Chapter Seven
Boa Leitura, perdão pelos erros 😊♥
— • * • * • —
(The song and New Feelings)
Louis Tominson — Doncaster 4:59 P.M.
Alojamento
Eu estava sem reação e não sabia como me sentia ao ouvir aquela melodia e absorver a letra que Harry me escreveu:
Hey Angel
Ei anjo
Você sabe as razões pelas quais olhamos para o céu?
Ei anjo
Você nos olha e sorri quando nos apegamos ao passado?
Ei anjo
Eu gostaria de ser um pouco mais parecido com você
Você queria ser parecido comigo?
Tudo que eu quero é ser mais parecido com você
Você queria parecer comigo?
Ei anjo
Me diga, você nunca tentou chegar ao outro lado?
Ei anjo
Me diga, você já chorou enquanto jogamos fora nossas vidas?
Sim, eu te vejo no bar e no fim da minha cama
No banco de trás do meu carro, bem atrás da minha cabeça
Eu ganho vida quando ouço a sua voz
É um lindo som, é um lindo ruído
Ei anjo
Ei anjo
Você olha para o céu?
Você olha para o céu?
Como é que ele pode ser tão maravilhoso? Um amigo maravilhoso. Eu não estava com palavras no momento para lhe agradecer pela música e curioso para lhe fazer tantas perguntas.
Mas eu precisava....
Status: Apenas um garoto preso em sonhos e fantasias
Hazza
Visto por último às 10:40 A.M....
Eu: Harry?
Eu: Você não sabe como me encontro agora, a letra dessa música e a melodia. Como você consegue deixar tudo tão especial?
Eu: Obrigado ♥
Eu: Juro que estou procurando as palavras para te agradecer, mas parecem que somem quando se tratam de você... :’)
Eu: Por isso, quando eu estiver sozinho vou gravá-la para você. Não sabe como eu não imaginava fazer isso de novo, cantar...
Eu: Obrigado, espero poder falar com você logo ♥♥♥♥
Desliguei o celular, secando minhas lágrimas com o torço da mão, aquela música significou muito para mim. Como eu ia imaginar que um amigo virtual me faria tão bem?
Nunca...
Escondi o celular novamente debaixo do travesseiro, ouvindo a respiração nervosa vindo do Zayn que estava dormindo, de repente ela foi ficando acelerada e descompensada, seu corpo endureceu de uma forma assustadora, Zayn abriu os olhos com lágrimas e ele levou a mão na barriga, seus olhos suplicavam por ajuda em seguida virou-se para o lado, vomitando sangue, muito sangue.
— Zee! — fiquei de joelhos na cama, sentindo uma leve tontura, mas a ignorei para passar as mãos nas suas costas.
Percebendo que ele estava engasgando com o próprio vômito, gritei desesperado por ajuda, gritei o nome de todos que podiam me ouvir, mesmo que isso afetasse minhas cordas vocais que não estavam boas. Eu chorava porque ele não parava de vomitar e achei que ele estava vomitando seus órgãos junto.
A porta fora aberta em um modo desesperador, Shawn e os outros ajudaram Zayn que não parava de ter uma convulsão, Eva adentra com o celular em mãos, provavelmente ligando para a emergência. Senti duas mãos me puxando para trás e gritei, mas Luke não me deixou ir para perto de Zayn.
— Me larga! Eu quero ficar com ele! — tentava me soltar.
— Lou, Lou, acalme-se, por favor!
— Leve-o para fora do quarto, Luke, a ambulância está vindo aqui. — Eva desligava o celular, apontando para fora.
Mesmo que eu berrasse, mesmo que eu lutasse contra a força de Luke, eu não consegui vencer pois estava fraco demais para isso. Ele me levou enquanto Zayn estava no quarto, sofrendo e com dor.
....
Park Hill Hospital
UTI
Sala de Espera
Zayn foi levado da casa de campo já desacordado, com uma palidez inexplicável, não pude o reconhecer. Tive que tomar um calmante e prometi me comportar para estar aqui, com meus amigos a espera de notícias de Zayn. Fazia exatamente uma hora e nada de algum médico aparecer. Eu estava cogitando em entrar em um surto, caso ninguém aparecesse naquele instante.
De canto, vi Selena se aproximando de mim com um copo de água e secando as lágrimas que caiam dos seus olhos. O nariz estava vermelho quanto o rosto, acho que também me encontro nesse estado. Do outro lado, Shawn abraçava Eva de lado, pois a mesma estava desabada em seus soluços e nas mãos carregava seu crucifixo rosa. Ela o apertava com tanta força que seus dedos estava brancos por causa da pressão. Justin e Luke se encaravam e tentavam uma conversa, embora tudo que faziam eram olhar desolados um para o outro e balançarem a cabeça como se concordassem que não havia como tentar pensar em outra coisa no momento.
Estamos todos sentidos e angustiados, precisamos da resposta que demorava tanto para vir.
O perfume de rosas invade minhas narinas, assim que estendo a minha mão para pegar o copo de plástico úmido. Estava tremendo e a todo instante escondia minhas mãos no moletom. A cabeça de Selena deitou-se no meu ombro e ouvi um suspiro de lamento saindo do seu lábio.
— Estou com medo, não vou mentir — confessou depois de um tempo. — Eu não quero perder ninguém aqui, mesmo que Zayn nunca falasse, ele sempre foi um amigo prestativo.
Termino de beber um gole de água, me voltando para a minha amiga.
— Estou com medo também. — a abracei de lado. — E ele falou comigo antes de tudo acontecer, usou mais de cinco palavras.
Selena me encarou com os olhos arregalados e os lábios entreabertos.
— Sim, eu sei. Não me pergunte o motivo, apenas saiba que esta completamente certa ao dizer que ele é um amigo prestativo. Pela primeira vez na minha vida, eu não quero a morte presente, aqui. — Coloquei a mão no meu peito.
— Você agacha que... que ele vai sobreviver?
Eu poderia ser o cara positivo como Shawn, apertar a mão da Selena e sorri guardando a dor para dizer: “Ele vai sim, Zayn é um cata forte, não seria capaz de nos decepcionar. São cinco anos, cinco anos! Se ele está aqui hoje é porque tem um motivo grandioso para viver”. Mas eu sabia que ele não queria viver, eu não era o cara positivo da história, apenas estava ali, com um medo mas sabendo das consequências de tudo.
Olhei para a Selena por segundos longos, abrindo a boca para respondê-la, mas o médico havia aparecido com a prancheta e me levantei junto com aqueles que estavam sentados.
— Então doutor, qual a situação de Zayn? — Eva se apoiou em Shawn para não cair.
O homem alto de cabelos de cabelos pretos e cacheados, ergueu o olhar para cada um presente ali, espremendo os olhos acidentados e puxando a respiração de dentro para fora, não mostrou esperanças quando nos fitou.
— Zayn perdeu mais quilos, inexplicavelmente, chegou à 28 quilos depois de lavarmos seu estômago composto de ácido, ele está sem cálcio nos ossos e não consegue se mover sozinho, seus ossos estão mais expostos do que antes, as forças dele estão se esvaindo e a sua estimativa de vida é pouco, apenas não podemos dizer o prazo de nada. E também, estamos tentando colocar um tubo no estômago dele para que absorva a comida, pois se ele não estiver com energia, sua partida será muito mais rápido do que antes. — O doutor dizia. — Também descobrimos um tumor nos pulmões do rapaz, existe muita água neles, infelizmente ele se alastrou como uma bomba nuclear, destruiu cada parte firme deles. Zayn estar com câncer de pulmões e também de estômago, infelizmente forçando os vômitos, prejudicou a úlcera dentro de si. Eu sinto muito.
Eva desabou em lágrimas, eu não conseguia acreditar no que ouvia, Zayn estava com câncer, Zayn estava morrendo como sempre quis. Eu queria aquilo para mim, mas por que eu não estava bem? Por que estavam caindo lágrimas dos meus olhos? E por que eu queria que ele lutasse mais um pouco? Por que eu não queria deixá-lo morrer?
Selena me abraçou e molhou meus ombros com suas lágrimas e eu enterrei meu rosto na sua nuca, deixando-me ser dominado pela emoção que abraçou meu coração.
