Is breá liom tú
Recostou-se na parede gelada do prédio, a tolda lhe protegendo da chuva fina que caia. As escadarias pareciam enferrujadas e tudo na rua parecia melancólico; muito diferente do seu próprio bairro, de prédios novos e mansões coloridas.
Era por aqui que vivia por tantos anos, tio Naa?
Sabia que não estava realmente sozinho como queria. O homem grisalho lendo jornal e tomando café do outro lado da rua era um dos homens do seu pai. Assim como a mulher que olhava para fora da janela no prédio do outro lado do beco em que estava. Tentava não se importar com isso, era inevitável depois do que havia acontecido apenas meses atrás que seu pai ainda estivesse superprotetor.
Passou a mão nos fios loiros um pouco úmidos, tentando ignorar suas mãos trêmulas. Chegara perto de um ataque de pânico naquela sala, muito perto. Geralmente era muito bom em esconder esse tipo de coisa, mas naquele dia tudo parecia tão mais complicado. Até aquele momento tinha tentado se enganar, tentado fingir que seu tio ainda estava vivo e longe como estivera todos os últimos anos. Que não o vira morrer em seus braços, mas...a leitura do testamento dele fazia com que tudo fosse mais real.
Umedeceu os lábios piscando rapidamente para não derramar nenhuma lágrima. Não podia, ou não conseguiria parar. Acabou puxando o maço de cigarros do bolso do casaco. Sabia que iria precisar quando saíra da casa, mas no fundo esperara que não fosse tão difícil assim. Acabou com os olhos azuis focados na fumaça no ar, bloqueando tudo o mais. Sabia que não demoraria para um dos dois vir buscá-lo. Saíra quase correndo da sala da advogada, eles lhe dariam alguns minutos sozinho, mas não mais do que isso.
Sabia que estava certo quando ouviu as pegadas vindas da saída de emergência do prédio que havia usado.
—Pensei que tinha parado de fumar, já tivemos essa conversa.
Quase sorriu com o tom reprovador do seu pai. Ao invés disso estendeu o maço e o isqueiro e ele tomou com um resmungo. Finalmente fitou-o, de pé ao seu lado. A roupa social estava sem gravata, e havia olheiras escondias pelos óculos de grau que usara para ler os documentos. Ele parecia exausto. Os olhos azuis fitando a parede, perdidos em lembranças, talvez. Ergueu uma sobrancelha quando o viu acender ele mesmo um cigarro entre os lábios.
— Sua mam vai me matar se descobrir. — Ele murmurou e riu, também soltando a fumaça. — Eu tinha prometido parar.
Os dois ficaram em silêncio por mais algum tempo. Sentiu-se mais calmo e seguro com a presença do pai ali, como sempre. Se ao menos pudesse remover todas aquelas cenas da sua cabeça por alguns instantes... os olhos cinzentos sem vida nos seus. A voz dele, Deus, a voz dele cantando.
Ele ainda não sabia se podia perdoar seu tio, não depois de tudo o que aconteceu, mas isso não mudava o fato de que o amava, e que sabia que Nagato o amava também. Talvez fosse mais fácil aceitar tudo isso se não o amasse.
—Eu lembro quando ele comprou a moto.
A voz do pai parecia distante. Seu corpo tencionou e o fitou novamente. Os olhos dele estavam na chuva que escorria, perdido em memórias.
—Harley Davidson 1960. Ele tinha 16 anos. Seu avô que fez o negócio. Nagato tinha trabalhado para ele por verões inteiros tentando conseguir o dinheiro, vendeu o carro que os pais de Kushina haviam deixado para ele. Ainda assim, no dia o dinheiro não foi o suficiente, claro que não. Seu avô acabou pagando o resto e nunca disse nada a ele. Sua mãe... — Minato riu, uma risada embargada. Naruto fechou os olhos sentindo seu peito doer. Era a primeira vez que o ouvi falar de Nagato desde que tinha cinco anos. — Sua mãe ficou louca quando soube! Só o deixou em paz quando o levamos para a cabana e passamos dias o ensinando a pilotar bem, até ela ficar satisfeita.
