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Capítulo 24

Eu ainda me sinto completamente estranha dentro daquela casa, quero dizer, agora um pouco menos. É confuso saber que toda a vida que eu imaginei ter, na verdade, era uma grande mentira que me fizeram acreditar.

Mas se eu me sinto desse jeito, imagina as gêmeas? As meninas estão dilaceradas, o estado em que Samara e Madalena se encontram não é dos melhores. Descobrir que o homem que elas tanto amam, na verdade, não é o pai biológico delas, mas sim, o verdadeiro pai das duas é um criminoso que foi capaz de tirar a vida de uma pessoa, estava afetando demais as cabeças das duas, principalmente descobrir que tudo aconteceu a mando da mãe delas. O meu pai até tentou protegê-las da verdade, mas eu acredito que tenha sido melhor assim, o pior mesmo é viver uma mentira durante anos. Você se sente enganada, traída.

Teodoro fez questão de deixar claro para as duas que ele é o verdadeiro pai delas, não importa se ambos não carregam o mesmo sangue consigo, aliás, eu não esperava menos dele. O meu pai é um exemplo de pessoa, o melhor exemplo para me inspirar a querer ser melhor, a cada dia. O que é um exame de laboratório ou ter o mesmo tipo sanguíneo, quando, na realidade, os verdadeiros pais são aqueles que amam e cuidam?

Eu fico feliz por ter me dado conta disso, antes de saber que eu sou a verdadeira filha dele, pois eu já considerava Teodoro o meu pai. Ter o seu sangue percorrendo em minhas veias, é apenas uma ótima consequência.

É claro que a professora Patrícia também não fica atrás. Eu não tive tantos momentos com ela, como tive com o meu pai. Ao contrário de Teodoro, ela não acompanhou a minha fase de crescimento, apenas me conheceu quando eu estava no ensino médio, assim que se tornou nossa professora de inglês. Mas agora nós teremos muito tempo para nos conhecermos, como já estamos fazendo. Eu sempre a achei maravilhosa, e agora que conheço um pouco mais sobre a sua história, minha admiração cresceu mais ainda. Agora eu consigo entender o real motivo de seus olhos estarem sempre cobertos por uma tristeza que parecia não ter fim. Ela teve sua filha arrancada de seus braços, de uma forma tão cruel, que eu nem posso imaginar.

Tenho certeza que, muito em breve, estarei chamando-a de mãe. Não, não me julgue por isso, é muito difícil passar a chamar uma pessoa de mãe, assim, de uma hora para outra. Eu fui muito abençoado por ter ganhado pais maravilhosos, principalmente por saber que sou fruto de um lindo amor, mas algumas coisas não acontecem da noite para o dia. Eu vou chamá-la de mãe, e isso vai acontecer bem mais rápido do que você imagina. Pode apostar que sim.

Apesar de tudo ter começado voltar ao normal, agora sem Regina para tentar me humilhar todos os dias, e com o verdadeiro amor reinando – a minha professora/mãe ainda não estava morando conosco, por acreditar que aquele ainda não era o momento certo, mas ela e o meu pai estavam se entendendo muito bem – aquela casa não era tão alegre quanto antes, porque as gêmeas também são responsáveis por levar alegria àquele lugar. Ver Samara e Madalena naquelas condições, cortava o meu coração. Eu queria que as minhas irmãs tivessem tão felizes quanto eu estou. Mas eu entendo que isso não seja possível para elas, no momento.

“O Edu ligou”, eu disse, olhando para Madalena, que não esboçou reação nenhuma. “Ele perguntou como você está.”

“Edu e eu terminamos, aliás, nós nem começamos", ela respondeu, indiferente. Se fosse a algumas semanas atrás, tenho certeza que ela estaria dando pulos de alegria. Isso só prova o quanto minha irmã está mudando e o quanto ela não está se sentindo bem. “Ele nem gosta de mim, disse que eu sou uma pessoa difícil de suportar.”

Apesar de achar que o meu colega foi muito cruel em falar aquilo para ela, eu sei que ele tem toda razão. Madalena não é muito fácil. Mas talvez isso seja apenas uma fase, ou até mesmo o reflexo da pessoa que ela queria parecer, no caso, a sua mãe.

“Sabe o que eu penso?”, ela não parecia nem um pouco interessada em saber o que eu penso. Seu olhar de tédio voltado para minha direção, explicitava isso muito bem. Mesmo assim, optei por continuar, eu não vou mais me intimidar com os olhares de Madalena, por mim e por ela também. “Talvez, vocês dois nunca deem certo, por serem extremos opostos. Mas uma amizade, pode vir a surgir e, quem sabe, a amizade pode se transformar em algo a mais, porque, dizem que opostos não se combinam, mas eu tenho minhas divergências em relação a isso. Talvez, vocês até descubram que tem muito mais em comum do que imaginam.”

Enquanto eu dizia aquelas palavras para Madalena, meus pensamentos voavam para longe. Para Caio, especificando melhor. Aconteceu exatamente isso com ele, o meu colega que eu não ia muito com a cara, se tornou meu melhor amigo, descobrimos que, apesar de sermos muito diferentes, temos muito em comum. Nós nos ajudamos, eu fui o seu ombro amigo quando ele precisou desabafar, ele foi o meu refúgio nos dias em que a situação estava ficando insustentável. Enfim, ele se tornou a pessoa que eu quero estar junto, a todo momento. O garoto que eu sempre sonhei que um dia seria o meu príncipe encantado, estava ao meu lado a muito mais tempo do que eu imaginava, o problema é que eu demorei tempo demais para perceber. Talvez agora ele já esteja longe e eu nem sei quando ele volta, nem podemos entrar em contato, já que a fazenda do noivo de sua irmã não tem sinal de internet.

“Por que você está me dizendo isso, Elena? Você gosta dele, não é?”

“Não, eu gostava dele, isso é verdade, mas agora eu não sinto mais nada pelo Edu, além de uma amizade, talvez. Mas, mesmo se eu ainda gostasse dele, eu te diria essas coisas, porque do Edu eu gostava, mas a minha irmã, eu amo, e você é muito mais importante para mim.”

“Eu agradeço, mas nós não somos irmãs. Você é filha do Teodoro, nós não.”

“É claro que vocês são minhas irmãs, e eu tenho certeza que o meu pai, que também é pai de vocês duas, as ama incondicionalmente, assim como ele também me ama.”

“Por que você está fazendo isso por nós duas?”, Samara, que até então, estava em silêncio, resolveu se manifestar também. “Nós fomos péssimas irmãs para você.”

“Não, muito pelo contrário, vocês foram ótimas irmãs para mim", respondi com sinceridade, relembrando o dia em que entrei naquela casa e as meninas, principalmente Samara, se mostraram bastante entusiasmadas após descobrirem que ganhariam uma irmã. “Você, Samara, foi a melhor irmã que eu poderia ter, aliás, eu nunca vou poder te agradecer o suficiente pelo que fez por mim, no dia da formatura. Já você, Madalena, realmente, me magoou um pouco, mas eu sei que não foi culpa sua. Eu amo vocês, meninas, minhas irmãs.”

Recebi o sorriso mais sincero, vindo por parte de Samara. Apenas aquilo, vê-la sorrindo, mesmo depois de tudo o que aconteceu, já aquecia o meu coração.

“Eu também amo você, Elena, desde que eu descobri que você seria minha irmã.”

Eu mesma tomei a iniciativa e a abracei, como eu sempre quis fazer, desde que cheguei naquela casa, mas nunca havia feito, porque todas as vezes que Regina estava por perto, ela não me deixava encostar nas meninas.

“É, talvez eu também goste um pouquinho de você.” Madalena fingiu não se importar muito, mas eu sabia que ela se importava e, apesar de tudo, ela estava feliz por termos aquele momento entre irmãs.

Eu não queria que tudo isso tivesse acontecido, daria tudo para não ver as minhas irmãs e até mesmo o Teodoro sofrerem como eles estavam sofrendo. Mas estar aqui, tão perto de todas as pessoas que eu amo – incluindo Guilhermina, que comemorou tanto quando descobriu a verdade sobre a minha paternidade e reencontrou a minha mãe, que ela disse gostar muito, desde que ela e o meu pai namoravam escondidos do meu avô – era reconfortante.

Mas eu sentia que ainda não estava completa. Não sei, talvez faltasse algo que eu não soubesse o que é. Como uma peça que falta encaixar em um quebra-cabeças, para que ele fique completo.

Eu sabia que pela rua eu não encontraria o que eu estava querendo, mas decidi sair para, sei lá, andar sem destino. Eu nunca me imaginei fazendo isso, até que um grande amigo me apresentou essa ideia e, não é que ela realmente funciona?

O mais surpreendente era saber que, mesmo após tudo o que Regina me fez, eu não desejo o mal dela. Eu pensava que meu maior prazer seria vê-la sofrer, assim como ela me fez sofrer durante tantos anos, mas o meu desejo era que ela cumprisse sua pena por ser a mandante de um crime, e se arrependesse de todo o mal que ela fez, não só para mim, mas para os meus pais. Eu desejava também que ele me pedisse perdão por tudo o que me fez, mas tinha certeza de que aquilo jamais iria acontecer.

Eu devo ter andado bastante, desde que saí de casa, não sei o quanto, mas só fui perceber depois, quando eu já estava bastante cansada. Por sorte, encontrei uma praça até bem conservada, algo difícil de encontrar aqui na cidade, já que os moradores esquecem que se deve conservar o patrimônio público.

Uma sensação de nostalgia tomou conta de mim, após ver um grupo de amigas conversando e se divertindo juntas. Eu adoraria estar com as meninas agora, mas sei que Nanda, Sabrina e Juliana estão muito bem e eu vou continuar torcendo pela felicidade de ambas. Eu também senti falta de alguns dias da minha infância, após avistar pais brincando com os seus filhos. As tardes em que o meu pai saía comigo e com as meninas, eram as melhores da minha infância. Mas o que mais me chamou a atenção, foi um casal sentado em um dos bancos. Eles estavam abraçadinhos, seus olhos brilhavam toda vez que se encaravam e os sorrisos bobos nos respectivos rostos, entregava a felicidade dos dois.

Fechei os meus olhos, sem me importar que alguém poderia me achar maluca por estar de olhos fechados em plena praça pública, correndo o risco de ser assaltada a qualquer momento. Bem, pelo menos eu não tenho nada de valor comigo que possa ser roubado.

“Você sabia que moramos em um país onde o número de assaltos ainda é muito elevado?”

Sorri, antes mesmo de abrir os olhos. Aquela voz era inconfundível. Sim, era Caio quem estava ali, e eu tive a certeza após virar e dar de cara com ele me olhando, com aquele mesmo sorriso brincalhão sempre presente em seu rosto, desde que eu o conheci.

“Eu pensei que você estivesse viajando.”

“Você tem se enganado bastante, ultimamente", ele caminhou para mais perto de mim, e eu preferia que ele mantivesse aquela distância, caso contrário, eu não sei se o meu coração iria aguentar continuar batendo tão intensamente. “Eu ainda tinha uma coisa muito importante para fazer aqui.”

“Sério?”, perguntei com um misto de curiosidade e frustração na voz. Sei que seria muito ilusório e egoísmo da minha parte, mas por um instante, eu pensei que ele tinha ficado por minha causa.

“Quer dizer então, que você é filha da nossa professora de inglês?”, ele pareceu não perceber a minha frustração e eu fico feliz por isso.

“Sim. Isso não é uma loucura?”, eu respondi, trazendo a animação de volta. Lembrar que eu sou filha da professora Patrícia é louco e é fantástico ao mesmo tempo.

“É sim, mas é uma loucura boa. A professora Patrícia é incrível, tenho certeza que ela será uma ótima mãe. Muito melhor do que Regina.”

“Eu tenho certeza que sim”, acho que qualquer outra seria uma mãe melhor do que a mãe que Regina foi para mim, pelo menos eu penso assim. Mas a minha mãe, eu tenho certeza que será a melhor mãe do universo. Ela já é, na verdade.

Permanecemos um tempo em um silêncio agradável, que estava prestes a ser quebrado por mim. Eu sentia que precisava falar com ele sobre tudo o que eu comecei a sentir por ele, mesmo que eu temesse estragar nossa amizade, mesmo que eu morresse de vergonha, durante o processo, ou ainda que meu coração fosse partido, outra vez.

“Sabe, Caio, eu lamento ter demorado tanto tempo para perceber o quanto eu gosto de você”, minha mão estava gelada, tudo graças ao nervosismo que eu estava sentindo, mas segurei a mão dele, mesmo assim e, não estava tão diferente da minha. “Vai lá, vai à procura da sua felicidade, seja lá onde ela esteja. Você merece ser feliz."

"Bem, você me disse para eu ir à procura da minha felicidade, certo? A minha felicidade atual, é a dona desse sapato aqui”, me surpreendi, após vê-lo tirando de dentro da sua mochila, o meu par perdido do sapato que o meu pai me deu. “Talvez, daqui a alguns anos, nós não estejamos mais sentindo esse turbilhão de sentimentos malucos e bons, bons até demais, que estamos sentindo agora, mas eu sei que, enquanto tivermos tempo, eu quero ficar ao seu lado."

Eu não acreditei naquilo. Sério, o que eu fiz para o destino ser tão bom comigo? Será que eu merecia mesmo receber tantas bonanças?

“Você não existe, Caio. Como eu não percebi antes, o quanto você é incrível?”

“Talvez você tivesse ocupada demais, prestando atenção em outro, enquanto esse pobre rapaz aqui, sofria calado, toda vez que te via olhando para esse outro, com tanta devoção.”

“Desculpa, eu não queria ter feito você passar por isso.”

“Eu só te desculpo com uma condição”, esperei  para ouvir atentamente qual era a sua condição. Depois de tudo o que Caio fez por mim, eu estou disposta a provar para ele o quanto eu estou apaixonada por ele, porque sim, essa é a verdade, eu estou apaixonada pelo meu melhor amigo. “Se o sapato encaixar, você está perdoada.”

Olhei fixamente para ele, que me encarava, com o sorriso brincando em seus lábios. Devolvi o sorriso. O sorriso mais sincero que eu poderia lançar para aquele que havia tomado conta dos meus pensamentos.

Exatamente como nos contos de fadas, ele ajoelhou, segurando o meu pé, com delicadeza, enquanto calçava o par do sapato. Eu nem preciso dizer que morri de vergonha por estar vivendo essa cena em plena praça, lotada de gente nos observando.

“Olha só, parece que o sapato encaixou”, respondi.

Agora, mais sério do que antes, ele levantou, sem desviar o olhar do meu. Estremeci quando ele deslizou sua mão pelo meu rosto, acariciando-me como eu desejava.

Mas sabe o que eu mais desejava? Mais até do que receber o seu carinho? Eu desejava ter os seus lábios juntos aos meus. E foi pensando nisso, que eu pus minhas mãos em sua nuca, trazendo-o para mais perto de mim.

Algumas pessoas que presenciavam a cena, aplaudiram, me deixando ainda mais envergonhada. Eu juro que sairia daquela praça o mais depressa possível e sem olhar para trás, mas isso, é claro, só após parar de beijar o meu melhor amigo e futuro... sei lá, futuro-alguma-coisa-que-ainda-não-decidimos. E eu não queria parar de beijá-lo, não tão cedo.

Então é isso, parece que a minha vida virou um clichê ambulante, com direito até a plateia no final de tudo. E sabe qual é a melhor parte? Eu não me importo nem um pouco com isso.

Fim.

♡♡♡

Olá, de novo! Se você acompanhou até aqui, muito obrigada. Foi muito bom ter por aqui, em mais uma história com personagens que surgiram do nada na minha cabeça e acabaram ganhando o meu coração.

Beijos e até a próxima!!!

❤❤❤

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