Chapter Nineteen
Hi lovers
Demorei mas voltei sz
Deu 10 mil palavras, uhuuuuuu
Espero que gostem eu chorei muito viu?
Se puderem ouvir: Right Now, Kindly Calm me Down, I won't give up no capítulo de hoje sz
Vou deixar Kindly Calm me Down ali em cima sz
Ouçam na ordem, vocês vão entender ❤
Desculpem mas terá erros, pretendo sim corrigir, saiu muito grande o capítulo!!
Agora vou parar de falar KKKKKK
Good leitura ❤😳
KISS ME
Louis • Tomlinson
Uma queimação intensa se alastrava na minha barriga e eu não sei como ainda estava aguentando em sã consciência. Meu celular estava debaixo do travesseiro quando me encolhi na cama, apertando meus joelhos contra mim, apertando com força para vê se passava logo. Com ela vinha o um enjoo muito intenso, o ácido estava fazendo seu trabalho comigo. Mas eu não posso fazer nada em relação a isso. Apenas aguentar em silêncio.
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto que tive que secar. Eu não desejo essa dor para ninguém. Nem para meus piores inimigos.
— Aguenta Louis, você pode fazer isso. Vai passar! Vai passar! — repeti para mim mesmo.
E nesse tempo tentando convencer a mim mesmo dessas palavras. Lembro de Harry, incrível como não consigo o tirar da minha cabeça. Caramba, eu acho que sou louco por isso, será?
Em constância o motivo também era devido ao beijo que ele me deu. Não um beijo mas um colar no canto dos meus lábios que fez meu corpo reagir, até meu coração fraco começou a bater tão forte que acreditei estar em vida. Será que Harry é a vida? Ou será ele o amor?
De qualquer modo, ele é especial demais na minha vida. Gosto daquele jeito dele tímido, cuidadoso e amoroso comigo. Por mais que nossa relação tenha esfriado um tempo atrás, digo, Harry ficou estranho por algum motivo por mensagem. Um pouco mais frio, de modo que me fez chorar por conta disso. Me questionei se estava fazendo algo errado. E descobri que ele tem alguns tipos de crise que o faz agir assim. E mesmo que isso tenha vindo a tona, Harry soube distanciar trazendo seu eu de volta, não consigo sentir raiva dele, não tenho motivo para sentir raiva dele e não quero. Harry me encanta e me lembra Zayn, muito mesmo.
Isso chega a assustar, da mesma forma que tenho medo de estar confundindo as coisas acabando por magoar meu melhor amigo.
Acho que não consigo sem Harry, ele vem sendo uma força que acredito que não tenha mais em mim porém que ele distribui com suas palavras. Elas parecem ter um tipo de poder sobre nós. É difícil de explicar mas é bom. Demoramos tanto para nos conhecermos pessoalmente e agora que estamos aqui perto não quero ficar longe dele — embora esteja.
Quero poder estar envolta do seu abraço e sentir o calor do seu corpo contra o meu, embora eu seja o gelo humano. Quero poder continuar olhando nos olhos dele e sorri sem jeito quando ele volta a me encarar. Vou dizer uma coisa, Harry mexe comigo da mesma forma que Zayn mexeu. Não quero perder Harry, não posso.
Sei que é algo exagerado de se dizer. Mas eu.... Preciso daquele garoto de cachos que possuem um loiro escuro que banha um castanho, dono das covinhas mais lindas. Harry é amor. Acredito que até o meu fim, eu possa desfrutar desse amor amigável dele.
Pelo menos isso eu posso ter das pessoas aqui, contudo mais do Harry. Não é dando somente crédito a ele mas dando crédito porém não descartando os outros que fazem parte da minha vida.
Eu os amo. Eu amo Harry como amei Zayn Malik.
Apertando meus olhos, sinto os lábios quentes e macios de Harry tocando no canto da minha boca, sua mão segurando meu corpo, o perfume masculino dele que me deixou viciado. Novamente meu coração pulou dando sinais daquilo, eu riria feito bobo se não tivesse me contorcendo agora.
Eu só queria que isso acabasse....
Foi ao pensar assim que a ânsia subiu e desnorteado, tropeçando nos meus pés, alcancei a porta do banheiro e me ajoelhei diante ao vaso, liberando todo o sangue que me deixou assustado. As lágrimas derramadas naquele momento vinham do pânico que comecei a sentir. Meu corpo tremia e eu não conseguia parar.
Aquilo era meu! Está saindo de mim!
Meu soluço vinha junto, misturando tudo quase me sufoquei contudo parou, a queimação estava menor e parei. Fechando os olhos baixei a tampa, dando descarga, não queria olhar para a minha sujeira.
Estava com gosto de metal nos lábios, sujo e com nojo de mim. Comecei a chorar baixinho vendo o que me tornei. Vendo o que fiz comigo e nessa situação que estou. A culpa é minha, isso sim!
De quem mais seria?
E acredito que mereço tudo isso. Porque eu sou um lixo humano, sou um erro e um problema. Ao menos era isso que o David disse para mim. Talvez ele estivesse certo, não é?
Apoiando minhas mãos na pia, levantei bambo. Encarando a minha imagem no espelho. Aquele garoto que me olhava estava com manchas no rosto, no corpo, esquelético, com olhos baixos e cabelos quebradiços. Aquele garoto pedia socorro no seu olhar enquanto na sua mente coisas ruins sussurravam que quanto mais perder melhor. Porém parando para ver, oh céus!
Como Harry consegue olhar para isso? Como ele não tem medo de mim? Como ele pode dizer que sou bonito dessa forma?
Estou horrível.
Neguei com a cabeça olhando para minhas unhas fracas e moles. Gerando um pouco de revolta em mim, comecei a me despir depois de bater a porta do banheiro. Veio uma ligeira tontura mas nada que eu não estivesse acostumado. Quando olhei para meu corpo sem vestes, propriamente encarei um esqueleto na minha frente com vida.
— O que eu fiz? — Indaguei com lágrimas nos olhos.
Meus ossos tão expostos que chegava a me assustar, as manchas tão grandes que não sei como elas podem estar ali. Passei um bom tempo me encarando sem nada dizer apenas chorando. Em seguida entrei dentro do box para tomar um banho.
Aproveitei para escovar os dentes já que não ia comer aquela noite e quando passei os dentes da escova nos meus, senti dor por estarem tão moles quanto minhas unhas. Fiz uma careta movimentando-a lentamente. Estou ficando muito assustado mesmo.
Quando termino o banho, me seco sem encarar meu reflexo no espelho, com a toalha na cintura vou me vestir. Escolhi uma camiseta branca, uma calça moletom e como senti frio, coloquei o moletom completo de cor vermelho. Torcendo meu nariz, comecei a pentear meu cabelo, vendo um bolo caindo, provavelmente eu ficaria sem cabelo algum. Ainda mais por ele estar sem vida, do jeito que estava.
Céus! O que eu sou afinal?
Terminando de fazer isso, me sentei na cama ligeiramente sentindo a minha vertigem me dar um nocaute. Quieto no meu canto, pego meu caderno e meus óculos, minha visão estava péssima a cada dia que passava, então meus óculos eram essenciais. Usava lentes, pois Eva me comprou para mim então eram elas minhas companheiras muitas vezes.
Pressionando o dedo na caneta, comecei a deixar sair de mim palavras que corroíam minha mente. Talvez diria que fosse uma música?
Mas pela primeira vez não se tratava somente de mim, algo bom, eu nunca fiz algo assim.
You found me in the Dark
Preso no passado
Correndo no mesmo lugar
Esse lugar onde tormenta anda de mãos dadas com minha dor
E todas as minhas lágrimas
Estão fugindo dos meus olhos
Eu sangrei por dentro e por fora
E você apareceu segurando meu corpo
Quando eu achei que não teria forças para permanecer em pé
E você me disse que ia ficar tudo bem
Vai ficar tudo bem?