Notou que a mão do pai tremia quando ele segurou o cigarro entre os dedos. Mesmo com o rosto desviado para o lado, notou o rastro de lágrimas. Sentiu-se um intruso e abaixou o olhar, longos minutos se passando em silêncio. Seu pai amava Nagato, não era difícil entender isso. Ele havia o criado como um filho por muito tempo e sofrido com a distância e o ódio de todos aqueles anos. E então Nagato havia morrido, sem que tivessem tido a chance de se entender. Será que ele pensava em como quase havia perdido Naruto também, sem antes puderem conversar e se entender, desfazer todos os mal entendidos?
Se assustou quando sentiu a mão dele em seu ombro.
—Sabe que...colocamos seu nome por causa dele, certo? Naruto.
Assentiu, ainda de cabeça baixa. Sua mãe sempre contava a história. De como haviam ficado os dois, Nagato e Kushina presos dentro do carro no caminho do hospital quando chegara a hora de nascer. Seu pai estava viajando, nunca ninguém pensara que iria nascer antes do tempo, ninguém estava preparado. Nagato ajudara no parto. Recebeu o nome em homenagem a ele.
—Ele deixou a moto para você. Deve ficar com ela. Naruto. Olhe para mim. — Obedeceu hesitante, erguendo o rosto para o pai. – Nagato amava você, nunca esqueça disso. Isso é o que mais importa. Enquanto lembrar disso, sempre vai ter um pedaço dele dentro de você. Nunca vai estar sozinho.
—Daídi...
—Eu...eu devia ter falado isso depois que seu avô se foi, mas naquela época as coisas ficaram tão complicadas...me perdoe por isso. Eu acabei tão imerso que abandonei você.
—O senhor tinha perdido seu pai, daídi. — Balançou a cabeça, sentindo um peso em seu coração. Os olhos de seu pai suavizaram nos seus, em sua expressão sincera.
—E você seu avô. E agora seu tio...
—E o senhor um filho. Nagato era como um filho para o daídi, eu sei disso. Eu sei que quando me diz essas coisas...está dizendo para si mesmo também. Não. Me escute. — A voz firme impediu seu pai de interromper. –—Tio Naa estava magoado. Ele não sabia o que fazer com toda a dor dele, mas ele nunca não amou o senhor. Eu vi nos olhos dele isso. Não se culpe, como sei que se culpa. Foram as escolhas boas e ruins dele que levaram ao que aconteceu.
— Naruto... seu tio me odiava nos últimos anos.
— O contrário do amor não é ódio, Daídi. É a indiferença.
Minato o olhava surpreendido. E então um sorriso melancólico tomou seus lábios e ele balançou a cabeça.
—Eu vim aqui para te confortar, e fui confortado. Como consegue isso? De que é feito, Naruto?
Deu de ombros, um sorriso pequeno nos lábios, enquanto se virava de volta para ver a chuva, o cigarro novamente nos lábios. Soltou a fumaça devagar, sentindo-se mais tranquilo, menos atormentado.
—Eu sou seu filho, é por isso.
Minato riu baixo, e os dois tiveram a sensação pela primeira vez naquele dia que tudo ficaria bem no fim.
—Vocês estão fumando?!
Esconderam as mãos com os cigarros atrás das costas rapidamente exclamando "não" ao mesmo tempo. Os dois encararam a mulher ruiva parada perto da escada inocentemente.
............
—Eu tenho que vestir isso mesmo? — Karin revirou os olhos com a voz desolada do primo. Devia ser a décima vez que ele perguntava aquilo. Quem o ouvisse pensaria que estava o obrigando a usar uma camisa de força.
—Por Cristo Naruto! "Isso" é uma Tommy Hilfiger, e sim, você tem. — Comandou para a porta do banheiro aonde o primo se trocava.