A dor é o pior sentimento e sensação que algum ser humano poderia existir; pois é uma mistura de coisas que vão te perfurando por dentro, você sente agonia porque não consegue se afastar ou desvencilhar dela. Esta preso nessas corrente do mal, predestinado a ouvir suas calunias que destroça tudo em si. Você pode negá-la mas ela é intrusa, sempre da um jeito de entrar na sua vida, você não pode deixá-la permanecer como hospedeira.
— Podemos vê-lo? — Pergunta Eva.
— Sim, mas não deixem ele fazer esforços, tanto em movimentos ou vocais. Deixarei que entrem em dupla e precisaremos de uma pessoa para ficar com ele, afinal, Zayn não sairá tão cedo daqui.
Assentimos horrorizados com toda a situação, Luke e Shawn foram juntos falar com Zayn, voltando depois com Luke sendo apoiado por Shawn — nosso amigo loiro estava com os olhos mais inchados do que antes, parecia que ia perder seu mundo —, depois foi Selena e o Justin, ambos voltaram tristonhos e nossa amiga fungava toda hora dizendo: “Eu não quero isso para ninguém”, em seguida era abraçada por Justin. Quando foi a minha vez e a de Eva, mantivemos nossas mãos juntas e segurando uma na outra. Abrimos a porta com cuidado e não foi possível segurar o pavor, quando olhamos para Zayn; ele estava envoltos de aparelhos ligados ao seu corpo, estava mais magro e eu não sabia como era possível aquilo, suas olheiras profundas, havia o aparelho contando seus batimentos cardíacos, ele estava diferente de horas atrás e tudo o que eu quis foi dar minhas forças para ele.
Seus olhos castanhos encontram os meus azuis no meio daquela imensidão de dor, ele puxou os lábios em um sorriso fraco.
— Não faça isso. — repreendido seu ato.
— Não...fazer? — sua voz soou distante e fraca.
— Aja como se estivesse tudo bem. Porque você está horrível nessa cama, se quer saber.
— Muito gentil. — ele sorriu fraco e eu retribui com os olhos cheios.
Eva se afastou de mim, indo para perto de Zayn e segurando sua mão, vi que eles se encaravam como mãe e filho, aquela cena me fez entender que eles precisavam de um tempo para falar, nadei até o parapeito da janela, apoiando minhas mãos na mesma e me concentrei nas nuvens que jazia a cortina de chuva que caia do outro lado.
Eu podia ter me afastando mais ouvia a conversa de ambos.
— Por que está desistindo, Zayn? Por que está deixando-nos aqui? — Eva perguntava com a voz melancólica.
Ouve um silêncio de trinta segundos ao todo, acompanhado das fungadas e soluços de Eva.
— Não da mais pra mim. — Zayn disse ofegante. — Sinto muito.
Há um momento na nossa vida que até mesmo um textão e vários dias de diálogos serão incapazes de dizer tudo o que estará acontecendo conosco. Como em situações como aquela, tendo a consciência plena de que seus segundos de vida, estão a um passo de acabar, e que você quer isso para você. E ao mesmo tempo te causa angústia, pois existe aquela pessoa que não entende o que se passa com você e que a todo custo quer te ajudar mas você já não quer ser ajudado, porque simplesmente, acabou. Game over. Já aceitou qual é seu destino. Zayn nesse momento, é labirinto e Eva a esperança de que esse labirinto tem uma saída que levará para o lado bom.
Tragicamente, essa é a minha forma de lidar com os fatos.
“Sinto muito”, sempre será nossa resposta quando não houver outra para dar aqueles que não entendem, quando você já se cansou de assuntos repetitivos que te levam a brigar com a pessoa. “Sinto muito se eu te magoei”, “Sinto muito, mas eu desisti da minha vida”, “Sinto muito, mas eu já não tenho forças”, “Sinto muito por te desapontar”, “Sinto muito, mas não podemos ficar juntos”, “Sinto muito....”
Essas duas palavras são mais mórbidas para uma pessoa do que dizer “Adeus”.
— É isso que você quer? — Eva pergunta.
— Eu acredito que tudo tem um motivo... Eva, o meu é esse bem daqui. Eu... Eu sinto muito.
Viu? Lá está ele dando as caras, “Sinto muito”.