Pelos seus olhos eu vi a luz
Ofuscando toda a minha escuridão
Talvez eu estivesse rezando sem fé
Nessa cidade de papel, pessoas são fantoches
E mesmo assim você me encontrou na escuridão
Suas mãos segurando meu corpo com força
Dos seus lábios uma suplica
Para que eu não pare de respirar
Quando estou sem ar
Eu nunca vi alguém assim, com tanta fé em mim
Como você tem
Sim, você me encontrou na escuridão
Um mundo vazio e mil pensamentos
Que eu preferia que estivessem no mudo
Ainda caminho por pedras
Estou sangrando e as luzes apagadas
As lágrimas derramadas novamente
E você se aproxima com esse sorriso
Ele me trás paz
Aquela que o mundo tirou de mim
Garoto, acho que estou aquecido
Por todo seu amor
Suas mãos sempre estão no meu rosto
E seus dedos segurando minhas lágrimas
Estou vendo o brilho dos seus olhos
Ofuscando minha escuridão
Talvez eu estivesse rezando sem fé
Nessa cidade de papel, pessoas são fantoches
E mesmo assim você me encontrou na escuridão
Suas mãos segurando meu corpo com força
Dos seus lábios uma suplica
Para que eu não pare de respirar
Quando estou sem ar
Eu nunca vi alguém assim, com tanta fé em mim
Como você tem
Sim, você me encontrou na escuridão
Oh, oh, oh
Eu sei que não sou forte
Você então me deu sua força
Eu sei que não vou aguentar
Mas você aparece e me mostra que eu posso
Uh, uh, oh, oh
Você disse que não vai embora
E eu, eu acredito em você
Pois agora, estou rezando com fé
Não estamos mais na cidade de papel
Você é meu anjo da guarda e está voando ao meu lado
Sim, você me encontrou na escuridão
Me sinto vivo quando me mostra sua luz
Dos seus lábios, dos meus lábios
Um sentimento em forma de palavras
Eu nunca pensei que fosse dizer
Você é o melhor que quero ter
Agora sinto a luz em mim
Porque você me encontrou na escuridão
Terminando de escrever, sequei minhas lágrimas porque eu estava compondo novamente, eu cantei baixinho cada verso, lembro que faz tanto tempo que não fazia isso. De repente eu quis, sem medo. Como eu era no passado, antes de ser machucado.
E tudo porque dois garotos entraram na minha vida, um garoto que ficou tão pouco aqui e que fez um trabalho enorme, sinto falta dele e choro quando lembro de Zayn. Queria poder ter brigado com ele e tê-lo proibido de me deixar nesse mundo. Porém, Zayn se foi e com toda as minhas dores vieram a tristeza da perda que logo começa a ser preenchida por Harry.
Será que estou o fazendo sentir o mesmo que senti quando estava perdendo Zayn?
Oh Harry, eu sinto muito por isso. Sinto muito pelas lágrimas derramadas por minha casa. Eu... Eu jamais quis te ver assim por minha causa.
— Ei fantasma, Louisinho! — adentra o quarto, Shawn com um sorriso de orelha a orelha.
Ele estava lindo, se curando com mais cor e os ossos estavam distante do nosso campo de visão. Tenho orgulho dele por estar conseguindo ficar bem para ir para casa dele.
Fechei o caderno retribuindo o sorriso. Shawn se sentou ao meu lado da cama, passando o braço ao redor do meu corpo.
— Por que não desce para a jantar?
— Hum... Sem fome. — respondi.
E sim, ele fez uma careta de bravo pra mim.
— Sem essa de estar sem fome. — Shawn me repreende — Essa fase de restrição de comida acabou.
— Acabou com o quê?
— Essa história de não tô com fome. Já se olhou no espelho hoje? — Ele perguntou com o olhar sério.
Encolhi meus ombros, olhando para a janela. Eu sei que meu amigo quer me alertar do pode me acontecer porque acabamos de perder.... Zayn . Mas o jeito dele me assistiu agora e quando percebi estava soluçando. Talvez porque eu tenha lembrado do que vi quando olhei no espelho.
— Hum... Lou, me desculpa, vem aqui — ele me trás para perto do seu peito. — Desculpa, acabei falando besteira.
Pior é que eu não consigo ficar com raiva dele.
— Odiei o que vi no espelho. Shawn — o olhei nos olhos com o corpo tremendo. — Estou com medo de mim.
Meu amigo me abraçou um pouco mais forte. Eu me enrolei no seu corpo grande que cobria o meu. Inevitável era segurar o choro, mas eu não conseguia, realmente estava com medo.
— Lou, não pensa assim de si mesmo. — suas mãos começaram a me fazer um carinho. — Você sabe que tem um processo para você conseguir voltar a ficar bom. Use — suspirou — Use a vinda do Harry para Doncaster e tente, aquele garoto parece se importar com você tanto quanto nós. Lou todos aqui não querem te perder, não queremos que tenha o mesmo destino de Zayn.
Fiquei em silêncio por algum tempo, Shawn estava com lágrimas nos olhos.
— Por favor é muito cedo para desistir da sua vida. Eu te proíbo de desistir dela assim.
— Desculpa. — enterrei meu rosto na sua nuca. — Me desculpa.
— Eu quero que você saiba que as vezes eu sou chato mas é porque tenho medo. Lou, eu passei pelo mesmo que você, não estou dizendo por você, vivi essa experiência para poder voltar a ficar bem. — Ele segurou a minha mão beijando meus dedos. — Você tem querer a mudança pra poder mudar de dentro pra fora. Se tem isso, todas os obstáculos são meras pedras no caminho que pode tirar para seguir seu caminho.
Por mais que na minha cabeça dissesse que não, eu sabia que o Shawn estava certo. Pois ele está. Tudo o que eu preciso é tentar mas como se quando faço isso quero desistir? Como posso tentar?
— Obrigado, pelas palavras. — beijei seu queixo fazendo um cafuné na sua cabeça. — É importante para mim.
— Quero que fique bem fantasminha, não quero que desapareça.
Soltei uma risadinha. Nesse momento, Luke passava pela porta com Justin e Selena, ambos rindo de alguma coisa. Parando os olhares em nós dois na cama.
— Harry sabe que estão de conchinha? — Luke indagou com a sobrancelha arqueada.
Shawn apenas me trás mais para cima.
— E você está com ciúmes porque eu estou com o Louis e você não? — Shawn o provocou, permaneci quieto porque estava achando aquilo engraçado.
— O silêncio é o sim. — Justin provocou dando uma cutucada em Luke que o xingou.
Começamos a rir quando ele fez uma careta arrumando seu longo cabelo loiro. Me sentei na cama, sentindo um pouco de dor nos meus ossos.
— Ei, não fica com essas carinha, vem aqui. — Estiquei a minha mão para ele que parecendo uma criança birrenta veio até mim.
Olhou para Shawn como se dissesse “Viu? Ele gosta mais de mim do que você”. Nosso amigo rolou os olhos indo para sua cama. Luke me colocou no seu colo quando abracei seu pescoço.
— Temos novidades meu amigos. — Selena passou os dedos entre os seus fios castanhos.
Os cabelos dela estavam fortes outra vez, dava até orgulho dela e da luta que ela passou para chegar a esse resultado hoje. Acho que, acho que senti um pouco de inveja — porém uma inveja boa.
— Diga. — Luke fazia um carinho nas minhas costas.
— Meu peso aumentou para quarenta e nove, estou me aproximando do meu peso ideal, logo vou poder ir pra casa. — disse ela com um sorriso largo nos lábios. — O Justin também está tendo evoluções, isso é maravilhoso porque saindo daqui vamos provavelmente morar juntos.
— Estou feliz por vocês! — sorri. — Me dão orgulho, amigos.
Selena deitou a cabeça para o lado e puxou os lábios.
— Você também pode. — me incentivou. — Estamos aqui para isso, trazer melhoras.
Olhei para o Shawn que lia um livro e ele me lançou uma piscadela.
— E-Eu sei.
Justin pegou o violão começando a dedilhar, em seguida me encarou com um sorriso.
— E o Harry vai com o bando de esqueletos para o passeio misterioso da Demi?
Rir do modo que ele usou as palavras.
— Vai sim. Ele quer ir...— Sorri abobado por lembrar do pós do meu pedido.
