can't get you off my mind
— E se optarmos pelo verde?
— Mas o vermelho é tão lindo.
— É literalmente um quarto de bebê, amor — Jamie murmurou — Vermelho é tão chamativo.
— O berçário que Gigi montou para Khai era laranja — disse Taylor.
— E agora porque ela fez isso precisamos fazer também? É alguma lei? — Jamie perguntou, esquecendo por um momento que não estava falando com Taylor. Ela estava falando com Taylor, mas a versão grávida dela, que não só parecia como estava muito mais sensível, sobre tudo.
— Não é uma lei — ela revirou os olhos — Mas tudo bem, vamos ficar com o verde.
Jamie suspirou, afastando o MacBook do seu colo. Ela o colocou na mesa de centro e virou-se para Taylor, que manteve o olhar na parede à sua frente. Ela parecia disposta a não olhar para Jamie, nem com o canto do olho.
— Você está brava? — ela quis saber.
— Não — garantiu Taylor, mas estava claro que ela estava. E pelo menos isso, Jamie sabia.
— Certeza?
— Não — A resposta de Taylor fez Jamie rir por um momento.
Ela colocou uma das mãos no rosto de Taylor, puxando-a suavemente o suficiente para que ela virasse o rosto sozinha. Jamie sorriu para a mais velha e murmurou "desculpe", porque embora não houvesse realmente nada do que se desculpar, Jamie já havia entendido naquele momento que não havia como discutir com Taylor. Não com essa versão dela. Quanto mais cedo ela aceitasse que estava errada, melhor. Mesmo que ela não estivesse.
— Podemos manter o vermelho, mas contrapor com uma segunda cor? — Jamie tentou — Branco ou qualquer outra cor que mantenha o ambiente bem iluminado.
— Podemos — Taylor murmurou — Mas se você gostou do verde, não vejo razão para não escolhermos esse.
— Gostei muito do verde — assumiu Jamie. Ela também não mentiria. E então isso se referia a outro ponto. Nas conversas com Chris, ficou claro que elas deveriam praticar dizer a verdade, mesmo quando isso não parecesse convidativo. Ambas pareciam especialmente bem fazendo isso. Também porque Taylor se tornou especialmente honesta nos últimos meses. Ela estava grávida, totalmente irritada e cansada, definitivamente não estava pensando no quanto de honestidade era honestidade suficiente. Ela estava apenas sendo honesta cem por cento do tempo — Mas eu também gosto muito de você, e nisso você ganha.
— Mas não quero que você aceite uma cor só por minha causa — disse Taylor, e Jamie percebeu a discussão que se seguiria. Ela se sentiria mal pensando que estava forçando Jamie a fazer algo que ela não queria — Eu ando sendo bem horrível com você, amor.
— Taylor...
— Sério. Tudo parece uma bagunça porque ainda estou irritada e cansada, mas agora também tem toda a questão da minha libido e então se não estou brigando com você, estou querendo tirar sua roupa — ela levou as mãos aos olhos por um momento, e Jamie pensou que a veria chorar, mas isso não aconteceu. Taylor apenas esfregou os olhos por um momento, cansada.
— E não estou reclamando. Pelo menos não a parte de tirar a roupa — brincou ela. Taylor acabou rindo, e no minuto seguinte ela estava fechando o espaço entre ela e Jamie, abraçando-a pela cintura e enterrando o rosto em seu pescoço.
— Eu te amo tanto — Taylor murmurou.
— Eu também te amo muito, Teffy.
— Verde fica melhor — Jamie ouviu a voz baixa de Taylor algum tempo depois. Ela sorriu suavemente e então escutou a garota continuar — Verde misturado com tons mais claros. Vai combinar com o piso e não precisamos pensar muito além disso, pois não foge da paleta de cores.
— Você está dizendo isso honestamente?
— Sim — garantiu Taylor — Eu só gosto muito de vermelho, mas não me parece a melhor cor para o berçário, confesso.
— Então acho que temos um plano — Jamie disse — Podemos ir ver os móveis amanhã à tarde. Aproveitamos que as crianças vão estar na aula de natação e fazemos isso, depois vamos buscá-las quando voltarmos.
— Ah, sua mãe nos convidou para um jantar na casa dela amanhã.
— Ela te mandou uma mensagem? — Jamie perguntou, mesmo sabendo a resposta. Não era muito difícil ver Deborah deixando avisos e convites com Taylor. Elas sempre tiveram um relacionamento agradável, mas com a gravidez da americana isso parecia ter se reforçado, por isso elas mantinham contato durante todo o dia. E de qualquer forma, Deborah morava bem ao lado, então ela estava lá sempre que podia.
No dia seguinte, as coisas aconteceram como precisavam acontecer. Elas foram para Londres e aproveitaram para ver os móveis e decidir o tom certo de tinta nas paredes. Na volta, pegando os filhos nas aulas de natação, encontraram Kit passando para buscar Winston, pois as crianças frequentavam para o mesmo local. Kit lembrou que iria jantar em Northamptonshire e se despediu da irmã dizendo que se veriam em breve.
Deborah preparou o jantar, mas John ficou responsável pela sobremesa. Eles se reuniram na mesa ao ar livre e a noite só não durou muito porque logo Hale e Rowan pareciam cansados o suficiente para entrar em uma energia própria. Rowan não queria ninguém se não Jamie, e Hale estava bem acomodada no colo de Taylor. Kit também precisava pegar a estrada, assim como John, então perto das nove da noite eles deixaram Northamptonshire.
Dois dias depois, Jamie estava viajando para Wrexham para se encontrar com Ryan no Racecourse Ground. James estava acompanhando o pai, assim como Inez. As garotas, de 11 e 9 anos, estavam bem agasalhadas e sem nem mesmo combinar James estava usando uma touca rosa idêntica à que Jamie tinha vestido naquela manhã. Ela obviamente falou sobre isso. A garota parecia maior, mas muitas coisas permanentes iguais, e a relação das garotas tanto com Jamie quanto com Taylor era uma dessas coisas.
— Como as coisas têm estado em Bedford? — Jamie perguntou para James quando eles seguiram pelo campo em direção a saída. Ryan estava ao lado de Inez, ouvindo a filha falar sobre como eles deveriam ir em Bangor-On-Dee, ver as corridas de cavalos antes de precisarem ir embora.
— Normais — James respondeu — Minha mãe terminou de gravar e agora ela está em casa, e acho que vai ficar pelos próximos meses. Ela estava perguntando quando vocês voltam para Nova York.
— Não tão cedo — Jamie foi honesta.
— A tia Taylor já tem uma data de parto?
— Hum. Segunda metade de março.
— E o nome?
— Ainda não decidimos, na verdade. Mas vamos fazer isso logo.
Com logo, Jamie queria dizer "no tempo de Taylor". Elas não estavam apressando isso de jeito nenhum, e Jamie parecia bem com isso.
Com três dias longe de casa, Jamie voltou para Northamptonshire para encontrar Taylor um pouco mais cansada do que ela tinha estado dias atrás. Deborah tinha pegado as crianças naquela manhã, então Taylor ficou sozinha quando Jamie chegou às oito, olhando qualquer coisa no celular.
— Ei, você já tomou café da manhã? — a mais nova disse ocupando o espaço ao lado de Taylor. Ela precisava mesmo de um tempo no banho, mas estava cansada o bastante para pensar nisso.
— Não consigo nem pensar em comer nada agora, eu só queria acordar com você, mas você me abandonou sozinha por três dias — respondeu Taylor. Ela estava sendo dramática, claro que estava, e tinha plena consciência disso.
— Sinto muito — Jamie disse, honestamente. Taylor aninhou-se ao lado de Jamie antes de explicar — Eu precisava mesmo dar uma atenção a coisa toda do Wrexham. Temos um contrato de patrocínio para ser assinado, e a situação da arena... Mas não vou te encher com isso. Como você está?
— Bem — Taylor murmurou — Talvez não cem por cento. Eu acordei com um pouco de dor de cabeça.
Jamie odiava que Taylor estivesse mal, mas era difícil não achar isso completamente adorável com ela daquela maneira, em seu estado meio adormecido. Jamie se inclinou e beijou seu pescoço e, sem pensar muito, sua mão terminou suavemente em sua barriga.
— Há algo que eu possa fazer para que você se sinta melhor?
— Podemos ficar por um tempo na banheira? — ela perguntou — Não a usamos a algum tempo, e eu acho que realmente preciso disso hoje.
Não havia possibilidade de Jamie não concordar com aquilo. Ela precisou se levantar primeiro, para encher a banheira, mas Taylor a encontrou alguns bons minutos depois. Taylor tirou a camisa que usou para dormir e Jamie imediatamente se moveu para o lado para permitir que ela entrasse diretamente com as costas de frente para si. Taylor fechou os olhos quando elas se acomodaram, aproveitando a sensação de estar debaixo da água enquanto sentia Jamie envolver seus braços em volta dela por trás e começar a beijar seu pescoço. Ela deixou seu corpo relaxar, aproveitando a sensação. Jamie se inclinou por um momento para pegar o frasco de shampoo antes de derramar um pouco na mão e começar a massagear suavemente o cabelo da esposa. Taylor apenas se deixou relaxar, adorando a sensação calmante das mãos dela em seus cabelos.
