you're a ghost in the dark
Jamie estava sempre sendo notícia por alguma coisa. Parte disso era porque ela era casada com quem era casada. Mas, muitos anos depois, imersa nisso, ela já havia se acostumado. Em seu próprio jeito.
Um dia, Jamie foi notícia por irritar seus vizinhos em Northamptonshire por supostamente querer construir uma nova estufa muito perto dos limites da propriedade - o que não era verdade. Ela queria construir a nova estufa, mas no lugar da antiga. Ninguém se incomodou, porque não havia razão para isso. A próxima coisa foi usar um par de Crocs amarelos, depois que ela disse em uma entrevista que "preferia morrer" a usá-los. As pessoas podem ter interpretado isso muito literalmente. E na verdade, Jamie ainda odiava os Crocs amarelos, mas ela os usou para combinar com Félicité durante um passeio em Londres com Paul e Joe, depois que a menina insistiu muito para que a mãe combinasse com ela. Mas Jamie, que deixou de ser a mulher que ocasionalmente era vista com o irmão para se tornar uma atriz por direito próprio, acostumou-se a viver uma vida sob os olhos do público e a ter cada movimento seu examinado. Taylor se inseriu na soma. A exposição apenas cresceu.
E honestamente, elas tinham achado uma boa maneira de levar as coisas. Nada parecia mais tão desconfortável. As pessoas falariam sobre tudo. Elas lidariam com isso. Mesmo as crianças tinham entendido. E, durante todo esse tempo, Jamie e Taylor se tornaram ainda mais unidas. Quase 28 anos juntas. 24 anos de casamento. Elas tiveram sua cota de histórias. Boas e ruins.
Anos atrás houve uma, quando Taylor tirou um tempo para dirigir até Londres para uma matéria de capa da Rolling Stone. O material em si foi trabalhado duas semanas antes da sessão de fotos. Taylor conhecia bem o processo. Um entrevistador a acompanharia por um tempo e entenderia quem ela era. Eles conversavam e ele montava a história com todo o material que havia obtido. Foi o que fizeram. Depois de tudo isso, quando o dia da sessão de fotos chegou, Taylor entrou em seu SUV com os gêmeas de oito anos, além de Ayse e o pequeno Malthe de quatro anos. Ignatius tinha dois anos na época. Félicité não era nem mesmo uma ideia.
Para o entrevistador Brian Hiatt, óleo de bebê era o que ele mais lembrava sobre quando chegou ao estúdio em Londres naquele dia, porque na verdade havia mais crianças lá do que ele esperava. A verdade é que ele não imaginava que Taylor e Jamie fossem aquele tipo de mães famosas. Como celebridades de alto nível, e com uma cota honesta de encontros com figuras conhecidas, Brian sabia como uma babá do lado - ou algumas babás do lado - era sempre alguma coisa. Taylor e Jamie tinham optado por não se agarrar aquelas muletas. E, de um jeito estranhamente curioso, elas sabiam lidar bem com cinco filhos por si mesmas.
Naquele dia, Brian havia descido do avião horas antes, mal havia dormido, então se encheu de café e conseguiu parecer minimamente acordado. Eles estavam em um antigo armazém reformado em Londres, e Taylor ainda estava de moletom, segurando um Iggy usando perfume que cheirava a bebê, e não, não havia outra maneira de dizer isso. Aquele perfume característico que apenas um bebê teria. As unhas de Taylor estavam pintadas de preto naquele dia, um cachecol com ponto torto que soletrava o nome de Hale estava enrolado em seu pescoço - esse tinha sido o trabalho da própria Hale, que parecia, honestamente, tão animada quanto Taylor para costurar qualquer coisa. A calça dela era The Row, da coleção que Jamie desenvolveu com a marca. Porque ela havia deixado de lado os dias de Prada e mantinha uma parceria honesta com as irmãs Olsen. Uma parceria que acabou durando alguns bons anos.
