Straitéis
Até chegar no colégio interno eu nunca tive amigos da minha idade. Era um conceito alienígena para mim. Em toda escola que eu ia, eu sempre fui a figura estranha, desconexa da realidade deles. Alguns se sentiam intrigados, mas a maioria me via como algo que não se devia associar.
Eu dizia a mim mesmo que isso não importava. As cicatrizes em meu rosto, a minha confusão com alguns conceitos que para os demais parecia fácil de entender. Eu chorava fácil demais, não me importava com qualquer hierarquia e o isolamento não parecia me ofender como deveria.
Meus pais haviam me colocado na escola para que eu aprendesse a me socializar, mas tudo o que eu havia aprendido durante aqueles anos era algo que eu já tinha conhecimento desde os meus sete anos: as pessoas podiam ser verdadeiramente cruéis, e eu não conseguia as entender de nenhuma forma.
Então é, por isso, com tudo de ruim que havia acontecido desde que havia pisado naquele colégio, eu realmente não conseguia me arrepender de ter ido para lá. De ter encontrado Sasuke. De ter encontrado tantas pessoas que eu aprendi a amar, amigos aos quais eu nunca imaginei que teria a capacidade de ter, por me entenderem e me aceitarem em toda a minha estranheza.
E por isso eu não queria perder nenhum deles, como eu já havia perdido Gaara, como havia perdido meu irmãozinho.
Eu não aguentaria perder mais ninguém.
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—DAIDI?
Minato abriu os olhos, sonolento, apenas para encontrar o rosto curioso de seu filho muito perto do seu, os dois olhos azuis largos e brilhantes o fitando.
Havia chegado do trabalho pela manhã e tentado dormir para voltar à tarde ao escritório. Tentado era a palavra certa.
Acordou melhor e notou que seu filho estava sentado em seu peito na cama, com um sanduiche na mão, o rosto sujo de molho e sorrindo daquela forma brilhante e travessa. Não havia como no mundo dele apenas pedir para seu garotinho sair do quarto e o deixar dormir um pouco, não quando ele o olhava daquele modo.
—Mam disse que se eu terminasse de lanchar podia brincar.
—Você não terminou. — Minato apontou, com a mesma voz sussurrante da criança, sem saber o porquê eles estavam falando assim.
—Eu guardei esse pro Daidi! — E com isso, antes que pudesse falar algo o sanduiche estava na sua boca, as mãozinhas sujas de molho em seu rosto. Se obrigou a mastigar e engolir. Não tinha como dormir mais, por isso se ergueu levando a criança que riu divertida em seus ombros.
— E seu tio?
—Tio Naa tinha assuntos de adulto. — Não precisava ver o rosto de Naruto para saber que o seu narizinho de Kushina estava franzido. — Mam acha que ele arrumou uma namoradinha.
Minato tentou não rir da seriedade na voz de seu filho. Quando desceu as escadas Kushina parou o que fazia e os fitou, olhando os dois com o rosto sujo.
—Oh Minato, desculpe. — O pedido não foi tão efetivo com a ruiva segurando o riso. — Apenas virei as costas e ele havia sumido da mesa, pensei que Nagato havia chegado. Sei que precisava dormir.
— Tudo bem. — Riu, colocando o menininho no chão que correu dizendo que iria pegar os sabres. Minato olhou a esposa de forma inocente enquanto se aproximava. — Me dá aqui um beijo.
—Nem pensar! Sei que quer sujar meu rosto e você...Minato!
—Agora sim, estamos todos sujos.
—Idiota!
—Sei que você me ama mulher. Ai! — massageou o braço dolorido pela pancada.
—Fracote.
—Valentona.
—Daidi! Mam! Vem!
—Só brinco se me deixar ser Darth Vader dessa vez! — o garotinho ficou silencioso por alguns segundos. E Minato soube que agora aquilo era um assunto muito sério.
—Tudo bem Mam, mas só dessa vez!
— Luke, eu sou seu pai. — Ela imitou a voz grave e Minato riu, a abraçando pela cintura.
—Ele é assim estranho só por sua causa, sabia?
