Terceiro tom: Primrose Yellow
"Rabiscos e borrões em vermelho (e sorrisos da cor do verão)"
Hyunjin não poderia dizer ao certo o motivo da biblioteca ter se tornado tão convidativa para si, como alguém querido que lhe chamava para um abraço apertado e reconfortante. Fugiu da aula de física, mas não é como se seu professor se importasse. A reputação do Hwang era das piores, de certo era melhor tê-lo fora da aula. Hyunjin era como uma mancha em magenta em uma folha branca, causava desgosto e uma vontade tremenda de cobrí-la para tornar tudo uniforme e novamente branco. Não é como se alguém estivesse interessado em um borrão vermelho sangue, que parecia mais um respingo do líquido quente devido a alguém que acabara de se cortar. Era incômodo e exagerado, como as luzes de um grande refletor cegando os olhos.
E Hyunjin se esgueirou pelos corredores vazios, a mochila nas costas e os passos apressados, como se tivesse um compromisso extremamente importante e estivesse atrasado. Abriu a porta devagar, como se a maçaneta fosse a coisa mais delicada em que tocara em sua vida. Cheiro de poeira literária misturado ao do café sobre a mesa da bibliotecária.
Sem fazer barulho, como se fizesse parte daquele ambiente, andou pelos corredores até achar uma cabeleira avermelhada.
— Oi. — chamou a atenção do voluntário.
— Oh, você é o garoto que mata aulas em bibliotecas. — sorriu confortável, sendo como um amanhecer de cores calmas. Mescla de rosa bebê com azul e tons de amarelo nascente. — Tome cuidado para Jungeun não te ver. Ela é incrivelmente compreensiva, mas cabuladores de aula jamais conseguem comover aquele coraçãozinho.
— Obrigado.— falou baixo. sentindo suas terminações nervosas se iluminarem em puro néon. O sorrisinho do avermelhado direcionado para si era quente, tão quente quanto a cor vermelha dos fios que caiam sobre a testa.
Era uma boa sensação estar tão longe dos outros alunos e dos professores. Era como se quebrasse os holofotes apontados para si. E ali, não era visto como o causador de problemas, era visto com serenidade pelos olhos castanhos, da cor das estantes de madeira.
Pegou seu material de artes e se sentou no chão, entre livros de romance e ficção científica a lhe sussurrar aventuras e paixões. Distraidamente, começou a rabiscar em papel canson pequenos traços que formavam olhos, nariz e boca, depois se tornaram mais espessos quando desciam pela face desenhada formando fios brilhantes e que seriam coloridos com tinta magenta. O garoto da biblioteca, se tornava parte do papel, ganhando cor e forma pelas mãos do Hwang.
— Wow, que lindo.— o de cabelos cor de sol poente, que a pouco organizava alguns exemplares ao lado do moreno, se abaixou na altura do rosto do Hwang, para admirar o desenho mais de perto. O cheiro do perfume dele preencheu as narinas do Hwang. Era uma mistura de flor do campo com balinhas de goma em forma de ursinho. Era doce, e combinava perfeitamente com todas as suas tonalidades.
— É apenas um rabisco...— sentiu o rosto esquentar. Nunca tinham visto seus desenhos, muito menos já tinha ouvido alguém chamá-los de "lindos". Na verdade, pensava que nunca acreditariam que ele soubesse fazer algo como isso, ou que não tivesse confiança nenhuma em seu talento.
— Apenas um rabisco?! Queria eu saber fazer algo assim.— a voz dele ficou mais aguda ao pronunciar, como se o dito pelo Hwang fosse a coisa mais revoltante que já ouvira em sua vida. Ambos eram algo comparado a telas fauvistas, era mistura de vermelho e azul. Chapado e de múltiplas tonalidades, sem compromisso em expressar a cor literal. Era confuso e belo, transformando qualquer significado que tivesse, sem preocupação de parecer ser certo. Era arte. Ambos eram arte, eram pigmentos e pontos de fuga, eram formas e pinceladas, eram tudo e nada ao mesmo tempo.
Livros empoeirados, poeira enlivrada, que fazia o nariz do Hwang suplicar por ar fresco e puro, o papel sobre a perna ganhando dobras pela posição da mão do moreno, os olhos se deleitando com a visão de pertinho que tinha do ruivo que o fazia parecer até um pouco assustador. Nada disso parecia ser tão relevante quanto o sorriso do garoto da biblioteca naquele momento.
Hyunjin pensou que poderia ser vermelho e se misturar com o amarelo, azul, rosa e branco que o ruivo também era.
[🎨]
Faz um tempo né?
Bem, demorei? Demorei, mas trago para vocês hyunjin boiolinha sim e que não sabe nem o nome do cremoso ainda
eu comecei a faculdade de artes recentemente, então vocês vão ler muita coisa relacionada nessa fic, especialmente em relação ao Hyunjin que é #artistah
é isso galera, até a próxima
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