— Eu o amo como meu filho, assim como seus outros amigos, ainda rezarei por você e por mais que tenha desistido de você, querido, eu não desisti assim como dos outros. Vamos estar aqui com você, até quando achar que deveremos ficar.
— Obrigado. Eu te amo, como minha mãe.
Virei-me para encarar aos dois se abraçando e Eva molhando os ombros de Zayn, olhando em seus olhos após fazer um carinho e por fim selando seus lábios na testa do mesmo. Ela arruma sua roupa, secando as lágrimas e ambos me encaram e encarei aquilo como uma deixa para mim se aproximar. Coloquei a mão por detrás da calça e puxei os lábios para sorri triste.
— Não faça isso. — Zayn me repreende.
Arqueei a sobrancelha.
— Fazer o quê?
— Sorria como tudo estivesse bem. A propósito seus olhos estão muito inchados e você está muito pálido, palito! — Ele imita a mim, segundos atrás.
Sorri diante ao seu comentário e fui segurando sua mão gélida, ele a apertou com a sua força e eu a dele, com a minha. Ou seja, pareciam mais um toque do que aperto. Fiquei fazendo um carinho ao encarar seus olhos e quase pedindo para ele ficar mais um pouco na terra e não morrer. Queria passar tempo com o Zayn, o tempo máximo que eu pudesse, porque ele é importante demais para mim.
— Eva, me deixe ficar com ele aqui? — a encarei com os olhos cheios, mas prendendo as lágrimas. — Pelo tempo que o médico exigiu.
Nossa “tutora/coordenadora”, me encarou com os olhos baixos. Sei que ela queria ficar tanto quanto eu ali, por isso não seria fácil de ceder ao meu pedido.
— Por favor... — insisti.
Meu peito apertou, quando ela olhou para o Zayn que apenas balançou a cabeça e foi fechando os olhos como se estivesse muito mais cansado que antes.
— Tudo bem, você pode, mas vai ter que voltar para casa de campo, quero permanecer com Zayn até o horário de visitas acabar. Pode fazer isso, querido? Diga ao Shawn que ele vai dirigir e que está responsável até minha volta.
Balancei a cabeça e encarei que estava dormindo. “Ele ainda está respirando, acalme-se, ainda não é a hora”, dizia meu eu, suspirei deixando uma lágrima escorrer, me aproximo do rosto de Zayn, selando nossos lábios rapidamente, sem me preocupar com o que a Eva ia pensar, eu apenas precisava fazer aquilo.
Depois olhei para ela, que sorri e nos abraçamos. Refiz meu caminho para voltar para a GSOL, aonde pegaria minhas coisas de volta e faria algo por um amigo.
•乂 • 乂 •
Minha mochila estava pronta com as roupas e minha escova de dente. Meus amigos estavam na sala, assistindo um filme para ver se não pensavam na tragédia que estava para acontecer em nossas vidas. Ninguém queria aceitar que estamos prestes a perder um amigo que amamos. E eu entendo o sentimento deles, mas ajo completamente diferente.
No meu canto, peguei a letra que Harry mandou para mim e sorri, senti meu coração apertar porque o queria aqui para poder receber seu abraço. Fechei meus olhos e deixei a melodia eclodir pelo computador, era suave e calma vindo do seu violão, deixei o ar dos meus pulmões faltarem quando cantava cada verso de Hey Angel. Algumas lágrimas saiam, pois tinha a sensação que a minha voz ia falhar a qualquer momento.
Quando terminei de gravar, enviei para ele a música e mandei uma mensagem:
Eu: Oi Hazza! Olha, aconteceram algumas coisas que me deixaram ausente daqui mas vou levar o celular comigo para podermos conversar ♥
Eu: Fica bem, espero que goste do áudio tanto quanto gostei da sua composição!
Eu: Lembre-se que pode contar comigo sempre!
Eu: beijos ~(^з^)-♡
Desliguei meus aparelhos, colocando o celular na mochila e o notebook no esconderijo dele. Arrumei a minha mochila com cuidado e logo me veio a sensação ruim, vindo do meu estômago, como se estivesse tomado larva e agora ela estivesse queimando meu estômago. As lágrimas caíram ainda mais dos meus olhos, me vi encolhendo na cama e com os braços envoltos da minha cintura. Essa é a pior sensação de todas, a tortura que acaba com parte do meu dia, com todo o meu eu interno. Um embrulho remoer meu estômago e eu corro para o banheiro, a tempo de abrir a tampa do vaso e colocar tudo para fora, ou seja: água. O liquido começou a ficar verde aguado e mudou para vermelho, eu sabia que aquilo era sangue. Comecei a chorar assustado por ser em muita quantidade e não conseguia parar.