—Você quis dizer que ele é assim maravilhoso só por minha causa.
Ele não tinha como negar isso. Nunca teria.
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Kushina sentiu os olhos se encherem de lágrimas olhando Minato se preparando para subir no helicóptero. O vento bagunçando seu cabelo loiro. Minato olhava uma arma, falando com Fugaku. Ao seu lado Mikoto agarrava seu braço, pensando que se não o fizesse ela insistiria em ir também. Mesmo sabendo que não havia nada que pudesse fazer, e isso era o pior de tudo. Lembrava da última vez que se sentira tão impotente, com seu Naruto sentado na cama olhando o nada, quase catatônico após a morte de Jiraya.
Ela teria que esperar ali, pronta para cuidar das injúrias quando chegassem, a equipe médica pronta.
—Kushina.
Os olhos de Minato encontraram os seus, ele estava ali na sua frente, segurando seu rosto. Sabia que o medo nos olhos dele era o mesmo nos seus. Um medo que ele só mostrava para ela ali. Uma fragilidade que só ela podia ver.
O abraçou com força.
—Traga ele de volta, Minato. Traga nosso pequeno de volta. — Sussurrou.
—Eu prometo.
—Vocês dois. Vocês dois vivos. Eu não vou aguentar...
—Eu prometo, Kushina. Eu prometo.
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— Você está escondendo algo de mim. — Os olhos azuis o fitaram com culpa. Haviam os deixado ir ao pátio e frequentar as salas de recreação, embora ninguém estivesse de fato relaxando. Todos os alunos permaneciam parados, fingindo que jogavam algo. Havia guardas por todos os lados, e todos seriam contados quando retornassem aos quartos. Tobirama fora bem claro, que na falta de um aluno, outro pagaria o preço.
Sasuke não entendia ainda o ponto deles, o que fariam com eles ali. De alguma forma, sabia que apenas deixavam Naruto solto porque sabiam que se ele fizesse algo, usasse seus poderes ali, os outros alunos iriam pagar por isso, e ele, sendo como era, nunca faria isso. Era um jogo doentio. E por isso, só devia ser ideia de Tobirama.
—Sasuke... —Naruto murmurou, desviando os olhos dos seus. Estavam sentados na mesma mesa que estiveram dias atrás. Quando as coisas, por mais que estivessem fodidas naquela época, ainda pareciam mais simples do que agora. Os olhos azuis voltaram para os seus, intensos, pedintes de uma forma que nunca vira antes — Por favor...não pergunte nada sobre isso. Eu...não consigo.
Suspirou, não tinha como dizer não a Naruto com ele assim.
Beijou a testa do outro, o acalmando: — Tudo bem, por agora.
Foram interrompidos por Shikamaru. Sai e Ino no encalço. Os três apenas se sentaram na mesa. Naruto não pareceu nada surpreso quando Nara pegou o tabuleiro e montou na mesa, movendo uma peça no mesmo momento. Sem descer para o banco como os outros três, Naruto continuou onde estava, sentado recostado no peito de Sasuke, entre as pernas dele. Ino e Sai liam —fingiam que liam — um livro, comentando sobre as figuras, os olhos disfarçadamente ao redor.
Sasuke olhava o jogo dos dois. Ele não sabia exatamente o que eles estavam fazendo, mas Naruto sabia perfeitamente. Ele conhecia melhor o Nara. Ele confiava nele com o plano, como falara veementemente para Itachi e ele. E Sasuke confiava em Naruto para saber disso.
Alguns agentes se aproximaram, suspeitos com o grupo que se formara. Para créditos de todos, os cinco adolescentes continuaram o que faziam inocentemente.
—Entendo. — Shikamaru murmurou olhando o tabuleiro, o jogo que se formara. Naruto suspirou se recostando mais em Sasuke, virando o rosto para cima e beijando seu queixo.
—Vocês são tão desavergonhados. — Sai zombou ao lado, em seu tom de sempre. Naruto sorriu, fazendo outro movimento de uma peça. Shikamaru não desviava os olhos do tabuleiro.
