damn, look at the view!
VALE À PENA ASSISTIR O DOCUMENTÁRIO DE TAYLOR E JAMIE SWIFT - E SIM, ESPERE RESPOSTAS PARA PERGUNTAS DIFÍCEIS.
BY PETER DUNCAN
Deborah Harington olha para a câmera de televisão e começa a contar a história de como sua filha, ainda criança, teve a oportunidade de conhecer seu ator preferido. E, brevemente, somos levados de volta à infância de Jamie Swift.
"Lembro que Colin Farrell sempre dava alguns autógrafos ao sair do teatro", lembra Deborah. "Ficamos duas ou três horas paradas. Jamie estava com a camisa branca do uniforme escolar, sapatos fechados nos pés e muito ansiosa, mas ele não saiu para os autógrafos depois da peça naquele dia, e Jamie ficou perturbada naquela semana."
Parece uma história simples, mas é contada em um vídeo gravado por Hale (uma das filhas mais velhas de Taylor e Jamie) quando era adolescente, anos atrás, antes de Deborah falecer. Esse é o indicador inicial do novo documentário de três horas que fala sobre a família Swift. E sim, esta é a marcação de tempo exata. Afinal, por que Taylor e Jamie se contentariam com apenas uma hora e meia? Não, elas precisavam de mais do que isso, porque há um longo festival de histórias felizes e tristes que nem imaginávamos que escutáriamos.
Mais tarde, Jamie trabalharia com Colin em um projeto de teatro, e qualquer trauma de infância que ela teve seria deixado de lado. Mas Colin foi talvez a única situação de Jamie que começou errado e terminou bem, pelo menos foi o que vimos no documentário.
Como efeito de Taylor, os Swifts parecem ter uma longa lista de inimigos, em uma história que apresenta altos e baixos emocionantes. Na maioria das vezes eles ficam quietos, e sempre há alguém pronto para derrubar o castelinho da família. Taylor canta em uma de suas músicas que ela "não começa nada, mas é boa em dizer como termina" e ela não está errada.
O que você não encontrará no título pouco imaginativo de "Swift" é algo extremamente novo ou revelador, mas, novamente, é na verdade uma surpresa, visto que a família com o nome em questão passou os últimos vinte anos com os paparazzi os seguindo por toda parte.
Minha nota para isso? Nota máxima, e digo que os produtores foram espertos ao aproveitar ao máximo a agenda de contatos de Taylor e Jamie e reunir uma lista impressionante de amigos para suas próprias entrevistas; quem poderia imaginar, mas chega um momento em que Paul Mescal invade a entrevista de Blake Lively e é absurdamente encantador vê-los falando sobre uma situação que mal temos o contexto completo.
Também é divertido aprofundar a vida dos filhos de Jamie e Taylor, porque em geral temos pouco quando falamos sobre eles. A certa altura, o treinador de Malthe Swift parece jogar com nostalgia recente. Na NFL há três anos, Malthe tem muita história e Nick Sirianni contaria tudo se tivesse tempo. Tipo o quanto ele não gostou quando perdeu um jogo para o rival Dolphins, e chutou uma chuteira no vestiário, que voou longe e acertou Malthe.
O garoto, talvez tomado pela energia teatral da mãe, Jamie, chegou para o treino no dia seguinte com os cabelos presos e um curativo no olho muito maior do que deveria. Breve spoiler: A chuteira atingiu o rosto de Malthe, mas não deixou marca. Ele, no entanto, usou aquela bandagem ocular por um mês inteiro, até ganhar o Super Bowl. O menino, rindo sentado no sofá de seu apartamento na Filadélfia, comenta como o curativo lhe deu um ar que realmente lhe faltava. Ele disse que parecia assustador ao usá-lo e acrescentou: "Mais da metade do jogo é mental. Os caras começaram a ficar assustados quando me viram, e acho que é porque pensaram que eu estava realmente zangado com toda a situação. Meu treinador me deu um chute na cara e depois surgiram todos esses artigos na imprensa sobre como eu o odiava desde então e que, na verdade, essa nem foi a primeira situação entre nós." As reportagens da imprensa eram mentiras, Nick e Malthe tinham um bom relacionamento, mas dentro do vestiário. Fora dele, as pessoas podiam ter certeza de que Malthe odiava jogar com Nick.
Há um trecho clássico e engraçado quando Taylor relembra a cena em que, junto com Jamie e uma variedade de SUVs, ela parou Glendale com o início da Eras Tour. Ou quando os fãs se organizaram para recebê-la projetando a camisa Junior Jewels no Cristo Redentor, durante sua visita ao Brasil, e ela levou os filhos com Jamie à noite para ver tudo de perto. Quero dizer, é o tipo de coisa que não acontece com pessoas comuns.
