Capítulo 23 - Wei Ying - Parte 4
O grupo sobrevoava o céu de Pequim rumo a periferia, Wei Ying olhava para frente ansioso e ao mesmo tempo curioso. O que eram eles? Que tipo de poder era esse que conseguiam voar sobre espadas? O rapaz formulava diversas perguntas, mas em seu coração havia uma aceitação além do normal que chegou a assusta-lo. Por fim, suspirou acreditando ser a sua confiança em WangJi.
A pessoa que o segurava com firmeza e de ar gélido, que no fundo era tão cálido que qualquer outra pessoa poderia ser. Wei Ying confiava cegamente em WangJi e seja lá o que eles fossem, sabia que no fundo eram pessoas boas e que iriam protegem sua família no orfanato.
— Lan Zhan.
— Hm.
— Olha, estamos chegando. – Ele olhou para baixo vendo o templo se tornar mais próximo diante deles. – O que é aquilo? – Assustou-se ao notar que havia diversas pessoas em volta do local, tentando escalar o muro e derrubar o portão. – Isso é... – Arregalou os olhos ao ver o que era aquelas pessoas.
"Como no meu sonho, são pessoas mortas..."
— Lan Zhan, são pessoas mortas, andando...?
— Acalme-se, vamos controlar. – WangJi fez um leve gesto com a cabeça e todos pararam ainda no ar sobre o templo. Novamente com outro gesto sutil, mas entendido por todos liderou o ataque aqueles mortos que tentavam invadir o lugar.
Wei Ying ainda estava preso em um dos braços de WangJi quando a espada inclinou para descerem, olhou para os lados preocupado com a quantidade que tentava invadir o templo. Alguns cadáveres que conseguiram entrar no pátio estavam nas portas e janelas batendo para derrubar e invadir.
No lado de dentro do templo Meng Su não teve muito tempo para analisar aquela visão sombria no alto do muro e correu entre uma janela e outra para manter os selos evitando que o lugar fosse invadido, mas no exato momento que se dirigiu para a porta, antes de finalizar o encantamento do selo a mesma escancarou-se e alguns cadáveres entraram e avançaram para atacar a senhora.
Meng Su rapidamente abriu seu leque e com um gesto gracioso e preciso lançou diversas vezes golpes de sua energia espiritual com o abanar do leque. Alguns cadáveres que entraram primeiro foram derrubados, mas haviam outros que se empurravam pela porta estreita que conseguiram abrir.
Sem muitas opções, Meng Su preferiu se refugiar junto com ZiXuan, YanLi e as crianças na biblioteca quando correu para a porta da mesma. Nesse instante que bateu para entrar, ouviu o som das cerdas estridentes ecoarem pelo pátio.
— Abra! – Bateu na porta e logo em seguida ZiXuan abriu-a e ela entrou antes de se agarrada por um grupo de cadáveres.
Meng Su olhou todos, as crianças estavam sentadas no canto perto da mesa com YanLi, algumas choravam nervosas e a neta tentava conforta-los apesar de seus olhos demonstrarem terrível pavor.
ZiXuan empurrou o sofá para a porta e pegou a barra de ferro, caminhou parando ao lado de Meng Su que olhava pelo vidro da janela.
— Chegou ajuda.
— Como? – ZiXuan olhou para fora e viu diversos cultivadores de branco, com suas espadas abatendo os cadáveres. — Sr. WangJi, como ele ficou sabendo?
— Eu liguei para o Dr. SiZhui. – YanLi falou de onde estava com as crianças. – Lembrei que eles nos ajudaram daquela vez.
ZiXuan concordou com a noiva e virou o rosto para ver o que acontecia no lado de fora, assustou-se ao ver Wei Ying no meio daquele tumulto de criaturas.
— Wei Ying.
— O que? – Meng Su olhou para a direção vendo o neto descer da espada junto com WangJi.
O olhar da senhora não demonstrava surpresa pelo contrário, algo dizia a ela que o segundo mestre Lan, não manteria segredo por muito tempo. – ZiXuan, vou selar as janelas e aguardaremos os mestres cultivadores fazerem a limpa do lugar.
