foi muito boa. – Brincou a baixinha entrando na brincadeira de minha cunhada.
- Estranho Bru, vocês nunca discutiram antes. – Disse Juliana pensativa, e eu apenas concordei com a cabeça.
- Até eu me assustei comigo mesma. – Confessei, já sentindo meus olhos começarem a ficar marejados.
- Por que? – Perguntou a baixinha com um semblante calmo, querendo entender meu comportamento ultimamente, tendo atenção de todas voltada para mim.
- Eu não sei meninas, eu passei mal hoje mais cedo, meu humor anda de mal a pior, tem horas que sinto vontade de socar a cara da Ludmilla e outras, de ficar com ela sozinha em nossa bolha, apenas nós duas, sem ninguém por perto. Fora as incontáveis vezes em que ela já me pegou chorando pelos cantos da casa. – Suspirei tomando fôlego e como se fosse algo combinado, vi Luane, Juliana, Larissa e Fernanda se entreolharam como se elas se comunicassem em pensamento, deixando-me um pouco desconfortável.
- Bru, você...
- Licença meninas. – Pediu minha noiva interrompendo a fala de sua irmã, parando atrás de mim e depositando um beijo no topo de minha cabeça. – Será que posso roubar minha noiva por alguns minutos? – Perguntou me encarando e já imaginava o que ela queria, só de notar o grande brilho em seus olhos e seu pequeno sorriso torto.
- Vocês vão transar, isso sim. – Provocou minha cunhada, arrancando gargalhadas das meninas concordando com o que Luane acabara de dizer.
- Vamos, amor. – Falei me levantando em um solavanco e se não fosse por minha noiva me segurar, posso garantir que teria caído.
Senti minha visão ficar turva de repente e cambaleei novamente, vendo os vultos das meninas se levantarem apressadamente, tendo os braços fortes de Ludmilla me pegando em seu colo. Ouvir as meninas me chamaram e cada vez mais suas vozes ficarem ao longe, fitei Ludmilla sentindo meus olhos ficarem ainda mais embaraçados e a última coisa que vi, foi seu semblante preocupado chamando pelo meu nome antes de apagar.
(...)
Senti uma pontada forte em minha cabeça fazendo-me franzir a testa em dor, meu corpo todo estava dolorido como se um caminhão tivesse passado por cima dele. Abro meus olhos lentamente, me arrependendo no mesmo instante ao notar a claridade diante de meus olhos e porra, acho que bebi muito ontem e esqueci de fechar... Espera!
Me levantei abruptamente, me arrependendo logo em seguida e solto um grito estridente ao sentir as pontadas em minha cabeça ficarem mais fortes.
- Ei, vai com calma ai mocinha. – Ouvi a voz rouca de Ludmilla ao meu lado. – Como você está se sentindo? – Perguntou, fazendo-me franzir as sobrancelhas ao notar sua voz em um tom de preocupação, acariciando minhas bochechas enquanto me encarava cautelosamente.
De repente fechei meus olhos com força, vendo as memórias da noite passada se repetindo nitidamente como um filme em minha cabeça.
- O que aconteceu? – Perguntei ainda com meus olhos fechados, apreciando suas mãos macias deslizarem por minha face.
- Você desmaiou. – Disse ela um pouco rígida, fazendo-me abrir os olhos novamente, encarando suas lindas órbitas castanhas. – Desculpa Bru, mas tive que chamar um médico conhecido por minha mãe. – Confessou e notei seus olhos ficarem marejados.
- Tudo bem, cariño. – Peguei em sua mão, levando-a em meus lábios onde deixei um beijo. – O que o médico disse? – Perguntei, um pouco receosa com sua resposta.
- Para falar a verdade, não me deixaram entrar no quarto. Eu só sei que o médico te examinou, fez alguns exames de sangue e comunicou que foi apenas uma queda de pressão o que gerou um desmaio momentâneo. – Disse soltando uma lágrima solitária. – Juliana, Fernanda e Larissa ficaram no quarto junto com você enquanto o médico terminava de te examinar. Os exames ficarão prontos agora a tarde. – Explicou se inclinando em minha direção e por fim, selou nossos lábios com um beijo terno me fazendo sentir o gosto salgado de seus lábios, misturados com suas lágrimas que teimaram em cair. – Eu te amo! Por favor não me assuste mais desse jeito. – Pediu fungando assim que separou seus lábios dos meus.
- Eu amo você, cariño. – Falei, já com lágrimas em meus olhos. – Desculpa. – Pedi já sentindo minha voz embargada.
- Shh, está tudo bem Bru. – Alegou, se aconchegando mais perto de mim, envolvendo-me em seus braços acolhedores. – Vai ficar tudo bem, meu anjo. – Assegurou me abraçando e beijando o topo da minha cabeça, proferindo palavras que me confortassem naquele momento.
Me permiti chorar copiosamente em seus braços, deixando soluços escaparem de minha boca. Ludmilla começou a me balançar em seu colo, sussurrando em meu ouvido, dizendo que não era nada demais e que tudo não passou de um susto, mesmo querendo acreditar em suas palavras teria certeza de que naquela tarde iria receber uma notícia que iria mudar nossas vidas para sempre. Me permiti descansar em seu peito sentindo suas carícias em minhas costas e de vez em quando sentia seus lábios em minha testa deixando leves beijos ali.
- Está mais calma? – Perguntou, depois de algum tempo em silêncio.
- Sim. Desculpa por estar sendo essa chorona ultimamente. – Pedi sentindo-a soltar uma lufada de ar.
- Bru, daqui a dois meses iremos dividir nossas vidas, não precisa ficar me pedindo desculpas só porque nós às vezes não temos controle aos fatos que acontecem com o nosso corpo no dia-a-dia. – Disse afagando meus cabelos.
- Eu sei cariño, eu deveria ter procurado um médico quando você me pediu. – Admiti inalando seu maravilhoso cheiro.
- Tenho certeza que ainda não será nada demais meu anjo, à tarde pegamos seus exames. – Assegurou selando nossos lábios em um selinho. Ouvimos alguém bater na porta e Ludmilla apenas gritou um "entra" para logo em seguida, avistarmos minhas amigas adentrando ao cômodo.
- Walz, como você está? – Perguntou a polinésia se aproximando com Larissa ao seu encalço.
