Nono tom: Hazelnut
"Tons de insegurança (e uma surpresa primária)"
Suportável. Era demasiado curioso o fato da simples existência de alguém em específico se tornar antídoto para o mais terrível dos venenos. Contudo, Hyunjin sentia-se pronto para encarar olhares julgadores pelos corredores abarrotados, pois apenas o simples pensamento cor de cereja, mergulhado em tons de doce, lhe acalmava o suficiente para sequer levar em consideração as cores que se sobrepunham umas às outras, numa guerra muda constante de soberania.
Hwang se tornava manifesto, contrariando tons comuns. Se erguia sob suas luzes e pigmentos, destoando de tudo. E, por incrível que parecesse, naquela manhã em específico, não ligava para tal. Seu maior anseio era pelo intervalo, onde buscaria Seungmin por todo o prédio se fosse preciso, para compartilharem um momento juntos, fora das aulas cabuladas e da biblioteca poeirenta.
A primeira aula do Hwang passou imperceptível. Nem sequer recordava qual a matéria era, estava perdido demais em seu novo desenho, que ganhava cores em marcadores de tonalidades claras. Traçar Seungmin com as próprias mãos, recordando cada um de seus detalhes e contornos, era como tecer fios de alegria que se emaranhavam uns aos outros em movimentos precisos, como se tudo se tornasse amarelo e de significado enorme e, também, tivesse cheiro de rosa quartzo e gosto de azul serenity, numa experiência sinestésica que beirava o êxtase. Sentia suas cores mais vivas do que nunca, mas pouco se importava, pois sua atenção estava completamente voltada para os resquícios de Seungmin em sua memória. Cada uma das características, desde a pontinha redondinha do nariz ou como ele semicerrava os olhos inconscientemente quando esboçava um sorriso angelical.
O mundo ao redor parecia se tornar monocromático, e nele o pigmento pálido do sentimento ainda não nomeado dava voltas e coloria o ambiente num tom quase terroso.
Sua costumeira desatenção não resultou em nada mais do que um olhar de total desaprovação por parte do Professor que, somente após um muxoxo, em que claramente esboçava seus pensamentos sobre o aluno-problema, teve suas cores e formas processadas pelo Hwang: a matéria era Química, e as funções orgânicas lotavam todo o quadro, já o nome do professor... Hyunjin não fazia tanta questão de recordar. Não fazia tanta diferença, de qualquer forma, pois eram nesses momentos em que era tirado de sua utopia, onde apenas o aconchego que encontrava em Seungmin lhe era suficiente, que se recordava que não era nada além de um lixo social não reciclável e nenhum escape ou coloração bonita mudaria seu destino de ser alguém indesejado.
Algo dentro de si se remexia e desprendia um gosto amargo que subia aos poucos pelo esôfago. Refluxo de tristeza, quem sabe. Os tons calmos iam se perdendo, ao passo que o neón reavivava a indiferença. Voltou ao seu desenho, sentindo que aos poucos o garoto de cabelos cor de cereja se fazia cada vez mais inalcançável.
E como alcançá-lo, se ele era tão lindo e brilhante? Como poderia manchar Seungmin, torcendo suas cores calmas em seu caos? Sentia-se nervoso apenas com a possibilidade de ser visto pelo Kim da forma que era visto pelos demais.
Hyunjin gostava da companhia de Seungmin, era fato, e sentia os membros de seu corpo retesarem apenas com o pensamento dele se afastar.
Permaneceu com o gosto amargo e o âmago doído pelo restante das aulas, até que o horário do intervalo o fez desprender de seus tons chamativos, o corpo agindo rápido para buscar o menino da biblioteca pelo prédio para que, por fim, encontrasse calmaria para seus pensamentos. Apenas um sorriso mínimo de Seungmin seria o suficiente para limpar qualquer negatividade que viesse da parte do Hwang, pois neles não havia receio, nem julgamento, tampouco teatro.
Na saída da sala, passando por cores diversas, em seu caminho, com uma expressão indecifrável estava ele, com suas cores primárias. Azul, Amarelo e Magenta se uniam e se separavam, formando uma aura cativante e forte. Han Jisung, o queridinho por toda a comunidade escolar e, diga-se de passagem, a maior fonte de informações que se poderia encontrar naquele alvoroço adolescente, estava à sua frente.
Hyunjin quase recuou. Não tinha uma boa relação com o Han, principalmente após a briga no banheiro, que foi o estopim para o início dos rumores a seu respeito. Admitia que tinha culpa, por ser impulsivo e agir com o corpo antes de pensar, mas ela não era centrada completamente em si. Jisung tinha uma língua afiada, e ela era sua maior arma.
— Hyunjin... podemos conversar? — as palavras soaram um tanto quanto tímidas, as cores do Han sendo um pouco menos alegres e mais retraídas.
Hwang ficou estático por instantes, enquanto sua cabeça insistia em usar o seu tempo exclusivamente para Seungmin. Entretanto, a atitude, no mínimo, estranha, do presidente do clube de rádio lhe fazia permanecer ali.
Assentiu com a cabeça, vendo o amarelo vivo surgir nas feições de Jisung.
[🖌️]
quem é vivo sempre retorna
inclusive, TEMOS O JINIE DE VOLTA! BORA DE CHURRAS NA LAJE PESSOAL
Enfim, cá estamos com mais um capítulo de STCEEA!
Hyunjin tem muita insegurança e um medo enorme de ser abandonado após se apegar a alguém, então sejam pacientes com ele, sim? Esse tipo de coisa não é resolvido da noite para o dia, mesmo que o Seung seja um amor e o tipo de pessoa que jamais faria isso, as inseguranças do Jinie falam mais alto às vezes :(
E o que falar do menino Jisung, a maior maria fifi dessa fanfic, vão por mim!
Eu já tenho todo o roteiro da fanfic pronto, mas o tempo e ânimo para escrever anda curto. Mas farei o possível para atualizar nem que seja mensalmente!
Aliás, eu também estou escrevendo uma hyunlix, chamada "Nessie" , que tem uma pegada mais melancólica e poética, e é voltada para algo mais "conto de fadas" (assim como STCEEA é voltada para cores). Então, se tiverem interesse, adoraria ver vocês por lá também!
esses eram os recadinhos, muito obrigada a quem leu até aqui!
até a próxima
com amor,
mxoonbebe
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