O rapaz concordou e afastou da janela observando a senhora reforçar o selo das janelas.
"CangSe SanRen, infelizmente seu último desejo não pude cumprir, seu filho seguirá o caminho ao qual deu sua vida para evitar..."
Meng Su em seus pensamentos lamentou pela amiga e Wei ChangZe que se sacrificaram para levar o filho que tinha alguns meses para o interior e entregar a Meng Su. Para fugirem e assim levarem em seu encalço os perseguidores do Patriarca YiLing que acabará de reencarnar.
— SanRen é perigoso. – Meng Su embalava o bebê nos braços entristecida com o casal de amigos. – ChangZe pensem em outra alternativa.
— Não há outra alternativa. – A jovem aproximou de Meng Su e afagou a cabeça de seu filho. – Wei Ying só terá chance se ficar longe da cultivação, longe desse mundo onde todos os cultivadores o odeiam pelo que ele foi no passado. – Seus olhos estavam lacrimosos enquanto continuava a afagar o filho.
— Eu queria que fosse de outra forma, mas não temos realmente escolha, sabem sobre ele e estão atrás de nós. – ChangZe olhava a esposa e tocando seu ombro fez um gesto para o acompanhar.
— Prometa Meng Su, nunca o deixe chegar perto de cultivação, muito menos de algum cultivador que possa identificar quem ele é. – Olhou para o marido e sorriu entristecida. – Wei Ying será um menino normal e sei que terá um bom coração. – Aproximou os lábios finos e beijou a testa do bebê.
— Não se preocupem, se depender de mim Wei Ying crescerá como um menino comum e viverá sua vida longe do mundo da cultivação. – Meng Su prometerá ao casal de amigos.
— Eu peço desculpas por ter que lhe impor tamanha responsabilidade, mas...- ChangZe tocou a cabeça do filho e beijou-lhe a testa. – Ele terá uma chance ao menos.
Meng Su recordava daquele dia como se fosse ontem e agora que via pela janela o neto junto com um dos mais poderosos cultivadores sentiu-se em total falha com seus amigos. No dia que foi deixado na sua residência, essa a qual ainda era no interior da China, em uma província agrícola ao qual ela tinha um sítio, chovia muito e havia previsão de que iria ocorrer tempestades e vendavais.
Quando viu o casal de amigos partirem sentiu um forte aperto no peito e imediatamente a sensação de que não os veriam mais. Pouco tempo depois, soube que ambos faleceram no mesmo dia onde o carro que viajavam foi arrastado numa enxurrada junto com a ponte que ligava o vilarejo a rodovia principal.
No pátio do templo, WangJi juntamente com Wei Ying saltaram de Bichen. Estavam lado a lado quando o garoto viu o outro tirar sua guqin das costas e usar as cordas para acertar com fechos de luz azulada alguns cadáveres que tentavam entrar no templo.
SiZhui e JingYi saltaram de suas espadas atacando os demais cadáveres, o grupo de cultivadores que acompanhavam travavam uma luta do lado de fora dos muros do templo. Aquela noite fria de natal estava particularmente estranha, o clima era ébrio, todos sentiam que haviam arranjos preparados em torno do lugar para tornar mais difícil aproximação de pessoas que tentassem ajudar.
— JingYi, sentiu isso? – SiZhui abatia mais um cadáver quando atentou para a estranha energia espiritual.
— Desde que nos aproximamos, tem alguém muito hábil por perto. – JingYi virou o rosto para ver onde estava WangJi com Wei Ying. - HanGuang-Jun.
WangJi logo após abater mais um grupo de cadáveres, agarrou o pulso de Wei Ying e o levou para o lado extremo do pátio do templo. Wei Ying não entendeu a princípio até ver surgir em volta dele um círculo azul intenso.
— Lan Zhan?!!! – Wei Ying tentou segui-lo, mas o círculo mágico o impediu.
— Fique. – WangJi sacou Bichen, fazendo-a voar para o grupo de cadáveres que tentava pular o muro.
Wei Ying olhava todo o ataque acontecendo sem poder sair do lugar, alguns dos mortos tentava ataca-lo, porém eram queimados pela luz azul do círculo em volta do rapaz.
Algum tempo depois o grupo de cultivadores do lado de fora, sobrevoaram por cima do muro e se aproximaram.
— HanGuang-Jun, nós limpamos o entorno do templo, mas está vindo uma ordem maior de cadáveres. – O cultivador sênior curvou respeitosamente apesar de assustado e ofegante.
SiZhui e JingYi subiram no muro e se alarmaram com a imensa quantidade de mortos vivos que se aproximavam.
— HanGuang-Jun, são muitos vamos precisar de ajuda. – SiZhui gritou ao mesmo tempo que atirava selos no grupo que tentava escalar o muro.
WangJi trouxe Bichen para sua bainha e subiu no muro, com guqin nas mãos usou as vibratórias cordas para atacar os mortos que se aproximavam.
— Escudo.
Todos os cultivadores se posicionaram sobre os muros do templo e invocaram com suas energias espirituais um escudo que foi unificando um ao outro até se tornar um. Assim a redoma cobriu todo o templo protegendo dos invasores.
WangJi fez sinal para SiZhui usar o sinal de emergência e logo que o atirou no céu se juntou aos demais para com suas espadas derrubarem os cadáveres que vinha em massa pelas ruas estreitas.
Wei Ying ficou boquiaberto com tudo que via, sua mente perguntas surgiam enxurrada e mesmo com medo sentia um forte desejo de ajuda-los.
— Wei Ying!!! – A voz assustada o chamou.
O rapaz virou o rosto imediatamente para o templo e lá da janela viu sua família. YanLi esboçava um sorriso nervoso ao lado de ZiXuan que estava pulando a janela.
— ZiXuan fique aí, não tem como me tirar do círculo.
O que Wei Ying não havia notado era que o outro não pulava a janela para ir até ele. ZiXuan estava com a barra de ferro em mãos pronto para golpear a sombra que surgia de trás do garoto dentro do círculo que WangJi havia preparado de proteção. A sombra estava com uma espada e ergueu para golpear Wei Ying.
O que ocorreu em seguida foram uma sucessão de flash de golpes de barra de metal contra metal e ZiXuan empurrando Wei Ying para longe.
A sombra golpeou a barra de ferro que o outro segurava tentando se proteger, Wei Ying não conseguia sair do círculo e avançou para a sombra deferindo um soco em sua face negra.
— Wei Ying, sai daqui!!! – ZiXuan gritou levantando com a barra de ferro em punho para voltar a atacar.
— Eu não consigo sair. – Wei Ying pegou pedras do chão e as atirou na criatura sombria.
A sombra que tinha o contorno de uma pessoa gargalhou para eles enquanto desviava dos ataques da barra de ferro que ZiXuan investia.
— Vai conseguir. – ZiXuan retirou do bolso um amuleto de papel e entregou a ele, em seguida o empurrou para fora do círculo. – Corre para a janela, vai...
Wei Ying cambaleou para fora do círculo mal podendo acreditar que aquele amuleto facilitou sua saída, assustado fez exatamente o que ele pediu e correu para a janela onde YanLi e Meng Su estenderam a mão para ajuda-lo a entrar.
— ZiXuan!!! – YanLi gritou em desespero ao ver o noivo sendo arremessado longo pela aquela sombra estranha.
Wei Ying ao se apoiar na janela do lado de dentro para ver aonde ZiXuan foi jogado derrubou da cômoda sua flauta, ao baixar o olhar para o instrumento um estalo na mente. Imediatamente agarrou a flauta e subiu na janela.
— Wei Ying aonde vai? – YanLi agarrou a blusa do irmão.
— Eu tenho uma ideia.
— Solte-o. – Meng Su os irmãos.
YanLi soltou e voltou a olhar para fora, a criatura de sombra estava indo na direção de ZiXuan que havia caído desacordado ao bater contra a pilastra do templo.
Toda aquela ação aconteceu tão rapidamente ao mesmo tempo que WangJi atacava os cadáveres do lado de fora, quando ouviu o grito vindo de dentro dos muros, alarmado deferiu novos golpes com a citara e saltou para dentro do lugar avistando a sombra negra que corria para atacar ZiXuan.
WangJi desembainhou BiChen e avançou em ataque a sombra evitando que chegasse ao rapaz desfalecido. Ambos travaram uma luta no local.
Wei Ying saltou pela janela e correu para ajudar ZiXuan, ao se aproximar agachou tocando no ombro dele e percebeu que havia fraturado o braço. Vendo o outro ferido Wei Ying se irritou e virou para o agressor que naquele momento travava uma luta de espadas com WangJi.
Wei Ying sentiu o sangue ferver e levantou e girou a flauta nos dedos levando em seguida aos lábios. Ele lembrava da melodia tocada em seus sonhos com Wei WuXian, sabia que aquela melodia controlava os cadáveres, foi com esse pensamento que mesmo sem saber se daria certo ou não começou a tocar.
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No momento que tocava, uma energia sombria começou a cerca-lo e pouco depois todo o lugar foi tomado de sombras. Todos os cadáveres sem exceção pararam o ataque e ficaram aguardando imóveis o comando da flauta que Wei Ying tocava. WangJi assustou-se ao ouvir a melodia e a figura sombria parou no mesmo momento para olhar o rapaz que tocava sem nenhuma dificuldade o som que outrora foi temido por todos cultivadores.
— Hahahahahahahahahaha... – Ecoou da figura sombria risos descontrolados. – Meu trabalho está feito... Hahahahahahahahaha... – O instante que avistou Bichen avançar sobre ele, o ser sombrio sumiu no ar com um talismã de transporte.
Wei Ying olhava para eles sem acreditar que a melodia havia funcionado, baixou a flauta dos lábios e olhou para WangJi, todo seu corpo tremia descontroladamente. Levou a mão sobre o peito e arfou o ar como se estivesse lutando para respirar.
— Wei Ying!!! – WangJi correu para ampara-lo e segurou em seus braços.
WangJi ergueu no colo, os demais cultivadores que estavam no muro mantendo o escudo olhavam para o rapaz sem acreditar que ele conseguiu com a melodia da flauta para o ataque dos cadáveres.
SiZhui estava alarmado e olhou para JingYi que tinha os olhos arregalados fitando em direção a WangJi.
— SiZhui... JingYi... – A voz calma de WangJi chamou-os. – Ajudem ZiXuan.
Ambos saltaram do muro e caminharam rapidamente até o outro que estava ferido, ajudaram amparando e levando para dentro do templo. WangJi entrou em seguida com Wei Ying nos braços.
Wei Ying olhava-o e sua mente estava confusa, tudo começou a girar e uma dor aguda no peito o fez gemer alto se agarrando na gola das vestes brancas de WangJi.
— Wei Ying. – WangJi rapidamente tocou o peito dele e enviou energia espiritual.
Wei Ying choramingou e fechou os olhos. O núcleo dourado estava oscilando dentro do peito e a energia ressentida tentava se unir a ele. WangJi havia se sentado no chão da sala e continuou a usar sua energia espiritual para purificar o corpo de Wei Ying, eliminando todo o rastro da maculosa aura negra.
SiZhui ajudava a ZiXuan sentar, o outro estava acordando e sentindo dores no braço fraturado. JingYi focou sua energia espiritual para tratar o ferimento dele.
— Wei Ying?! ZiXuan?! – YanLi entrou na sala assustada e correu para o noivo, olhando o irmão nos braços de WangJi.
YanLi chorou sem compreender o que havia acontecido, o que eram aquelas criaturas e todos aquelas pessoas. Mal conseguia falar ou formular pensamentos de tão nervosa que estava.
As crianças se amontoaram na sala e Meng Su estava as confortando para não ficarem mais assustadas do que estavam.
— Vamos todos sentam-se e se acalmem. – A senhora se aproximou de WangJi e abaixou olhando o neto sendo tratado pelo outro.
WangJi ergueu o olhar, mesmo que não falasse nada ele sabia que a senhora compreendia a situação atual.
— Wei Ying. – Meng Su tocou levemente a testa do garoto e afagou os cabelos que escorriam para trás. – Esse caminho é perigoso, mas não vou mais poder evitar que o siga...
Meng Su suspirou e levantou olhando para a porta onde alguns discípulos cultivadores estavam de pé.
— Os cadáveres? – Ela Questionou-os.
— Sumiram. – Um dos discípulos curvou andando a frente do grupo e respondeu. – Eles sumiram, todos desapareceram na noite fria.
A senhora voltou a face para olhar o neto.
— O que faremos HanGuang-Jun? – Ela olhava-o entristecida. – Eles sabem quem ele é, eles o encontraram... O que acontecerá com meu neto se todos vierem atrás dele?
WangJi sentindo que o núcleo dourado de Wei Ying estava estabilizado e seu corpo limpo, encerrou o envio de sua energia espiritual e levantou com o rapaz em seus braços.
— Ele irá dormir umas horas. – Olhou para a jovem YanLi. – É melhor cuidar deles no quarto. – Virou a face para ZiXuan.
— Certo. – YanLi olhou o noivo e sorriu vendo que estava voltando a si.
— Acabou o ataque. – ZiXuan ofegava sentindo dor em todo corpo.
— Acabou, vamos para o quarto vou cuidar de você.
— O braço dele vai ficar inchado um tempo, mas não está quebrado. – SiZhui sorriu gentilmente para o casal.
— Obrigada Dr. SiZhui. – YanLi levantou e deu o braço para o noivo.
ZiXuan ainda tonto levantou e se apoiou nela. JingYi rapidamente amparou-o e ajudou ambos a irem pra o quarto. WangJi seguiu atrás deles para colocar Wei Ying na cama.
SiZhui se aproximou de Meng Su e se ofereceu para levar as crianças para o dormitório e acalma-las, porém antes ordenou aos demais discípulos que limpassem o lugar e principalmente o entorno do templo.
Alguns minutos depois WangJi retornou e parou diante da porta aberta da biblioteca, avistou a senhora cultivadora com a flauta em mãos olhando-a.
— Vamos conversar HanGuang-Jun.
WangJi entrou e fechou a porta parando diante dela aguardou-a silencioso e atento as suas palavras.
— Fazem algumas centenas de anos que resolvi abdicar da cultivação e passei a ver o mundo mudar e mudar de longe, criei expectativas e frustrações ao longo de minha existência imortal. – A mulher endireitou o corpo que antes parecida velho e cansado para uma mais fina e elegante. Inclinou a face para WangJi e sorriu gentilmente. – Acredito que sabia quem eu era a muito tempo.
— BaoShan SanRen, a primeira imortal.
— Hum... Eu cheguei a esse patamar quando você nasceu, vi muitos nascerem e morrerem. – Caminhou para perto da janela. - Amigos e discípulos. – Suspirou baixo.
— Eu posso protege-lo.
— Eu creio que será bem mais difícil, depois de terem visto o que ele fez. – SanRen sentou em sua poltrona e abriu o leque abanando-se lentamente. – O patriarca YiLing Wei WuXian merece sua proteção HanGuang-Jun?
WangJi caminhou e parando de frente a mulher disse:
— Eu tenho evidências que no passado tudo que aconteceu foi provocado para ocorrer da forma trágica que terminou.
— HanGuang-Jun, está dizendo que Wei WuXian sofreu algum tipo de tramoia?
— Hm.
A mulher baixou o olhar e inspirou leve para depois soltar o ar como quem tivesse tirado um alívio do peito. Ergueu o olhar e cobriu os lábios com o leque olhando para a porta da biblioteca.
— Lan QiRen, seja bem vindo a meu humilde templo.
A porta se abriu e QiRen entrou sendo seguido por SiZhui, JingYi e XiChen.
— Vejam só quanta honra, todos os Lans em minha casa.
Todos que entraram na sala da biblioteca se curvaram em reverencia a primeira imortal.
— BaoShan SanRen. – QiRen tomou a iniciativa tão logo a mulher mostrou a outra poltrona para ele sentar-se. – Presumo que se manter escondida sobre a face de uma idosa foi uma boa forma de passar o milênio.
— Lan QiRen e para um imortal custou a descobrir. – A mulher cobriu os lábios com leque deixando um leve sorriso debochado escapar.
O outro estreitou os olhos para ela, porém preferiu ignorar a provocativa.
— Seu sobrinho quer proteger meu neto. – Ela olhou para WangJi. – O patriarca Wei WuXian.
Qiren apertou o punho sobre a sua perna.
— WangJi garante que o garoto é normal.
— Sim, totalmente. – A mulher sorridente abaixou o leque. – Eu não o eduquei como cultivador foi um pedido dos pais dele antes de falecerem. – Virou o olhar para o grupo. – Pode testa-lo, meu neto está limpo de qualquer energia ressentida ou vestígios de que reencarnou atrás de vingança como todos os clãs por eras exaltaram.
— Irei testa-lo, depois de tudo que ocorreu não tenho escolhas...
XiChen aproximou de WangJi e sorriu parecendo satisfeito com o resultado.
— Sabemos bem que tal acontecimento dessa noite chegará a todos os clãs, principalmente ao Cultivador chefe. – QiRen continuou. – O clã Lan não poderá ser responsabilizado por ter escondido tal fato a todos.
— Eu me responsabilizo. - BaoShan SanRen fechou o leque. – Podem falar que eu o criei e escondia-o e se teme pelo seu sobrinho, diga que ele foi ludibriado por mim.
WangJi se afastou de XiChen e parou ao lado da mulher dizendo de forma incisiva.
— Eu não me afastarei, irei protege-lo.
— WangJi!!! – QiRen se exaltou levantando e segurou o braço de WangJi. – Não vamos repetir o erro do passado, não vai proteger esse garoto... – Virou o rosto para a mulher sentada na poltrona. - BaoShan SanRen já proteção suficiente afinal está assumindo a responsabilidade.
SiZhui estava ao lado de JingYi e segurava firme a mão de seu amado, tremulo murmurou ao outro.
— Eu já imaginava que era ele, por muitas ocasiões quis perguntar para confirmar... – SiZhui arfou o ar baixo e virou o rosto para JingYi. – Sr. Wei voltou.
JingYi apesar de muito preocupado com aquela situação, apertou firme a mão de seu namorado e murmurou algumas palavras o confortando.
— O que decidirem é independente do que você decidir e eu estarei do seu lado.
Ambos olharam o grupo de mestres esperando por uma decisão, sentiam que a situação piorava com a intransigência do ancião QiRen.
— Meu tio. – XiChen se aproximou para apaziguar a situação. – WangJi fez tudo que pediu, a reclusão, depois a penitência e por fim a doação. – XiChen olhou para o cabelo curto do irmão, que havia cortado em sinal de doação durante a penitência para assim ter o direito do teste ao núcleo dourado de Wei Ying. – Ele fez tudo para que testasse o garoto e desse aval para que ele continuasse com os processos e claro a proteção de Wei Ying.
QiRen soltou o braço de WangJi e irritado se afastou.
— O que acham que vai acontecer? Mesmo que ele esteja limpo de energia ressentida... Mesmo que seja um garoto normal... Isso não vai mudar o fato de Wei Ying ser Wei WuXian.
— Eu sou Wei WuXian?
A voz do rapaz ecoou no ambiente e todos viraram os rostos surpresos por não notarem a presença dele que estava ali de pé na porta aberta da biblioteca.
— Lan Zhan... É verdade que seu tio disse? Eu sou Wei WuXian...?
Continua...
https://youtu.be/ownVkG4Lnms
Olá pessoas lindas,
Capítulo cheio de revelações kkkkk
Esperem que terá mais, obrigada por lerem a fic, fico muito feliz de todos estarem gostando e para avisar estou chegando ao arco final e só vem tiro a partir de agora rs
Ah e desculpem pela demora, desde domingo estou com problemas familiares que tem me tirado o tempo e sono, mas como digo sempre, tardo mas não falho. xD Grata pela compreensão <3
Até o próximo capítulo, bjusss!!!
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