—A etiqueta coça!
—Se não quiser usar, tudo bem. Então eu não vou com você para festa do seu amigo, e o tio manda um dos agentes, e vai ser ótimo para você e seu namorado tentar se pegaram escondidos com um deles no seu pé!
—Fala baixo!
Naruto saiu do banheiro com a expressão alerta. Olhou satisfeita para a camisa azul marinho de botões que ele usava, uma calça jeans também escura e os sapatos sociais. Seu primo parecia um modelo, finalmente um potencial alcançado.
— Olha aí, você parece da minha família assim.
Ele a olhou de forma ofendida e o ignorou, batendo a mão na cadeira da sua penteadeira o chamado. Tinha que terminar logo com aquilo e se aprontar também. Mesmo que fosse uma festa de pirralhos, e que estivesse indo apenas de vigia para ajudar o priminho ingrato, não podia estar menos que impecável.
—Quanto mais demorar pior para você. Vou conseguir o que quero de um jeito ou de outro.
Isso fez a mágica e Naruto a obedeceu, um bico nos lábios que morreria negando. Ajeitou o cabelo prometendo a si mesma que cortaria logo aquele ninho o quanto pudesse. Ao menos aparou a barba dele, e colocou um dos seus produtos nos fios loiros, os deixando se não como queria, mas quase. Não que Naruto precisasse de muito para se tornar apresentável. Bons genes.
Olhou seu trabalho pronto, satisfeita.
—Estonteante, amor. — Concluiu. — Agora vaza que vou me arrumar. E ai de você se bagunçar meu trabalho ou se trocar.
—Mas...
—Quer ver seu príncipe do mau humor hoje, não quer?
—Chantagista.
—Merci.
.....
Se negou a irem no jeep de Naruto, usando seu Porsche. Nunca entenderia o gosto do primo por antiguidades.
Aguentou a reclamação por chegarem atrasados, porque ao que parece Naruto não entendia o charme de se atrasar ligeiramente em eventos. Ele quase saltou do carro quando finalmente estacionou ao lado dos outros veículos na grande casa de campo dos Nara. Suspirou dando seu tempo para olhar sua maquiagem e sair do carro. Havia optado por lentes de contato para a noite, os cabelos agora bem curtos repicados ao redor do rosto e um Lanvin cinzento, ressaltando seus olhos. Trocou os sapatos confortáveis que usava para dirigir por seu salto e se olhou satisfeita.
Naruto, surpreendentemente a esperava do lado da porta, uma mão estendida.
—Você está muito linda, prima. — Ele comentou com um sorriso afetuoso, entrelaçando o braço no seu e erguendo as sobrancelhas de forma brincalhona.
—Então, sabe ser um cavalheiro.
— É a roupa. — Deu de ombros e segurou o riso com a cara séria dele.
Os dois pararam na entrada ligeiramente. Sentiu a tensão no corpo dele, notou que ele olhava para os lados, procurando saídas caso houvesse uma emergência. Sentiu uma pontada no coração por isso.
—Vamos. — O puxou levemente e ele obedeceu. — Vamos ver seu príncipe, amor. Ele vai sofrer uma La petite mort ao te ver vestido assim.
—Pequena morte?
—Orgasmo, em francês.
—Karin!
................
Sasuke não estava tendo uma boa noite.
Não imaginava o porquê de Nara ter convidado Haruno, que estava o perseguindo um tanto avidamente durante a noite para uma dança. Por alguma razão suas técnicas de intimidação não estavam funcionando nela, o que tinha que admitir era admirável, se não um tanto inconveniente. Tentara dizer que estava namorando, mas Yamanaka havia pisado em seu pé na hora, o lembrando que seu namoro era segredo.