No geral, é um relógio divertido, mesmo que se prolongue muito em alguns lugares e haja alguns momentos, inevitavelmente, em que chega perigosamente perto de ser o equivalente televisivo de uma entrevista para a PEOPLE Magazine.
No processo, vemos a Taylor de foco suave, a mulher inquieta, mas também a mulher chorosa (várias vezes vemos vídeos caseiros de Jamie confortando sua esposa, seja um momento realmente difícil ou algo banal). Também vemos lados de Jamie, um lado ultra-ambicioso, mas doce e, como ela própria admite, a ocasionalmente Jamie egoísta, que às vezes faz coisas por si mesma depois de tanto tempo pensando nos outros.
Um momento interessante, não importa o quão devotada Taylor seja a esposa e a seus filhos, quem diria que ela perdeu o nascimento do filho Ignatius por alguns minutos e um atraso de seu avião. Naquele dia ela estava nos Estados Unidos, em uma premiação de música, e Jamie ficou tão irritada por Taylor ter perdido o nascimento, que depois de saber que Ignatius tinha nascido, Taylor pensou apenas em esperar a esposa dormir para que pudesse ver o filho pela janelinha do quarto.
"Deixe-me dizer o que ela me disse quando entrei no quarto", Taylor lembra no documentário. "Eu estou muito chateada, mas cansada demais para brigar com você então seria apenas gentil se você me abraçasse e a gente deixasse essa briga para depois."
A briga aconteceu, com Jamie irritada e Taylor a deixando dizer o que ela tinha para falar. Nós ficamos sabendo que Jamie havia implorado para que ela deixasse o compromisso de lado, pelo menos até que o filho nascesse - e o tempo era aquele - mas Taylor garantiu que voltaria rápido. Dois dias depois da viagem, Ignatius resolveu dar "Oi!". Taylor brinca que o filho queria a complicar desde a barriga de Jamie.
O que nem sempre é claro é se Taylor compreende a ironia de que alguns de seus momentos mais graves surgiram porque ela queria desesperadamente estar sob os olhos do público. Ela perseguiu essa fama desde muito jovem e, cara, é preciso dizer que ela conseguiu quando, com um toque do destino, ela se juntou a uma linda jovem inglesa que viria a se tornar uma das grandes estrelas de Hollywood.
Mas essa fama teve o seu lado negativo e são esses os momentos que saltam à vista, e então, do nada, você se vê agarrado a cadeira do cinema pensando em como é desesperador viver uma vida como a de Taylor.
Em uma cena, ela e Jamie relembram um caso de ameaças de morte na época em que Malthe nasceu. Taylor já havia atingido um patamar próprio - o tipo de topo que talvez apenas figuras como Michael Jackson ou mesmo Madonna se enquadrassem - mas nos meses anteriores sua equipe de imagem cometeu alguns erros de abordagem. Como quando o pai de Taylor doou dinheiro para a campanha de DeSantis e a informação veio a público. Somado a isso, Taylor tinha sua própria opinião jogada ao mundo e, distante da visão do pai e alinhada a uma política de esquerda, ela acabou se tornando uma figura odiosa, por razões que, olhando agora, parecem totalmente desproporcionais.
Ela foi difamada porque endossou um presidente de esquerda, distante do partido democrata e ainda mais distante do republicano, e depois precisou aguentar comentários horríveis quando sua esposa, Jamie, foi vista em uma manifestação pró-Palestina. O fato de que elas doaram uma quantidade significativa para organizações palestinas também não ajudou em nada. Como um escritor de cinema britânico que passou cinco anos entre Nova York e Los Angeles, eu preciso confessar que a indústria de Hollywood é absurdamente sionista e para pessoas como Taylor e Jamie era preciso bem mais do que só vontade em sustentar as causas que elas defendiam. Elas tiveram coragem, e junto delas muitas outras pessoas seguiram o mesmo exemplo.
"No momento em que ele (Malthe) nasceu, eu pensei: 'Como vou o proteger?' e pensei também como proteger os irmãos dele", diz Jamie. "Quando recebemos as ameaças, naquela noite, Taylor tinha estado exausata porque mal dormia com o Malthe, e eu mal conseguia fechar os olhos também, mas pensando que se fizesse isso algo poderia acontecer. Eu lembro que dormi com a cabeça encostada na porta do quarto das crianças, de frente para onde Malthe estava dormindo. Eu estava paranóica que alguém iria roubá-lo. Era para ser um momento feliz – e foi um momento feliz, claro – mas fiquei preocupada porque recebemos coisas pesadas."