Foram longos minutos de tortura, que terminaram com o meu corpo fraco sentado no chão, o gosto horrível de metal na boca, a sensação de queimação que não passava. Contei até vinte, após dar descarga e me apoiar na pia, sem olhar para o meu reflexo, lavei a boca e escovei os dentes, depois fitei meu reflexo; o holocausto podia ser descrito a minha imagem, mas eu ainda minha via muito acima do eu pretendia estar, apertei com a palma ao redor do meu braço e mais um dedo, estaria dando a volta por completo nela.
“Você ainda está gordo, vamos acabar com isso, ainda não é o resultado”, dizia a Ana e eu concordei com um balançar da cabeça.
— Você só pode ser maluco mesmo. — Luke falou encostado no batente da porta.
Meu coração entrou em disparada, me fazendo dar um pulo e bater com a mão no pote de escovas e derrubá-las toda sobre a pia.
— Hemmings, isso não foi legal! — Resmunguei colocando cada escova no lugar.
A verdade era que eu ainda estava assustado com a sua aparição repentina, fora que estava tremendo. Infelizmente parecia que David, iria entrar pela aquela porta da mesma forma que Luke fazia.
— Me diz, por que você está tentando se matar ainda mais? — Ele cruzou os braços, encostando as costas na pia.
— Não sei do que está falando.
— Você estava vomitando, acha que eu não ouvi? — Arregalei os olhos, encarando seus olhos azuis que estavam semicerrados na minha direção. — Por acaso, Zayn está morrendo em uma cama de hospital não é um exemplo para que mude suas atitudes Louis?
Olhei para ele sem paciência.
— E quem te deu o direito de ficar me vigiando? — retruquei suas palavras.
— Não estou. — Franzi o cenho mostrando que não acreditava nas suas palavras. — Entrei no quarto para te chamar para se juntar a nós lá embaixo, porque a Eva disse que demorará mais um pouco, pois Zayn deu uma parada cardíaca no hospital.
Foi como ouvir que eu iria ter que voltar a comer como antes, pode até parecer engraçado de se ler, mas me vi sem chão. Meus olhos procuraram um modo de não derramar mais nada, contudo essa atitude foi em vão, já que estava soluçando após abraçar meu corpo. Luke envolveu seus braços ao redor de mim, afagando as minhas costas, eu enterrei meu rosto no seu peito me permitindo sentir a dor que não queria.
— Também não queremos o perder. — Luke falou, secando minhas lágrimas e beijando sua testa. — Não queremos perder você também. Por que quer nos deixar como Zayn?
Luke estava com o olhar preocupado sobre mim. Não gosto disso, fazer as pessoas perderem seu tempo se preocupando comigo, com a minha saúde, deixa do de viver suas vidas para ter que me dar uma atenção a mais. Isso me faz sentir um peso forte nas costas deles.
Abri e fechei a minha boca, pronto para dizer meu “Sinto muito”. Quando Luke arregalou os olhos ao olhar para meus braços descobertos.
— O que é isso? — Ele segura meus braços antes de eu puxar as mangas. — Louis você está anoréxico demais! Olhe isso! — Ele puxou mais as mesmas. — Está mesmo parecendo um palito, você tem comer alguma coisa.
— Pare. — dei um passo para trás, me cobrindo. Em seguida o encarei desolado. — Por que não vamos descer? Vai ficar tudo bem comigo. — pisquei para ele.
Mas Luke voltava a segurar meu braço.
— Até quando? — Ele me encara com dor nos olhos, não conseguindo fazer isso por muito tempo por causa dos meus ossos.
De alguma forma me sentir desconfortável e.... Tocado pelo seu olhar. Suspirei, passando os dedos no seu rosto e sorri.
— Você é como um irmão mais velho para mim. — Disse.