Naruto se voltou para Sasuke novamente, que notou que ele conseguia exatamente o que queria: os guardas pareciam desconfortáveis com os carinhos dos dois. Devia se sentir usado, mas não se incomodava. Não quando a boca suave e carnuda se encostou na sua em um beijo extremamente sensual que nunca pensou que poderia ocorrer em público. Shimura tossiu e Yamanaka riu baixo dos dois.
Os guardas se afastaram de vez.
Naruto riu na sua boca antes de o soltar, dando um último beijo em seu queixo e voltou ao jogo.
Recostou o queixo no ombro do garoto menor, tentando entender o jogo que era montado ali, na mente dos dois garotos, filhos de dois estrategistas natos do governo. O que para todos parecia apenas um jogo normal, Sasuke conseguia entender, era o que os tiraria dali vivos.
Os dois estavam conversando sobre estratégia usando um jogo, na cara dos guardas, sem eles se darem conta. O tamanho do atrevimento era admirável, não sabia que o Nara tinha isso nele.
—Demônios. — Murmurou no ouvido do garoto, impressionado e encantado.
Naruto e Shikamaru sorriram levemente.
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Itachi entrou pela porta em algum momento da madrugada e os levou para uma das entradas, caso houvesse escutas no quarto.
Sasori e Deidara montavam guarda no corredor.
—As câmeras congelaram por 10 minutos, é o tempo que temos.
Os dois adolescentes o fitaram alertas.
— Hinata Hyuuga avisou ao seu pai, como você disse que ela faria. — Naruto sorriu. — Há um time montando guarda na floresta, ela está com eles. Seu pai está vindo, Naruto. Eu contei a ela sobre o seu plano.
—Como ela...
—Ela está bem. — Itachi balançou a cabeça — Muito bem. Ela conseguiu me derrubar e me segurar até ter certeza de que eu estava do lado deles.
Naruto riu baixo. Ele sempre soube do que Hinata era capaz. Sasuke estava calado do seu lado, mas conseguia sentir o alívio dele.
—Quando meu pai chegar, ele vai invadir o colégio. Não há nada que vá o manter fora. Até lá temos que tirar todos daqui. Shikamaru está fazendo a parte dele, faremos a nossa.
—Até agora você esteve certo, vamos confiar em você.
—Façam a parte de vocês. Até amanhã a noite, estaremos fora daqui. Por hora, preciso de um favor.
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—Basicamente, nossas vidas estão nas mãos de um grupo de adolescentes, alguns deles que já foram expulsos de mais escolas do que podemos lembrar?
Asuma perguntou de forma incrédula para a garota que havia invadido o quarto em que ele e Kakashi eram mantidos presos desde o começo daquele inferno, Kurenai estava separada deles.
Os grandes olhos verdes de Rebecca o fitaram com certo humor enquanto ela assentia. Kakashi apenas suspirou do seu lado, sentado na cama, mesmo que ainda estivesse em pose defensiva.
—Na verdade, o plano veio de um adolescente que foi expulso de mais escolas do que podemos lembrar, mas todos nós vamos ajudar na execução. Ele apenas pediu para avisá-los e não, uso as palavras dele, pirarem quando a hora chegar. Então, se preparem até amanhã. É isso, tenho que ir antes que o controle das câmeras volte. Bye!
Os dois nem mesmo tinham como assentir, ainda em choque.
—Kakashi...
—Confie neles, Asuma...Apenas...Confie neles.
—Eu apenas não quero que ninguém se machuque.
No mesmo momento Kakashi lembrou das marcas no pescoço de Naruto, do que Obito falara que havia feito. Lembrou do aluno Gaara. Lembrou de Temari Sabaku, Sora Kazuma, Juugo Jyuuin.
Agora era meio tarde para ninguém se machucar. Só esperava conseguir os tirar vivos dali, e ele faria isso, nem que morresse no processo. Fora incapaz de proteger seus alunos antes, não falharia novamente.
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Naruto conseguia sentir a respiração leve de Sasuke em seu pescoço, aliviado que ele havia finalmente dormido. Precisavam disso.
