Capítulo 15
Naquele momento, eu estava em pânico. Lexie não apresentava nenhum sinal vital e a estação estava completamente vazia. Respirei fundo e tentei me acalmar. Consegui forças não sei de onde e peguei Lexie no colo. Fui andando com ela nos meus braços até a saída da estação e gritei para um táxi que parou em nossa frente.
- Para o hospital mais próximo! Rápido! - gritei para o taxista que arrancou com o carro.
Em menos de cinco minutos chegamos no hospital. Joguei o dinheiro em cima do banco do carona e disse que ele poderia ficar com o troco. Peguei Lexie novamente e corri para dentro do hospital. Comecei a gritar por ajuda e logo veio uma equipe de enfermeiros com uma maca e a levaram. Uma das enfermeiras pediu para eu ir a recepção e dar os dados pessoais de Lexie e assim fiz. Logo depois, liguei para Adam que não demorou muito para chegar. Ele era um homem alto, forte e parecia muito com Lexie. Os olhos eram idênticos. Assim que ele me viu, correu e me abraçou. Me senti um pouco envergonhado, mas retribui o abraço.
- Muito obrigado, Liam.
- Fiz isso por ela.
- Ela é muito importante para você?
- Muito.
- Quando nossos pais morreram, prometi a mim mesmo que cuidaria dela. Mas eu faço isso muito mal. Meu trabalho me obriga a viajar demais, e eu sinto que estou perdendo a única pessoa que amo nesse mundo..
Adam começou a chorar. Ver um homem daquele tamanho chorando horrores me deixou sem graça.
- Você faz o que pode. Ela ama você. - eu disse apoiando a mão no ombro dele.
Adam assentiu e limpou suas lágrimas. Ele trabalhava em uma empresa de publicidade e sempre viajava. Seu trabalho exigia muito de seu tempo, mas eu sabia que Lexie era realmente uma pessoa muito especial para ele.
- Onde ela está? - ouvi uma voz grossa vindo da porta do hospital.
Me levantei e olhei para trás. Lá estava ele. Scott. O babaca Scott. Senti meu sangue ferver dentro das veias ao olhar para a cara daquele indivíduo.
- O que faz aqui? - perguntei indo em direção a ele.
- Ver minha namorada. - ele respondeu como se a resposta fosse algo óbvio.
- Vai embora.
- Como é?
- Vai embora, babaca! - eu gritei e senti todos do hospital me olharem.
- Com quem pensa que está falando? - Scott se aproximava.
- Com você mesmo, vai embora! Ela não quer você aqui!
- Como você sabe?
- Porquê você é um babaca! - dei um empurrão nele.
- Quem é você para me chamar de alguma coisa, moleque?! - ele me empurrou de volta.
- Eu sou a pessoa que mais ajudou a Lexie quando ela precisou! Enquanto isso, você cagou para ela! Você nunca deu a atenção que ela merecia! Você não está nem aí para o filho que ela está esperando, que aliás, é seu!
- Como é que é? - Adam se levantou.
Puta merda.
- É isso mesmo, Adam! Lexie está esperando um filho desse imbecil e ele não está nem aí!
Adam pegou Scott pela gola da camisa e o colocou contra a parede.
- Você engravidou a minha irmã, e vai assumir, ou vai se ver comigo, moleque de merda! - disse Adam entre os dentes.
- Se isso não parar agora, eu vou chamar a polícia! - disse um dos atendentes.
Adam soltou o Scott que veio em minha direção. Por mais alto que ele fosse, não baixei a guarda. Eu sabia que estava certo.
- Fica longe da minha namorada.- ele sussurrou.
- Você é um veneno para Lexie. Tão tóxico quanto as drogas que ela está usando para abortar o filho que carrega. Que aliás, eu tenho certeza que você exigiu o aborto.
Scott me deu um soco no rosto que cai para trás. Levei uma das mãos a boca e vi um pouco de sangue. Ouvi umas vozes altas mas não prestei atenção nas palavras. Adam me ajudou a levantar e pediu um pouco de gelo para a enfermeira que trouxe logo depois.
- Nunca gostei desse cara! - Adam parecia furioso.
- Nem eu. Ele foi embora? - eu disse me sentando na cadeira.
- Expulsaram ele daqui. Com gelo isso deve melhorar.
Assenti e me encostei na cadeira. Naquele momento eu sentia tanto ódio do Scott que eu poderia mata-lo ali mesmo. Alternei o gelo entre minha bochecha e meu lábio. Comecei a sentir uma dor de cabeça enorme. Fiquei de olhos fechados tentando esvaziar a mente, tentativa falha. Muito tempo havia se passado e nenhuma notícia de Lexie. Adam me ofereceu um café e biscoitos, aceitei. Ele parecia ser um homem bom, talvez eu pudesse confiar nele em relação a Lexie. Depois de quase duas horas, um senhor de cabelos grisalhos veio até nós usando seu jaleco branco.
- Boa noite, senhores. Vocês são os responsáveis por Alexia Foster? - assentimos. - Bom, ela está viva.
Senti um alívio extremo no meu peito, na minha alma. Abaixei a cabeça e comecei a chorar. Adam pôs a mão em meu ombro.
- Pelo o que vimos nos exames dela, Alexia vem ingerindo álcool e drogas à algumas semanas. Descobrimos também que ela está grávida, e isso pode gerar muitos malefícios tanto a ela quanto ao bebê.
- Ela está fazendo isso para abortar. - os dois me olharam.
- Ela sabe que pode morrer nisso tudo, não é? - disse Adam e eu assenti.
- Alexia teve uma overdose hoje. Por pouco ela não entrou em coma.
Senti meu coração dar um nó, uma dor que me fez chorar mais ainda. Aquilo estava sendo demais para mim.
- Conseguimos reanima-la e já iniciamos a medição. Ela vai tomar bastante soro, pois está um tanto quanto desidratada.
- Ela vai ficar bem, Doutor? - perguntou Adam.
- Com certeza sim. Graças a você - ele apontou para mim. Levantei a cabeça. - Alexia vai sobreviver. Se você não tivesse vindo com ela até o hospital, ela já estaria morta. - Sorri levemente.
- Alexia vai passar a noite aqui, sugiro que vão para casa descansar. Sou o Dr Cooper. Qualquer coisa é só me procurar.
Agradecemos e o médico voltou ao seu trabalho. Adam disse que não iria embora e insistiu para que eu fosse descansar. Neguei e permaneci ali no hospital. Mesmo se eu fosse para casa, não iria conseguir dormir. Liguei para a minha mãe e disse que iria ficar no hospital com Lexie, não entrei em detalhes. Ela ficou muito preocupada e pediu para mandar notícias. A noite seria longa. Fui para o lado de fora do hospital e sentei no meio fio. Abaixei a cabeça a abracei meus joelhos. Respirei fundo e lentamente para tentar manter a calma.
- Você é um grande homem. - dei um pulo de susto quando ouvi a voz de Adam ao meu lado.
- Sou apenas um garoto de 16 anos.
- Não. Sua idade é apenas um número. Pelas atitudes que você teve hoje, me mostrou ser um grande homem. Fico feliz em saber que minha irmã tem você.
Olhei para Adam e sorri sem mostrar os dentes. Ele fez o mesmo. Me senti bem ao ouvir aquelas palavras. Eu sempre faria de tudo para proteger Lexie.
- Sua irmã salvou minha vida uma vez. - Adam me olhou. - Eu estava levando uma surra de uns valentões no colégio, ela encarou os caras e me tirou de lá. Eu não salvei a vida dela porquê achava que era algum tipo de dívida. Lexie é muito importante para mim. Salvei a vida dela porquê.. eu simplesmente não consigo mais ver minha vida sem ela. Além disso, Lexie merece um mundo. Ela é uma garota incrível. Sempre vou fazer de tudo para que ela esteja segura e feliz.
- Você é o anjo da guarda dela.
Olhei para a rua que estava na nossa frente e suspirei.
- E ela é o meu.
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