- Estou bem, Cheechee. – Suspirei, me desvencilhando dos braços de minha noiva.
- Você nos assustou, Bru. – Informou a baixinha sentando na beirada da cama junto com Patty.
- Eu vou deixar vocês a sós. – Disse Ludmilla, deixando um singelo beijo em minha testa e saindo da cama. – Eu vou descer e pedir para que preparem algo leve para você comer, amor. – Comunicou e apenas concordei com a cabeça, vendo-a se retirar do quarto.
- Vocês já tomaram café da manhã? – Perguntei para minhas amigas, vendo-as se encararem com a testa franzida, deixando-me um pouco confusa.
- Chancho... – Chamou-me a polinésia. – Já passa das duas horas da tarde. – Avisou, fazendo-me arregalar os olhos em surpresa.
- Deus... Por que vocês não me acordaram? – Perguntei me levantando em um sobressalto, me praguejando quando senti as pontadas fortes em minha cabeça voltarem.
- Ei, calma aí Brunna. – Advertiu a baixinha preocupada. – O médico pediu que deixássemos você descansar o tempo que fosse necessário.
- Por Deus, o que aconteceu ontem comigo? Os convidados? Meus pais? Meus sogros? – Disparei as perguntas de uma vez só, notando minhas amigas agora com um semblante sério. – O que o médico disse? Ludmilla me informou que a Larissa ficou comigo junto com Juliana e Fernanda. – Falei apontando para a baixinha, vendo-a concordar com a cabeça.
- Brunna você precisa descansar, acho melhor você esperar o resultado de seus exames que sairá daqui a uma hora. – Disse a polinésia olhando no relógio que havia na cabeceira da cama e, pude notar muito bem um certo nervosismo em sua voz. – Eu acho melhor nós te acompanharmos até o consultório médico, até termos certeza de que você estará bem.
- Vocês sabem de alguma coisa. – Claro que não foi apenas uma pergunta e sim uma afirmação e aquilo estava me deixando louca, por elas saberem de algo e não poderem me falar.
- Bru, ainda não temos certeza de nada, mas seria melhor se você mantivesse a calma. – Pronunciou a baixinha, com um tom mais sério.
– Patty tem razão, iremos com você ao consultório, Ludmilla ontem ficou possessa por não deixarmos ela entrar no quarto, assim que voltarmos você terá tempo de sobra para conversar com ela. – Explicou minha amiga, cautelosamente.
- Espera... – Falei, lembrando-me de algo. – Minha consulta é daqui a uma hora? – perguntei lembrando-me das palavras de Patty.
- Sim. – confirmou ela com a cabeça. – Iremos te esperar lá embaixo, já conversamos com seus pais já que eles estavam preocupados pelo o que aconteceu com você. – Anunciou a polinésia. – Brunna, eu preciso te perguntar algo... – Disse um pouco receosa, pensando direito nas palavras certas para falar. – Hum... É que... Você andou sentindo algo durante essas semanas que se passaram? – Perguntou cautelosamente.
- Depois daquele fatídico dia na empresa, andei passando mal durante as semanas, com meu estômago ruim, e às vezes até vomitava, tinha hora que sentia minha cabeça doendo constantemente. – Falei procurando me lembrar dos ocorridos. – Às vezes eu sentia vontade de agredir Ludmilla. – Murmurei a última frase baixinho, sentindo-me envergonhada por confessar aquilo para minhas amigas.
- Tudo bem. – Suspirou a baixinha olhando para Patty, como se já soubesse de algo.
- O que vocês...
- Vamos te esperar lá embaixo, Walz. – Ela responde levantando-se da cama, sendo acompanhada por Larissa. – Não demore. – Avisou caminhando em direção a porta com a baixinha atrás de si, dando passagem para que Ludmilla entrasse com uma bandeja em mãos.
- Como você está? – Perguntou deixando a bandeja em cima da cama e pude notar que havia um pequeno prato de sopa, que por sinal estava com um cheiro maravilhoso. Peguei a bandeja repousando-a em meu colo, lhe respondendo antes de levar a primeira colherada em minha boca.
- Faminta. – Falei ouvindo-a gargalhar e logo após sentar ao meu lado.
- Nem percebi. – Brincou, colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. – Se alimente bem para irmos a sua consulta. – Avisou fazendo-me engolir em seco, a hora era agora, Deus mande toda a sua calmaria nesse momento, porque irei precisar.
- Amor... – Chamei-a colocando a bandeja novamente em cima da cama. – Eu que-queria ir com as meninas... – Falei tentando inutilmente não gaguejar, encarando-a, fazendo-me engolir em seco novamente com seus olhos compenetrados nos meus, como se estivesse processando o que eu acabara de lhe pedir.
- Nem fodendo. – Pestanejou, levantando-se da cama em um só pulo. – Eu que sou sua noiva, e não elas, eu irei com você. – Alegou e poderia dizer que ela estava começando a ficar irritada com minha mudança de última hora.
- Ludmilla...
- Não me venha com essa agora, Brunna. – Disse em um tom de voz mais sério. – Esse é o meu papel e não o delas. – Afirmou com convicção.
- Amor... – Chamei-a cautelosa. – Você não tinha um compromisso com meus pais daqui a pouco? – Perguntei lembrando-a e vendo ela abrir e fechar a boca, não conseguindo proferir nenhuma palavra. Ponto para mim, Oliveira. – Tenho certeza que você não irá fazer essa desfeita com eles. – Completei sorrindo internamente com minha vitória.
- Bru...
- Não se preocupe, cariño, eu vou ao médico com as meninas. Não será nada demais, depois irei voltar para cá e passaremos o restante do dia juntas, que tal? – Ofereci a sugestão, vendo-a deixar seus ombros caírem em forma de rendição.
- Tudo bem. - Murmurou com sua voz triste. – Me prometa que irá me ligar se algo acontecer, Bru. – Pediu em um tom de autoridade o que prontamente concordei com a cabeça.
- Prometo, cielo. – Afirmei, levantando-me e caminhando em sua direção, deixando um selinho demorado em seus lábios. – Vou tomar um banho. – Avisei me retirando do cômodo e adentrando ao banheiro.