Seus olhos, ao contrário, estavam muito alertas na parede, as mãos de Sasuke o abraçando de forma protetora por trás. Podia sentir. Podia sentir além das paredes de pedra, em algum lugar na floresta, que seu daidi estava ali.
Tão perto e tão longe. Queria mais que tudo vê-lo novamente. E sua mam. Esses dias tentando ser forte, e tudo o que queria era correr para seus pais. Queria a proteção dos dois. Queria que alguém dissesse, contra tudo que acontecia, que tudo ficaria bem.
Que piada eu sou.
Você é apenas uma criança, não há vergonha nisso.
A voz o assustou. A voz que vinha tentando escutar há dias, tanto que sentiu seus olhos se encherem de lágrimas contra sua vontade. Pensou que havia o perdido, e depois de tanto tempo ouvido a voz aborrecedora, não conseguia se imaginar sem ele.
—Aeron. — murmurou. — Você voltou...
Em parte. A voz dele estava fraca, cansada, um pouco distante. Eu sinto...que o fim está próximo.
Agora isso não era muito encorajador. Ouviu a risada leve em sua mente.
Não sei o que vai acontecer, pequeno. Apenas sei que logo tudo isso, essa maldição vai acabar. De alguma forma, não tenho muito tempo mais.
Naruto lembrou no mesmo momento da visão grotesca no lago, da banshee. Fechou os olhos sentindo mais lágrimas descerem por suas bochechas. A presença de Aeron se intensificou, como se tentasse confortá-lo. Viu olhos cinzas na sua mente. Aqueles trapos, não havia engano. Tinha o símbolo do clã Uzumaki neles. Três gritos, um dia já havia se passado.
Dois dias.
Eu acho que eu também não.
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—Você deve se orgulhar. — Fugaku falou ao cabo de minutos, fitando a garota Hyuuga ao lado de Anko, que lhe mostrava como usar uma faca. A mulher já havia pegado a garota debaixo de sua asa. — O plano de seu filho é digno de um estrategista veterano.
Fugaku estava aliviado. Saber que Itachi e Sasuke estavam bem já era um motivo para isso. E, claro que eles estariam por trás daquele plano. Seus garotos nunca eram de se submeter a nada calmamente.
Minato não respondera. Desde que a garota lhe falara sobre o encontro com Itachi e tudo o que ele lhe passara, o Namikaze apenas fitava além da floresta em direção ao castelo. O olhar fixo.
—Dois dias. — Murmurou.
Iria tirar seu filho dali antes disso. Tinha uma promessa a cumprir.
Falhara como pai, mais de uma vez. Não iria se permitir falhar novamente.
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—Um acidente elétrico. — Hiashi propôs — Todas as evidências iriam embora.
—Voto contra o desperdício. —Tobirama se opôs, o rosto mesmo ali divertido. — Sem falar que sendo filhos de quem eles são, não acha que esse "acidente" não seria muito bem investigado?
—Nada que não pudéssemos forjar. Sinceramente, estamos perdendo tempo, o que é muito perigoso.
—Em uma parte, concordo com Senju. Seria um desperdício. — Madara opinou. Nagato tentou não olhar para o Uchiha, se mantendo estoico. Sabia que o outro sabia se manter muito mais calmo do que ele enquanto decidiam as vidas de seus sobrinhos.
—No meio dos corpos carbonizados, seria fácil trocar por outros corpos alguns deles, se querem tanto os pirralhos para a agência.
—De fato. — Tobirama sorriu. — Não é uma má ideia agora que disse isso. Umas mudanças aqui e acolá. Garanto que uns meses comigo, e eles fariam tudo o que pedisse. Mas ainda voto por esperarmos alguns dias, vermos qual deles seriam mais promissores. Além do óbvio.
Madara agarrou seu braço por baixo da mesa o impedindo de falar algo. Vindo do maldito Tobirama, aquilo ainda assim seria um plano que os serviria. Até lá, conseguiriam vir com algo para removê-los dali. Precisavam de tempo, e aquele plano lhes dava mesmo isso. Nagato tinha que se manter calmo, mesmo que o sorriso sacana de Tobirama para si lhe mostrava exatamente de quem ele falava.
Todos olharam Danzou. Era o maldito que dava a palavra final.
Tentou não mostrar o alívio quando o velho assentiu.
Tobirama o olhou de forma divertida, como se soubesse exatamente o que ele pensava. Nagato sabia que ele planejava algo, que envolvia diretamente Naruto. E aquilo não era nada bom.
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Naruto se viu entre surpreso e aliviado ao ver os cabelos brancos de Tobirama no corredor. Há meia-hora seu peito batia descompassado, e pensava no que diria ao seu pai quando ele chegasse na escola.
—Cadê daídi?
—Ah, Naruto. — O homem sorriu de forma amigável na porta da secretaria. — Assim penso que não está feliz em me ver.
Seu rosto esquentou com isso, mas antes que pudesse falar algo eles foram chamados para dentro da sala e se calou.
Ele não entendia bem o protocolo, era a primeira vez que passava por algo assim. Sabia que havia reagido sem pensar, mas não estava arrependido. Quando disse isso a diretora pareceu ainda mais irritada, e de quebra foi suspenso.
Tobirama não disse uma palavra para interceder, apenas concordando com tudo, e sentiu sua irritação crescer. Por que estava sendo punido e seu professor não? Por que não acreditavam nele? Sabia que se soubessem seu real sobrenome teria ao menos uma investigação, mas eles não sabiam quem ele era. Não era nada além do aluno que o maldito professor vinha difamando como terrível para conseguir lhe deixar depois das aulas.
Quase se negou a entrar no carro com o Senju, mas caminhar 8 quilômetros até em casa nesse tempo não o deixava muita escolha.
—Bem, isso foi divertido.
Olhou o homem de forma incrédula, e ele sorriu mais.
—Não me olhe assim, você foi o culpado...
—Ele estava me assediando!
—...E aconselho a não contar nada a seus pais, eles já estão com bastante problemas.
Mexeu as mãos de forma desconfortável, incerto. Mentir para seu daídi não era algo que gostava de fazer, ainda mais com a suspensão. E tinha certeza de que diferente daqueles filhos da mãe ele acreditaria quando contasse o que aconteceu.
—Você não pode contar, e vou dizer a razão. — Tobirama interrompeu seus pensamentos, funcionando o carro. — Seu pai está com problemas na agência, por conta de algo, inclusive, que aconteceu 6 anos atrás. A data é familiar? Isso mesmo o que está pensando.
—Minha culpa? Sobre...
—Isso. Ele não vai comentar, porque ele é louco por você, mas a caça às bruxas daquele tempo voltou para o morder. E então teve o que aconteceu na cabana. O que acha que contar sobre esse suposto assédio vai causar? Ele pirar e atacar um pobre homem.
—Não foi suposto!
—Não? Bem, o que ele fez então?
Se sentia cada vez mais desconfortável e menos seguro com essa conversa.
—Ele baixou minhas notas de propósito. — falou com desgosto. — Inventou aulas de reforço, e então...ficava colocando a mão em mim todo o tempo.
—Assim?
Quase saltou quando sentiu a mão em sua nuca, em uma carícia leve. Se afastou assustado e o homem riu, como se tudo fosse uma brincadeira.
—Isso não é assédio, Naruto. E quantas vezes isso aconteceu? Até socar o pobre homem?
—A.algumas.
—E por que não disse nada antes?
—E.eu não sei. Eu não...
—Pois bem, eu digo, é porque sabe que não era nada demais. Algo como isso não é nada demais.
O homem colocou a mão na sua coxa, e seu coração acelerou. Estavam parados no sinal, e ele não parecia que iria a remover dessa vez.
—Não é nada demais, não há razão para reagir dessa forma. E por isso, não deveria perturbar seu pai com seus problemas, para ele reagir de forma violenta e se prejudicar mais ainda. Já basta o que já causou para eles. Entendeu?
A mão dele continuou subindo. Tentou se afastar, cada vez mais confuso com o gesto.
—S.sim.
Com um leve apertão ele o soltou e soltou a respiração que havia prendido.
—Bom garoto.
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Straitéis: estratégia
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