— E você como um irmão mais novo. — Ele me abraçou com cuidado. — E você tem que se cuidar, não to brincando.
Abracei ele de lado e fomos andando quando ele passou o braço ao redor de mim. Luke pegou a minha mochila, jogando a no ombro e beijou meu rosto demoradamente.
— Espero que fique tudo bem. Eu amo você, Lou.
— Eu também te amo, Luke.
• 乂 • 乂 •
De volta a sala de UTI, fiquei sentado na poltrona que ficava ao lado de Zayn, ele estava acordado, olhando para o desenho do Batman que passava na TV acabo do hospital. Eva me disse que ele foi reanimado e que seu estado de saúde ainda permanece no vermelho, Zayn passara a fazer quimioterapia, exames e tomara muito mais medicamentos do que tomamos na GSOL, ele ficará por tempo indeterminado naquela cama de hospital, seus osso não tem mais força para ele ficar de pé como antes.
Tudo aconteceu tão rápido... Ele estava bem, horas atrás e agora, tudo mudou drasticamente para o seu lado.
Me vi como um melancólico que não quer perder aquela pessoa especial para a morte. Nossas mãos estavam entrelaçadas e eu não conseguia parar de encará-lo.
— Bem, sei que não estou tão lindo quanto antes mas não precisava ficar me estudando Tomlinson. — ele se virou e me encarava.
Eu sorri, sentindo as minhas bochechas queimarem por ele me pegar no flagra.
— Desculpa.
— Tudo bem. Eu sei que sou irresistível até morrendo. — Ele piscou.
— Como sempre, se gabando. — Rolei os olhos. — Como se sente?
— Com um tubo me alimentando contra a minha vontade, com a sensação de que estou indo embora a cada segundo... Mas vou ficar bem. E você, como é está do outro lado?
— Uma droga, porque estou quase implorando para que você não morra e me deixe aqui, querendo chorar que nem uma criança mimada e sabendo que essa é sua decisão, uma parte de mim não consegue aceitar. — fui sincero. — Não imagina que seria assim a minha reação.
Ele ficou em silêncio me observando.
— Pra quem disse que não tinha sentimentos para isso, você está bem comovido com o fato de que vou morrer.
— Cale a boca, idiota. — disse choroso.
As lágrimas saíram mais ainda, porque eu sabia que iria sentir falta daquilo, de poder conversar com ele, porque ia lembrar do dia de hoje e ia chorar por querer que esse dia volte mas encarando a realidade de que não vai voltar.
— Ei vem aqui, deite-se comigo! — Zayn me chamou com a mão e olhou para o espaço vazio ao seu lado na cama. Tirei meu vans e me deitei ao seu lado, tomando cuidado com os aparelhos que estavam no seu corpo. Zayn moveu a mão lentamente e colocou ao redor de mim seu braço, de alguma forma, ele estava com mais força do que antes, mas a sua força, não a exagerada. — Vai ficar tudo bem, eu estou aqui ainda, palito.
Dei uma risada engasgada.
— Eu sei, esqueleto. — refutei, e ele gargalhou baixo.
— O esqueleto precisa de um beijo, mas aviso que estou com gosto de remédio.
— Olha que legal — me apoio no antebraço para encará-lo. — E eu também.
— Vamos misturar os gostos.
Sorri e segurei o seu rosto, juntando nossos lábios lentamente em um beijo calmo e lento, um beijo que envolvia nosso tempo. Ele tinha razão, estávamos com gosto de remédio na boca, mas nosso beijo deixou tudo doce. Assim que nos faltou ar, beijei a ponta do seu nariz e voltei a me deitar ao seu lado, deitando minha cabeça em uma parte do seu peito. Zayn e eu ficamos assistindo a TV, eu não gostava muito mas aquele dia, abri uma exceção.
Harry Styles — Homes Chapel 6:30 PM.
Praça próximo da sua casa
Gemma chegará mais cedo da casa do seu noivo, e veio logo me enchendo de abraços e beijos, me perguntando porque eu estava abatido, mas eu preferi não mostrar que estava triste por algumas coisas que não me ligam. Mostrei a ela o Nemo, e como ela veio toda animada, já sugeriu que descemos uma volta com ele na praça. Assim como ficou toda animada com o fato de eu estar com um celular depois de anos. Confesso que estou querendo falar com o Louis mas queria da um tempo daquilo.
