Capítulo 22
Capitão Jhonson cumpriu tudo o que disse. Uma viatura da polícia rodou por meu quarteirão durante todo o final de semana. Não vi mais o carro que me perseguia, não aconteceu mais nada. Nenhum bilhete, mas eu sentia que algo estava prestes a acontecer. O assassino não iria desistir antes de sua missão terminar, ele só estava esperando o momento certo.
Estávamos todos preocupados com Ben. Me perguntava se ele ainda estava vivo, me senti culpado por não ter agido antes, mas Lexie dizia que não era culpa minha. Talvez realmente não fosse. No intervalo de segunda-feira, os policiais de Max entraram no colégio. Todos os seguiram com olhares curiosos. Max passou por nós e assentiu, fizemos o mesmo. Eles entraram na sala de Franklin, ficaram lá por cerca de dez minutos e saíram com o Diretor.
- Venham conosco. - Jhonson ordenou e assim fizemos.
Ninguém estava entendendo nada. Entramos na segunda viatura e seguimos para a delegacia. Franklin não estava algemado, mas aparentava estar irritado. Quando chegamos, Jhonson pediu para ficarmos na espera. Logo uma moça ruiva e alta veio até nós. Ela estava toda de preto, seus saltos faziam eco por onde passava.
- Olá, meninos. Meu nome é Lisa Miller e eu sou a Detetive do caso de vocês. Max pediu para que vocês acompanhassem tudo de perto. Vou interrogar o Diretor Franklin agora. Alguém quer assistir?
- Eu.
- Também quero ir. - disse Lexie.
Seguimos a Detetive Miller e ela pediu para ficarmos no lado de fora. A janela por dentro era espelhada, mas de fora, podia ver tudo o que acontecia dentro da sala. Um pequeno interfone estava ao lado da janela, onde podíamos ouvir tudo também. Franklin estava com as mãos abertas na mesa enquanto a Detetive apenas andava em volta dele. Apertei o botão do interfone.
- Diretor Franklin Martins. Um homem rico, dono de uma escola muito reconhecida na cidade. - começou a Detetive.
- Exatamente.
- A sua vida é aquele lugar, não é, Diretor?
- Claro.
- E o que acontece quando dois alunos seus são assassinados? - a Detetive parou de braços cruzados ao lado do diretor que olhava para a mesa.
- Eles cometeram suicídio.
- Na verdade, acho melhor começarmos literalmente do início. - a Detetive voltou a andar pela sala. - Alguns meses atrás, um dos seus alunos foi gravemente agredido dentro do seu colégio. Mas antes disso, ele já havia pedido sua ajuda, pois sofria bullying.
- Os agressores foram expulsos.
- Mas por que o Senhor não ajudou seu aluno?
- Eu achava que era brincadeira.
- Não, Diretor. O Senhor sabia que não era brincadeira. - ela olhou para Franklin que ainda olhava para a mesa. - Depois disso, um de seus alunos foi encontrado morto, aparentemente suicídio.
- Ele se enforcou.
- Sabe o que me deixa intrigada, Diretor? Depois que Richard Smith foi encontrado morto, o Senhor não deixou os policiais olharem as câmeras. Poderia me dizer o motivo disso?
- Ele deixou uma carta de suicídio. Era óbvio o que aconteceu.
- Então por que o Senhor subornou o policial?
- Eu não subornei ninguém!
- Por que o Senhor não olha para mim? - Detetive Miller parou em frente a Franklin que levantou lentamente a cabeça. - Isso está me deixando irritada. Vamos direto ao ponto. A Detetive jogou uma pasta em cima da mesa, Franklin deu um pulo para trás de susto. Ela se sentou na cadeira em sua frente e abriu a pasta, mostrando os bilhetes, a lista, todas as provas que entreguei a eles.
- Esse bilhete. - ela disse mostrando a Franklin. - Foi deixado no armário de um de seus alunos após a morte de Richard Smith.
- Pode ter sido qualquer aluno, uma brincadeira.
- Não. A grafia é de Richard. - ela pegou o bilhete de Lauren. - Esse aqui foi deixado no armário do mesmo aluno depois da morte de Lauren Cross, e a grafia pertence a ela.
Franklin estava com os punhos cerrados na mesa, suando. Suas pernas balançavam mais rápido do que a última vez.
- Isso é tudo mentira! - ele disse.
- Você muito inteligente. Mas não sabe mentir nem um pouco. - a Detetive sorriu e pegou o papel com a lista. - Conhece esses nomes?
Franklin pegou a lista e engoliu a seco. Suas mãos estavam trêmulas, ele mal conseguia segurar o papel.
- Conheço sim. - ele respondeu olhando para o papel.
- Os nomes dos seus alunos mortos estão riscados, acha isso coincidência, Senhor Diretor?
- Isso é tudo uma besteira! Tenho mais o que fazer.
Franklin se levantou e foi até a porta, foi quando a Detetive o puxou brutalmente de volta para a cadeira e o algemou.
- Já que o Senhor não está colaborando, vamos para a parte agressiva. - a Detetive virou a cadeira de Franklin e apoiou uma das pernas entre as duas pernas dele. - Dois alunos do seu colégio foram assassinados e as gravações sumiram. O Senhor sabe muito bem onde estão, o Senhor sabe de tudo. Me diz onde estão as gravações e encerramos o assunto, ou vamos abrir um mandado na sua mansão.
Os dois ficaram se encarando por segundos. A Detetive aproximou-se de Franklin mas o silêncio continuou.
- Fique à vontade para procurar.
Detetive Miller saiu da sala e parecia irritada. Passou por nós em silêncio. Vimos Jhonson no final do corredor e os dois conversaram por alguns segundos. Ele fez sinal para irmos até eles.
- Ele sabe onde as gravações estão. Mas não está com ele. Mesmo assim vou abrir um mandado. Podemos descobrir alguma coisa que nos leve até o assassino e o resto das provas. - disse a Detetive com as mãos na cintura.
- A Senhorita não acha que ele é o assassino? - perguntou Lexie.
- Não. Tenho quase certeza que ele está protegendo alguém. Vou trabalhar nisso, me chamem quando precisarem.
A Detetive se retirou e vimos Franklin sendo levado para a porta da delegacia. Ele me viu e me olhou nos olhos. Sua expressão estava diferente. Ele parecia estar com raiva ao invés de medo.
- Desgraçado. - Jhonson sussurrou.
- Eu deveria ter vindo aqui antes..
- Não é culpa sua, Liam. Imagino como sentiu medo. - assenti. - Não se preocupe, vamos achar Ben, a Kelly e acabar com isso tudo.
Jhonson deu um tapinha no meu ombro, um sorriso para Lexie e saiu. Fomos a encontro de Jonas e Maria que nos esperavam. Quando saímos da delegacia, um papel caiu em cima de mim. Olhei para o alto e não vi nada.
"QUANTO MAIS VOCÊ DESCOBRE, MAIS PESSOAS MORREM. A LISTA ESTÁ AUMENTANDO"
Naquele momento, eu soube quem seria a próxima vítima. Franklin.
E aí, pessoal? O que vocês acham que o Franklin ainda esconde? Comentem suas teorias, até o próximo capítulo!
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