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Capítulo 9

Todas as palavras ditas por Regina, mais cedo, ainda martelavam na minha cabeça. Ela disse que me odeia. Ela me odeia. Não seria surpresa se a minha mãe adotiva dissesse que não gosta de mim, isso já ficou óbvio, mas existe uma grande diferença entre não gostar de algo ou alguém e odiar.

Ódio, é um sentimento muito forte, eu nunca pensei que despertaria isso em alguém.

Eu ainda vivia me perguntando o que fiz a ela, esse era meu maior questionamento, por mais que eu já tivesse desistido, pois sabia que seria bem provável que eu jamais soubesse o motivo de seu ódio direcionado a mim, já que Regina nem mesmo fazia questão de me explicar o que estava acontecendo, ou havia acontecido.

Lembrei da curta conversa que eu tive com Caio, hoje pela manhã. Ele disse que eu fico muito mais bonita quando sorrio. Acho que ele só estava tentando ser gentil comigo, eu sei que não tenho metade da beleza da Sabrina ou de qualquer uma das outras meninas lá da sala. Mas isso me lembrou uma coisa que Guilhermina me falou. Ela disse que um sorriso embeleza qualquer rosto.

Eu sempre tentava sorrir, mesmo que o dia tivesse sido difícil, ou até mesmo quando algumas lágrimas rebeldes insistiam em rolar pelas minhas bochechas. Mas agora eu só conseguia chorar. Eu queria entender o que faço de tão errado para afastar todas as pessoas. Para meus pais biológicos terem me deixado na porta de um orfanato, é porque eles não me queriam. E agora eu descubro que a minha família adotiva também não me quer.

Comecei a passar o olhar pelos livros que tinham na minha estante, alguns que ganhei de Teodoro, no meu último aniversário, buscando alguma comédia romântica para ler, em uma tentativa desesperada de gargalhar um pouco, nem que fosse por apenas uma hora e alguns minutos, ou até mesmo voltar a sonhar com algo que eu nunca vou viver. Regina não estava em casa e eu já tinha ajudado Guilhermina a limpar a cozinha após o almoço, mesmo com ela se recusando a ter minha ajuda. Então, era bem provável que eu tivesse o resto do dia apenas para mim. Quer dizer, era o que eu pensava, após perceber a porta do meu quarto sendo aberta, antes mesmo que a pessoa que estava do lado de fora perguntasse se podia entrar.

“Elena", Madalena invadiu o meu quarto e falou comigo, me olhando de cima, assim como a mãe dela faz. Não era para eu me importar mais com aqueles olhares, mas eu me importava. “Eu tenho um encontro daqui a pouco. Trouxe meu vestido para você passar.”

Ela simplesmente jogou o vestido em cima da minha cama, nem disse ao menos um por favor, e saiu pisando forte.

Certo, acho que eu não tenho mais o resto do dia tão livre assim. Mas ainda sim, eu consigo assistir ao menos um filme. Passar uma roupa não demora tanto assim e, se Madalena vai sair, isso significa que a casa vai ficar ainda mais tranquila, já que Samara não costuma sair do seu quarto.

O vestido era realmente lindo, um azul claro com listras brancas, que com certeza, valorizaria as curvas de Madalena. Eu realmente fiquei hipnotizada com a beleza daquela roupa. Madalena tinha mesmo um bom gosto.

Eu fiquei me perguntando se esse tal encontro seria com o Edu. Eles pareciam tão íntimos que, a essa altura, não seria surpresa se eles tivessem marcado de se encontrar. Essa hipótese me entristeceu bastante. Eu e Madalena somos muito diferentes, não só na personalidade, mas na aparência física também. Se ela é o tipo de garota que atrai o Edu, ele nunca olhará para mim.

As vezes eu fico imaginando como fazer para esquecer aquele garoto. Tirá-lo dos meus pensamentos era tudo o que eu gostaria de fazer, principalmente agora que eu sei do interesse da Madalena por ele e, evidentemente, o interesse dele por ela também.

O coração sempre procura uma forma de nos pregar alguma peça, não é mesmo? Se apaixonar pela pessoa errada é um dos maiores equívocos desse órgão tão pequeno, mas que guarda tantos sentimentos.

Enquanto eu passava o vestido da minha irmã, pensei em várias maneiras de deixá-lo queimar e dizer que foi um acidente. Eu sei, as vezes tenho alguns pensamentos esquisitos mesmo, acho que estou assistindo filmes demais.

É claro que eu nunca faria isso. Eu jamais prejudicaria qualquer pessoa, principalmente a minha irmã de criação, mesmo sabendo que nenhuma das meninas me considera como irmã.

Eu estaria sendo mentirosa se dissesse que nunca quis me vingar de Regina e das gêmeas, pela forma como elas me tratam, eu não tenho sangue de barata. Mas eu escutei uma vez, que vingança não é uma boa alternativa em nenhuma situação. Além disso, eu não gostaria de me transformar em uma Emily Thorne – com todo respeito aos fãs de Revenge.

“Seu vestido, Madalena", entreguei-o a ela, após terminar de passar o vestido.

A gêmea mais velha não me encarou de volta. Ela parecia mais preocupada em fazer um delineado perfeito em seus olhos. Apenas quando bem quis, ela resolveu caminhar até mim. A pose arrogante ainda presente.

“Demorou demais", ela tomou o vestido da minha mão, com rispidez, depois de pôr o delineador em cima da estante. “Bem que a minha mãe fala que você é lerda.”

Respirei fundo e engoli seco, tentando desfazer o nó que se formava na minha garganta. Eu não iria chorar na frente dela, muito menos cair em suas provocações. Jamais daria esse gostinho à Madalena.

Apenas fiquei séria diante dela, me forçando a fingir que eu não tinha escutado nada e suas ofensas não me afetavam tanto, como de fato estavam afetando.

É difícil mentir para qualquer pessoa, principalmente para nós mesmos. Mas as vezes, é necessário haver uma omissão de fatos e sentimentos para preservar nossa saúde mental.

“Precisa de mais alguma coisa?”, perguntei, ignorando a ofensa.

Madalena não pareceu muito satisfeita com a minha reação tranquila. Seu olhar de desdém agora estava parecendo esconder uma fúria contida. Ponto para mim, não é mesmo? Se eu consegui fazê-la se irritar, nem que fosse por um curto instante, era sinal de que as coisas haviam se invertido e ela sentiu um pouco do que eu sinto toda vez que ela e sua mãe me humilham.

Mas eu diria que ela se recompôs muito bem, pois logo voltou a me fitar de cima, mostrando, apenas com um olhar, que ela manda e eu obedeço. Foi assim que Regina ensinou às filhas, pois elas são as donas da casa, não alguém que chegou depois e não tinha o sangue da família correndo pelas veias.

“Não”, ela respondeu rispidamente, ainda tentando manter-se inabalável. “Pode ir. Se eu precisar de uma empregada, eu te chamo.”

Assenti, ainda tentando fingir que suas palavras não me afetavam. Era assim que elas me viam e eu não podia mais mudar isso. Já fiz tudo o que estava ao meu alcance, mas sempre que algum dos nossos colegas da escola perguntava se eu era irmã das gêmeas, elas diziam que eu era filha de uma empregada da casa delas. É claro que Regina sustentava a mentira das filhas.

Eu esqueci o filme que eu planejava assistir. Meus planos foram interrompidos pela vontade esmagadora de conversar com alguém que entendesse a minha dor. Acho que não existia essa pessoa, mas Guilhermina sempre esteve ao meu lado, ela sabia de tudo o que acontecia dentro daquela casa.

Mesmo receosa de atrapalhá-la em seus afazeres, eu decidi procurá-la para conversar um pouco, talvez. Tentar aliviar o desejo de fugir daquela casa e não encontrar nenhuma das meninas, nunca mais.

O bom de ter uma pessoa que nos conhece, sempre por perto, é que não precisamos falar nada. Apenas com um olhar, Guilhermina soube, momentaneamente, que eu precisava conversar com alguém.

Ela guardou o pano de prato que estava em suas mãos e, logo após, veio até mim, parecendo verdadeiramente preocupada.

Seus braços rechonchudos me envolveram em um abraço acolhedor e eu senti que ali eu poderia chorar sem preocupação de ser julgada ou humilhada ainda mais.

As gêmeas sempre diziam que eu era apenas a filha da empregada e que os seus pais se compadeceram por mim e, por serem tão bons, aceitaram pagar a escola. Mas, sinceramente, eu preferia ser apenas a filha da empregada, como elas dizem. Isso não seria vergonha nenhuma para mim e, eu tenho certeza que seria muito mais amada.

Me afastei dos braços dela para olhá-la nos olhos e agradecer por tudo o que ela já fez por mim. Como eu já disse, Guilhermina é a mãe que eu gostaria de ter.

“O que a dona Regina fez, desta vez?”, ela perguntou, parecendo brava com a patroa.

“Dessa vez não foi ela", eu respondi, enquanto enxugava os resquícios de lágrimas que ainda escorriam pelas minhas bochechas. “A Madalena tentou me humilhar. Mas eu fingi que suas palavras não mexeram comigo, só que elas me afetaram, e muito.”

Eu fechei os olhos, tentando imaginar o meu mundo, se eu vivesse com meus pais biológicos. Será que eles aprenderiam a me amar? Será que eu seria feliz ao lada deles? Será que eles se arrependeram de ter me deixado?

Eram tantos serás, perguntas que jamais seriam respondidas.

“Eu sei que é difícil, minha querida", ela iniciou. “Mas saiba que essas meninas não tem metade da sua bondade, e essa, é a maior qualidade que uma pessoa pode ter.”

Bondade. Eu sempre achei que ser bondosa era uma excelente qualidade, e continuo achando, mas as vezes, parece que precisamos pagar algum preço por sermos bons. E quem age de forma cruel, como Regina e as gêmeas, sempre conseguem o que quer.

“Eu só queria entender, por que que Regina e as meninas me odeiam tanto. Eu fiquei tão feliz quando soube que teria uma família, duas irmãs. Eu só queria que elas me amassem, como eu as amava, antes de conhecer a verdadeira face das duas.”

“Minha linda, a culpa não é sua", Guilhermina acariciava minha cabeça, enquanto eu continuava recostada em seu ombro. Aquele carinho era bom e fazia eu me sentir amada. “Dona Regina sempre foi uma mulher difícil, diferente do marido dela. Acredito que as meninas herdaram todas as características da mãe e nada do pai.”

Eu escutava atentamente, cada palavra que ela falava. Era bem óbvio que as meninas não pareciam com o Teodoro e, pensando melhor, até aparência física das gêmeas era igual à Regina.

Eu lembro de uma vez em que estávamos todos juntos em um parque. Uma das mães que acompanhavam os filhos, disse que, enquanto Samara e Madalena se assemelhavam à mãe, eu parecia com pai. Notei no mesmo instante a raiva no olhar das três. Era como se elas indagassem: como a adotada se parece com o nosso pai?

Pensando melhor, talvez esta situação também tenha causado tanto desconforto nas duas, que elas começaram a me odiar. Não seria possível que eu me parecesse com o Teodoro, aquela mulher só pode ter se enganado. Mas a partir daquele dia, as gêmeas passaram a me tratar ainda pior.

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