Passei a tarde chorando, e isso piorou meu estado crítico vocal, afinal tossi muito forte, que chegava a doer a garganta, tomei o remédio, mas foi o mesmo que nada. Eu quis beber um chá quente, para poder queimar aquela mucosa viçosa dela. Mas eu sabia que não ia adiantar e minha fala sumia.
— E você tem um novo amigo, que se chama Louis e que mora em Doncaster? — ela indagou enquanto nos sentamos no gramado e olhamos Nemo morder a bolinha que Gamma jogava para ele.
Eu havia mostrando o site para ela, não mostrei as conversas mas o quanto Louis é especial para mim. Não mostrei a música que ele cantou para mim pois era algo pessoal meu e dele. Gemma me chamou de chato mas não me abalei tanto com aquilo. E de modo que a mesma me chamou de “insensível”.
Assenti com a cabeça.
— Vou morar em Doncaster, Harry. — meu coração pulou quando a ouvir dizer aquilo. — Depois do casamento, já compramos nossa casa e já estamos garantidos no emprego por lá. Afinal, Tony nasceu lá e tem muitos amigos, família... Quando eu estiver com a casa mobilhada, você pode ir nos ver com nossos pais e quem sabe, conhecer seu amigo.
Aquela ideia não era ruim, me deixava ansioso e fazia meu coração acelerar descompensadamente porque ao pensar em ver o Louis pessoalmente me animava de algum modo que queria puxar meu celular e lhe mandar uma mensagem. A voz dentro de mim queria gritar para que todos soubessem que eu posso ver meu Anjo.
“E quando vocês vão se casar?”, Fiz os gestos com a mão.
Gemma também sabia fazer libras com as mãos. Assim como lê-las visualmente.
— Agora você se anima com o meu casamento, é? — ela solta uma risada. — Isso se chama interesse, jovem Styles.
Rolei os olhos. “Isso se chama: ‘Eu estou feliz por conhecer um amigo especial pessoalmente. Mas feliz pela sua felicidade’, sua boba!”
— Claro, claro. — Gemma ergue as mãos para cima. — Eu quero conhecer esse Louis, porque ele te deixa de um jeito que não vi antes.
Sorri, ao lembrar que gravei sua imagem na minha mente, em como não tive problemas ao puxar assunto com ele, em como eu gostava de ouvir a sua voz e pensar na possibilidade de lhe tocar, colocar minha cabeça no seu peito e sentir as vibrações da sua voz, me deixa com um brilho nos olhos que não posso descrever; apenas quem os vê.
“Louis é meu grande amigo”
— E quanto aos outros, maninho? — Ela coloca mais uma da mecha castanha atrás da orelha.
“Niall e Liam são meus amigos para toda a vida, Louis é meu grande amigo especial, que também levarei para toda a vida, no meu coração”. Toquei no peito e sorri para minha irmã.
Gemma ficou me observando como se estudasse meus sinais corporais, e eu balancei a cabeça para que ela parasse com aquilo, pois não era nada legal. E desconfortável também.
Nemo, logo veio balançando o rabinho com a bolinha na boca e deitou nas minhas pernas dobradas. Fiz um carinho no seu pelo e voltei a me concentrar na minha irmã.
— Mas então... Como vão os estudos? — Perguntou-me e sentir a garganta travando.
“Bem, estão muito bem”, Movi as mãos, fazendo os meus sinais e ela concordou.
— É bom saber que você não mente muito bem, maninho. — a encarei incrédulo. — Por que não está estudando para o vestibular, Harry Styles?
Droga! Nunca consigo mentir direito, as pessoas mais sábias, observadoras como Gemma, Liam e as vezes meus pais, desconfiam de cara e descobrem a verdade sobre a minha mentira. Suspirei, fitando a minha irmã que esperava por uma resposta.
“Gem, não é pra mim essa vida, entende? Não são todas as universidades que tem suporte para deficientes como eu ou o Niall, é difícil e as que tem são caras para que nossos pais paguem. Eles tem as contas, pagam minhas consultas, remédios e outras coisas. Eu realmente estou encarando a minha realidade!”