É desconfortável ser por vezes lembrado do quão venenoso os meios de comunicação ingleses podem ser pintando suas opiniões, mas Jamie passou por isso. Nessa época, o nível de exposição a incomodou mais do que nunca, e não importou nenhuma campanha de "Trate as pessoas com gentileza" ou apenas "Seja gentil", nada fez os comentários de tom ácido diminuírem. O que poucas pessoas sabem é que durante esse período, Jamie precisou lidar com quatro filhos, ameaças e Taylor quase sendo levada ao ponto da depressão. A inglesa fala a certa altura sobre descobrir que a imprensa estava grampeando suas ligações com a família e que por aquele momento, quando ela começou a ver coisas idiotas sobre si estampadas em todos os lugares, começou a pensar que talvez devesse mesmo começar a ser menos vocal sobre tudo o que acreditava.
A mídia poderia ser brutal, e Jamie poderia ser teimosa. Ela deixou aquela ideia de lado e então seguimos avançando alguns meses para frente, quando paparazzis acompanharam o carro de Jamie por toda a cidade de Paris - ela estava lá para um encontro de trabalho. Rowan e Hale estavam no banco de trás com ela, e há esse vídeo da câmera do celular de Jamie, em um registro que ela compartilhou com seus irmãos, Kit e John, em mensagens trocadas naquele dia. Ela filme o carro saindo do estacionamento do Hotel e essa quantidade absurda de fãs e paparazzis rodando o veículo, e as crianças apavoradas com pessoas batendo na janela.
Paul Mescal, que foi padrinho da segunda cerimônia de casamento de Taylor e Jamie, também não parece estar acenando feliz para esses momentos. Ele lembra quando quase entrou em uma briga com um paparazzi que quis tirar fotos de Hale e Rowan, e depois acena para o dia em que saiu do carro no meio de uma rua em Los Angeles - com Jamie no banco do carona - e quebrou a câmera de um paparazzi que tinha enfiado o objeto no rosto dos dois quando eles saíram de um restaurante minutos antes.
Apesar de tudo isso, o que o documentário faz, e faz bem, é descartar rumores sobre momentos que para os fãs precisavam mesmo de uma explicação. Como o fato de falarem abertamente sobre o suposto caso extraconjugal de Taylor alguns anos atrás. Elas são bem honestas dizendo que lidar com um rumor como esse, mesmo que sem fundamento algum, abalou o casamento. Taylor lembra que por mais que não tivesse feito nada, sentiu que havia essa possibilidade mínima de que Jamie acreditasse na mídia e não nela, e isso a deixou realmente desconfortável. Jamie assumiu que por um momento tudo o que era jogado diariamente nos tabloides a atingiu, mas a coisa toda era mais pressão do que ela realmente acreditando no que ouvia a mídia dizer. Ela estava em um momento mentalmente complicado, depois de perder a mãe, e o tempo não poderia ser pior. Ela e Taylor disseram que chegaram a brigar sobre isso, até que decidiram não deixar aquela parte da vida as alcançar. Como grande parte das coisas, elas resolvem tudo com muita conversa, e as vendo em três horas de filmagens, antigas e novas, você entende de vez como é infundada qualquer acusação de traição nesse relacionamento. Ele não é perfeito, mas posso ser honesto? Chega perto disso.
No final, sendo Taylor a "Taylor Swift", ela diz que muitas vezes não há um final feliz nas histórias, mas claro que na dela o final é brilhante. E assim, quase três horas de documentário culminam com Taylor explicando sobre seu próximo álbum, com ela de volta ao estúdio depois de seis anos longe. Ayse se juntou a ela em seu admirável mundo novo de produções, mostrando que o talento é realmente algo de família. Então, temos também ela de volta à Inglaterra, e mais alguns momentos genuinamente doces com a família e os amigos reunidos.
O documentário não foge muito de nada que queremos ouvir, embora Taylor pareça uma mulher que gosta de estar no controle de todos os aspectos de sua vida, tomando cuidado com a privacidade da família. Ela discute tudo o que pode discutir. Há muitas fofocas, sobre as brigas, sobre as crianças, a decisão de renovar os votos de casamento em Lake District e aquela vez em que Taylor se viu completamente transtornada porque Rowan voou de férias para a Grécia e voltou casado com Heather, com quem está até hoje. Se você se lembra dessa história, saiba que os ter contando ela é ainda mais divertido do que só ter lido todas aquelas notícias. O documentário, no geral, é realmente muito divertido e cada parte da história passa voando pelos seus olhos.
Em algum momento, Taylor diz que sonhava em ter um relacionamento como os de seus avós maternos, e ela cita Marjorie Finlay com um sorriso no rosto. Não vou dizer tudo o que Taylor fala sobre Jamie depois disso, mas acho que preciso deixar claro que apesar de não ter certeza de muita coisa nessa vida, tenho certeza de que Marjorie estaria feliz vendo como Taylor está e sabendo com quem ela se casou.
A própria Taylor escreveu pouco mais de duas décadas atrás algo como: "Não é bem bonito pensar que o tempo todo havia um fio invisível amarrando você a mim?" E nesse ponto preciso concordar com ela, não só é bonito como parece bem o pensamento certo. Acho que elas foram feitas uma para a outra.
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