De qualquer forma, todos estavam lá para que a equipe pudesse fotografar Taylor para a capa da Rolling Stone. Um pequeno exército com tudo o que era necessário para construir uma boa imagem. Beth Garrabrant veio de Los Angeles para adicionar um toque exclusivo. Ela trabalhava com Taylor desde Folklore e, nos anos seguintes, isso não mudaria. Capas de álbum, registros para revistas. Beth a fotografava sempre.
Jamie estava com os filhos nas filmagens e Brian lembrou que havia conversado na redação da publicação sobre o quão envolvida a atriz estaria na coisa toda. Naquele ponto, todos na indústria sabiam o quão dinâmico era trabalhar com elas. Era difícil chamar uma sem receber a outra, pois ainda que tivessem construindo estilos distintos, ao mesmo tempo eram semelhantes. Elas também se importavam com as opiniões uma da outra. E isso era algo que deixava todos os diretores de moda das revistas americanas e britânicas, almas nervosas na melhor das hipóteses, bastante estressados. Mas não, naquele dia não foi Jamie quem interferiu, foi Taylor quem passou pelas roupas como se fosse uma compradora veterana da Bloomingdale's ou da Harrods, escolhendo cuidadosamente as coisas que queria vestir.
Ela escolheu dois looks: um canalizava Thin White Duke, de David Bowie, e o outro lembrava muito o estilo eufórico que ela havia adotado há algum tempo, anos atrás, com Midnights e a estética consistente daquela época.
A Rolling Stone publicou duas capas naquele mês, ambas com Taylor, que rapidamente se tornaram tópicos de discussão na mídia. Isso acontecia quando tudo o que ela fazia era assunto de tabloide, mas, honestamente, tudo o que ela fazia ainda era assunto de tabloide, então pelo menos isso não mudou. O que quer que acontecesse com a família Swift, não aconteceria sem que os jornais ficassem nervosos. Não importava o que poderia ser. E tantos artigos foram publicados. Quando Rowan estava prestes a entrar na NHL e alguém vazou seu relatório de observação semanas antes do draft. Quando Hale foi vista beijando um garoto no campus de sua faculdade em Paris e as fotos ocuparam toda a primeira página do Page Six, Taylor acordou com a notícia, sem ter ideia de que sua filha estava namorando – claro, Hale não estava namorando. Ela beijou um menino. Não foi além disso. Ainda havia milhares de histórias. O primeiro jogo de Malthe pelo time de futebol da escola, que recebeu uma atenção absurda e algumas páginas do jornal de Londres. Félicite sendo um acontecimento à parte quando acompanhou Jamie à Paris Fashion Week e tomou as redes sociais com suas reações a Bella no Fashion Show da Versace. E mesmo Ignatius com Taylor em um dos jogos dos Eagles, torcendo com Ryan e Blake super animados. Tão animados que os vídeos tomaram todas as redes possíveis, e foi sobre isso que falaram por pelo menos uma semana inteira.
Hoje, muitos anos depois, Taylor descontextualizava toda a agitação das pessoas sobre sua vida de uma forma que nunca tentou fazer na altura que tudo acontecia, principalmente porque estava ocupada conquistando todo tipo de coisa. Ela tentou pensar que ideia do futuro tinha naquela época e, honestamente, o pensamento dela era bem claro. Se ela falasse que não se imaginava em um ponto muito agradável, tendo conquistado tudo que almejava, estaria mentindo.
E ela fez isso. Ela continuou a construir uma das maiores marcas do mundo, uma marca que girava em torno do próprio nome e se expandia para diversos pontos. Com Jamie, tudo isso apenas cresceu. Elas se expandiram para os esportes e propriedade esportiva, mas também se envolveram em endossos, patrocínios, programas educacionais e de caridade pro bono. Lançamentos de produtos, gestão de talentos e, claro, o time de futebol de Jamie - com parte de Ryan. Wrexham. Recentemente elas também tinham comprado uma pequena participação na franquia nova da NBA, o Las Vegas Venom, junto de alguns amigos que incluíam Ryan, Gigi e seu marido Jeremy Irvine - que, em uma sucessão curiosa de fatos, terminou se casando com a garota em uma cerimônia simples no interior da Itália, bem no início do verão de 2035.