Tinha quase certeza de que algo estava errado e mais certeza ainda de que as meninas sabiam o que era, mas preferiram guardar segredo e percebi que nenhuma delas se pronunciou com Ludmilla ainda, o que agradeci internamente, pois se algo estiver errado eu quero ser a primeira a receber a notícia e preparar meus pais e minha noiva.
Tomei um banho rápido e vesti uma roupa confortável e um sobretudo por cima, pois França fazia muito frio naquele dia. Conversei rapidamente com meus pais e meus sogros afirmando de que estava bem melhor para logo em seguida sair da mansão junto com Patty e Larissa onde nos direcionamos ao consultório médico. Depois de minutos em conflito com minha linda noiva, cedi aos seus pedidos de que o motorista particular dos Oliveira nos levaria até o local. O caminho todo foi em um silêncio desconfortável pelo menos para mim, não passando despercebido as encaradas que as meninas me davam de vez em quando e aquilo já estava começando a me irritar, e antes que eu abrisse minha boca para perguntar algo o motorista parou o carro nos informando de que tínhamos chego fazendo-me agradecê-lo em pensamentos e respirar aliviada. Desci do carro com as meninas em meu encalço e adentramos no enorme prédio espelhado.
Larissa tomou a frente caminhando em direção a recepção onde a mesma conversou algo que não pude escutar com a recepcionista vendo-a entregar alguns papéis para a baixinha que pegou e rapidamente acenou com a cabeça para que a seguíssemos até o elevador que havia ali. Patty nos informou que o consultório médico ficava no 13º andar e o cujo nome do homem que até então era desconhecido por mim se chamava Dr. Dylan Twinky Trabhatio, achei estranho pois o mesmo era ginecologista e se eu tivesse algo teria certeza de que meu problema não seria com um ginecologista.
Assim que chegamos no andar informado, Larissa novamente se direcionou a recepção entregando os mesmos papéis para a secretária falando algo que não consegui identificar, sentindo minhas mãos suarem de nervosismo pela demora.
- Patty! – Chamei-a sentando em uma das poltronas que havia ali. – Porque diabos estamos em uma clínica de ginecologia? – Perguntei com um semblante sério.
- Bem, Bru...
- Srta. Brunna Gonçalves. – Chamou-me a secretária e rapidamente fiquei de pé, vendo-a sorrir em minha direção. – Me acompanhe, por favor. – Pediu simpática e apenas concordei com a cabeça, seguindo-a com Patty e Larissa ao meu lado, até pararmos em frente a uma porta branca que foi aberta pela secretária, dando-nos passagem para que entrássemos ao cômodo. – Fique à vontade, o Dr. Dylan já irá atender vocês. – Disse por fim se retirando da sala.
Larissa, Patty e eu nos acomodamos na cadeira à frente de uma mesa, julgo eu ser do médico, nela havia fotos de um homem ao lado de uma mulher muito bonita abraçando duas crianças com sorrisos espontâneos, o que me fez pensar ser sua família.
- Boa tarde, senhoritas. – Desejou um homem alto adentrando ao cômodo, com um penteado muito bem feito em seus cabelos castanhos, olhos azuis, e com um jaleco branco vestido por cima de sua camisa na cor azul.
- Boa tarde. – Respondemos em uníssono, vendo-o se sentar à nossa frente com um lindo sorriso em seus lábios.
Brunna Gonçalves. - Chamou-me, tirando seus olhos dos papéis agora me encarando. – Como a senhorita está se sentindo hoje? – Perguntou abrindo alguns envelopes que estavam em sua mesa o que nem prestei atenção como eles foram parar ali.
- Estou melhor, doutor. – Falei calmamente soltando um pequeno suspiro. – Poderia me informar o que está acontecendo? – Perguntei diretamente, não conseguindo transparecer o meu nervosismo. O médico abriu o restante dos envelopes começando a ler, deixando-me totalmente impaciente com sua tranquilidade.
- Srta. Gonçalves...
- Apenas Brunna, doutor. – Cortei-o vendo assentir com um sorriso sincero em seus lábios.
- Certo. – Pigarreou tendo toda minha atenção agora. – Fiz alguns exames ontem em você, recolhi seu sangue e mandei para análise apenas para confirmar as minhas suspeitas. – Parou de falar me olhando minuciosamente buscando alguma dúvida em minha face e não encontrando nada deu procedimento. – Brunna você toma algum remédio conceptivo, bebe, fuma, algo do tipo? – Perguntou cauteloso estudando meu rosto naquele momento.
- Eu não tomo nenhum remédio doutor, não fumo e bebo apenas socialmente. – Respondi começando a morder meu lábio inferior não conseguindo esconder minha ansiedade para onde aquela conversa iria parar.
- Tomou alguma bebida durante os últimos quinze dias? – Perguntou agora com um semblante mais sério.
- Sim. – Concordei com a cabeça engolindo em seco.
- Peço para que a partir de hoje a senhorita não me coloque mais nenhuma gota de álcool na boca, e tome remédios só com prescrições médicas. – Informou anotando algo em uns dos papéis em sua mesa. – Bem Brunna, eu vou ser breve com você. – Iniciou limpando sua garganta para logo em seguida abrir um sorriso simpático agora tirando sua atenção dos exames para me encarar. – Parabéns, a senhorita vai ser mamãe. – Despejou a bomba de uma vez, deixando-me aturdida, franzindo a testa ainda com o choque o que apenas concordei com a cabeça minuciosamente sentindo meus olhos começarem a ficarem marejados. Fixei meu olhar em algum ponto específico ainda sem reação nenhuma com aquelas informações. Ninguém naquela sala falava nada, até o momento em que ouvi minha amiga tomar a frente com suas palavras quando percebeu o meu estado de choque.
- Quanto tempo doutor? – Escutei Larissa perguntar repousando suas mãos sobre as minhas onde as mesmas estavam gélidas.
- Ao que tudo indica aos exames de Brunna, ela irá entrar na oitava semana em dois dias. – Informou o doutor olhando meus exames novamente.
- Doutor. – Chamou a polinésia dessa vez. – Brunna nunca se relacionou com um homem e o senhor conhece as condições da Ludmilla... Hum... É possível...
- Sim, Srta. Cris. – Cortou-a respondendo sua dúvida rapidamente. – Conheço a anos a família Oliveira, e posso dizer-lhes que Ludmilla é 100% fértil.