Meu Deus, o que está acontecendo comigo?
Selena logo percebe minha reação quando colocaram Harry no nosso assunto.
— Você gosta dele, não é?
— Sim, ele é um ótimo amigo pra mim. — afirmei sem precisar na resposta. Acreditando que ele estava se tornando muito mais especial para mim.
Foi a vez do Shawn parar de ler para comentar:
— Uhum, parece que ele tem uma queda por você, isso sim!
Comecei a queimar mas não no estômago, minhas bochechas deviam estar coradas. Não acho que Harry tenha uma queda por mim, tipo, olha pra mim! As pessoas tem pavor quando me encaram ou repugnância.
— Ih que bonitinho, ele tá nervoso. — Luke me provocou tudo que fiz foi dar um tapa no seu ombro.
— Parem com isso, ok? — comecei a rir por ver Justin me imitando. — Hey, seu engraçadinho!
— Sabe o que é engraçado quando a gente sai? — Bieber mudou de assunto. Ele ganha pontos comigo por isso estava ficando sem jeito ali. — O pessoal vai olha pra gente como se fôssemos ET.
Rimos, era mais ou menos assim.
— Eu lembro que antes eu parecia um morto vivo e de noite ficava assustando as pessoas na rua. — Shawn largou o livro se juntando a nós.
— Por que você fazia isso, louco? — Indaguei rindo.
— Era divertido porque elas me viam como um. — ele ergue as sobrancelhas e todos nós rimos.
— O melhor é que eles ficam com dó, e cara, não tem que ser assim a gente tá magro mas também não precisa de tudo aquilo. Sei que a coisa tá feia mas a gente encara. — Luke comentou. — O Mike disse que eu poderia voar se continuasse daquele jeito. Ai o bicho ameaçou parar com os cafuné e então resolvi aceitar o tratamento.
Rimos um pouco mais.
— As meninas na minha escola olhavam pra mim horrorizadas, eu falava que se elas viessem me encher passaria aquela “magia” do meu corpo pra elas.
— Meu pai falou que eu era o palito de pirulito quando segurava a bola de basquete.
Desatei em uma longa risada com os outros. A gente sabe que é sério mas faz piada.
— Imagina eu, nesse passeio? O pessoal vai falar: “O que o morto vivo faz na rua?” — indaguei escondendo minhas mãos no moletom. Estava com frio.
— Ninguém aqui vai pro céu, entendeu? — indaga Luke. — A gente brinca mas o caso é grave, rapaz. E você magrelo — Dei um tapa na sua cabeça. — Tu começa a se cuidar, se não eu te amarro na cadeira e te faço comer.
Fiz careta.
— Credo Luke, é desse jeito que você me ama? — Fingi ofensa.
— É por eu te amar que faço isso. — Ele me falou.
Sorri deitando minha cabeça no seu ombro.
— Harry também quer isso, não foi atoa que ele te conheceu. Harry parece ser alguém que se importa. — Todos me encaram. — Somos pessoas que se importam. Então não desista que estamos aqui.
Droga eu ia chorar, porque todos eles estavam balançando a cabeça e vieram me abraçar em grupo. Tempos atrás perdi pessoas da minha vida, sofri as consequências e acreditei estar sozinho. Mas a verdade é que ganhei o dobro do que perdi. O que me doeu um pouco foi porque estava desapontando aquelas pessoas que amo. Harry é uma delas.
— Vamos cantar antes de dormir? — Justin balançou o violão.
— Vamos.
Mordi os lábios e levantei do colo de Luke, atraindo o olhar de todos.
— Eu vou falar algo com a Eva, se quiserem me esperar. — sorri.
— Tudo bem, pode ir que pensaremos em uma música. — Selena arrumou minha franja.
Saindo do quarto, comecei a andar de vagar pela casa, afinal estava ficando cansado. Tinha que me apoiar na parede para não cair no chão. Eva estava na sua sala, olhando bem para os papéis na sua mesa. Bati duas vezes na porta, para poder falar com a mesma.
— Olá querido, está se sentindo bem? — Eva me pergunta.
Bem eu não me sentia, contudo não era a daquilo que eu queria tratar.
— Podemos conversar?
— Claro. — ela deixou tudo de lado. Arrumei meu óculos no rosto, entrando e fechando a porta atrás de mim.
Eva é mais do que uma mãe para mim, ela é uma pessoa que me ajudou a ter uma moradia e uma família. No momento em que eu havia perdido a minha. Segurei a cadeira, puxando a cadeira me sentando.
Mexendo nos meus dedos a procura de palavras para dizer a ela e não sabendo formá-las.
— Amanhã antes de ir com a Demi, queria poder falar com o doutor, seria possível?
— Louis, está mesmo bem? — ela franziu o cenho mostrando sua preocupação no olhar.
— Está. Eu quero poder ver o quanto ainda posso tentar. — era estranho dizer aquilo, estranho tomar aquela atitude achando-a meia incerta de mim. Porque eu não sabia se ia conseguir ou se valeria a pena. — Eu, estou... Disposto.
Nos olhos dela, eu vi o brilho tão forte e seus lábios um sorriso de orelha a orelha.
— Meu amor, não sabe como me deixa feliz ouvir essas palavras. E sim, posso ligar para o Philippe para que ele chegue cedo. E você — A vi se levantar e me envolver com seus braços. — Obrigado!
Não entendi o motivo dela me falar aquelas palavras.
— Por que está me agradecendo?
— Por estar dando a chance para si mesmo novamente. Saiba querido, que eu te amo muito.
Acredito que as pessoas ali tiraram o dia para me ver lagrimando, porque não pode ser. Contudo eu sou grato por serem elas as que me fazem chorar, são pessoas boas, vejo o bem que elas querer a mim. Retribuir o abraço de Eva, beijando sua bochecha.
— Obrigada, Eva. Eu te amo também. — sorri.
— Agora descanse amanhã será um longo dia, estou orgulhosa de você!
Sorri sem nada dizer.
Como posso dizer? Vê as pessoas reagindo a uma ação pequena minha, era muito bom, bom ver que um passo dado era dois grandes passos a eles. Eu não sou um garoto que gosta de criar expectativas nem outra coisa. Mas até mesmo minha atitude não somente significou para eles quanto a mim.
Voltando para o quarto, vejo o grupo sentados nas suas devidas camas que ficavam próxima da minha. Os olhares lançados a mim fizeram me sentir acolhido. Sorri para meus amigos, me juntando a eles naquele momento em grupo.
— Como foi com ela? — Luke perguntou, me fazendo sentar entre suas pernas quando me sentei na cama.
— Bem, deu tudo certo. — respondi segurando sua mão e encostando minhas costas no seu peito.
— Não quer falar sobre isso?
Neguei com a cabeça.
— Ainda não.
Luke assentiu e encaramos Justin que discutia com Shawn sobre qual música cantarmos. Aquela cena era muito divertida quando se trata dos dois.
— Okay, por que não Kindly Calm me Down? — Selena indaga.
— Vai ser essa. Está decidido. — Luke e eu concordamos para acabar com a briga.
Bufando os outros dois, assentiram. Shawn pegou seu violão, dedilhando as notas com Justin. Era leve e suave, muito boa para aquela noite. Entrelacei meus dedos nos de Luke. Lembrando de Zayn, que ele poderia estar aqui, estou com tanta saudades dele.
Selena mexeu o corpo e foi a primeira a cantar:
“Tão frio, sozinha
Poderia ser a minha coberta?”
Luke e eu fizemos o couro.
“(Circula meus ossos)”
Selena sorriu voltando a cantar:
“Quando meu coração se sente nu
Sem força, muito fraca
Eu poderia usar alguma poupança
E o seu amor é tão forte”
Shawn completou, entoando sua voz rouca e sútil. Fazendo todos sentirem a música. E sim, eu lembrei de Zayn, de alguma forma ligando Harry naquele meio. Meu coração apertou de saudade, anseio e desejo de um abraço deles.
“Como uma pílula eu levo, eu levo, eu levo
Como uma pílula eu levo, seu amor, eu levo
Eu levo, eu levo
Como uma pílula eu levo, seu amor, eu levo!”