— Você... — Ela se aproxima envolvendo os braços ao redor do meu corpo. — Irmãozinho, não tem que pensar assim, pra tudo nessa vida tem um jeito, Niall não diz sempre que tem que ser mais que as dificuldades que a vida lhe impõe?! Vamos lá, você consegue Hazza!
Suspirei, olhando para o Nemo que mordia a bolinha e parte da minha perna também.
“Dois anos sem estudar Gemma, você acha que se não fosse para mim conseguir, eu já não o teria?!” , faço os sinais com as mãos e as passo nos meus cachos.
Recebi seu olhar duro e ao mesmo tempo acolhedor.
— Tudo é no seu tempo, Harry, você ainda é muito novo e pode fazer muita coisa ainda. Não desanime por não conseguir passar duas vezes em uma prova. Quando duas portas se fecham, irmãozinhos, mais duas se abrem e assim segue até que a porta definitiva aparece. — ela fez um carinho no meu rosto. — Você gosta de tirar fotos, não é? — assenti. — Pois bem, vou pagar um curso de fotografia para que estude em casa, mas terá que se dedicar, certo?
Olhei para a minha irmã com os olhos cheios.
“Sério? Gemma obrigada!”
Nos abraçamos fortemente, eu dei uma fungada no seu ombro. Estava emotivo demais aquele dia. Muito mais sensível do que os dias anteriores.
• * • * • * •
7:28 PM.
Gemma havia ido até o homem que vendia a pipoca, íamos pra casa pois a mamãe havia feito um jantar em especial pela chegada de Nemo como pelo fato de coisas boas possam vir na nossa vida, afinal o pet deles irão inaugurar mais uma longe aqui em Holmes Chapel. Fico tão feliz quando vejo meus pais com um sorriso no rosto e não lágrimas de preocupação comigo. Olhava para Gemma que trazia Nemo em um braço e segurava o saco de pipoca na outra mão. Puxei meu celular e vi que Louis havia me respondido.
Meu coração acelerou somente de ver seu nome ali na minha tela de bloqueio, queria poder ouvir sua voz na música que compus, mas tinha que fazer isso sozinho, pois era meu momento. Ele dizia por mensagem que estava com alguns problemas e isso me preocupou, mas ele dizia que levaria o celular, então poderíamos conversar quando ele entrar, resolvi mandar uma mensagem:
Eu: Oi Lou! Eu ainda não ouvi seu áudio mas quando eu chegar em casa, te mando uma mensagem dizendo o que senti, embora você já saiba de como falarei!
Eu: Amo sua voz... Espero que fique tudo bem com você e sobre o que lhe deixa ausente, logo vai passar, eu estou aqui para poder conversar sobre, se quiser (^.^)♥
Eu: Espero poder falar logo com você.
Eu: Tenho novidades boas para lhe dizer.... Até mais ♥♥♥♥
Enviada hoje, às 7:34 PM.
Sorri e desliguei o celular quando Gemma apareceu pulando com Nemo no colo e derrubando um pouco da pipoca na grama do parque.
— Está poluindo o parque, Nemo, credo! — Rir, balançando a cabeça. Meu celular sem querer liberou o áudio de Louis cantando quando a bolinha de Nemo saiu da sua boca e foi direto para a rua.
Acabei correndo até ela, esquecendo de desligar a música, eu ouvia pequenos ruídos distante, me abaixei pegando a bolinha azul e balancei para Gamma, voltando a fazer o meu caminho de volta para perto de ambos. E veio uma clarividência, era como se jogar na piscina mas não encontrando água, tudo o que eu senti foi uma dor forte no peito que fez meu coração chorar. Gemma estava arregalava os olhos e estava em prantos, mantendo Nemo nos braços, a pipoca fora esquecida para trás, meu corpo estava imóvel e meu coração estava fraco. O impacto fora forte e me arremessou para longe e rostos se aproximaram, eu sempre soube que não tinha muito tempo aqui. A escuridão veio quando a dor no meu peito apertou.
O celular sob meus dedos, me fez ouvir o ruído distante de Louis:
Eu ganho a vida quando ouço a sua voz
É um lindo som, é um lindo ruído
Ei anjo
Ei anjo
Você olha para o céu?
Você olha para o céu?
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