- Doutor... – Chamei-o agora com um certo nervosismo na voz. – Eu... Sabe... Nós transamos sem camisinha e eu tomei o Pilem, acha que pode acontecer alguma coisa, ou afetar o feto? – Perguntei me sentindo uma inútil ao me lembrar daquele ocorrido em Cuba.
- A quanto tempo? – Perguntou agora mais interessado.
- A uns três meses atrás... Nunca tinha tomado anticonceptivos, era raro as vezes em que usávamos camisinhas, mas todas as vezes Ludmilla gozava fora. – Expliquei sentindo minhas bochechas corarem com as informações que estava lhe dando com minhas amigas ao meu lado.
- Brunna, veja bem... – Começou se acomodando melhor em sua cadeira. – Pelo que sua amiga me disse, você nunca se relacionou com um homem e nunca tomou remédios conceptivos prevenindo uma gravidez, certo? – Perguntou o que apenas concordei com a cabeça para que desse continuidade. – Nós homens antes de ejacular, liberamos um fluido incolor através do pênis, que é produzido quando estamos excitados. A liberação deste líquido, chamado pré-ejaculatório, pode ocorrer logo antes de o homem gozar ou com certa antecedência, dependendo do caso. Muitas pessoas pensam que ele é formado pelos mesmos componentes do esperma, e por isso, seria o suficiente para gerar uma gravidez. .– Deu uma pausa encarando-me serenamente esperando por alguma pergunta vindo de mim e como continuei em silêncio o mesmo prosseguiu. – O líquido pré-ejaculatório não contém espermatozoides, portanto, não seria capaz de engravidar por si só. Mas, no entanto, é possível que se você e Ludmilla mantiveram mais de uma relação no mesmo momento sem o uso de camisinhas ou anticonceptivos, é possível que no canal uretral de sua noiva haja resquícios de espermatozoides de uma ejaculação anterior. Neste caso, o líquido poderia sim, carregá-lo até ao seu organismo, levando o risco de uma possível gravidez, mesmo que menor do que no caso da ejaculação. Por conta desta possibilidade, o método do coito interrompido, ou seja, tirar o pênis da vagina antes da ejaculação, não é eficaz contra a gravidez, especialmente se você estiver em seu período fértil. – Explicou fitando-me com um sorriso terno em seus lábios fazendo-me soltar um longo suspiro.
- Chan... – Despertou-me Patty de meus devaneios. – Você está bem? – Perguntou com sua voz preocupada.
- Hum... Para falar a verdade eu estou um pouco preocupada. – Confessei abaixando minha cabeça já sentindo meus olhos marejados.
- Com o quê Bru? – Perguntou a baixinha dessa vez.
- Tudo indica que estou grávida de dois meses... E eu bebi durante esse tempo... – Choraminguei com medo de que algo acontecesse com meu filho. Meu filho. Deus, eu estou grávida de um filho da Ludmilla, o que será que ela irá pensar de mim quando lhe contar essa notícia? – Pensei comigo mesma enxugando minhas lágrimas.
- Brunna. – Chamou-me o doutor novamente fazendo-me encará-lo. – Não precisa se preocupar, está tudo bem com o feto, ontem enquanto te examinava, suas amigas já tinham me informado sobre sua rotina, o que você fazia, comida, bebia, se praticava algum esporte, por isso pedi para que fizessem um exame mais específico. – Explicou o que apenas concordei com a cabeça sentindo um peso sair de minhas costas com o que ele acabara de dizer. – Esses exames que pedi para serem feitos são um hemograma completo, e pelo que eu li, está tudo perfeito com você e com o pequeno ser que está crescendo aí. – Apontou para minha barriga e por puro instinto repousei minha mão sobre a mesma abrindo um pequeno sorriso. – Como a senhorita é de Miami, sugiro que quando voltar procure um obstetra e ele ou ela passará exames mais específicos, mas por hora, você está saudável assim como o seu bebê. – Concluiu guardando os papéis dos exames nos envelopes.
- Certo... Obrigada Dr. Dylan, farei o que o senhor me sugeriu. – Informei-o já me levantando e apertando sua mão em agradecimento vendo minhas amigas fazerem o mesmo.
- Imagina Brunna, estou aqui para isso, uma boa gestação para você e Ludmilla daqui para frente e parabéns por esse momento lindo que aconteceu em sua vida. – Parabenizou arrancando um sorriso bobo dos meus lábios.
Eu e as meninas nos retiramos de seu consultório em um silêncio reconfortante, pode se dizer que ainda estava atônita por tudo o que me aconteceu durante os dias em que estou na França, e agora ainda mais recebendo a notícia de que estava grávida de Ludmilla, o quão irônico isso soa já que a mesma sempre sonhou em ser mãe, e eu sempre desconversando quando ela ou alguém entrava nesse assunto. Mesmo que ainda minha ficha não tenha caído ao saber que estava grávida.
Conversei com as meninas dizendo que queria fazer uma surpresa para Ludmilla, o que elas facilmente concordaram. Assim que adentramos o carro, pedi para que o motorista nos levasse ao shopping mais perto da cidade já que não conhecíamos muito ali. Não era a primeira vez que estava em Paris, sempre que podia visitava o país, mas minha passagem por aqui era muito rápida. Assim que chegamos ao shopping, comprei o que tinha que comprar e então as meninas aproveitaram que estávamos ali e fizeram algumas compras de roupas e calçados.
Se passaram horas e só então notei que já tinha escurecido praguejando-me mentalmente por ter demorado tanto ali, conferi meu celular sentindo um frio em minha espinha quando vi que tinha mais de trinta ligações perdidas de Ludmilla, o que poderia ter certeza de que ela devia ter colocado a casa de seus pais abaixo, estou literalmente fodida sem sentir prazer e sem contar as inúmeras ligações perdidas no celular de Patty e Larissa em seus aparelhos celulares. Saímos do shopping às pressas pedindo para que o motorista, que ainda não sabia seu nome, dirigisse o mais rápido possível para a mansão dos Oliveira.
- Como a nova mamãe se sente? – Perguntou Patty, ao meu lado.
- Com um pouco de dores nas costas. – Resmunguei deitando minha cabeça em seu ombro esquerdo.
