Noland
Avisos: Cenas de violência física, tentativa de estupro e menções de suicídio.
As primeiras histórias que retratam Morrígan como uma pessoa além da entidade estão no Ciclo de Ulster, e é também uma das narrativas de que mais me lembro, por estar envolvida com o herói Cú Chulainn, o homem que morreu de pé em batalha.
Conta-se que em Táin Bó Regamna, Cúchulainn encontraou Morrígan, mas não a reconheceu, enquanto ela conduzia uma novilha do seu território. Em resposta a este desafio, e sua ignorância de seu papel como uma figura de soberania, ele a insulta, mas antes que possa atacá-la, ela se torna um corvo e voa para um galho próximo. Cú Chulainn ciente da identidade da deusa, diz que se ele soubesse antes, eles não teriam partido em inimizade.
Ela, no entanto, lhe disse que ele pagaria pela ofensa. Para sua resposta de que ela não poderia prejudicá-lo, ela faz uma série de advertências, prevendo uma batalha na qual ele morreria. Ela disse a ele: "é ao aguardo da tua morte que eu estou."
Ela cumpriu sua ameaça, e ele morreu em batalha, um corvo pousando em seu ombro.
—Isso quer dizer que não se pode escapar de Morrígan, Seanathair?
—A morte, mo sionnach beag é a única certeza.
—Então Morrígan sempre vence?
—Nem sempre, mo grá. Morrígan também é a deusa do destino. E desafiar o destino é algo que nossa família é muita boa em fazer, não acha?
"ELES MERECEM MORRER. TODOS ELES."
Naruto ignorou Aeron, fechando os punhos. Itachi estava o seguindo pelo corredor como um guarda sombrio. Havia alunos nos corredores, o olhando, mesmo que já houvesse passado do horário de recolher.
Isso só provava como o colégio ainda estava um caos pela manhã, os vencedores não eram o bastante para manter a ordem, e os diretores estavam ocupados demais tentando foder com sua vida. E os olhares que recebia, só provavam também que o tal panfleto tinha voado pela escola inteira.
Itachi o chamava, o pedindo para esperar, mas o ignorou, no mesmo passo. Seu rosto frio disfarçado sua aura homicida, que com certeza impedia que qualquer um viesse lhe perguntar qualquer coisa. Ele não sabia o que faria se alguém tentasse.
"Não pode me ignorar também. Eu sei que você quer isso tanto quanto eu. A cabeça do Senju, como a de todos aqueles desgraçados."
"Eu não sou um assassino". Era o que ele queria falar. Mas seria mentira. Ele já matara. E iria fazer de novo. Mesmo por tudo o que seu avô falara. Aeron estava certo. Ele queria matar. Se não fosse por Itachi, ele já teria feito.
Ele queria perder o controle, a confiança que Jiraya colocara nele, mas iria pará-los. E tinha um plano, finalmente tinha um plano; Iria salvar sua família. Iria salvar Hinata e Itachi. Iria salvar seus amigos. Ele iria salvar Sasuke. E se possível, a si mesmo.
Não ia ser fácil.
"Eu sou filho dos meus pais. Eu tenho um legado. Eu sou um legado deles. Eles não têm ideia do que fizeram."
"E você tem a mim."
"Eu não confio em você."
"Tenha algo em mente, Naruto." A voz saiu séria, fria. "Eu já vivi milhares de anos, eu já matei, traí, usei pessoas. Eu sou poderoso. E não vou mentir. Não é Noland, ou Ewen dessa vez. Eu não me importo mais com nada disso. A única pessoa que quero tirar viva daqui é você. E se eu tiver que fazer essa escolha, eu farei por você. Você não vai morrer por ninguém. Nós não vamos morrer por mais ninguém."
"Não é escolha sua."
"Ela será."
—Naruto!
Quase jogou Itachi longe quando a mão dele se prendeu em seu pulso, mas o Uchiha mais velho era muito hábil e se esquivou. Nem mesmo havia percebido que havia caminhado para os corredores mais vazios, até ver que mais ninguém os olhava. Seus olhos cravaram em Itachi que o encarava, celular na outra mão, recém desligado. O olhou de forma sugestiva e ameaçadora para que ele o soltasse.
O Uchiha o fez, devagar. Mesmo que Naruto fosse quase a metade se seu tamanho, nunca o vira tão ameaçador como se ele encontrava desde que saíra daquela sala. Era como se uma aura assassina o envolvesse. Aquilo não podia ser apenas dele.
— Sasori me ligou. Sasuke fugiu do quarto. E desmaiou no corredor. — Os olhos azuis se alarmaram, a postura tensa.
—Ele-
—Está bem. — Viu o alívio rápido nos olhos azuis. —Está dormindo.
— Certo.
Para sua surpresa ele virou as costas e continuou a andar. Não para a direção que esperava.
—Não vai vir vê-lo?
—Você disse que ele está bem. — A voz era calma. Ele parou, ainda de costas para si. — Sasuke não precisa de mim por perto para complicar mais a vida dele do que está.
—Naruto...você sabe que ele precisa de você-
—Longe dele no momento. — Naruto suplantou sua voz, virando o rosto por sobre o ombro. Itachi não tinha certeza da razão de ele estar agindo assim, a mente de Naruto era muito caótica.
Não devia ser apenas medo de fazerem algo a Sasuke, como fizeram a Gaara pela proximidade dos dois. Naruto não era tolo, ele sabia que Itachi nunca permitiria que machucassem Sasuke. Que por mais que houvesse ameaças, Sasuke era o mais seguro deles três. Seguro da verdade, da morte ao redor deles. Com ambos para o protegerem com suas vidas. Talvez ele estivesse errado, e deixar Sasuke fora da verdade fosse um erro, mas ele nunca agia com razão sobre Sasuke. Como nunca agira sobre Noland.
— Você está com medo de o confrontar. — Naruto franziu a testa, o olhando ameaçador. Mas ele vira ali, vira o medo. Ele sabia que era verdade. — Não foi sua culpa.
—Para de me analisar porra! — ele rosnou. — Você Itachi, você sabia desde o começo que eu estava jogando contra ele. Devia ter me alertado! Eu poderia ter machucado Sasuke sem saber...eu poderia ter-
—Você nunca faria isso. — O outro o cortou, o encarando. — Você não percebeu? Você não consegue machucá-lo. Algo o impede. Não sentiu, quando o socou quando brigaram? Você sentiu isso. E você sabe, que não consegue levantar a mão para ele. Mesmo que precisasse, mesmo que ele colocasse uma arma na sua cabeça. Você não consegue. Mesmo que não soubesse que era ele, sua alma saberia.
Naruto virou a cabeça de volta, e novamente Itachi queria ver os olhos azuis. Saber o que ele estava pensando.
—Você sente a dor que ele sente, e ele sente a sua. Você percebeu isso. Ele percebeu isso.
—Você sabe o porquê. — Naruto voltou a encará-lo, o analisando, a voz já recomposta. — Mas não vai me contar.
—Não agora.
—Você vai esperar então. Esperar que tudo acabe mal. Para contar a razão de Aeron chamar você de Ewen. Porque ele pediu para eu confiar em você, mas quando você começou a rondar ao redor de mim como se esperasse algo que eu não posso oferecer, ele disse que eu não confiasse mais. Porque eu quero ficar perto de você, ou bem longe. Porque eu estou sempre com a sensação de que você pode me apunhalar, e ainda assim, eu continuo contando tudo para você. Porque eu tenho essas visões, e eu estou sempre morrendo. Ou Sasuke. E você está lá. E Obito está lá. Eu sei-
Naruto fechou os punhos, os olhos de um azul acinzentando, o rosto dele brilhante pela luz que vinha da janela de vidro. E por algo a mais. O prendendo no lugar. Pelo deslumbramento, e pelo medo.
— Eu sei como é a sensação de beijar você, Itachi. Eu sei que isso já aconteceu, de algum modo. Eu sinto essa culpa, sempre que estou perto do Sasuke. E eu sei que você sabe, de tudo, como Aeron sabe e não me conta. Então, estou te dando a chance de contar tudo agora. Antes que tudo acabe mal. Se quer que eu confie de novo em você.
Itachi prendeu sua respiração, atacado por todas essas palavras. Ele lembrava, ele também sabia como era a sensação de beijar Aeron. De beijar Ian. Mas não Naruto. E havia uma diferença nisso. Ele queria contar, mas ele não podia.
Ele não podia agora.
Ele tinha...medo. Medo de que ele lhe virasse as costas justo agora.
—Eu...não posso.
Abaixou o olhar, desviando dos azuis nos seus, ou acabaria cedendo.
Naquele momento, se Naruto lhe mandasse, se ele usasse aquilo nele, ele o quebraria na sua vontade e ele teria contado tudo. Ao invés disso, Naruto virou as costas e continuou a andar. Quando voltou a olhá-lo, as costas dele já se afastava.
—Então não reclame quando eu começar a agir.
Itachi não sabia ali. Não sabia que ele devia ter contado tudo. Só bastava falar algo, agora, o pedir para voltar. E contar tudo. Ele devia ter feito isso naquele momento.
Evitaria muita dor que estaria por vir.
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Naruto entrou no quarto que estava em total escuridão. Já passava das onze da noite, por isso tinha certeza de que Sai estaria ali, mas encontrou o quarto vazio e sentiu um estranho alivio, mesmo sabendo que ele possivelmente devia estar na enfermaria depois da noite anterior, e por isso não estava ali.
Sai estava ferido, e ele estava aliviado. Em que tipo de ser humano estava se tornando?
"Naruto...."
Não conseguia lidar com Sai naquele momento, ou com mais ninguém. Quase havia dormido dentro do labirinto para isso, para fugir das perguntas, fugir dos pedidos de desculpas e 'sinto muito' de qualquer um. Sabia que seus amigos deviam estar o caçando como loucos naquele momento, por isso nem mesmo a torre era um refúgio mais, tinha certeza de que havia sido o primeiro lugar em que Hinata havia o procurado.
Não acendeu a luz, apenas entrou devagar e fechou a porta, seu corpo exausto. Sentou-se na cama, no escuro. Suas mãos estavam em punhos sobre as pernas, os olhos arregalados, as pupilas dilatadas pela falta de claridade. Mas em sua mente, como um filme se passava tudo o que havia acontecido naquele dia.
Garra morreu, Sasuke se machucou por sua culpa e estava no jogo maldito, mentiu para seu pai, quase matou Obito, recebeu respostas para suas perguntas, ou ao menos um pouco delas. Foi sem dúvidas, o dia mais revelador de sua vida.
O que o machucava mais, era ter sido um completo falso a frente do homem que admirava, de novo. Estava sempre mentindo, sempre e sempre mentindo para seu daidí. Ele tinha bons motivos, mas nada tirava aquela culpa corrosiva de dentro de si. Pois dessa vez havia mentido para seu pai sobre nunca ter conhecido Gaara...Como se Gaara nunca houvesse existido em sua vida.
Queria te ver usando smolking um dia.
Gaara o olhava com seu sorriso discreto, que aprendera a gostar tanto, por ser tão raro.
Seria algo que não perderia por nada. Acho que vou exigir isso no dia do meu casamento, só para você usar
— Eu posso ser fraco agora...só um pouco, Aeron? — falou baixo para a escuridão, sua voz estranha, cortada. — Depois não vou ter mais chance.
"Naruto..."
— Até isso tudo acabar, eu não vou ter mais chance de ser fraco então...— sua voz morreu no escuro, suas mãos apertando tão forte que sabia que podia estar rompendo pontos nas palmas já machucadas.
O jogo seria amanhã. A prova seria amanhã. Eles não a adiariam por nada. E seu plano começaria ali. Ele seria fraco...só um pouco...agora...Finalmente lágrimas escorreram pelo seu rosto devagar, sentia tantas saudades de seus pais, sentia tanta falta de sua avó, de Karin, do vovô e de Gaara.
—Gaara... Eu o quero de volta, Aeron. Eu quero meu melhor amigo de volta. Eles tiraram Gaara de mim.
Deixou-se levar pela dor, extravasou em simples soluços abafados nas mãos a dor que havia engolido desde que ouvira Rebecca dar aquela notícia. Deixou rolar todo o ressentimento que sentiu quando soube quem Tobirama realmente era, e o que seu tio estava fazendo consigo. Quando soube sobre Sasuke estar também no jogo. Por Itachi lhe esconder a verdade. Ele mesmo a esconder de Sasuke.
Jogou todo seu autocontrole no ralo e se deixou levar pela aquela coisa ardente que parecia tomar conta de seu tórax, o calor dolorido que apertava a garganta, que tornava impossível respirar sem soluçar.
Depois de um tempo, quando conseguiu parar e acalmar-se, limpou o rosto com a manga da camiseta puída, e se deitou. Olhou para a cama ao lado, vazia. Estava frio como sempre, enrolou-se em seu edredom e fechou os olhos inchados. Seu corpo estava dolorido, sentia-se febril, talvez pelo cansaço terrível. Naquele momento tentou esquecer, só queria dormir.
Só queria desaparecer.
.......................
Acordou, arregalando os olhos surpreso. Não sabia quanto tempo havia se passado, mas pela escuridão ao redor, ainda era madrugada.
Havia alguém ali.
Se sentou, seus olhos encontravam outro par brilhante, e quase teve um infarto.
— Sou eu.
Levou a mão ao peito, encarando a face fantasmagoricamente pálida de Sasuke, que era acariciada pela luz da lua que entrava pela janela. Ele tinha a expressão séria, sentado ao lado de suas pernas, o olhando fixamente.
Havia algo diferente dele. Algo que fez seu coração acelerar, de uma forma ruim, mas não tinha certeza da razão só que ele parecia tão...vazio.
Ele tinha que expulsá-lo dali agora. Virar as costas. Mas era bem mais fácil dizer aquilo com Sasuke longe, do que com ele lhe fitando como naquele momento.
— O que está fazendo aqui? — sussurrou de volta. — Você está ferido, não deveria estar aqui, Sasuke.
— Vim conversar.
Já devia saber. Ficou em silêncio, enquanto o outro pegava o celular, seu rosto bonito foi iluminado parcialmente pela luz da tela, e ele ligou a lâmpada LED a mirando em sua direção.
— O que está fazendo? Quer me deixar cego? — tapou o rosto com o braço e ele virou a LED e se enfiou debaixo do edredom.
Naruto ficou parado por alguns segundos, surpreso pelo que o outro havia feito, até sentir uma mão apertar sua panturrilha. Por reflexo a encolheu e com um pouco de esforço entrou por debaixo da coberta também. Ele seguia Sasuke. Sempre.
Há algo de estranho em Sasuke.
Se sentou de frente a ele com as pernas cruzadas, ambos tendo o rosto iluminado pela lanterna do celular que fora colocada no meio entre eles. Naruto se lembrou das vezes que fazia uma "casinha" daquelas com seu pai e sua mãe, e eles lhe contavam histórias, que ele sempre acabava dormindo.
Os olhos dele...
Ele o encarou, parte de seu rosto sendo iluminado, parte não, o deixando com um ar mais velho. Um par de olheiras escuras adornavam parte de seus olhos. Ele não disse nada, apenas o olhava.
Ele nem mesmo perguntou se estou bem depois...de tudo.
Lembrava vagamente do rosto de Sasuke na noite anterior, do seu desespero enquanto o alcançava. No abraço dele quando o alcançou. No olhar dele havia preocupação, e tristeza.
Sasuke o olhava de forma vazia agora. Nunca o tinha visto assim antes, nem mesmo quando supostamente o detestava logo que chegou no colégio.
— Vai me dizer, o que diabos está fazendo no meu quarto, debaixo do meu edredom, essas horas da noite quando deveria estar na enfermaria?
— Pensei que iria vir me ver.
Engoliu com isso, a voz dele tinha um leve tom acusatório que preferiu não falar sobre.
—Você fugiu da enfermaria.
Não era uma pergunta, e Sasuke não respondeu. Aqueles olhos estranhos nele, fixos. Como se esperassem algo dele.
— Você está no jogo. —Sussurrou. Ele estava afirmando, mas ainda assim, se sentiu obrigado a acenar afirmativamente.
— Você também.
Ambos ficaram em silêncio, Naruto desviou o olhar para o edredom, enquanto o moreno o encarava, sentiu como se já tivesse o visto naquele ângulo. Lhe fazia se sentir...pequeno. Errado.
—Você sabia.
Novamente não era uma pergunta, e dessa vez encarou Sasuke surpreso com isso.
—Não? Claro que não, Sasuke.
Ele o olhou de forma cética. Era claro que ele não estava acreditando, e isso o incomodou.
"Mas deveria realmente?" pensou amargo. "Eu estou sempre mentido para ele em tanta coisa."
—Eu não sabia, Sasuke.
—Você sabia sobre a Hyuuga
Claro que ele tinha percebido isso. Suspirou e assentiu. Por alguma razão as sobrancelhas dele enrugaram mais. Ele parecia com raiva agora, mas a controlava.
—E ela sabia sobre você. E Itachi. Quem mais?
—Sasuke. — O cortou de forma desconfortável. Aquela conversa parecia cada vez uma má ideia.
Sasuke passou a mão no rosto, a expressão mais agitada, e Naruto reparou que ele parecia tentar ganhar algum controle em vão, e isso lhe era bem familiar, por ser algo que passava sempre que Aeron dava as caras.
E se esse pensamento não lhe deixou ainda mais desconfortável na presença dele, não sabia o que deixaria.
—Talvez você devesse voltar a enfermaria agora.
Ele o ignorou, claro.
— Eu não esperava por isso. Devia ter notado, claro, havia semelhanças, mas eu não imaginava, ou não queria imaginar tal coisa. — Ele parecia falar aquilo mais para si mesmo — Eu me senti... tão idiota. Eu sou um idiota.
—Sasuke...ninguém sabia-
—Você sabia, Hyuuga sabia, e Deus sabe quem mais! — A voz dele foi mais alta do que esperava e prendeu a respiração, surpreso. — Gaara sabia também?
Ouvir ele falar aquilo, com aquele tom. Sasuke parecia com raiva da perspectiva de Gaara saber, com ciúmes, quando Gaara agora estava morto.
Sentiu seu peito apertar, agora de raiva.
—Sasuke, volte para a enfermaria, conversamos depois. — Tentou se erguer, mas a mão dele segurou seu pulso.
—Não! — A voz dele estava ainda mais alta. — Naruto...eu só... — Se surpreendeu novamente, pois ele parecia uma bagunça, as mudanças nas expressões dele estavam o deixando zonzo. — Como iremos prosseguir? Eu estava pensando em ligar para meu pai e pedir para que ele me tirasse do colégio, você poderia fazer o mesmo, ninguém nos impediria. Não quero continuar nesse jogo com você como adversário.
Naquele momento se dava conta o quando Sasuke realmente não tinha ideia da situação em que estavam. Alguma parte sua...esperava que ele entendesse a situação, que percebesse o quanto estavam em perigo sem precisar verbalizar e isso o deixava tão frustrado, mesmo sabendo que era algo injusto de se desejar.
— Pensei que fosse mais inteligente do que isso. — Soltou antes que pudesse segurar. Se sentia tão frustrado. Sabia que não devia descontar em Sasuke, no fundo sabia. Mas talvez assim ele se tocasse e percebesse que não devia ficar perto dele. Que todos os problemas ali eram por causa dele.
— O que quer dizer? — ele se exaltou novamente. — Se sabe de algo, é bom que me conte, estamos juntos nessa.
— Você precisa ir embora agora, Sasuke. — Rebateu, soltando seu pulso de Sasuke de forma rude. Aquela conversa estava cada vez pior.
— Mas você está junto com Itachi, né. Sempre com ele, para ele, você diz tudo. Para Gaara, você dizia e fazia tudo também. Até a Hyuuga! Por que com eles e comigo não? O que eu tenho de inferior a eles que não posso ser seu confidente? Que não posso saber mais de você? Que não posso estar com você? — Ele havia ficado de joelhos na cama, as mãos segurando seus ombros com força, o rosto avermelhado e endurecido na pouca luz fez sua respiração ficar mais pesada. — Sabe o que mais? Você não passa de um maldito mentiroso!
Queria manter a calma, e não aceitar a provocação, mas não conseguia. Estava cansado, estava dolorido, estava destruído por dentro e Sasuke parecia querer sempre dar o golpe de misericórdia. Ainda mais por ser verdade.
— Você não sabe o que está pedido para mim! Eu não posso!
— Você sempre me diz a mesma coisa, mas como vou saber de algo sobre você se você não fala nada para mim! E cada vez mais penso que quando fala só sai mentira de dentro.
Se livrou das mãos dele, sentindo já lágrimas nos cantos dos olhos.
— Porra, pare de ser um idiota Sasuke, nem tudo gira em torno de você e nem para você! Larga de ser imaturo!
—A história triste que me contou era mentira também? Queria me fazer ter pena de você? — As palavras cortaram a discussão como vidro. Por segundos ficou estático, e viu os olhos dele levemente arregalados, como se tivesse se dado conta do que havia falado.
—Sai desse quarto, Sasuke. — Sua voz era fria.
—Não. — A expressão dele se endureceu.
—Sai daqui!
—Não!
A esse ponto Naruto já tinha uma mão erguida em punho na face do mais novo, que o olhava com uma expressão homicida, ambos com o rosto próximo. Sua mão tremia, ele não conseguia. Ele queria fazer aquilo só para ir contra o que Itachi falara, mas ele não conseguia.
Abaixou a mão e se afastou, respirando fundo. Notou a mudança no olhar do outro de forma confusa. Algo no olhar dele mudou, a expressão passando de homicida para determinada.
—Sasuke...— Fechou os olhos, controlando a respiração. Tinha que terminar com aquilo logo, aproveitar a súbita calma. Ele realmente estava o assustando no momento. Antes que pudesse os reabrir os olhos, sentiu a aproximação, o colchão afundou e teve os lábios tomados. Arregalou os olhos surpreso, Sasuke tinha os seus fechados, a boca pressionada com força contra a sua, o forçando a aprofundar o beijo.
Mãos firmes enlaçaram sua cintura e suas costas, o mantendo ali. As suas próprias foram de encontro ao peito do outro, o empurrando.
Tentou falar algo, mas sua voz não passava de um barulho sem sentido. E se aproveitando disso, ele conseguiu invadir sua boca com a língua. Automaticamente se pegou retribuindo, sua raiva se dissipando. Seu corpo caiu aos poucos sobre a cama novamente, o cobertor ainda os cobria, a lanterna do celular do Uchiha ainda ligada em algum lugar entre o emaranhado de pernas e cobertor. O corpo colou-se ao seu, por cima, quente. A mão esquerda dele passeou pela lateral de seu tronco, invadindo sua camiseta.
Entretido com o beijo longo, em que era obrigado a respirar em lufadas de ar pelo nariz, não notou onde a mão do outro poderia chegar. Isso o despertou da espiral de sensações que beijar Sasuke o levava, e o empurrou com força pelos ombros. Ele finalmente se afastou a uma distância da qual mal dava para se respirar.
— C-chega Sasuke, não é hora pra isso. — Pediu, gaguejando no começo pelos beijos que o outro começou a depositar em seu pescoço, descendo devagar até a clavícula. — Para!
— Não.
A palavra dita de forma tão definitiva o tirou de guarda.
Sentia as mãos curiosas passearem pelo seu corpo, a boca habilidosa sugou um punhado de pele de seu pescoço, e conteve um gemido. Tomou forças e o empurrou mais, os cobertores farfalharam e o Uchiha se sentou sobre suas pernas, arrancando o edredom de cima deles, seu celular caindo no chão debaixo da cama, e se arrepiou com choque térmico pelo calor de ambos e o frio de fora.
Naruto o encarou sem reação, ficando preso no olhar profundo que ele lhe mandou. Ele levantou ambas as mãos até a barra da camiseta e a puxou por cima da cabeça. Os olhos dele estava, estranhos novamente, mais ainda do que antes. Naruto tinha que sair daquela situação, e naquele instante.
—Eu não vou me repetir. — Ameaçou, a voz saindo trêmula. Não sabia o que fazer da situação. Sasuke parava quando pedia. Sasuke não estava parando agora.
E depois de dizer tudo o que ele disse desde que entrou ali...
"Naruto, o mande embora."
A voz de Aeron era estranhamente tensa. Era a primeira vez que ele interrompia em um momento daqueles.
"Eu estou tentando,"
"Não o suficiente. Há algo de errado com ele, o mande embora!"
—Sasuke, melhor parar por aqui. — falou com a voz mais firme que conseguia, tentando se sentar.
— Eu quase morri hoje.
Isso o fez parar. Fechou os olhos de forma dolorosa.
"Por minha causa."
"Ele está manipulando você! Mande-o embora!"
Não conseguia se mover. Nem mesmo respirava. Se arrepiou quando a voz de Sasuke tocou em seu ouvido, sentiu o corpo dele se mover, se acomodar sobre o seu.
— Eu pensei que iria morrer. Eu estava lá, sangrando. E tudo no que pensava era em você. Eu não devia te amar tão rápido assim. — sentiu um beijo em sua bochecha. A voz de Sasuke era baixa, suave. Ele não conseguia se mover. — Mas eu amo. Uchihas só amam uma pessoa.
Maldito. E suas palavras que sempre o quebram. Sempre o deixavam tão confuso. Como Sasuke conseguia ser uma pedra com todo mundo, e assim com ele? Agir como um maldito há poucos minutos, e agora isso? Seria tão mais fácil.
Acordou do devaneio quando sentiu uma mordida em seu queixo. O peso dele sobre si...era tão certo. Então por que parecia tão errado?
Tudo naquela situação parecia errada. Ele não estava em condições psicológicas no momento de pensar, de agir. Ele só queria que tudo parasse.
Havia algo de errado com Sasuke.
— Não... — a boca dele parou a centímetros da sua, as mãos ao lado da sua cabeça. Encarou os olhos de Sasuke, e eles pareciam completamente negros, a pupila dilatada, os cabelos bagunçados. — Por favor. — falou com mais clareza, as mãos no peito dele, o empurrando.
— Por quê?
A voz calma o desarmava, tentou desviar o olhar dos negros que sabia que o avaliavam da penumbra acima de si. Estava praticamente rendido, sem forças, não conseguia sequer parecer tão austero quanto mais cedo.
"Porque vejo os olhos dele quando olho para você. As mãos são tão geladas quanto as daquele desgraçado. Se eu fechar os olhos apenas, eu posso me imaginar lá de novo. E isso me deixa apavorado. Isso e meu medo de acabar fazendo você ser morto por estar comigo. Eu não sou bom para ninguém Sasuke. E por Deus que eu não quero que você morra, porque se você me ama, eu acho que te amo também. E eu não quero ver o cara que me estuprou em você, mas eu não posso controlar isso. É esse é o pior momento."
—Sasuke, não é hora para isso. —Falou o mais firme que podia.
O queixo dele trincou, o olhar mais duro, a voz saindo magoada:
—E quando vai ser? Quando vai ser a hora certa? Quando vai me colocar na frente de alguém, Naruto?
Fechou os olhos, tudo estava fora de controle. Tudo o que menos queria era magoar Sasuke, mas parecia que não importava para que lado movesse era isso que iria acontecer. Era o que precisava fazer para que ele não acabasse como...Gaara.
— Nós fazemos mal um para o outro. Não percebe? — Abriu os olhos, de forma séria.
— Você está mentindo. De novo. — O outro replicou aproximando seu rosto e Naruto pode ver seus olhos magoados. E então não soube o que ele viu ali, mas o deixou com raiva, o rosto se escondendo no seu pescoço o fazendo gemer surpreso. O peso dele não estava mais gentil, as mãos agarraram as suas, as prendendo no colchão com força.
— Se afasta Sasuke!
— Não. — A resposta foi dura. — Não até que me diga o porquê de não me querer. É o Itachi?
A última coisa saiu em um rosnado.
— Merda Sasuke! Me solta! Para com isso!
Ele parou e o observou. Sua respiração estava ofegante.
—Então diga que não me ama também, Naruto. Diga, e eu saio da sua vida. — Naruto desviou os olhos azuis, a testa franzida. — Olhe nos meus olhos e diga. Isso está me enlouquecendo!
As respirações estavam pesadas. Naruto sabia o que tinha que fazer. Ele sabia exatamente o que tinha que fazer para tirar Sasuke daquela bagunça. Levou os azuis para o rosto do outro, seu coração se comprimiu, mas sua expressão era séria, verdadeira. Era hora de acabar com isso.
— Eu não te amo. — O corpo acima do seu ficou rígido, mas as mãos segurando seus ombros estavam trêmulas. A expressão do rosto dele... os olhos...Sentiu seu coração se comprimir e desviou o rosto para o lado.
Ele tinha certeza de que aquela expressão no rosto de Sasuke o perseguiria pelo o resto da sua vida. Era o rosto de alguém que tinha tido seu coração partido.
— Você tem razão, eu menti para você. — Seu lábio ficou trêmulo ao sentir seu rosto molhado. Sabia que não estava chorando, e que aquelas lágrimas eram de Sasuke caindo em seu rosto. Ele havia feito Sasuke chorar.
Se sentia um monstro.
O silêncio era quase ensurdecedor ao redor.
— Agora me larga. — Sua voz saiu fria e baixa e moveu o corpo para sair debaixo dele, mas não houve tempo.
— Você está mentindo.
A voz de Sasuke o fez parar. Era baixa, trêmula. Mordeu o lábio, mas não respondeu, fechando os olhos. Não queria ver a expressão de Sasuke mais. Tentou o empurrar com uma mão de forma débil, mas ele segurou a segurou de forma quase delicada.
—Você está mentindo, eu vejo em seus olhos Naruto. — O rosto dele se aproximou do seu, sentiu o toque gelado do nariz em seu rosto, e mais lágrimas. — Por que está mentindo para mim? Por que está sempre mentindo, Aeron?
Arregalou os olhos ao ouvir isso. A mão dele apertou a sua quando tentou a puxar.
—Sasuke?
"Naruto! Saia daí!"
Virou o rosto depressa, ou tentou. No mesmo momento sentiu uma dor aguda em sua mão, os dedos dele apertando sua palma com força, rompendo os pontos.
Gritou.
...........
—Eu quero ficar com você, para sempre.
—Por que eu? Perto de você eu não sou nada...
—Você é. — um roçar de lábios, um corpo quente o engolfando em proteção. — Você é quem eu amo,
—Você não está mentindo?
Uma risada rouca em seu ouvido, uma mão quente em suas costas
—Eu nunca mentiria para você, Noland.
.........
A dor foi tão súbita que sua visão escureceu, seu corpo desligando por alguns segundos. Não sabia se pelo choque da dor ou da situação.
Ou as cenas na sua cabeça, confusas, urgente. NolandNolandNoland.
Era um ângulo que não era seu. Essas visões...não eram suas. Não eram como antes. Olhava o fundo de um penhasco, as ondas batendo lá embaixo.
Via a si mesmo deitado no chão perto de uma lareira, seu corpo nu brilhando na luz do fogo entre peles de animais. Via a si mesmo sorrindo, chorando, gritando. Seu rosto sumindo dentro da água, uma mão estendida.
Via a si mesmo sob a perspectiva de uma outra pessoa, e tinha tanta dor e tudo era demais.
Erademaiserademais.
F A Z P A R A R .
A voz de Aeron era um pano de fundo frenético em seus ouvidos. Sentiu mãos em seu corpo, mas não conseguia ter noção do que acontecia, até sentir seu cabelo ser agarrado com força. Abriu os olhos e encontrou os olhos negros vazios.
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—O que estava sentindo...não era real.
—Do que está falando? Ewen?
—Ele mentiu Noland. Aeron mentiu o tempo todo.
.....................
Um joelho colocou peso em seu peito. Arregalou os olhos na escuridão, seu coração a mil.
— Sasuke! Para! — gritou fraco tentando se afastar. Uma mão estava agarrada a sua cintura de forma dolorosa, o corpo pesado o mantendo no lugar sem cuidado algum. Ergueu os braços em desespero, tentando se impulsionar para longe e se livrar, mas tudo o que conseguiu foi que uma dor latejante tomasse seu tórax, sua costela fraturada, o deixando sem ar e o fazendo cair novamente.
Não consigo respirar.
Os olhos de Sasuke estavam vidrados, escurecidos. O sentiu afastar suas pernas e se desesperou mais.
— S.sasuke! Para!
Ficou chocado quando foi estapeado sem piedade no rosto. Nem mesmo conseguia reagir. Aquilo não podia estar acontecendo. Seus olhos ficaram arregalados, o rosto virado pela força da pancada, a face esquerda formigando. Até que sentiu a respiração quente em seu ouvido.
— Você mentiu. Sempre mentiu. Sempre e sempre e sempre...
Sasuke virou seu rosto de forma brusca, agarrando seu cabelo com força novamente e encontrou o rosto do outro pálido, rastros de lágrimas na pele imaculada, pareciam brilhar para que as visse.
Foram pelos olhos que ele soube que não era Sasuke. Não podia ser. Os olhos do garoto que conhecia nunca demonstrariam tanto ódio quando os que o fitavam.
"Noland!"
A voz de Aeron saiu fraca, em um tom de urgência, mas distante, como se tentasse irromper e não conseguisse.
"Não é Sasuke. Ele não sabe o que aconteceu. Ele não sabe da verdade... Ele nunca soube da verdade. Noland... Me perdoe... Noland!"
— Sasuke?
Sua voz saiu como a de uma criancinha indefesa, procurando algo ali, nos olhos gelados em si, mas não havia nada de Sasuke, ele tinha uma expressão de nojo, da qual Sasuke nunca seria capaz de fazer para si. O joelho em seu peito apertou mais.
O sentimento de horror o paralisou. Ele precisava se livrar dele, mas não conseguiu. Usou a mão que no momento não estava incapacitada e estava pronto para pressionar um nervo que o derrubaria, mas foi desnorteado por uma dor cegante novamente quando a mão dele, em uma força incomum para o adolescente, se prendeu na sua machucada, a apertando de um modo que de imediato sentiu o sangue escorrendo de seu ferimento, os pontos partidos nessa mão também.
Havia sangue em Sasuke também, ele o viu pingar em si em meio a dor que o fez gritar. Ele devia ter rompido os pontos do ferimento de mais cedo também. Se continuassem assim, aquilo só iria piorar.
"Não faz isso comigo, Sasuke, não faz isso com a gente..."
Sua mente não queria trabalhar no que estava acontecendo, suas pupilas dilatadas de choque. Não era possível que Sasuke tivesse toda aquela força, o esmurrava, e não conseguia movê-lo.
Sentiu pontos pretos se formando na sua frente, não conseguia respirar. Fechou os olhos ao sentir que ele havia removido sua calça. Não queria abrir os olhos e ver que era Sasuke, justamente Sasuke que fazia aquilo. Não suportou mais e começou a derramar as lágrimas que estava segurando com esforço.
Por que aquilo tinha que acontecer com ele, sempre com ele? Ele não queria assim, nunca assim com Sasuke. Algo em sua mente ainda tinha a esperança de que saíssem vivos dali, de que pudessem ficar juntos quando tudo acabasse. Ele... Amava Sasuke. Era estranho como admitia isso, justo em uma situação como aquela.
—Sasuke. — pediu, em um soluço baixo. — Volta, por favor, volta.
Uma mão em sua boca o calou e olhou em desespero quando a sentiu cobrir sua boca e nariz, o sufocando ainda mais.
"Ele vai me matar."
Sentia que a qualquer momento iria apagar e talvez quando acordasse...se acordasse, Sasuke teria feito o mesmo que Obito. Se isso acontecesse Naruto não sabia se queria acordar.
"Pare, por favor. Sasuke. Eu amo você."
Subitamente o corpo parou e a mão largou seu rosto rapidamente. Puxou o ar fracamente e sentiu uma nova dor em seu peito que não tinha nada a ver com o peso que saia de cima de suas costelas. Uma dor que não era apenas sua.
—Naruto?
Abriu os olhos avermelhados, e encontrou o rosto, primeiro confuso, e então horrorizado acima de seu.
"Eu sou um monstro. Eusouummonstroummonstroummonstro. "
A voz na sua cabeça o fez arregalar os olhos. Não era sua. Não era de Aeron. Sasuke. Era Sasuke.
E foi quando algo mais estranho, ainda mais estranho aconteceu. Por segundos ele viu a si mesmo, na cama, o cabelo suado e emaranhado, o rosto molhado de lágrimas e vermelho de um dos lados, os olhos vermelhos pupilas dilatadas, os olhos em uma expressão de tristeza, medo e tão quebrada. E Sangue ao redor de si.
Tanto sangue.
"Euomachuquei.Omachuquei.Monstromonstromonsto."
—Sasu..ke? Não era você....não era, olha pra mim...Sasuke?
Antes de sequer terminar, os olhos dele haviam revirado nas órbitas, o corpo caindo acima do seu pesadamente.
Ficou paralisado por alguns segundos, o peso dele o sufocando novamente. Havia tanto sangue, dos dois, e soluçou alto na escuridão, experimentando todo o horror do que acabara de acontecer. Sasuke não iria parar. Ele quase foi abusado e morto por Sasuke.
Conseguiu livrar seu tronco do peso, tentando respirar.
Bem a tempo de virar a cabeça para fora da cama e vomitar no piso.
.......
"Ele mentiu para você, todo esse tempo. Ele consegue controlar as pessoas, eu sinto muito."
Os olhos escuros olharam para baixo, para as pedras e as ondas revoltas. Sentiu o vento salitrado em seu rosto, gelado em seu corpo e suas lágrimas.
"Ele não vai vir, eu sinto muito Noland, ele não vem. Eles o pegaram. A essa hora ele já está morto. Aeron não vem."
Um soluço quebrou em seu corpo e abriu os braços.
"Eu nunca mentiria para você, Noland."
Se jogou.
Arte de CrazyClara
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