Minhas lágrimas caíram, mas eu não era o único parecia que todos nós estamos tendo alguma sensação no nosso coração. E pensar em coração vem o rosto de Harry para mim, a sensação de abraço e amor. Da mesma forma que Zayn havia partido, ele estava bem, sei que estava. Eu sempre vou amá-lo. Harry, bem, Harry vem sendo uma força que não imaginária ter. Um filme das minhas caídas vieram na minha cabeça, para estar aqui hoje. Olhando para mim, eu lembrei que não fazia mais exercícios desde que Harry entrou na minha vida. Eu havia parado.
Luke cantou junto comigo o refrão dando uma nota sincronizada sobre a minha que estava fraca.
“Quando meu mundo fica alto, você poderia acalmá-lo?
Quando a minha cabeça, toca
você poderia abaixar o som?
Se eu deitasse na dor, do meu lado você ficaria?
Se eu precisasse de você agora
iria com gentileza me acalmar?”
Todos cantamos:
“Oh-oh-oh-oh-oh, iria com gentileza me acalmar?
Oh-oh-oh-oh-oh, iria com gentileza me acalmar?”
Tomei forças do meu interior para cantar o próximo verso:
“Quando meu coração não é puro
Você mataria minha doença?
E quando não haver cura
Você é apenas o que eu preciso
Quando eu perco minha mente
Você ainda lembraria de mim?”
Ao perceber minha voz cansada, Selena cantou e eu sorri agradecido:
“Quando eu me sentir perdida
Você iria vir e me encontrar?”
Justin então cantou com Shawn fazendo a segunda voz baixa:
“Eu levaria, eu levaria
Como uma pílula, seu amor eu levo
Eu levo, eu levo
Como uma pílula, seu amor, eu levo”
Todos voltamos para o refrão. É incrível como uma música mexe tanto com nossos sentimentos. Como nossa vida passa pela nossa mente como a lembrança. Era o que eu sentia, em cada palavra que saia de mim mesmo que fosse baixinho.
“Quando meu mundo fica alto, você poderia acalmá-lo?
Quando a minha cabeça, toca
você poderia abaixar o som?
Se eu deitasse na dor, do meu lado você ficaria?
Se eu precisasse de você agora
iria com gentileza me acalmar?
Oh-oh-oh-oh-oh, iria com gentileza me acalmar?
Oh-oh-oh-oh-oh, iria com gentileza me acalmar?”
Selena e eu, cantamos juntos e ela não parava de sorrir para mim:
“Quando meu mundo fica alto, você poderia acalmá-lo?
Quando a minha cabeça, toca
você poderia abaixar o som?
Se eu deitasse na dor, do meu lado você ficaria?
Se eu precisasse de você agora
iria com gentileza me acalmar?”
Fomos finalizando a música todos mantendo as notas juntas mas cada uma com a sua. Luke me abraçou por trás beijando meu pescoço.
“Quando meu mundo fica alto, você poderia acalmá-lo?
Quando a minha cabeça, toca
você poderia abaixar o som?
Se eu deitasse na dor, do meu lado você ficaria?
Se eu precisasse de você agora
iria com gentileza me acalmar?
Oh-oh-oh-oh-oh, iria com gentileza me acalmar?”
As pessoas que eu estava encarando naquele momento são pessoas que lutam todos os dias pela vida. O que não a nada de errado nisso. Com eles eu aprendi que não sou o único que falho muitas vezes, que pareço ter uma esperança sem fé. Então com elas sou capaz de repetir para mim: “Ei, tudo bem errar algumas vezes, o mundo não é uma fábrica de perfeição que parece ser, você pode tentar mesmo que não seja aquele resultado que espera, você consegue”. E toda a dor se dissipa quando você passa a acreditar que sim, para as páginas em branco do seu livro pode refazer sua história, tomar o controle e ser o controle da sua vida. Não temos que ser perfeitos, não temos que ter vergonha do que somos e do que nos tornamos, se não sente a satisfação fazer parte de você, procure a forma certa de melhorar isso.
A vida parece um labirinto sem fim, um lugar escuro que não conseguimos andar. Mas você pode ser a própria luz no meio da escuridão, você pode ser sua própria saída do labirinto. Acredite, seja e viva.
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Amanheci depois de ter meus pesadelos noturnos cujo tiram meu sono. Mas estava bem, embora tonto, cansada, fraco e com febre. Tive que levantar pois o doutor estava me esperando para a conversa. Tomei um banho para tirar todo o suor do meu corpo. Vesti-me com uma calça jeans, coloquei uma touca vermelha afinal meus cabelos estavam péssimos, e a blusa vermelha que Harry me deu de presente. Fechando o zíper dela por cima blusa branca de manga que usava. Nos meus pés continuei com o vans e desci para me encontrar com o doutor Philippe.
— Bom dia, doutor. — disse entrando na sala e fechando a porta.
— Bom dia, Louis. Como se sente essa manhã? — perguntou com um aceno.
— Ah o senhor sabe, naquela sintonia. — dei de ombros.
Ele balançou a cabeça.
— Eva me disse que queria conversar, pois bem, estou aqui para ouvi-lo.
Okay, essa é a parte que eu tomo a atitude de falar alguma coisa para ele. Mas estava com medo da resposta, sei que fiz exames entregando os resultados a ele. Sei que ele tem os resultados e eu estou ansioso para vê-los. Vivendo uma mistura.
— Gostaria de saber quanto ainda posso lutar para viver. — engoli em seco não acreditando nas palavras que eu disse.
Nem ele parecia acreditar também. Pois o seu rosto franzido e tensionado mostrou isso.
— Você quer saber o resultado dos seus exames?
Assenti.
Com as voz arrastada, Philippe abriu a pasta que trouxe mexendo os dedos nos papéis que estavam ali. Em seguida ele puxou um. Meu coração acelerou deixando-me apreensivo demais. Toda a tensão se alastrava pelo meu corpo e batia meus joelhos uns nos outros devido a isso.
Medo bateu na minha porta pedindo pra entrar contudo meu bom senso manteve ela trancada para que isso não acontecesse.
— Quer que eu leia ou você quer?
— Acho melhor que me diga.
— Tudo bem.
Olhando para os papéis, ele manteve-se concentrado lendo. Mas não disse ou mostrou nada quando fazia isso. Não podia deduzir para saber minha situação. Respirei controladamente pois era preciso. Em seguida ele me encarou com o mesmo olhar que estava antes..
— Louis, de acordo com o que li — apontou para o papel. — Você está a um passo de entrar no estágio um do câncer de estômago.
Não...
Meus olhos começaram a se encher, o medo que estava louco do outro lado e me dominou.
— Infelizmente por ter passado esse tempo sem tomar cuidados, parado de cuidar da úlcera na sua barriga você abriu esse caminho para ele. Eu sinto muito. — ele me disse.
Como eu pude deixar aquilo acontecer? Como eu deixei a minha vida começar a se perder?
Zayn havia passado pelo mesmo caminho, a diferença era que ele não havia manifestado para se ajudar. Embora eu já esteja soluçando na frente do doutor, pensei nas palavras que ele usou, eu estava entrando, talvez se eu começar a me tratar eu consiga vencer.
— C-Como posso me cuidar? — controlei a minha respiração para poder falar.
A verdade era que meu peito estava doendo. Porque pela primeira vez, eu não queria ir, não queria morrer. O doutor Philippe se levantou da sua cadeira vindo até mim trazendo seu olhar sereno e compreensivo. Colocou as mãos nos meus ombros para poder confortar.
— Comece a seguir os cardápios que a nutricionista lhe mandou, os remédios que a Demi e o psiquiatra lhe recomendou. Da mesma forma que vai iniciar um novo tratamento contra o câncer. Tomara medicações e por estar fazendo isso no começo dele, a chance de cura virá mais rápido. — sequei minhas lágrimas por estar chorando demais. — Você tem que começar a fazer isso Louis, tem que se cuidar e parar de brincar com a sua vida. Ou terá de ficar internado no hospital, tenho certeza de que não quer passar pelo que seu amigo passou.