- Isso é só o começo Bru, estou até com dó da Ludmilla. – Brincou a baixinha fazendo-me encará-la com uma de minhas sobrancelhas arqueadas.
- Isso mesmo Chancho, agora aquela branquela vai entender quando eu reclamava com ela sobre as loucuras de Juliana. – Disse a polinésia com um sorriso zombeteiro em seus lábios.
- Chegamos, senhoritas. – Anunciou o motorista abrindo a porta para que nós saíssemos do carro agradecendo o pobre homem e caminhei junto com as meninas até o hall da casa.
- Hey... – Chamou-me a polinésia. – Não se preocupe, irá dar tudo certo. – Assegurou deixando um beijo casto em minha testa.
- O pior já passou, Bru. – Alegou a baixinha abrindo a porta de entrada onde adentramos ao longo corredor que dava acesso a sala de estar.
- CHEGARAM! – Gritou minha noiva caminhando às pressas em minha direção chocando seu corpo contra o meu em um abraço apertado. – Porque você não atendeu as minhas ligações? Porque Larissa e Patty não me retornaram? Você não tem ideia da preocupação que eu fiquei, olhando o visor...
- Hey... – Cortei-a vendo ela tomar fôlego. – Está tudo bem. – Aleguei nos desvencilhando para só então eu notar que ela estava chorando. – Eu estou bem cariño, não se preocupe. – Afirmei selando nossos lábios em um selinho demorado.
- O que o médico disse meu amor? Olha se for algo grave eu juro que... – Calei-a novamente selando nossos lábios agora em um beijo terno que no começo foi apenas um roçar de lábios e então aprofundei nosso beijo pedindo passagem com minha língua o que de imediato ela aceitou, onde chupei, mordisquei a mesma ouvindo suspiros escapando de nossas bocas, encerramos o beijo com vários selinhos consecutivos para logo em seguida colar nossas testas aproveitando daquele momento.
- Eu te amo tanto, mais tanto, que esse amor chega a me sufocar. – Confessei já com os olhos lacrimejados.
- Bru...
- Shh... – Encostei meus dedos em seus lábios para que não falasse nada ainda. – Onde estão o restante do pessoal? – Perguntei encarando suas órbitas esverdeadas.
- Estão na sala esperando por você. – Disse baixinho soltando um suspiro longo.
- Então vamos para lá, eles devem estar preocupados. – Falei vendo-a bufar entrelaçando nossas mãos caminhando no grande corredor adentrando a sala de estar onde todos estavam à nossa espera. Patty e Larissa já estavam sentadas ao lado de seus companheiros. A sorte era que os sofás ali eram enormes, caso contrário não caberia tanta gente no móvel.
Só foi questão de Ludmilla e eu entrarmos na sala que fui bombardeada com inúmeras perguntas uma atrás da outra pelos meus pais e meus sogros, minha cabeça já estava começando a doer ao ouvir várias vozes ali presente falando tudo ao mesmo tempo, era como se eu estivesse em um campo de futebol com mais de mil pessoas falando e gritando ao pé de meu ouvido, fechei meus olhos com força a tempo de ouvir uma voz muito bem conhecida por mim gritar pedindo para que todos parassem de falar o que meu cérebro agradeceu mentalmente pelo silêncio que se instalou ali na sala.
- CHEGA. – Gritou a polinésia o que rapidamente todos calaram a boca no mesmo instante. – Se vocês não fecharem a boca, Brunna não terá como responder todas as perguntas com tantas vozes falando ao mesmo tempo. – Esbravejou a loira sem nenhuma paciência.
- Desculpa, hija. – Pediu meus pais voltando a se sentarem novamente em seus aposentos.
(Música Smash into you – Beyoncé)
- E então Bru, o que aconteceu? – Perguntou Marcos após se instalar um silêncio que se formou ali.
- Hum... Bem... Eu queria primeiro conversar em particular com a Ludmilla. – Comecei fitando cada rosto que havia ali em minha frente – Mas também não poderia ser egoísta a esse ponto. – Falei fitando agora minha noiva onde a mesma estava com o cenho franzido demonstrando total confusão em seu rosto. – Bom, ontem quando você me pediu em casamento e me disse aquelas palavras lindas e entre elas você me falou que o seu OBJETIVO com todo o seu ser era ter uma vida a dois... Certo? – Perguntei vendo-a assentir minuciosamente com uma de suas sobrancelhas arqueadas, ergui a sacola que estava segurando em minha mão direita que tinha comprado no shopping e estendi em sua direção onde a mesma fitou o embrulho de presente dentro do saco sem mover um dedo seu ali. – Abre. – Pedi balançando o presente para que ela pegasse já sentindo meus olhos cheios de lágrimas vendo Ludmilla pegar a sacola e rasgar o pequeno embrulho aos olhares atentos de todos na sala, olhei para Silvana e a mesma se encontrará com um sorriso largo em seus lábios já entendendo o que estava acontecendo e só para confirmar o que ela estava imaginando apenas confirmei com a cabeça vendo-a arregalar os olhos levando suas mãos até sua boca evitando um grito sair dali.
- Bru... – Pronunciou Ludmilla depois de um tempo chamando-me a atenção. – Amor... Hum... Eu acho que você errou o presente. – Alegou levantando a pequena caixinha transparente em suas mãos. – Esse deve ser o presente da Juliana. – Concluiu fitando a morena agora onde a mesma se encontra emocionada com o que estava presenciando à sua frente.
- Não, errei não. – Me pronunciei sentindo as lágrimas deslizarem facilmente por minhas bochechas pegando a pequena caixinha de suas mãos e retirando de dentro dois sapatinhos brancos minúsculos, fitei Ludmilla e a mesma já estava dando indícios de que iria chorar a qualquer momento ao que estava prestes a escutar. – Reformulando o seu objetivo. Agora com todo o seu ser terá de ter uma vida a três. – Completei vendo-a piscar freneticamente tentando assimilar o que acabara de ouvir.
- Hum... – Pigarreou comprimindo seus lábios. – E-eu vo-vou se-ser mã-mãe? – Perguntou a hispânica com uma voz suave como se ainda estivesse assimilando o que realmente estava acontecendo ali. – Poxa, então eu vou ser mãe? Isso é... – Não deu tempo dela terminar sua frase pois a mesma caiu feito pedra no tapete felpudo que havia na sala, isso mesmo, se vocês que estão lendo essa fic pensaram que ela desmaiou, pois bem, sim, vocês acertaram, o que eu vi depois foram vultos passando por mim e então avistei meu pai e Renato pegando minha noiva em seus braços deitando-a sobre o sofá.
- EU VOU SER AVÓ! – Gritou Silvana dando pulinhos de alegria não se importando que sua filha estava desmaiada no sofá.
- VAMOS SER QUERIDA. – Comemorou minha mãe indo no embalo de minha sogra arrancando altas gargalhadas das meninas.
- Eu não acredito que vocês estão comemorando enquanto minha bolinha está desmaiada. – Proferiu Renato olhando as duas sorridentes a nossa frente fazendo com que todos se calassem na mesma hora. – EU VOU SER VOVÔ. – Gritou chamando-nos atenção e como se fosse ensaiado, nós todos olhamos perplexas para ele deixando um enorme ponto de interrogação aparecer em nossas faces para sua repentina mudança de humor, eu em, pensei que isso acontecia apenas com gravidas, pelo visto me enganei.
- Eu sabia que sua filha dava conta do recado, Renato. – Sempre meu pai provocando vendo meu sogro parar sua dancinha maluca fechando a expressão de seu rosto, oh não, isso vai dar em merda.
- Minha filha sempre se deu conta, Jorge, não é à toa que o sangue Oliveira corre em suas veias. – Advertiu Mike erguendo o queixo desafiadoramente para meu pai.
- Mas nunca chegou perto do sangue dos, Gonçalves. – Sentenciou Jorge dando um passo à frente de Renato.
- Minha neta ou neto irá seguir a minha linhagem. – Alertou meu sogro dando mais um passo à frente ficando cara a cara com meu pai.
- Nem em seus sonhos Renato, sempre fui o melhor entre vocês, e minha neta ou neto seguirá a carreira da minha família. – Alegou ele encarando Renato.
- Nunca...
- CHEGA VOCÊS DOIS! – Gritei assustando todos os presentes que se encontrara ali na sala fazendo-os arregalaram os olhos. – Minha noiva está desmaiada e vocês criando rincha igual duas crianças discutindo sobre o futuro do nosso filho. – Esbravejei tomando fôlego. – Quem decidirá o que fazer e qual carreira seguir, será o nosso filho e não vocês. – Apontei para eles vendo-os abaixar a cabeça envergonhados.
- Amor... – Ouvi a voz rouca de minha noiva me chamar e rapidamente lhe fitei vendo-a se sentar devagar no sofá.
- Você está bem? – Perguntei preocupada me sentando ao seu lado, pondo minha mão direita em sua testa averiguando sua temperatura.
- Panda preto, você realmente nos assustou. – Brincou Marcos, tentando contrariar o ar pesado que se instalara naquele ambiente.
- Como você está se sentindo, mamãe? – Perguntou Daiane fazendo-nos soltar uma risada alta pelo seu novo apelido.
- Um pouco com dor de... – Parou de falar fitando agora sua amiga. – Espera... mamãe? - Perguntou com o cenho franzido.
- Parabéns, mamãe. – Parabenizou Fernanda abraçando sua amiga.
- Hum... Então é verdade? – Perguntou para mim novamente o que apenas concordei com a cabeça fitando-a – Hum... Eu... er... Mãe? – Perguntou novamente atônita para logo em seguida Luane nos presenciar com um copo d'água ser jogado em sua face onde a mesma arregalou os olhos raivosos direcionando-os para sua irmã. – Você é louca? – Esbravejou ela limpando seus rosto com suas mãos.
- Precaução maninha, vai que você desmaia de novo. – Brincou Luane fazendo-nos soltar uma alta gargalhada pelo seu ato e sua coragem.
- Então... – Começou Victor, levantando-se do sofá caminhando em nossa direção. – PARABÉNS MAMÃES! – gritou todo eufórico puxando-nos para um abraço.
- Obrigada. – Disse em uníssono se desvencilhando de seu abraço.
- Bru... – Chamou-me Ludmilla agora com um lindo sorriso nos lábios. – Eu sei que não era essa a reação que você esperava, mas... – Calei-a novamente juntando nossos lábios em um selinho demorado.
- Shh... Eu sei. – Colei nossas testas. – Eu ainda não estou acreditando que iremos ser mamães. – Confessei fitando suas esmeraldas esverdeadas.
- Você é a melhor mulher do mundo, e hoje posso lhe dizer que é o dia mais feliz da minha vida, me presenteando com o pequeno ser que está aqui dentro. – Acariciou minha barriga nostálgica. – Um fruto do nosso amor. – Completou selando nossos lábios novamente.
- Um verdadeiro, Gonçalves. – Disse meu pai, não contendo um sorriso satisfatório em seus lábios.
- Você quis dizer, um verdadeiro Gonçalves-Oliveira, Jorge. – Corrigiu meu sogro com um semblante sério.
- Olha, assim fica difícil! – Exclamou Miram, fitando os dois chocados. – Meninas parabéns, vocês serão ótimas mães. – Parabenizou agora encarando Ludmilla e eu. – Vamos, Silvana. – Chamou por minha sogra deixando todos nós com olhares confusos.
- Onde vocês pensam que vão? – Perguntou meu pai curioso.
- Ora, noite das mulheres, querido. – Disse minha mãe com um sorriso nos lábios. – Meninas vão se arrumar, iremos em uma boate que Silvana comentou ser muito boa. – Informou ela vendo todas as mulheres ali presentes se levantarem rapidamente dando pulinhos de alegria.
- Por isso que eu amo essa mulher. – Brincou Patty beijando as bochechas de minha mãe.
- E nós? – Perguntou Renato indignado não acreditando no que sua esposa estava prestes a fazer.
- Querido, vocês podem ficar aqui, assistam algum filme ou qualquer coisa do tipo. – Disse Silvana simplesmente.
- Mas nem morto vocês irão sair sem a gente. – Advertiu o pai de Ludmilla com sua esposa.
- Isso mesmo, vocês só saem se a gente for juntos. – Concordou meu pai estufando o peito como se fosse o homem da casa.