Nunca admitiria a ninguém, nem sob tortura, que gostaria que a Hyuuga tivesse vindo pelo menos. Pelo menos os dois tinham estabelecido o hábito de trocarem observações quando no mesmo ambiente — não, não é o mesmo que fofoca —, e o humor negro e levemente sarcástico e autodepreciativo da garota era refrescante quando comparada a toda a... irradiância e excentricidade dos outros amigos de Naruto que ele o obrigava a socializar. Sem falar que para sua surpresa Hyuuga sabia ser intimidadora desde que começara o estágio com o Namikaze, talvez isso viesse em mão agora.
Mas não, a merdinha havia arranjado uma viagem com a irmã para visitar um familiar, e ainda mandado uma mensagem rindo dele quando soube que entre ele, ela e Naruto, Sasuke havia sido o único que ia ser obrigado a retornar à escola. E as pessoas olhavam para a infeliz e a achavam doce. Sua mãe pensava que ela era um anjo. Até seu pai havia caído na farsa.
Sasuke nunca admitiria isso também, mas ficava impressionado com isso.
Yamanaka parecia sempre ter um jeito de se livrar da Haruno com alguma desculpa pelo menos, por isso ficara por perto dela. Porém, isso queria dizer que estava perto de Sai, que logo começara a soltar as piadinhas, e duvidava que Naruto ficasse impressionado consigo se batesse no amigo dele. E ainda tinha os outros que apenas...falavam demais. E alto.
E Naruto, por sinal, estava muito atrasado.
Começava a se arrepender de ter declinado o convide de Itachi dele vir o buscar mais cedo.
—Se escondendo?
Virou alerta de onde estava recostado em um canto escuro da sala e piscou aturdido. Os olhos descendo pela figura na sua frente, que agora o fitava de forma curiosa por sua reação.
—Sasuke? Bebeu? — a voz um pouco alerta o fez balançar a cabeça, voltando a se situar.
—Não, é que você...V.você está... perfeito.
Naruto ficou vermelho com isso, passando a mão nos cabelos loiros sem jeito. Uma voz feminina riu e só então notou a linda ruiva segurada no braço de Naruto. Um vestido cinzento curto, mas elegante, ressaltando um belo corpo e deixando amostra um belo par de pernas. Os cabelos muito curtos e o tamanho a faziam parecer uma fada, e o sorriso era seguro e confiante. Com certeza não era uma garota de colegial ali.
Alguns anos atrás e ela seria seu alvo na festa.
Hoje ela estava segurando demais em seu Naruto.
Estreitou os olhos a encarando, o que a fez rir mais.
—Calma aí, Tigre. Sou a prima Karin. A responsável por deixar seu Naruto tão...apresentável.
Sasuke relaxou com isso. Sabia tudo sobre Karin, e sobre como ela tinha ajudado em algumas escapadas do Naruto já. Naruto brincava que Karin era o Itachi dele.
Sorriu levemente.
—Hum. — Pegou a mão que ela oferecia e a beijou, a fazendo erguer a sobrancelha. E aquilo fora tão igual a mãe de Naruto que sorriu mais. — Prazer, Sasuke Uchiha.
—O namorado secreto.
—Eu mesmo. — Admitiu sorrindo aberto para Naruto e pegando sua mão, o puxando para mais perto e beijando seu rosto vermelho. Focou nos azuis que suavizaram nos seus. Poderia se perder neles, como sempre.
—Bom. Vamos aos negócios.
A voz dela ficou séria e fitou os dois, quebrando o contato visual entre eles. Ainda segurava a mão livre de Naruto e encarou o Uchiha. E mesmo ela sendo menor que Naruto – e não sabia que isso era possível, mas ela era – ainda se sentiu intimidado.
— Minato me enviou para acompanhar Naruto. Tenho certeza de que ele mandou alguns agentes dentro da festa também, caso aconteça algo. Sei quem são só de entrar aqui, assim como Naruto deve ter percebido também. Vou ajuda-los a escapar deles e terem seu momento a sós e tudo mais, apenas por enquanto. Faço isso por Naruto. Não conheço você, mas deve ser especial para estar com ele. Estou confiando em você. Se magoar meu primo, vou matá-lo devagar e dolorosamente. E não falo da la petite mort.