— Não, eu não quero. — respondi.
— Ei, não é hora de desistir agora, exatamente por isso que está aqui e que eu estou aqui. Vamos lutar contra esse mal. Mantenha suas forças e daremos a nossa para você.
Ele estava certo, eu tenho que admitir que não estava levando a sério a minha vida, agora estou sofrendo as minhas consequências. Eu deveria tentar, por amor as pessoas e talvez a mim mesmo.
— Doutor eu quero pedir que ainda não conte nada para Eva, não hoje, ok?
Queria poder manter ela bem, estava positiva quando eu disse que ia tentar ligar por mim. E eu vou tentar, porque eu não tenho mais escolha. Porque não quero deixar as pessoas que amo sofrendo.
— Como quiser, apenas não demore para dizer a verdade. Essa é sua família, todos vão te apoiar. — Philippe falou. — Pode deixar que vou providenciar sua medicação, conta comigo.
— Não tem que gastar seu dinheiro com um estranho. — balancei a cabeça.
— Você não é um estranho, você é Louis, um rapaz que vai vencer muito na vida e eu acredito em você. Ok?
Não sabia o que dizer mais. Levantei da cadeira envolvendo meus braços ao redor da sua nuca, o abraçando. Não sou de fazer isso com alguém, era raro, mas meu corpo e a energia dele fez com que eu fizesse tal ato. O doutor me abraçou por um tempo e depois me afastei.
— Obrigado por tudo. E-Eu vou fazer o máximo para ficar bem. — disse.
— Você né importante Louis, não se esqueça disso. Deus está dando uma segunda chance pra você.
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Quando eu terminei de falar com o doutor, pegando as receitas do que eu iria fazer. Fiquei um tempo sozinho no banheiro para poder pensar sem que me questionassem. Porque peguei esse momento para refletir sobre tudo o que estava acontecendo.
É imprescindível, é assustador quando você recebe essa notícia sabendo que tinha como ter lutado contra tal ato até ele vir a tona. Da um pouco de medo quando você vê que sua vida pode acabar e sim, depende de mim para que ela não acabe.
Aos poucos eu percebi que minha vida estava mudando para algo melhor, a começar pelas pessoas que nela entraram, nela permanecem de um jeito bom. Ontem foi incrível o que vivi. São momentos que te inspiram e te fazem ficar bem. E eu não quero que sejam os últimos quero poder fazer mais. Poder tentar mais e não ferir alguém.
Pela primeira vez não quero desapontar a mim mesmo.
Após longos minutos em silêncio. Eu senti uma queimação dessa vez não tão forte me dominar. Levantei calmamente pois ainda continuo fraco e desci para a mesa de café.
Meus amigos estavam ali, Eva estava junto com Demi na mesa. Ambos felizes e ansiosos pelo passeio de hoje. As minhas lágrimas ameaçaram descer mas me mantive forte. Quando eles me observavam sentar, abri um sorriso, eu quero que tudo fique bem pois vai ficar bem.
— Como será hoje? — Luke me encara.
Eu sei que ele me referiu a comida pois sempre estou encarando eles ao invés de comer. Mas eu tinha que ser forte. Mesmo que na minha cabeça o “Não” gritasse para mim não fazer aquilo.
— Hoje eu vou comer torradas com leite. Pode ser? — falei para ele.
Todos ficaram de queixo caído quando peguei três e coloquei o leite no copo. Em constância, senti uma dor de cabeça por conta dos movimentos.
— Pode sim. — Eva sorriu amorosa para mim. — Mas antes, quero que deem as mãos e fiquem de pé.
Assim fizemos, vi cada um ali sorrindo pra mim e aquilo me fez esquecer o real motivo de ter ficado dentro do banheiro refletindo. É tudo que preciso. É o suficiente.
De mãos dadas, olhamos para Eva que fechou os olhos e assim repetimos o ato.
— Hoje estamos aqui nessa mesa, depois de cicatrizes serem feitas e sentindo emoções atrás de outras. Senhor, quero dizer que cada segundo vale a pena, que somos pequenas estrelas da nossa própria história e temos direito de brilhar. Estar aquecido pelo seu amor e vivê-lo. Por cada dificuldade, por cada tropeço que demos nessa caminhada peço que nos mantenha com fé nos seus milagres. Amém!
— Amém.
Terminamos de orar e voltamos a nos sentar.
Olhei para a torrada no meu prato bastante apreensivo, tremendo quando passava a manteiga nela calmamente. Respirando quando minha mente estava me repreendendo a todo instante. Porém tratei de fazer com ela calasse. Era preciso fazer aquilo. Agora.
Ignorando meus pensamentos dei minha primeira mordida e mastiguei, e... aquilo era tão bom. Tinha me esquecido do crocante da torrada se desfazendo na minha boca, a manteiga dando o gosto por cima. O modo como tudo ficava fofo quando movimentava minha boca. A sensação de estar sendo preenchido agradou meu corpo.
Olhei para frente percebendo que todos me olhava a espera de uma resposta. Confesso que foi constrangedor comer com vários olhos sobre você.
— Isso é bom.
— É muito bom. — Shawn me congratulou.
Eu não quero perder aquelas pessoas. Nunca.
A partir de um tempo, descobri que por eu ser humano eu vou sentir algumas coisa e eu vou sofrer. Na mesma intensidade que posso lutar pra trazer meu sorriso, estou com medo mas acredito que posso ficar bem.
Depois de tomar o café da manhã, recebi uma mensagem:
Hazza: Me disseram que tem um estranho na porta da sua casa, não acha melhor verificar?
Hazza: Não sei...
Sorri, levantando do meu lugar.
— É ele não é? — Indagou Selena. — Pra estar com esse sorriso bobo no rosto.
— Hum? — olhei perdido para ela.
— Vai atender a porta, Loeh!
— Ah sim. — sorri completamente vermelho.
Eu: Vou verificar, Obrigado por avisar!!
Hazza: Só quero te proteger :-*
Andando em passos apressados, arrumei minha franja no rosto e a touca. Girando a maçaneta assim vendo Harry lindamente com um sweater braço de lã, calça preta e seu all star da mesma cor. Com as covinhas afundadas na lateral da sua bochecha, quando percebi estava com o coração acelerado.
— Oi! — falei tímido.
“O estranho disse pra mim que você está maravilhoso com a blusa dele e que ele quer dar um abraço em você”
Minhas pernas tremeram. Mas eu estava bem.
— O estranho pode me abraçar se quiser. — mordi os lábios quando observei ele se aproximando.
Quando ele envolveu as mãos ao redor do meu corpo e me aqueceu com seu abraço, me permitir sentir a emoção de estar somente com ele. Esquecendo por um segundo meu mundo para poder entrar no seu. Aquilo me fazia bem, Harry me faz bem apenas sorrindo. Mesmo que ele não visse por eu enterrar meu rosto no seu peito, estava derramando minhas lágrimas.
Talvez eu queira que ele me proteja de todo mal. Que ele me proteja da minha mente. Porque gosto tanto do Harry que não o que fazer sofrer. A cada respiração que dou tenho medo de ser a última. Porque eu quero tentar viver para passar cada segundo ao lado dele, se ele me quiser.
“Harry, por favor me salva”, minha mente gritou.
“Por favor não me deixa cair mais”
Apertei mais seu corpo contra o meu. Acho que ele percebeu pois me apertou de volta. Eu só precisava do seu abraço.
Afastando nossos corpos para me encarar, com seus dedos Harry limpou minhas lágrimas. Puxando seu celular mas eu segurei a sua mão, negando com a cabeça. Ele pareceu não entender minha ação mas fui me aproximando lentamente segurando seu rosto e sorri.
— Te explico depois. Obrigado por vir. — beijei o seu rosto.
Então o deixei digitar:
“Tudo bem. Eu estou louco para passar o dia com você e seus amigos. Lou, está tudo bem com você?”
Seus olhos verdes encontraram os meus e engoli em seco.
— Estou bem, Hazza.