- Papa, e eu? – Perguntou Brunno pela primeira vez ali naquela sala tirando sua atenção da bolinha de pelos que ressonava tranquilamente não se incomodando com a gritaria que estava acontecendo alguns minutos atrás.
- Viu! – Exclamou minha mãe divertida. – Vocês iram ficar com Brunno. – Alegou vendo-os abrirem e fecharem a boca perplexos com o argumento que minha mãe lhe dissera.
- Não tem problema, ficamos com ela. – Disse minha noiva no plural fazendo gestos com as mãos indicando nós duas.
- Vocês não vem? – Perguntou Daiane dessa vez, o que apenas olhei curiosa para Ludmilla querendo ouvir sua desculpa.
- Não, Brunna está grávida. – Pronto era só o que me faltava dessa vez, virarmos motivos de piadas para nossas amigas, a sala ficou em um completo silêncio para logo em seguida ser preenchida com as estrondosas gargalhadas de todos que estavam ali, sentindo minhas bochechas ruborizaram com o que ela acabara de dizer.
- Essa foi boa, negritude. – Tomou a frente minha amiga tentando recuperar o fôlego. – Juliana também está grávida, ou você se esqueceu? – Perguntou Patty em tom de deboche.
- Filha... – Chamou Silvana dessa vez. – Brunna está grávida, o que isso impede dela querer ir? – Perguntou um pouco cautelosa pois a mesma sabia da possessividade de sua filha.
- Tudo! – Exclamou Ludmilla tomando a frente novamente. – E se ela passar mal, ou sentir enjoos? Boates são muito barulhentas, não irá fazer bem para o nosso filho. – Frisou bem a palavra e pude notar que estava se deliciando com as palavras.
- Você já perguntou se ela quer ir Ludmilla? – Perguntou Fernanda com uma de suas sobrancelhas arqueadas, o que prontamente a hispânica me fitou com uma expressão aflita. Eu realmente queria ir, mas para evitar uma briga entre nós duas era melhor evitar quaisquer resquícios.
- Podem ir, eu prefiro ficar. – Menti na cara dura com um sorriso amarelo. – Eu também estou cansada, Patty e Larissa esgotaram minhas energias hoje. – Confessei que dessa vez não era nenhuma mentira.
- Okay. – Disse minha sogra. – Vamos meninas, hoje à noite é nossa. – Chamou-as novamente fazendo cada uma ir para seus respectivos quartos se arrumarem, restando apenas meu pai, Renato, Victor, Chris, Brunno, Ludmilla e eu naquela sala.
- É, parece que iremos ficar sozinhos. – Suspirou Marcos sentando-se todo desengonçado no sofá.
- Mulheres! – Exclamou Victor imitando o mesmo gesto que meu cunhado.
- Vocês são todos burros. – Alegou Renato com um sorriso nos lábios.
- Tem muito que aprender ainda. – Concordou meu pai cutucando meu sogro chamando-lhe atenção balançando sua sobrancelha sugestivamente deixando um ponto de interrogação nas faces de Victor e Chris.
- O que vocês estão pensando? – Perguntou Victor curioso não entendendo nada ali.
- Acha mesmo que iremos ficar aqui parados sem fazer nada enquanto elas se divertem? – Perguntou meu pai com um sorriso sarcástico. Oh não, eles com toda certeza irão aprontar.
- Rapazes, a noite está apenas começando. – Brincou Renato juntando suas duas mãos roçando uma na outra freneticamente vendo-os se entreolharam com largos sorrisos.
- Não mesmo. – Falaram em uníssono levantando-se para logo em seguida se retirarem da sala rapidamente sem se importar com Ludmilla, Brunno e eu na sala.
- Lud, você também vai sair com eles? – Perguntou Brunno coçando seus olhinhos demonstrando indícios de sono.
- Não, pequena. – Respondeu ela pegando Brunno em seu colo vendo-a deitar sua cabecinha em seu ombro direito. – Amor, está com fome? – Perguntou o que apenas neguei com a cabeça. – Se importa de Brunno dormir com a gente no quarto? – Balancei minha cabeça negando novamente sem lhe dizer uma só palavra.
- Vamos subir. – Me pronunciei sem dar tempo de Ludmilla me encher com suas perguntas, não estava com saco para aturar suas atitudes infantis. Ludmilla apenas concordou com a cabeça caminhando em meu encalço subindo as escadas em direção ao nosso quarto.
Estava exausta, sentia meus músculos implorar por descanso e foi o que eu fiz, assim que adentrei ao cômodo separei minha roupa de dormir, enquanto minha noiva se aconchegar na cama com uma Brunno sonolenta em seus braços, sorri com a cena soltando um longo suspiro fitando a hispânica acariciando os cabelos de minha irmã, segui em direção ao banheiro e enchi a banheira jogando alguns sais relaxante, e quando estava tudo pronto, adentrei a mesma deixando escapar um gemido de satisfação quando senti a água quente se chocar com meu corpo, encostei minha cabeça no encosto macio da banheira e fechei meus olhos aproveitando daquele momento satisfatório.
Respirei fundo lembrando-me daquele dia exaustivo que me pegou totalmente de surpresa. Estava em um misto de ansiedade boa, e de muita expectativa, e poderia até confessar que um pouco de medo também, levei minhas mãos instintivamente em meu ventre e nele senti, pela primeira vez, a mágica da vida, do mundo, da criação.
Neste momento que é só nosso, esse pequeno grão que começou a se alimentar através de mim, vendo meu corpo se transformar com a sua vida, enquanto meu mundo a partir de hoje começou a se embelezar de amor e esperança. Planejar, esperar, imaginar como será, nada se compara com a sensação de saber e que com alguns dias poderei ouvir a leve pulsação de seu coraçãozinho dentro de mim.
E insuficiente são as palavras, limitadas demais os sentimentos para poder descrever tudo o que senti, tudo o que estou sentindo, desde hoje em que descobri a maior e mais maravilhosa felicidade do meu mundo: ser mãe! Saí de meus pensamentos nostálgicos quando senti braços fortes atrás de mim inclinando meu corpo um pouco para frente, para logo em seguida sentir o corpo de minha noiva se aconchegar atrás de mim me puxando novamente encostando minhas costas sobre seu peito, fazendo-me suspirar quando senti suas mãos começarem a fazer caricias em toda a extensão de meus braços.
- Como você está se sentindo? – Perguntou depois de um tempo em silêncio.
- Estou um pouco cansada. – Confessei fechando meus olhos e encostando minha cabeça sobre seus ombros.
- Eu quero saber tudo o que o médico te disse meu anjo, não tivemos tempo para conversar a respeito. – Questionou curiosa, o que apenas concordei com a cabeça começando a explicar dos exames que me fizeram, das minhas dúvidas, dos meus medos, expliquei detalhadamente o que o Dr. Dylan me disse, Ludmilla apenas concordava com a cabeça prestando atenção detalhadamente em cada palavra que eu dizia. Depois de ter falado tudo o que aconteceu, ela ficou calada por um tempo, acredito eu, pensando ou tentando digerir ainda as palavras e como se um flash passasse por sua cabeça a mesma quebrou o silêncio – Bru ...
- Hum... – Resmunguei em protesto quando ela parou com as carícias.
- Eu acho que tivemos um pequeno descuido. – Sussurrou fazendo-me virar meu corpo para encará-la melhor querendo saber o que ela sabia. – Eu... Hum... É...
- Cielo. – Chamei-a acariciando suas bochechas sentindo-a um pouco tensa. – Respira... – Pedi vendo Ludmilla inspirar o ar de seus pulmões com força para logo em seguida soltá-los deixando seus ombros caírem.
- Eu tive um pequeno descuido... – Murmurou com uma expressão triste em sua face o que apenas arqueei uma de minhas sobrancelhas, e como se adivinhasse que eu não estava entendendo nada o que ela queria me dizer a mesma continuou. – Lembra daquele dia que fomos para a boate com as meninas? – Perguntou aflita fazendo-me apenas concordar com a cabeça, até porque foram umas das melhores noites que tivemos em toda minha vida. – Então... Hum... A gente... Q-quer di-dizer... Eu... Hum... Er... Não usei camisinha. – Confessou engolindo em seco soltando um longo suspiro abaixando a cabeça envergonhada, como se ela tivesse cometido um crime. – Eu acho que gozei dentro. – Concluiu dando-me para notar sua feição de culpa, girei meu corpo de modo que ficasse totalmente de frente para ela repousando minhas mãos delicadamente uma em cada lado de seu rosto erguendo sua cabeça de modo que me encarasse.
- Hey. – Chamei-a tendo sua total atenção voltada para mim. – Não quero que esse sentimento negativo lhe atinja, a culpa não é sua e nem minha, como podemos nos sentir culpadas se Deus nos presenteou com um pequeno ser que está a caminho? Claro que não planejamos essa gravidez, e que nos pegou totalmente de surpresa, mas, com certeza trouxe muita felicidade para nós. Um filho não planejado, é um presente inesperado muito especial, é algo capaz de mudar completamente nossas vidas, por mais que em um primeiro momento a ideia possa ter nos assustado, mas posso ter certeza de que nada melhor poderia ter acontecido em nossas vidas. – Falei enxugando as lágrimas que escorriam gradativamente de seu rosto. – Eu te amo cielo, e estou me sentindo a mulher mais feliz desse universo. – Completei abrindo um largo sorriso para logo em seguida ser puxada cuidadosamente por minha noiva em um abraço caloroso sentindo suas mãos repousarem em minhas costas nuas.
- Eu te amo tanto Bru... – Sussurrou em meu ouvido. – Eu prometo que farei de tudo para ser uma boa esposa, e uma ótima mãe para nosso filho. – Disse deixando um beijo casto em meu ombro direito. – Quero aproveitar cada minuto de sua gravidez, e se prepare, pois não irei sair do seu lado por nada nesse mundo. – Finalizou selando nossos lábios descendo suas mãos até minha barriga onde começou acariciar a mesma em um gesto carinhoso. – Ouviu mini-chicken, sua mamãe e eu iremos te encher de mimos. – Brincou com um lindo sorriso em seus lábios como se nosso filho lhe escutasse.
- Amor... Jura que você irá chamar nosso bebê com esses apelidos? – Perguntei indignada negando com a cabeça veemente.
- Me deixa, Bru... Estou conversando com o mini-chicken. – Alegou, fazendo-me revirar os olhos. – Está vendo filho, sua mãe acabou de revirar os olhos para mim. – Brincou roçando seus dedos ao redor de meu umbigo fazendo-me soltar um riso anasalado assistindo a interação dela com minha barriga.
Ficamos mais alguns minutos na banheira e quando sentimos a agua começar a esfriar, resolvemos sair da mesma com uma Ludmilla extremamente possessiva ao meu lado, querendo fazer tudo por mim, sei que deve ser seu espírito protetor, mas porra, não sou nenhuma aleijada, e posso muito bem me enxugar ou me trocar sozinha, para não gerar uma guerra naquele quarto, deixei que ela fizesse o que bem achava o certo.
Depois de escovarmos os dentes e devidamente vestidas, fomos para cama, deixando Brunno que já se encontrava dormindo entre mim e Ludmilla para que ela não virasse para o lado e caísse da cama. Ludmilla fechou todas as cortinas do quarto o que agradeci mentalmente por ela ter lembrado, assim não acordaria no dia seguinte com o sol em minha cara, apaguei a luz do abajur e me aninhei mais em minha irmã, repousando meu braço direito ao redor da cintura de minha noiva para logo em seguida senti suas pernas sendo entrelaçadas com as minhas, como de costume.
- Boa noite, meu amor. – Desejou-me selando nossos lábios rapidamente.
- Boa noite, cariño – Desejei-lhe soltando um longo bocejo sentindo meus olhos lacrimejarem denunciando meu cansaço.
- Boa noite, mini-chicken. – Ouvi dizendo para nosso bebê e logo após pousar suas mãos em minha barriga fazendo-me abrir um singelo sorriso em felicidade com sua atitude. – Eu te amo. – Sussurrou antes de fechar meus olhos e me entregar ao sono, mas não sem antes lembrar de que amanhã teremos longas histórias a serem contadas por nossas amigas e nossos pais, dando para sentir o cheiro de confusão que irá rolar no dia seguinte.
—————————————————-
Comentem bastante!
Até o próximo!!
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