Sasuke ficou vermelho com isso, quase se engasgando na própria saliva.
—Só eu que não conhecia essa expressão? — Naruto resmungou e os outros dois o olharam torto.
—Estamos entendidos, Uchiha?
—Claramente.
—Bom, bom. Vão se pegar agora. Tenho certeza de que tenha algum armário livre por aí. E Naruto? Coloquei algo no seu bolso. Se precisar.
Naruto franziu a testa e colocou a mão no bolso, o rosto intrigado por segundos. E então ficando embaraçado.
—Karin!
—Se divirtam, crianças!
A ruiva virou as costas piscando o olho para os dois por cima do ombro. Alguns dos caras quase quebrando o pescoço se virando para fitá-la enquanto ela pegava uma bebida de um dos garçons no caminho.
—Ela é...com certeza alguma coisa.
—Ela é. — Naruto confirmou com um sorriso carinhoso. E então voltou a fitá-lo. Os azuis brincalhões o medindo. — Você está muito bem-vestido, namorado secreto.
—Por baixo da roupa é melhor ainda. Quer ver?
.................
Gemeu quando bateu as costas na porta com força. A boca de Naruto persistente na sua o impedia de respirar, quanto mais reclamar. Não que fosse reclamar. Não com a mão dele dentro da sua calça.
—Merda! — Tateou a porta, puxando a maçaneta. Finalmente uma porta que abria e que já não tivesse alguém dentro! Quase caiu para trás, mantendo por pouco o equilíbrio. Mal entrou no quarto e novamente foi jogado contra a porta, ouvindo o click quando ela foi trancada. Não teve muito tempo para reagir. Depois de uma boa meia-hora sendo torturado por Naruto dentro de um dos armários no segundo andar, faria qualquer coisa por um alívio.
Podia ouvir o som no andar de baixo, haviam começado com o DJ. Todos estavam se divertindo, tentando esquecer tudo o que havia ocorrido, de alguma forma.
A respiração dos dois estava arfante. Sentiu a mão fria de Naruto em sua nuca enquanto ele o puxava para baixo, para mais um beijo. Gemeu quando outra mão pequena voltou a sua calça, por dentro da boxer. O sentiu rir no beijo e rosnou. Desceu suas mãos das costas para a bunda dele, a apertando e o jogando mais contra si. Foi a vez de Naruto gemer e soltar a sua boca. Aproveitou para descer os beijos para o queixo dele, e logo o pescoço. Desceu mais as mãos, para as coxas cobertas, e o impulsionou para cima.
Apesar do susto, o outro seguiu seu comando e se deixou ser erguido, enrolando as pernas na sua cintura. Agora com uma altura melhor, trocou as posições e o colocou contra a porta, o mantendo ali com seu corpo, enquanto continuava ministrando beijos no pescoço alvo. Sua mão livre abrindo botões da camisa e expondo mais pele para marcar.
Naruto puxou seu cabelo, gemendo baixo, movimentando o quadril como podia no espaço que lhe dava. Logo começou a responder aos movimentos. As mãos no quadril dele por baixo da camisa, o guiando. Devagar. Conseguia imaginar que estava dentro dele no momento.
Sua respiração ficou ainda mais pesada, como a dele.
—Sasuke...
A voz rouca em seu ouvido o deixou mais frenético. Olhou para cima, mordendo o queixo dele até focar no rosto. As bochechas dele estavam vermelhas, os olhos azuis dilatados, os cabelos antes tão arrumados agora para todo lado. Naruto parecia fodido. Focaram um no outro, e o foi o sorriso sacana dele que o fez chegar ao clímax. Gemeu se jogando mais contra ele para não o derrubar no chão.