Harry negou com a cabeça, sabia que ele não acreditava em mim. O que me assusta pois Harry me observa muito, ele sabe meus modos e quando estou mentindo. Gostaria de entender como ele me conhece tão bem.
— Oi Harry! — Demi comentava. Vindo até nós, deu dois passos para me afastar dele e os deixei se abraçarem.
Sorri embora estivesse quebrado.
— Está pronto para se divertir conosco?
Ele assentiu.
— Muito bem, vou ligar a nossa combi. — ela bateu palmas descendo os degraus.
Harry e eu estávamos sozinhos novamente, senti seu corpo contra o meu, podendo olhar pro seu rosto de perto. Ele estava com a mão no bolso e foi tirando-a lentamente uma pulseira, a colocou no meu pulso, em seguida me abraçou como se soubesse que eu anseasse por isso.
— Olha a foto casal! — Selena comentou.
Em surpresa a encaramos ouvindo o disparo da cama. Foi uma foto espontânea mas que eu ia querer para mim. Ao menos para olhar para ele. Rindo acabo a vendo tirar outra foto.
— Vocês ficam lindos juntos!
— Okay, você conseguiu nos deixar sem graça. — balancei minhas mãos.
Da porta surge Luke com os outros que olham para Harry. Percebi que ele ficou um pouco inquieto, então segurei a sua mão mostrando que estava tudo bem.
— Oi Harry! — Luke o puxou para um abraço desajeitado já que Harry não soltava a minha mão para completar o abraço.
— Se liga, a Demi disse que não temos hora pra voltar. — Justin esfregou as mãos uma na outra. — Será que vamos para onde?
Uma buzina alta chamou nossa atenção, Demi acenava nos chamando para entrar.
— Fica tranquilo, ok? — Olhei para Harry.
“Você está comigo, isso me deixa tranquilo. Também estou entre amigos então não fico tão nervoso”
Sorri e fomos andando de mão dadas até a combi.
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Era um parque perto de um lago, um lugar privado. Mas que tinha uma toalha forrada no chão, o verde da grama era tão claro quanto os olhos de Harry. Do outro lado um parque de diversões que estava funcionando. Demoramos certa de duas horas para chegar aqui. Demi trouxe comida, um pneu para o balanço na árvore.
Shawn a ajudou em relação a isso. Atrás de mim estava um pequeno bosque com muitas árvores e pinheiros. Digamos que ela nos trouxe para a natureza. Agora entendi o fato dela pedir para trazer roupa de banho.
Eu não trouxe, pois não iria tomar meu banho e Harry me faria companhia, já que também não queria entrar na água gelada.
Enfim, estamos todos em pé e descalços. Harry estava com uma faixa no dedo e disse para mim que era uma grande história do seu dedo que ele me contaria quando estivessemos sozinhos.
Demi estava no meio, também sem sapatos sentindo a grama fazendo cócegas nos seus pés. Aquilo me dava vontade de rir e um pouco de agonia. Por falar nela, nunca vi uma psicóloga que trabalha de um jeito divertido a vida, a mente e uma situação da pessoa. No meio dessa roda também estava uma caixa grande com coisas que eu não sabia do que se tratava.
Eu sei que ela estava animada mais do que todos nós.
— Provável que estejam pensando: “O que essa doida está fazendo?” — ela rir. — Isso não é tão estranho como imaginam meus queridos. Primeiro, aspirem todo o ar para dentro dos seus pulmões e soltem pela boca.
Fizemos o que ela pediu.
— Segurem na segunda vez, contem até cinco e soltem. — enquanto fazíamos o exercício respiratório, Demi caminhou até a caixa e tirou a sua caixinha de som colocando no chão.
A conectou no celular e pediu para que continuassemos com o que fazíamos. I won’t give up começou a tocar, de imediato olhei para Harry que parecia concentrado no que fazia.
— Sintam a grama de baixo do pé de vocês. — era macia quando mexia os meus. — Sintam a brisa do vento beijando o rosto de cada um aqui. Sintam o cheiro da natureza invadir a narina de cada um aqui. — era muito boa a sensação, a música de fundo ajudava a apreciar ainda mais o momento. — Agora parem e olhem o que tem ao redor de vocês. — assim fizemos, a cada percurso que eu fazia era a natureza que via, muito linda, meu olhar parou no Harry.
Inevitável foi não sorrimos um para o outro. Ele é maravilhoso.
— Isso é a vida meus caros, a vida que devemos lutar para viver. — meus olhos ainda estavam no Harry e ele em mim. — A natureza e cada parte dela, é considerada como o interior, vocês são a natureza dos seus corpos, os seus bosques são cada parte dentro de vocês. Devemos cuidar, proteger de todo mal.
Por alguma razão não conseguia desviar o olhar dele mesmo que estivesse envergonhado.
— Agora olhem para mim.
E nossa conexão deixou de existir por um momento, ficamos eretos olhando para a morena na nossa frente.
— Sei que para alguns de vocês a vida não tem sido muito favorável, como posso dizer, em quesito de querer viver. O que é a vida não é mesmo? O que é a vida quando toda a merda já foi feita? Não é assim que vocês jovens dizem?
Demi sorriu como uma jovem.
— Justin, o que é vida para você?
— Minha namorada. — ele olhou para a Selena. — E Jesus.
— Jesus. — ela estalou os dedos. Demi estava agindo como uma professora animada para dar a aula. Sabe? Era bem divertida as suas terapias. — Jesus morreu na cruz para que estivéssemos aqui hoje, ele sacrificou a si mesmo para nós salvar. E vocês acreditam que viemos aqui atoa? Estamos aqui por que Deus nos trouxe por engano?
Todos ficamos em silêncio.
— Deus não se engana nas suas escolhas. Sim, ele trouxe você ao mundo por um propósito. E não, não foi para você morrer. Pra Deus você não é problema. É por isso que eu digo que quando ninguém mais te entender converse com Deus pois ele te entende. Ele te dá resposta, tem que entregar sua fé e verá a resposta dele. Se você se sente perdido nesse labirinto, recorra a Deus, pois ele vai te ouvir. Sabe o que é pecado? Sabe o maior deles? — ela nos encara seria. — Achar que aquele cara não se importa com você ou com sua vida. Dizer que não quer incomodar Deus porque ele tem pessoas para atender as orações dele. Nunca, nunca digam uma coisa dessas. Ele — ela apontou para cima. — Nos ama tanto que sofre quando sofremos, nos machucamos. Deus nos abraça também, Deus é amor.
Demi tirou da caixa corações de papel e entregou para nós.
— Você nunca está sozinho e nunca esteve, Deus estava com você. — ela falou. — Estão vendo esses corações?
— Sim. — respondemos, Harry assentiu com a cabeça.
— Eu quero que se virem para a pessoa ao lado de vocês, olhem nos olhos dela agora.
Shawn se virou para Luke, como Selena se virou para Justin. O que me restou Harry, ainda bem que era ele.
De frente um para o outro, senti minhas mãos suarem de um modo que não sabia explicar. E se fosse diria que ele está sorrindo pra mim agora.
— Segurem na mão dessa pessoa.
— Não vou segurar na tua mão não. — Shawn se negou.
— Segura logo desgraça, não tô afim de você não. — Luke resmungou. — Esqueceu que eu tenho namorado.
— Vocês dois apenas segurem essas mãos, meu Deus! — Selena comentou entediada.
Eu ri. Deixando as grandes mãos de Harry entrelaçar nas minhas ficamos juntinhos com os corações nas nossas mãos. O meu verdadeiro estava quase saltando para fora da minha boca.
— Muito bem. Escolham uma parte do corpo do seu parceiro e parceira, toque e feche os olhos ao fazer isso. Nessa parte que escolherem, colem esse coração pois tem uma fita neles. Quando fizerem isso, se afastem.
Sabe quando seu mundo vai se derreter tudo de uma vez? É o meu mundo agora.
Acenando deixei que Harry fosse o primeiro, engolindo em seco fechei meus olhos e os abri. Vidrado no seu rosto, ao tempo que ficamos juntos os toques foram necessários, precisos e bons. Harry faz um caminho com a sua mão pelo meus ombros, subindo seus dedos até minha nuca. Apoiei as minhas na sua cintura afim de me manter equilibrado. Perto de mim quase a ponto de tirar meu ar. Ele subiu seus dedos para meu rosto e de todo caminho parou nos meus lábios.