Depois que Jamie terminou com isso, e enxaguou o xampu e o condicionador, ela pegou o sabonete líquido e tomou um tempo para o passar pelo corpo de Taylor. Quando ela estendeu a mão em direção aos seios dela, a mais velha terminou gemendo em um aviso.
— Eu preciso que você tenha muito cuidado, porque eles estão mais sensíveis que o normal.
— Eu sei, amor — Jamie garantiu, falando baixo — Eu vou ser gentil.
Taylor abriu os olhos por um instante, mas voltou a fechar quando Jamie apenas se recostou na banheira e a puxou para si. Eles costumavam fazer aquilo anos atrás, apenas aproveitar o momento daquela forma exata, mas três crianças tinham capturado parte da privacidade. Além de que, anos atrás, normalmente, sempre havia uma garrafa de vinho como companhia, mas Taylor não estava bebendo, e Jamie não pretendia fazer isso sozinha às nove da manhã.
— Como as garotas estão? — Taylor quis saber depois de um tempo.
— Muito bem — Jamie respondeu — James e Inez perguntaram sobre você, e James perguntou se tínhamos escolhido um nome para o nosso pequeno feijãozinho.
— Você o chamar de feijãozinho ainda me tira um riso honesto — Taylor falou — E eu pensei em muitos nomes, mas não conversamos sobre isso. Além disso, honestamente, eu queria que as crianças nos ajudassem com isso.
— Você sabe que se deixarmos as crianças nos ajudarem com isso vamos acabar com um filho chamado Crick, né?!
— Isso é de Beat Bugs?
— Sim! Eles são completamente insanos por causa desse desenho. E nem é realmente bom.
— Você não é o público alvo, amor — Taylor brincou — Sua opinião não conta tanto assim.
— Claro que conta — Jamie riu um pouco — Mas vamos lá, eu quero ouvir suas ideias de nome.
— Eu estive pensando muito em Caelan, mas Declan é um nome que tem estado na minha cabeça por algum tempo.
— Declan é muito bonito.
— Sam também é um que eu gosto muito.
— Não vamos ter um filho chamado Sam por causa do Sam de Love Actually.
— Mas- — Taylor pensou em reclamar, mas aquilo seria uma causa perdida de qualquer maneira— Ok, não vamos ter um filho chamado Sam por causa do Sam de Love Actually. Que nome você acha bonito?
— Eu gosto de Malthe. Acho que ouvi Kit falando sobre um tempo atrás, porque ele fez um filme com um garotinho que tinha esse nome. Eu realmente acho muito bonito.
— Bear, Gus, Trey são nomes que eu gosto muito também — Taylor disse — Connell é um nome lindo, assim como Nyles.
— Connell?
— Você tem que desconsiderar o fato de que fez uma série oposta a um personagem com esse nome. Isso foi há quase seis anos atrás, amor.
— Não, eu sei, e eu não tenho problema algum por conta disso. É um bom nome, eu admito.
Taylor ainda despejou mais algumas ideias, mas parecia difícil decidir qualquer coisa de imediato. Então elas deixaram isso para lá momentaneamente, sem realmente apressar qualquer decisão. Mais tarde, logo após o almoço, as crianças voltaram para casa. David as levou e o dia pareceu muito como todos os outros.
Durante a noite, depois que Jamie deu banho nas crianças, ela as deixou na sala, para assistir alguns desenhos antes de dormir e pediu que eles se comportassem por alguns minutos sozinhos. Ela também avisou Taylor que eles estavam lá e então foi vestir seu pijama. Não foi nem mesmo dois minutos depois para Taylor ouvir alguns gritos vindos da sala. Ela sabia que Jamie não demoraria, e sabia também que as crianças muito provavelmente estavam apenas implicando umas com as outras, o que não era nada anormal, mas mesmo assim fez seu esforço para se levantar e desceu as escadas ouvindo Hale reclamando sobre algo com Rowan.
O garotinho estava brigando porque queria dividir a mesma coberta com a irmã. Jamie tinha deixado três cobertas diferentes no sofá. Ela embrulhou Ayse em uma e fez o mesmo com os gêmeos, mas Rowan gostava de proximidade. Ele, que estava na ponta do sofá se enfiou ao lado de Hale e quis puxar a coberta dela para se embrulhar embaixo. Eles brigaram por isso, porque Hale não queria dividir nada. A briga terminou acontecendo com um bocado de palavras que Taylor mal conseguiu entender enquanto saíam da boca dos filhos. Ayse permanecia imperturbável, encarando a televisão como se nada acontecesse.
— Rowe, por favor... — Taylor suspirou, esfregando a própria testa enquanto lidava com uma criança irritada, uma criança manhosa, e o incômodo constante que vinha sentindo nas costas por conta da gravidez — Não vamos fazer disso uma grande coisa.
— Mas mamãe, Hale não quer dividir a manta comigo e ela não deveria não querer fazer isso — Rowan choramingou, começando a chorar de verdade. Hale decidiu então que seria um bom momento para participar do drama do irmão e começou a chorar também. Taylor precisou fechar os olhos por um momento, antes de dizer qualquer coisa.
— Ok. Não vamos brigar. Que tal ir para a cama da mamãe assistir TV e então todos ficarem embaixo do mesmo cobertor? Isso parece bom?
Taylor levantou Rowan sem mesmo esperar uma resposta e pegou a mão de Hale, pedindo para que Ayse desligasse a televisão e a acompanhasse. Ela foi da sala até o quarto, e assim que colocou Rowan na cama, Jamie saiu do banheiro.
— O que aconteceu? — ela perguntou ajeitando o moletom gasto que tinha colocado naquela noite. Ela arrumou os próprios cabelos e os prendeu da maneira certa, em um coque mais alto.
— Vamos assistir a algumas coisas enquanto dividimos o mesmo cobertor porque Rowan e Hale se desentenderam por isso, então estamos tentando não fazer disso uma grande coisa — Taylor falou, e Jamie entendeu que na verdade era ela que não estava fazendo daquilo uma grande coisa. Ela não estava na energia certa para qualquer briga, e só queria que as coisas ficassem calmas.
Jamie se aproximou de Taylor, puxando para um abraço que acabou não durando tanto tempo. Ela eventualmente se separou deixando um beijo doce nos cabelos loiros dela, e então se voltou para os filhos, levantando o cobertor e contando que aquele momento na frente da televisão tinha acabado. Ela era sempre muito legal, mas era bom estabelecer alguns limites. Um dia dormindo na cama delas, ok. Repetir isso por muitas semanas definitivamente não funcionaria. Jamie disse que eles iriam dormir e que ajudaria muito se naquele momento eles não fizessem uma grande cena. Não por ela, mas por Taylor. Ayse, Hale e Rowan pareciam completamente investidos seguindo o que Jamie disse. Ayse deixou o quarto sem dizer uma palavra, e Taylor a acompanhou enquanto Jamie cuidava dos gêmeos. Ayse não se importou em ir dormir um pouco mais cedo, mas Rowan tomou seu tempo. Ele pediu para que Jamie deitasse com ele, e então ela precisou se ajeitar na cama do garotinho com Rowan de um lado e Hale do outro até que eles desligassem. No tempo que Jamie se levantou da cama, ela fez isso para ver os dois juntando as mãos no sono, e precisou sorrir um pouco porque uma hora antes eles estavam brigando. Mas as coisas funcionavam assim entre eles, e naquele ponto ela já estava mais do que acostumada.
Quando Jamie voltou para o quarto, Taylor tinha acabado de entrar também. Ela sumiu no banheiro por um momento, mas voltou alguns minutos depois quando Jamie já tinha se acomodado na cama.
— Eu vou dormir sem roupa hoje — Taylor comentou.
— Isso definitivamente não é uma pergunta, né.
— Não. Eu só estou te avisando — ela disse — Eu realmente durmo melhor assim, especialmente com você do lado. Seu corpo é quente.
— Uau, obrigada, amor— Jamie brincou e ganhou uma risada de Taylor enquanto ela se deitava. Ela esperou que a garota se acomodasse e então a abraçou com cuidado, envolvendo os braços ao redor dela enquanto Taylor apoiava o rosto em seu peito. A mão de Jamie terminou na barriga de Taylor, sem muita surpresa — Agora eu entendo porque você gostava tanto de manter a mão ou então apoiar o rosto na minha barriga quando eu estava grávida.
— É meio mágico, né?!
— Totalmente — ela concordou — Completamente insano pensar que tem alguém crescendo dentro de você. E eu mal posso esperar para o ver.
— Ele, por sinal, ainda precisa de um nome.
— Nós vamos chegar nisso logo, T.
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