Sentiu quando ele o seguiu, o corpo colado ao seu estremeceu. A voz rouca gemeu mais forte em seu ouvido, as mãos tiranas puxando mais seu cabelo enquanto ele jogava a cabeça para trás, não se importando de batê-la contra a porta.
Sua vista escureceu por alguns instantes, até escutar uma risada em seu ouvido.
—Foc. Tem uma estátua de um power ranger no quarto.
—O que...— tirou o rosto do ombro dele e olhou para trás. — O que diabos...esse é o quarto do Shikamaru?
—É o que parece. Vamos ver se a cama dele é boa.
Não precisou que falasse duas vezes. Nunca recuperou a força tão rápido depois de um orgasmo. Segurou bem Naruto pelas coxas e cambaleou até a cama, caindo com ele nos lençóis, já o beijando. Dessa vez de forma mais suave, sem pressa. Explorou a boca dele já com certa maestria. As mãos desceram pelo peito do outro, abrindo mais alguns botões, explorando a pele quente abaixo da sua palma, passando pelos mamilos e os deixando eretos. O sentiu gemer mais em sua boca. Abriu o restante da camisa e tocou no botão da calça dele, começando a removê-la. Até que a mão menor tocou seu ombro, o empurrando levemente.
Quando largou sua boca o fitou e o rosto dele estava sério.
—O que? — murmurou preocupado. A testa dele estava franzida, e logo pensou que havia feito algo muito errado.... Claro que havia. Teve vontade de se bater naquele momento.
Ele nunca havia chegado tão longe desde que saíram do colégio. Era sempre Naruto que iniciava qualquer coisa. E por razões óbvias. Ia se afastar e pedir desculpas, mas a mão dele segurou sua nuca no lugar, o obrigando a encará-lo.
– Naruto...
—Tá tudo bem, só...espere.
Viu preocupado ele fechar os olhos e respirar fundo, a mão na sua nuca afagando seus cabelos de leve, também o acalmando.
—Eu quero tentar ir...até o fim.
Sentiu seu coração disparar. Lembrou da última vez, do completo desastre que foi e fechou os olhos também, encostando a testa na dele.
—Sasuke...apenas continue olhando nos meus olhos, e siga o que eu disser. Por favor. Só...me deixe saber que é você, tudo bem?
Assentiu rapidamente. Qualquer coisa, faria qualquer coisa por ele. O viu sorrir e correspondeu. Naruto ergueu o tronco, sentando-se na cama sobre os calcanhares, ainda segurando sua nuca. Logo ele havia subido em seu colo, as pernas ao redor da sua cintura. Sem largar sua boca começou a abrir sua camisa, explorando sua pele como fizera a pouco.
O beijo era mais doce do que qualquer um que lembrava. Ficou muito parado, apenas tocando na cintura dele levemente enquanto permitia que ele removesse sua camisa, e terminava de retirar a sua. As mãos dele exploraram suas costas, os beijos passando para seu rosto, sua mandíbula, seu pescoço devagar. Suspirou profundamente, focando nos azuis nos seus.
Retornou a explorá-lo também, suavemente dessa vez. As mãos dele voltaram a o empurrar. Por um momento pensou que havia feito algo de errado, até entender que ele queria que se deitasse na cama.
Caiu nos lençóis, Naruto ainda em sua cintura. Ficou parado enquanto ele abria sua calça, erguendo o quadril para ajudá-lo a removê-la, junto com a boxer. Mesmo após o orgasmo estava duro novamente, e quando ele tocou de leve a ereção ergueu ainda mais o quadril por reflexo.
—Aqui. — A voz de Naruto o fez abrir os olhos que nem percebeu que fechara. Olhou curioso para o rosto dele constrangido até ver o que ele segurava. Lubrificante e camisinha. Seu rosto devia gritar a pergunta claramente e ele ficou mais vermelho. — Karin...colocou no meu bolso.
Sasuke gostava cada vez mais de Karin, sem dúvidas.