Mas quanto a Taylor e Jamie, desde que tinham deixado a gestão antiga, anos atrás, elas construíram rapidamente uma equipe inteira em torno de si mesmas, com flexibilidade suficiente para lidar com as inúmeras oportunidades que surgiam sem abrir a mão da vida familiar. As duas compraram a participação de 30% dos pais e do irmão de Taylor nos negócios da americana por cerca de 40 milhões de libras. O acordo lhes deu o controle total da Swift Brand Holdings, que permitiu unir de vez os investimentos de uma a outra, estabelecendo uma operação comercial totalmente independente, que agora geria as marcas e as parcerias com organizações globais, incluindo Adidas, The Row, Chateau 89 - a marca de Taylor, parceira da Farmhouse Fresh, de produtos de pele - e o grupo hoteleiro Sands, com sede em Las Vegas.
Taylor gostava de fazer música, mas adorava os negócios também. Na época que começou, como uma jovem de 16 anos, ela definitivamente não parecia muito com uma empresária, mas ninguém esperava que ela parecesse, inclusive ela mesma não esperava. E, nos anos que se seguiram, os únicos subprodutos do seu sucesso foram uma obsessão dos tabloides com as suas escolhas, além de suas relações. Naquela época, ele era vítima da mídia, mas agora tinha mais controle sobre ela.
Jamie também tinha. Ela, inclusive, soava ainda melhor do que antes. Polida por horas de envolvimento com a mídia e por duas décadas tendo que se defender e falar sobre tudo enquanto tinha microfones, câmeras e telefones enfiados em seu rosto. Ela estava a um mundo de distância da engenhosa inglesa meio nervosa que tropeçava nas primeiras entrevistas. Agora ela falava em parágrafos perfeitos, com compreensão e numa voz que até Graham Norton levava a sério - e ele dificilmente levava algo a sério.
Com isso, Taylor e Jamie passaram mais de vinte anos construindo uma marca, tendo trabalhado com vários parceiros de negócios, desenvolvendo um espaço que poderia servir seus interesses e ao mesmo tempo aprimorar assiduamente suas imagens. À parte disso, no coração de Jamie estava refletido a sua relação de 20 anos com a Unicef. Era realmente um ponto de paixão. Nos anos anteriores, ela e Taylor haviam lançado um fundo autônomo, o 13 Fund, que era um grande negócio e uma responsabilidade que elas não assumiam levianamente. Simplificando, o trabalho ajudava a destacar as questões que impediam as crianças de países subdesenvolvidos a atingirem seu pleno potencial – e ajudava a obter financiamento para garantir que elas o fizessem. Não era uma tarefa fácil, mas Jamie estava nisso por muito tempo. E ela adorava.
Depois de tanta coisa, ao que parecia, não apenas Jamie, mas Taylor também, eram muito mais do que a soma das suas partes.
De qualquer maneira, uma das coisas que se percebia tanto em Jamie quanto em Taylor, e que seus amigos sempre apontavam, era que a relação das duas parecia mais bem estabelecida com a fama e a atenção indesejada. Elas ainda eram dois dos rostos mais famosos do mundo, duas mulheres que mostravam regularmente suas imagens. Elas não tinham problema com isso, pelo menos não do ponto de vista de imagem pública. Agora, sendo o centro das atenções, quando o foco estava no pessoal e não no trabalho, era aí que elas ainda recuavam. O que se via quando isso acontecia era o que se via anos atrás - para Taylor, ela ainda era a garota obcecada por música, a garota que escreveu suas letras por si mesma porque queria deixar claro como se sentia. Ainda era a namorada orgulhosa de uma atriz fascinante em ascensão. Ela quase se sentia assim nesses momentos.
Mas honestamente, mesmo à parte disso, as duas ainda conseguiam ver essas garotas claramente, e não que elas se preocupassem muito com tudo isso. Porque agora, era tudo uma questão de futuro. Um momento ruim e outro, mas elas estavam melhores do que jamais estiveram.
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