No momento em que ele parou seu olhar neles, prendi meu ar um pouco zonzo. Harry sorriu e colou o coração nos meus lábios.
Como ele pode amá-lo?
Eu não podia sorri porque senão iria desprender. Embora tentado estivesse de cometer o desatino.
Era a minha vez.
Mantendo a respiração regular, deslizei a ponta dos meus dedos pelos seus bíceps, ombros e parei no seu peito. Confesso que estava nervoso por tocar no corpo dele daquela forma evasiva. Harry me olhava o tempo inteiro e agora foi a sua vez de apoiar as mãos na minha cintura. Aquilo era uma distração para o que estava tentando fazer.
Olhando para o seu corpo forte, coloquei o coração em cima do seu coração. Pois é uma parte de Harry que eu estou aprendendo a amar.
Nos afastamos lentamente, voltando para Demi, percebendo que todos nos encaravam. Sem graça, olhei para meus pés, acredito que fomos óbvios demais.
Após o silêncio constrangedor, Demi voltou a falar:
— Essa dinâmica é bem simples, se vocês conseguem amar uma parte de outra pessoa porque não podem tentar com suas vidas? Cada parte de você? Não existe essa de perfeição, ame o que são por dentro. Porque é isso que Deus vai elogiar. Seja bonito por dentro, é isso que vai ser eterno é isso que vai marcar vocês.
Demi estava certa ao dizer aquelas palavras.
— Podem tirar o coração e colocar na caixa. Quero finalizar esse momento e deixar que aproveitem o momento aqui.
Andamos até a caixa, deixando o coração por lá. Demi pediu para que nos sentarmos no gramado.
— Eu sei que pareço uma louca muitas vezes mas não é a impressão que eu quero que tenham de mim. — Demi sorriu. — Gosto de trabalhar com vocês de outra forma, não em uma sala chata, embora lá também seja um local de trabalho. Mas por não aqui fora? — Apontou para tudo envolta em si. — Eu sei que muitas vezes aguentar toda a pressão do mundo nos cansa, não ter aquele apoio das pessoas que pensamos que ia nos apoiar dói, as vezes não pois acaba se acostumando com a sensação de abandono. Passar por um trauma, uma violência sexual, uma agressão, uma perda, ser excluído, toda a dor. Por mais chato que seja ouvir, a morte não será a solução. Sabe por quê?
Abracei meu corpo ao lembrar que quis morrer um vez.
— Porque Deus não quer isso pra você. Eu sei que não é fácil aguentar tudo isso sozinho, desistir parece o mais fácil. Mas essa é a vida, sei também que é uma droga, sabe? Isso nós faz auto questionar sobre viver e o propósito. Encontre o amor dentro de você e o pratique. Como eu disse, Deus é amor. Ele vem de várias formas, naquele que tem uma bela escrita, naquele que canta — ela me encarou. — Naquele que ajuda o outro, pequenas ações são grandes dons, isso são pequenas coisas, pequenas diante a tantas outras. Não chamo isso de talento. Deus sabe o que faz, se você não descobriu seu dom, não pense que por isso não tem. Você tem, toca no teu coração, conversa com você e veja aquilo que ama, pelo amor descobrimos quem somos e o vamos ser futuramente. Eu amo vocês, amo a vida de cada um aqui. E quero que nesse momento repitam: “Eu acredito em mim, estou aqui hoje depois de toda a tormenta porque sou um guerreiro, uma guerreira. Eu sou amor não importa o que digam”.
Fomos repetindo baixinho, cada um no seu tempo. Harry permaneceu calado mas sei que pelo pensamento ele repete essas palavras.
— Em toda escuridão existe uma luz. Seja você o dono dela. Agora — Ela sorriu. — Uma salva de palmas pra vocês, porque são pessoas maravilhosas, merecem toda a felicidade conquistada agora. Vamos!
Era estranho fazer isso e divertido. Mas batemos palmas, os meninos associaram bem alto.
Demi está certa como todas as outras vezes. Eu sei que eu errei muito, tantas noites que chorei em silêncio com medo, tantos cortes que fiz nos meus pulsos, uma dor interna do passado, uma família que me abandonou, meus irmãos que perdi, um grande amigo que vi morrer e nada pude fazer. Ele estava cansado assim como todas as pessoas cansam, ele chorou no seu leito e eu estava lá vendo tudo.
Sabe como isso dói?
Ver a pessoa que mais ama indo embora? E você ter que ficar aqui?
É uma droga sabia?
Eu sinto falta dele todos os dias. Eu sinto revolta porque eu posso tomar o mesmo destino. E eu não quero mais isso e tenho medo de isso ser tarde demais. Olhar para mim mesmo depois de tanto e tentar socorrer a mim mesmo quando ainda tenho tempo. Parece que não ter fim, todas as dores. Antes pareceu sem importância para mim e agora não tem nada de bobo no que faço, é coisa séria.
Harry me encarou nesse meio tempo que estou com uma carga de pensamentos me dilacerando, parece que ele sabe quando preciso dele. Sem precisar falar, sem precisar tentar mostrar.
E meu coração se acalmou quando ele se mostrou ali, então eu soube que ia ficar tudo bem. Por um segundo da minha vida, Harry consegue mudar isso.
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Depois de minutos que se passaram, meus amigos estavam tomando banho, Shawn acabou derrubando Demi no lago e agora estão os cinco ali parecendo se divertir. Harry estava sentado, fazendo um carinho no meu cabelo quando permaneci deitado com a cabeça no seu colo.
Estava pensando em como dizer a ele que estou... Bem que estou... Até pra mim é complicado admitir isso.
Meu celular tremeu no bolso e vi que Harry estava com o dele nas mãos.
“Quer andar pelo bosque? Pra podermos ter nosso tempinho”
— Vai ser bom. — sorri sem mostrar os dentes.
Nós levantamos limpando nossas roupas. Coloquei meu tênis quando ele fazia o mesmo.
— HEY! — acenei para Demi que no encarou sorrindo. — Estamos indo passear, ok? Não vamos longe e estamos levando o celular.
— Tudo bem, tenham cuidado.
Assenti.
Indo para dentro do bosque, senti aquele cheirinho de madeira com o perfume das flores que tinham ali. Harry estava ao meu lado também olhando para os detalhes ao nosso redor. De alguma forma eu não me sentia doente ali, era como se estivesse em um paraíso.
— Aqui é lindo. — comentei.
Harry assentiu. Após isso ele segurou minha mão e me puxou para o meio do mato. Estava curioso para onde ele me guiava, em seguida paramos na frente de uma árvore. Fácil de subir. Harry apontou para ela.
— Hazza, você sabe que se eu cair dessa árvore vou me quebrar todo. Aí acabou Louis Tomlinson.
Ele fez careta mostrando-se bravo.
“Vai ser legal, Lou, por favor”
Como não ceder ao pedido como aquele? Impossível. Assenti meio receoso e ele me segurou para mim poder fazer aquilo. Segurei no galho, tomando impulso para cima e colocando o pé no espaço que tinha no tronco. Comecei a subir vendo que Harry vinha atrás de mim.
Quando ameaçava cair, Harry me segurava pela cintura garantindo que a minha queda fosse horrível. Alcançando o alto. Me sentei em um galho e ele ficou ao meu lado.
— Tô com medo de enfiar a minha cara no chão, Harold. — segurei firme com medo de olhar para baixo e vir a vertigem...
— Shiii. — ele veio para mais perto, me mantendo preso junto ao seu corpo.
Em seguida ele apontou para o bosque abaixo de nós. Era lindo, a visão ali de cima me deixava com os olhos brilhando. Aquele era um momento de paz, sem palavras apenas o som dos grilos cantando.
Deitei a minha cabeça no seu ombro quando ele selou seus lábios na minha cabeça.
“Câncer de Estômago”
Era a palavra involuntária que tocou minha mente. Por que agora? Por que não poderia curtir a minha paz ao lado do garoto incrível?
Por ser tomado por esse sentimento de dor. Minhas lágrimas começaram na escorrer novamente. Acredito que ando um verdadeiro chorão nesses dias. Harry me encarou preocupado, logo pegando o celular para poder digitar.
“Podemos descer se você quiser”
— Eu... Por favor.
Mal ficamos ali em cima e eu como sempre estava estragando tudo. Com cuidado voltamos para o chão, encostei minhas costas no tronco.
— Eu não consigo. — passei a mão na minha touca querendo arrancar cada fio do meu cabelo quando lembrava que minha luta poderia ser difícil.
“O que não consegue, Louis? Anjo?”
Aquilo me quebrava mais, podia ver nos seus olhos o desespero. Harry tentando me tocar quando me afastei sentindo uma dor no peito, era meu coração que estava dizendo que eu o faria sofrer ainda mais.
“Por favor fala comigo, o que está acontecendo?”
— Hazza.... — olhei para os lados. Talvez a decisão certa para evitar que mais uma pessoa sofra é que eu me afaste. Que ela vá embora e que fique nessa sozinho. Os olhos deles estavam em completo desespero quando eu tento ir para longe. — É melhor você ir embora da minha vida.
Não acredito que estava falando aquilo para ele. Harry agora era aquele que chorava negando com a cabeça.
— Me desculpa, é melhor pra você. — dei as costas. — É melhor para nós dois. Eu, não é nada com você, e-eu... Desculpa.
Pensei em começar a andar, estava fazendo isso quando ouvia seus soluços. Eu sou um covarde, acabei de quebrar o coração da melhor pessoa que poderia entrar na minha vida.
— Não! — parei. Olhando para trás, Harry secava as lágrimas guardando o seu celular no bolso. — Não. — ele repetiu.
Pela primeira vez, estava ouvindo o tom da sua voz. Grossa e um pouco perdida, mas forte. Molhei a garganta, parado e abraçando meu corpo. Não conseguia me mover quando ele se movia.
— Você — apontou para mim, esforçando sua voz. — Não — estava se aproximando quando eu tentava ir para mais longe. — Pode — mas minhas pernas não conseguiram mais quando Harry segura meu corpo. — Não pode.
Um sentimento de revolta comigo mesmo foi capaz de agir, agora as lágrimas não foram economizadas. Nem as deles.
— Por que eu não posso? Não vai ser bom pra você? — olhei nos olhos falando com a voz trêmula.
Ele não falou mais nada. Estava bravo e em seguida, segurou meu rosto. E tudo mudou, como a estação do ano muda. Como as cores do amanhecer para a noite. Como a chuva cessada. E o cair da neve sob o chão. A chama atingida no alto da pilha de madeira. Era como voar, se eu pudesse voar. Ele juntou nossos lábios.
Eu poderia parar com aquilo, antes que avançasse o passo mas não o fiz, poderia ter o empurrado quando ele abraçou meu corpo para poder colar no seu. Eu poderia ter parado de chorar e ele também poderia. Mas nenhum de nós estava disposto a fazer aquilo. Nenhum de nós estava disposto a parar o que já tinha começado.
Sua língua quando pediu passagem para entrar em contato com a minha, consenti. Deixando elas se tocarem como nós tocamos um ao outro. Harry segurou meu rosto com as duas mãos, seus lábios são macios e doces, a cada movimento feito eu recebia o vício dele. Após um tempo, segurei seus braços quando meu corpo se inclinou. O beijo estava doce mesmo com as lágrimas salgadas sobre ele.
Harry pareceu que não ia me soltar, eu não queria que ele me soltasse. Eu sei que eu fui muito burro agora por pedir para ele ir mas eu só não queria fazer ele sofrer. Então eu soube que ficar longe um do outro era fazer Harry Styles sofrer. Deslizei minhas mãos até sua cintura, colocando minhas mãos por dentro da sua blusa, sentindo sua pele quente contra a minha fria. Abraçando-a para que não existisse mesmo aquele espaço dos nossos corpos.
Meu coração estava saindo pela boca, voltando para dentro, batendo forte conta meu peito.
E quando a falta de ar viera, ele distribuiu selinho por todo meu rosto. Não sabia como o encarar depois do papelão que fiz mas Harry segurava meu rosto, mantendo nossos olhares molhados vidrados um no outro.
— Eu... — ele esfregou os olhos com uma mão. — Amo.... — parecia difícil para ele formar as palavras. Mas eu esperei todo o tempo que fosse. — Eu amo você.
— Hazza...
— Eu amo você. — ele apertou seu corpo contra o meu. Chorando. Ele estava chorando muito.
— Eu... — segurei seu rosto. — Estou com medo de morrer. — admiti. Para ele eu poderia me abrir daquela forma. — Harry estou com aquela probabilidade de ter um câncer de estômago, estou com medo porque não quero te fazer você sofrer nem ninguém aqui. Não me cuidei, eu sei... — balancei a cabeça diversas vezes. De algum modo estava pedindo socorro para aquele garoto que entrou na minha vida inesperadamente. Fez coisas que achei nunca poder receber de alguém um dia, ele estava ali. — Hazza... — limpei suas lágrimas embora ele continuasse liberando mais. — Por favor.
Com as mãos trêmulas o vi pegar o celular. Segurei o meu quando ele fez isso. Demorou algum longo tempo quando recebi uma mensagem de texto enorme.
“Eu sei que não sou bom com as palavras, eu sei que estar com você é como entrar no mar de ponta sem saber o que me espera no fundo. É como estar andando e manter apreensão. Eu tenho medo de te perder. Chorei muitas noites quando você desmaiou e foi parar no hospital, chorei quando você disse uma vez que ia parar de lutar. Porque anjo, eu não quero perder você. E se eu sou muito chato quando peço para fazer as coisas é porque me importo com você. Eu amo você desde da primeira mensagem trocada. Eu sei que está difícil para você e que o mundo parece estar conspirando contra você. Mas eu vou te dizer uma coisa. Eu não vou embora, eu vou ficar com você até que eu perca minhas forças. Não peça para ir embora, eu te amo demais pra poder fazer isso. Eu não vou cometer esse erro de deixar a pessoa que amo sair assim. Eu vou lutar por você, eu vou fazer uma loucura só pra te fazer bem. Todas as noites eu me ajoelho e oro por você. Choro rezando por você. Porque eu tenho esperança em você. Louis, você é a melhor pessoa que poderia ter entrado na minha vida. Vamos juntos passar por mais uma fase ao seu lado. Eu acredito em você, acredite em mim e no meu amor. Você é lindo sim, por dentro, por fora. Por onde eu te enxergo e não vejo. Se você quer alguém para se apoiar, eu serei. Só não me pede pra ir anjo, porque.... Meu mundo agora é você. Eu te amo como um infinito”
Soltei meu celular sem me importar com fato de ter sido no chão e me joguei nos braços de Harry. Largando o que ele segurava, mantivemos juntos em um abraço.
— Eu te amo, eu te amo muito.
Não sabia o que dizer, novamente Harry me fez perder minhas palavras. Mas tudo bem, era por um bom motivo. Ele colou nossos lábios novamente, iniciando outro beijo. Outro longo beijo.
Não quero que isso acabe.
Meu coração gritou para mim. E todas as minhas emoções estavam entregues a aquele garoto. Eu sei, sei que o amo intensamente.
Notas Finais
TENHAM EM MENTE QUE EU NÃO VOU MATAR NINGUÉM NA HISTÓRIA ❤
Desculpem qualquer coisa, se desaponto alguém. Espero que estejam gostando
Ainda tem mais algumas coisinhas que quero falar nessa história no decorrer dos capítulos sz
Eu quero que saibam que a vida de cada um é importante pra mim, não desistam de si mesmo. Não peguem as coisas ruins que acontecem na história e pratiquem na vida real. Coisa boas, ok?
Obrigado por tudo, pelo suporte e pela paciência sz
A música do Lou, é de minha autoria :)
Fiquem bem,
Até o próximo
All the love, A.
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