—Você sabe como...
—Sim.
Teoricamente.
Naruto pareceu ouvir o que não falara e o viu sorrir, mais relaxado e sarrista.
O sentiu erguer-se do seu colo, para remover o restante das roupas. Seus olhos seguiram cada movimento fascinado. O rosto de Naruto estava muito vermelho, e ele era sempre tão confiante que aquela reação era fascinante também. Ainda mais que era ele que estava comandando tudo aquilo. Quando ele voltou a seu colo, dessa vez os dois sem roupa alguma, era como se tudo se encaixasse em seu mundo. Depois de toda a merda que fizera, achara que nunca teria Naruto assim novamente, e estava pronto para isso, se ao menos pudesse tê-lo a seu lado.
Subestimara Naruto. Novamente.
—Eu amo você.
A frase saiu naturalmente. Naruto o olhou surpreso, os azuis piscando largos em seu rosto.
—Eu amo você. — Repetiu, tocando no rosto do outro. Sua voz estava rouca e arfante, mas clara. — Muito. Muito mesmo.
—E não é por que estou pelado em cima de você? — Naruto perguntou em tom de brincadeira, mas via o sorriso curioso no rosto dele. Mais relaxado. — Você não é muito de falar essas coisas hoje em dia, Sasuke.
—Porque sou um idiota. Eu amo você. Vou repetir até acreditar.
—Eu acredito. — Ele sorriu, a voz mais carinhosa. As mãos dele foram para o colchão, uma de cada lado da sua cabeça enquanto ele beijava seu rosto docemente. — Que me ama, e que é um idiota. — Ele riu roçando seu nariz no dele. — Meu idiota.
O sentiu colocar o lubrificante na sua mão, e então guiá-la por sua coluna, até suas nádegas. Era uma ordem clara. Suspirou. Ergueu-se mais, se sentando com ele novamente em seu colo, os olhos nos seus como ele havia pedido.
O líquido era gelado. A mão dele tocou seu pulso o ajudando a prepará-lo. O guiando em todo o processo. Começou devagar, notando a dor quando o penetrou pela primeira vez. O beijou suavemente, até os gemidos de dor mudarem para algo mais prazeroso. A ereção dele clara contra seu estomago. Penetrou mais os dedos e o ouviu gemer de repente, mais alto. Claramente havia encontrado o que queria.
—Sorte de principiante. — Naruto zombou, sem fôlego. Acertou de novo sua próstata e o olhou presunçoso. Beijou o atrevido com mais força, continuando a acertá-lo, o preparando.
—Se continuar assim... — Naruto murmurou, puxando seu cabelo. – Vou gozar e vai ficar na mão.
Removeu os dedos depressa e ele gemeu alto.
—Desculpe.
— Me fode. — Olhou surpreso e ele riu, ainda sem fôlego. Os cabelos ainda mais bagunçados, o rosto corado e os olhos brilhando. — Sempre quis dizer isso.
—Dobe. Não é hora de brincar.
—Claro que é, Sotalach.
Notou o medo que ele tentava disfarçar com as piadas. Colocou a camisinha e o fitou, beijando-o com calma, o relaxando. Os olhos azuis piscaram rapidamente, o corpo dele tenso. Sentia que qualquer coisa o tiraria de foco, e causaria um flashback.
—Se quiser parar a qualquer momento...
O sentiu assentir e se erguer mais, em comando. Sabia que a posição não seria a das melhores, mas tinha um sentimento que Naruto não iria querer de outra forma, sem que o fitasse nos olhos. Seguiu sua ordem.
O penetrou devagar, segurando seu quadril e seu peso. O corpo dele enrijeceu e ouviu o gemido baixo de dor, a respiração pesada.
—Naruto...sou eu. Estou aqui. Se quiser parar...
—Não! Não para. Se parar agora...Sasuke.
Continuou a descê-lo, beijando seu pescoço levemente, seu peito. Era difícil se controlar. Sentia-se envolvido por calor. Parou quando estava totalmente dentro dele. O sentia tremer levemente em seu colo, a respiração desregulada. Não sabia se por medo, ou pelas sensações extremas que os dois sentiam no momento. Tocou a ereção dele, que havia diminuído levemente. Começou a masturbá-lo, ainda sem se mover, os lábios na garganta dele, suavemente.
—Isso... — Naruto murmurou, se movendo ao redor dele. Com uma das mãos livre voltou a segurar o quadril dele, o ajudando, mas o deixando no comando.
Era lento, e suave. Ainda assim não durariam muito. Os dois muito excitados, a posição permitindo que o penetrasse profundamente a cada estocada. Focou na música em baixo, se misturando com os gemidos de Naruto em seu ouvido, as mãos dele em suas costas, em seu cabelo com mais força. Ficaram mais frenéticos, os movimentos menos coordenados. Sentiu-o morder seu ombro com um gemido ao gozar e chegou ao orgasmo pela segunda vez na noite também. Dessa vez não aguentou o próprio peso e caiu para trás o trazendo junto, ainda dentro dele.
A respiração de Naruto estava pesada em seu ouvido, se acalmando aos poucos. Tocou as costas suadas, suavemente o ajudando a retornar. Sentiu beijos em seu ombro, onde ele tinha mordido.
Apenas depois de minutos conseguiram falar.
—Você... me mordeu?
—A.acho que sim?
—Ah, merda. — Riu, beijando os cabelos suados como conseguia. — Isso foi...
—É... — Ele deu uma risada rouca.
Sentia-se exausto. Naruto se moveu, o fazendo sair de dentro dele, e nem mesmo conseguia sair do lugar. O sentiu remover a camisinha com cuidado e prática — não estava com ciúmes, não estava! Sabia que Naruto já devia ter transado com muitas meninas, mais do que ele mesmo, afinal Naruto era...Naruto e não estava com ciúmes. Não estava! — e sair de sua linha de visão. Apagou por alguns instantes, sonolento, até sentir algo gelado. Naruto estava o limpando com uma toalha úmida.
—Eu devia estar fazendo isso. — Murmurou e ouviu a risada baixa.
—Na próxima. Temos que sair daqui. Logo vão nos procurar.
Assentiu, suspirando. Removeram os lençóis da cama colocando no cesto, limpando o local da bagunça que fizeram. Viu Naruto escrever uma nota e deixar na mesinha, mas ele não o deixou ler, apenas riu de forma sarrista dizendo que era um pedido de desculpas a Shikamaru.
Voltaram a festa de mãos dadas. Quando desceram Karin estava conversando com Itachi, que viera lhe buscar. Os dois os fitaram com uma sobrancelha erguida e um sorriso que era muito conhecedor para o bem de Sasuke, mas não comentaram nada. Só ficava feliz que ele não havia trazido Shisui.
Shisui nunca perdia uma oportunidade de comentar algo para o envergonhar, isso era um fato.
Viu Karin murmurar algo no ouvido de Naruto o deixando vermelho, mas ele o fitou e sorriu, assentindo como resposta.
Ficaram pouco tempo depois disso, se tocando levemente, para não chamar atenção de quem quer que estivesse vigiando Naruto na festa. Apenas quando seguiram para o estacionamento, os quatro juntos, deixando para trás a casa ainda lotada, Naruto o parou antes que entrasse no carro. Os azuis claros, o sorriso leve e verdadeiro no rosto.
—Is breá liom tú, Sasuke.
O olhou confuso enquanto ele ria, e dando um pequeno salto beijava seu nariz, desejando boa noite a Itachi e saindo em direção a um Porsche vermelho. Karin riu da sua cara antes de seguir o primo.
—Ele disse que te amava, tonto.
Sasuke realmente queria ser grosso com ela por xingá-lo, mas estava ocupado demais sorrindo como um idiota.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro