Capítulo 24 - Feliz Natal!
Wei Ying olhava todos confuso, ainda estava zonzo por conta do ataque e a dor que sentiu no peito.
— Wei Ying. – A imortal BaoShan SanRen chamou, voltando a sua aparente forma envelhecida de Meng Su. – Venha até mim, meu neto.
Wei Ying andou olhando desconfiado todos até chegar em sua avó.
— O que está acontecendo? – Wei Ying inspirou e prendeu o ar no peito receoso, afinal presenciara tantas coisas inacreditáveis que mal conseguia formular uma lógica em tudo que viu.
— Senhores, permitam-me conversar com meu neto a sós. – BaoShan olhou-os.
QiRen virou-se para sair, sendo seguido por SiZhui e JingYi. Lan XiChen aproximou de Lan WangJi o chamando.
— WangJi.
WangJi não se queria deixar o rapaz sozinho, andou até a mulher e curvou respeitosamente.
— HanGuang-Jun, não se preocupe. – BaoShan apontou ao neto que sentasse ao lado dela na outra cadeira. – Não pretendo usar arranjo de esquecimento em meu neto.
Wei Ying queria falar, mas sentia-se receoso preferindo calar-se e esperar.
— Em tal ápice dos acontecimentos, ficar velado na ignorância de seu passado pode-lhe ser fatal.
WangJi levantou e fitou Wei Ying por uns segundos antes de se virar e sair sendo acompanhado por XiChen. BaoShan SanRen ainda sob a forma de Meng Su levantou e foi até a porta fechando-a em seguida, quando ela virou para o neto apresentou sua verdadeira aparência.
Wei Ying abriu ligeiramente os olhos surpreendido por aquela mudança, seu coração palpitou levemente e mesmo que aquela situação fosse surreal, ele se sentia tranquilizado.
— Wei Ying, meu nome verdadeiro é BaoShan SanRen, sou cultivadora aos poucos lhe contarei sobre o que presenciou essa noite. – Observava-o atentamente. — Lembra-se de quando conversamos no dia que fugiu para encontrar com sr. WangJi, eu lhe disse que havia muitas situações que poderiam colocar todos nós em perigo, inclusive HanGuang-Jun?
O rapaz engoliu seco ao recordar da conversa e que prometera não se aproximar mais do amigo para não lhe prejudicar.
— Eu não cumpri a promessa, mas... – Wei Ying sentiu os olhos marejarem encarando a mulher a sua frente. – Eu sinto muito.
BaoShan SanRen caminhou para perto dele e se sentou na poltrona ao lado dele. Abriu seu leque e se abanou levemente.
— O que não tem remédio, remediado estar... – Balbuciou voltando a face para o rapaz. – Não adianta lamentarmos, certo?
Wei Ying olho-a e levou a manga do casaco para enxugar os olhos lacrimosos, suspirou e concordou com um sorriso sem jeito.
— Eu sou Wei WuXian?
— Reencarnação, sim, mas ainda é o meu neto e nada muda o fato. – A mulher levou a mão afagar o rosto dele. – Há mais de mil anos atrás existiu um jovem tão promissor que em tão tenra idade já era considera um gênio na Cultivação. Naquele tempo, cultivação era o mais natural entre as pessoas, alguns desenvolviam e outros eram pessoas normais. Ainda existe, mas com era moderna foi preciso encobrir e tornar apenas parte de contos de fadas e fantasias.
— O que todos aqui usaram foi cultivação? – Wei Ying estava cada vez mais curioso.
— Sim, voar em espadas, criar feitiços e arranjos. – BaoShan estendeu a mão e fez manifesta sua energia espiritual, uma luz branca quase translucida emanou entre seus dedos desenhando no ar caracteres invocando um arranjo.
Os olhos de Wei Ying brilharam maravilhado com aquele pequeno feitiço.
— Gostou?
— Sim... – Sorrindo amplamente voltou atenção a ela. – Eu posso fazer arranjos? Eu consigo ser um cultivador?
— Sim, agora pode... – Ela sorriu a ele e continuou. – Eu contarei e lhe mostrarei para assim poder entender a história de sua vida passada.
— Todos odeiam Wei WuXian. – Wei Ying falou exaltado e suspirou lembrando de Lan Zhan. – Lan Zhan, ele... – Engoliu seco ao perceber que no fim era por isso que o outro o protegia.
— HanGuang-Jun quer lhe proteger, pois a partir de amanhã sua vida vai mudar, o mundo da Cultivação saberá que o Patriarca YiLing Wei WuXian reencarnou. – A mulher expressou um ar triste com aquelas palavras. – Eu vou lhe contar o que sei, não presenciei nenhum desses fatos, mas posso garantir que mesmo sabendo quem era quando chegou aos meus braços, nunca, em nenhum momento deixei de te amar.
Aquelas palavras emocionaram Wei Ying, chegando a estremecer conforme sentia o olhar carinhoso da mulher.
— Ele... Aliás, eu fiz coisas ruins?
— Sim, muitos são aqueles que desejam vingança e acreditam que sua volta é para trazer o caos novamente ao mundo da cultivação.
Wei Ying se arrepiou e negou com a cabeça várias vezes.
— Eu não quero vigar-me.
— Eu sei, você é um ser de coração limpo e puro. – BaoShan segurou a mão de Wei Ying. – Contarei o que sei e ouvi naquele tempo.
Wei Ying silenciou-se, apesar de curioso sobre a cultivação, ele preferiu conhecer um pouco de sua vida passada. Ambos ficaram algo mais de 1 hora e meia trancados na biblioteca.
Na sala principal do tempo, WangJi estava próximo a uma janela olhando a neve que começou a cair cobrindo em uma fina camada o pátio do lado de fora. XiChen estava ao seu lado e aguardava silencioso tendo a face na mesma direção olhando a neve.
QiRen que se mantinha sentado em uma poltrona era assistido por SiZhui e JingYi. Vez ou outra SiZhui olhava para WangJi querendo se aproximar.
— Vai lá... – JingYi sussurrou ao outro. – Aproveita e fala com HanGuang-Jun.
— Mas... – SiZhui olhou-o.
— Eu fico com nosso ancião, vai logo... – JingYi cutucou empurrando o outro.
SiZhui inspirou fundo e caminhou até as jades de Gusu e curvou levando ambas as mãos a frente.
— HanGuang-Jun, gostaria de lhe falar.
WangJi virou o rosto para o filho e depois para XiChen. Este curvou leve a cabeça e se afastou para deixar o rapaz a vontade com seu mestre.
— Ele... Wei Ying... – SiZhui estava visivelmente emocionando.
— Sim, não tivemos tempo de conversarmos. – WangJi olhava o jovem cultivador sabendo do quanto era forte seus sentimentos. – Ele vive nova vida, não há lembranças mesmo que lhe digam quem ele foi no passado.
— Eu compreendo.
— Não se preocupe, pretendo contar-lhe o que sei e sobre você.
SiZhui suspirou e sorriu em seguida. Curvou agradecendo ao pai que cuidou dele, em um tempo passado ao qual perdeu o pai que o amparou quando criança.
— Espero que tudo se resolva, mas temo pelos outros clãs o que podem fazer com ele.
— Eu o protegerei.
— Eu também vou...
— Hm.
WangJi não iria impedir SiZhui de fazer o mesmo, afinal eles sabiam melhor que qualquer um naquele lugar que Wei WuXian não era o ser maligno que descreviam durante milênios de lendas criadas em seu nome.
Nesse mesmo instante a porta da biblioteca se abriu e BaoShan juntamente com Wei Ying saíram. O rapaz varreu a sala com olhar em busca de WangJi avistando-o perto da janela. Inclinou a face para a avó e cochichou algo.
A mulher parecia concordar e seguiu para se juntar a todos, após isso falou em um tom mais solene.
— A partir de hoje Wei Ying é um jovem aprendiz de cultivação.
QiRen estreitou os olhos e passou a mão na barba analisando cauteloso cada palavra dita por ela.
— Wei Ying precisa aprender a se defender, afinal não estarei 100% em todos os lugares que vá para manter sua segurança. – BaoShan olhou QiRen. – Eu acredito que todos irão querer testar a energia espiritual dele, pretendo estar junto, mas desejo que ao menos o clã Lan garanta que seja feito o correto e sob a exigência das regras tão sagradas do mestre Lan An que se comprometam a garantir que os testes sejam justos ao meu neto.
WangJi caminhou a frente parando diante do tio e curvou se ajoelhando.
Wei Ying arregalou os olhos, tal ato foi chocante para ele, que sem pestanejar foi até WangJi e segurou seu braço para este se levantar.
— Wei Ying, se afaste! – BaoShan tinha um tom severo ao rapaz.
Wei Ying soltou o braço do outro ainda receoso e suspirou sentindo o toque no ombro de uma mão cálida.
— Jovem Mestre Wei, apenas aguarde. – XiChen sorriu-lhe gentil e virou a face a mulher imortal. – Acredito que tal pedido possa ser cumprido por nosso clã, afinal mantemos a honra, eu pessoalmente estarei encarregado junto ao cultivador chefe para que seja feito o justo.
— BaoShan, entenda que não vamos lhe dar proteção, somente garantir que sejam feitos os testes de maneira clara e justa. – QiRen olhava WangJi e fez um gesto para este se levantar.
— Eu o protegerei. – WangJi olhou o tio sem vacilar, chegou aquela posição e não teria mais volta.
Wei Ying sorriu baixinho ao ouvir que o outro lhe protegeria, seu coração palpitava freneticamente, estava ansioso para fazer várias perguntas a WangJi.
QiRen levantou e ajeitou seu longo casaco pesado de frio e olhando XiChen concordou com a posição de seu sobrinho que era líder do clã Lan.
— A noite de hoje foi demais desgastante, amanhã nos encontraremos. – QiRen olhou para BaoShan e curvou-se despedindo. – Vamos!
SiZhui, JingYi e XiChen se curvaram a mulher imortal se despedindo, seguiram e seguida atrás de QiRen que olhou para WangJi.
WangJi não tirava os olhos de Wei Ying, este retribuía com sorriso largo. O velho ancião inspirou fundo quando saiu do lugar aparentemente insatisfeito com o desenrolar dos fatos.
— HanGuang-Jun haverá um momento apropriado. – BaoShan chamou-lhe atenção. – Se os testes forem corretos e "conseguirmos" evitar que todo mundo da cultivação não queira atacar meu neto eu assinarei o seu pedido de tutela.
Os olhos de WangJi desviaram para ouvir as palavras da imortal, oscilaram com aquela confirmação.
— Lan Zhan, a vó Su disse que vai me ensinar a ser como você, eu quero ser um cultivador. – O rapaz sorria com as bochechas levemente coradas. – Eu vou passar em todos os testes você verá.
WangJi tinha em sua face um leve curvar de lábios.
— Hm.
— Claro que você superar qualquer teste, não há energia ressentida e seu núcleo dourado é puro. – BaoShan confiava em suas palavras. – Boa noite, HanGuang-Jun. – A mulher curvou-se e virou-se dando um tapinha com leque no ombro de seu neto. – Faça as honras da casa e leve seu futuro mestre até a porta do templo. – Caminhou pelo corredor deixando ambos na sala sozinhos.
— Lan Zhan.
— Wei Ying.
Ambos se chamaram ao mesmo tempo e o rapaz caiu na gargalhada um pouco nervoso andou até o outro com as mãos para trás.
— Tudo que lhe contaram, está tudo bem? – WangJi estava curioso, o rapaz não demonstrava medo depois de saber a verdade.
— Está sim, eu ainda tenho um monte de perguntas, mas... – Passou o dedo na ponta do nariz coçando. – Algo me diz que vai ficar tudo bem. – Sorriu amplamente.
— Não vai.
— Claro que vai, eu vou ser como você e vou mostrar para todos eles que posso... – Wei Ying foi interrompido com o outro puxando-o pelo braço e o envolvendo em seus braços. – Lan Zhan, está muito preocupado, eu posso dá conta...
— Hm. – WangJi fechou os olhos e afagou os cabelos dele.
— Lan Zhan. – Wei Ying afastou um pouco para olha a face do outro. – Eles me odeiam...
— Eu não...
— Sim... E é o que importa. – Wei Ying aproximou o rosto e beijou suavemente os lábios de WangJi.
WangJi congelou com aquele ato e olhou-o sem saber o que fazer, seu coração batia rápido, ele desejava aquele carinho, mas...
— Wei Ying... – Afastou-o de seus braços sutilmente suspirou ajeitou seu casaco.
Wei Ying seguia-o com os olhos cheios de sentimentos, queria sentir o toque dos lábios do outro e tentou se aproximar.
— Wei Ying, não.
— Por quê? – Impedido de continuar ficou frustrado.
— Em outro momento, quando tudo se acalmar, conversaremos. – WangJi estava internamente lutando contra todos os seus preceitos, querer toma-lo em seus braços e beijar seus lábios era o que mais desejava. No entanto, a situação ainda não lhe permitia.
— Poxa, você não gosta de mim...? – Murmurou voltando a coçar a ponta do nariz.
WangJi abriu levemente os olhos sentindo aquelas palavras voltando a se aproximar falando um tanto apressado.
— Eu gosto de você, mas não é o momento...
— É só beijo e estamos sozinhos. Que mal há? – Wei Ying murmurou perto dele.
Ambos estavam tão perto que podiam sentir a respiração um do outro, WangJi fechou os olhos alguns instantes para voltar a abri-los. Suas mãos vagaram pelo corpo do rapaz, um braço envolveu a cintura e a mão livre segurou a nuca de Wei Ying.
Wei Ying ofegou e sentiu as pernas amolecerem, seu corpo todo estava tremulo e o coração pulsava tão forte que poderia sentir sair pela boca. Seus braços envolveram os ombros de WangJi e seus lábios roçaram o do outro.
— Lan Zhan, eu ... amo... – Ofegou quando os lábios se encontraram.
O beijo foi inevitável, ambos se perderam naquele contato que começou tímido e terminou em uma troca de línguas ansiosas.
O contato durou alguns segundos, mas foi o suficiente para atordoar ambos e mesmo relutantes se afastaram. WangJi respirava lento para acalmar sua mente e Wei Ying tocava seus lábios com os olhos marejados encarando o outro.
— Incrível... – Sorriu consigo ainda sentindo seus lábios latejando pelos ansiosos trocados.
WangJi olhou para ele e depois para a porta de saída, sabia que estavam sozinhos a tempo o tio e os demais partiram, pensativo por ter agido no impulso voltou ao rapaz.
— Não se repetira...
Wei Ying arfou e seus olhos piscaram confuso.
— Eu não entendo... – Virou o rosto para o lado e resmungou. – Você preferiria que fosse como na outra vida, que eu fosse Wei WuXian? – Franziu a testa chateado.
— Não pense assim... Eu o amo do jeito que é... – WangJi segurou-o voltando a trazer para os braços e sussurrou ao seu ouvido. – Há vários olhos sobre nós, qualquer motivo será motivo para nos perseguir. – Se afastou dele e afagou o rosto dele. - Seja paciente e nosso tempo chegará.
Wei Ying inspirou e expirou para se acalmar e concordou, segurando a mão do outro e levou aos lábios pousando leves beijos.
— Vou tentar. – Wei Ying soltou a mão dele e mesmo relutante foi a porta e abriu-a. – Lan Zhan ainda queria tirar aquelas fotos de Natal.
WangJi seguiu-o porta a fora e caminhando pelo pátio olho-o.
— Vamos tirar.
— Ahhhh, agora estou feliz... Lan Zhan... – Wei Ying tirou do bolso seu smartphone e mostrou ao outro. – Pelo menos tenho meu telefone de volta, vamos poder conversar de novo hahahahahahaha...
— Hm.
WangJi desembainhou Bichen e a fez sobrevoar para monta-la.
Wei Ying olhava maravilhado e começou a tagarelar.
— Lan Zhan, quero fazer isso, eu quero montar na espada...
— Vou lhe ensinar.
Wei Ying sorriu ainda mais com aquela possibilidade.
— Até amanhã, Wei Ying. – WangJi já sobrevoava em volta dele.
Wei Ying estendeu a mão e o outro a segurou ainda sobrevoando montado em Bichen, a cena era mágica, as vestes brancas voavam com a brisa fria e a neve fina que caia. Encantado com a visão maravilhosa da pessoa que amava, Wei Ying sorriu e disse:
— Feliz Natal, Lan Zhan!
— Feliz Natal, Wei Ying!
Os dedos se soltaram e WangJi ainda assim relutava em deixa-lo, mas era necessário, agora que toda verdade veio a tona, precisava preparar-se para o próximo dia e o quanto teriam que enfrentar para evitar que todos queiram atacar Wei Ying. Partiu ainda olhando-o de longe.
Wei Ying não tirava os olhos de WangJi até não o ver mais na noite escura, pegou seu telefone, correu para casa e depois para seu quarto. O dia seguinte ainda tinha muito para o rapaz descobrir e possivelmente novas forças precisaria ter para o que iria enfrentar, porém estava seguro já que não estaria sozinho.
Continua...
https://youtu.be/dhXd8gcxyf4
Olá pessoas lindas!!!
Eu cheguei com fofices, espero que tenham curtido!!!
Agora é outra conversa não é mesmo, Wei Ying sabe que terá muitas provações, mas ele sabe que não estará sozinho!
Nosso menino vai cultivar!!!
Eu ainda quero postar outra fic, mas espero pode conseguir hoje, mas caso não durante a semana postarei os que já tenho preparado.
Bjus!!!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro