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Capítulo 21 - Wei Ying - Parte 2

Wei Ying estava sentado na cama, esfregava entre as mãos o seu smartphone, sua ansiedade não o deixava ficar parado, levantou e andou pelo quarto de um canto ao outro. Digitando uma mensagem a WangJi, quando a porta do quarto abriu e sua avó olhou-o séria.

Um leve calafrio correu a espinha do rapaz, não que ele temesse a bronca de sua avó, apesar dela sempre lhe repreender nunca era pra faze-lo se sentir triste e sim ensina-lo. No entanto, aquele olhar frio e desapontado o fez estremecer. Suspirou fundo e murmurou um pedido de desculpas.

A senhora baixou o olhar para o smartphone na mão dele e estreitou os olhos, ainda mais chateada caminhou até Wei Ying e estendeu a mão.

— Entrega.

— Ah?! Mas... Vó Su... – Murmurou olhando para o aparelho em sua mão. – Eu sinto muito... Eu...

— Entrega o telefone Wei Ying. – O tom de voz da Meng Su era taxativo.

Wei Ying mordeu leve a ponta dos lábios e estendeu o aparelho entregando a sua avó, prendendo o fôlego levantou o rosto encarando o olhar de Meng Su.

A senhora pegou o aparelho e apertou o botão ao lado para desliga-lo.

— Vá dormir, amanhã conversamos.

— Vó Su... – Wei Ying tentou em vão falar algo em sua defesa.

— Wei Ying obedeça, vá dormir. – Ela colocou o aparelho no bolso de seu casaco e virou-se para sair do quarto e antes de fechar a porta voltou a lhe falar. – Amanhã conversaremos, não quero falar com você agora ou poderei lhe magoar.

Wei Ying abriu os olhos alarmado e ofegou soltando o ar que prendia no peito, estava aturdido com a forma que ela agiu. Ele sentiu algo estranho e não conseguiu avançar nas palavras. Era como se algo o impedisse de argumentar ou se defender.

Meng Su caminhava pelo corredor quando encontrou com YanLi, olhou para a neta por alguns segundos até balançar a cabeça levemente, lamentando tudo que estava acontecendo.

— Vó Su, vou conversar com ele. – YanLi se direcionou para o quarto de Wei Ying.

Wei Ying havia tirado a roupa de frio, um pouco atordoado ele se deitou na cama, olhando o teto do quarto pensando em Lan WangJi.

"Eu sei que errei, mas por que estão tão estranhos comigo? Vó Su estava estranha, não era como das vezes que ralhava comigo por algo errado que eu aprontasse. E por que não consegui falar com ela? O que está acontecendo?"

Suaves batidas despertaram o rapaz de seus questionamentos e olhou para a porta que se abriu em seguida. Sua irmã estava de pé olhando-o com aquele ar preocupado apesar de esboçar um sorriso gentil.

— Vamos conversar?

— Sim. – Wei Ying sentou no meio da cama cruzando as pernas.

— Não vou falar exatamente do seu erro dessa noite. – YanLi sentou na beira da cama. – Afinal, você não sabe o que está acontecendo de fato.

Wei Ying estranhou e quando ia abrir a boca para perguntar foi interrompido com um gesto da mão para cima de sua irmã.

— Apenas escute tudo que irei lhe contar. – Ela suspirou baixo e começou a relatar a situação de WangJi diante da família e a supervisão do governo.

Conforme a jovem relatava que havia um processo e a agencia nacional estava em constante vigilância sobre a empresa Gusu e principalmente WangJi, Wei Ying começou a se assustar.

No final, YanLi omitiu a parte da qual WangJi quer tornar o rapaz seu herdeiro e ser seu tutor até completar maior idade.

— O fato de ter fugido para a residência de sr. WangJi só fez a vó Su ficar ainda mais triste com toda essa situação.

— A-Li... Eu... Não imaginava que era assim... – Wei Ying murmurou ainda mais entristecido com tudo que ouviu.

— Eu sei, como disse, não podemos culpa-lo de todo já que não sabia o que estava acontecendo. – YanLi ergueu a mão e afagou a bochecha do irmão. – Vó Su sabe que apesar de ter "fugido" essa noite, não foi nada a mais do que suas travessuras de sempre. – Afastou a mão e voltou a face para frente. – Ela se preocupa com todos nós.

Wei Ying esfregava as mãos nervosamente, queria perguntar a WangJi por que não contou a ele tudo que estava passando. Essa falta de confiança o deixou um pouco magoado.

— Se eu soubesse, não iria lá... – Suspirando fundo sentiu seu peito doer ao imaginar que não o veria por um longo tempo.

— Realmente, mas agora que sabe é melhor fazer o que a vó Su lhe mandar. – YanLi levantou e ajeitou a roupa.

— Lan Zhan me contou que quer me fazer herdeiro dele, vocês sabiam?

— Ah ele lhe contou... – Um pouco surpresa YanLi não pode negar. – Sim, no dia que viajaram, sr. WangJi deixou uma pasta com os documentos que a vó tinha que assinar para autorizar a tutela e claro aval oficial. Com essa assinatura, Sr. WangJi continuaria o processo e o tornaria seu herdeiro.

Wei Ying estremeceu, então de fato era real, WangJi iria torna-lo seu herdeiro. Aquela informação caiu sobre o rapaz como um balde de água fria. Ele baixou o rosto olhando para suas mãos que estavam fechadas em punho demonstrando a tensão que ele sentia.

YanLi abaixou e tocou as mãos unidas do irmão em tom doce o confortou.

— Vamos esperar, deixar o tempo resolver toda essa situação.

— Eu não vou mais vê-lo?

— Espere, acredito que sr. WangJi vai resolver toda essa situação e o futuro veremos como ficará. – Afastou a mão, aproximando o rosto para lhe dá um beijo suave na testa. – Nós te amamos.

— Eu também amo vocês. – Wei Ying esboçou um leve sorriso, mesmo com semblante triste.

— Vá descansar. – YanLi saiu do quarto fechando a porta.

Na sala da biblioteca, Meng Su guardava o telefone na gaveta de sua escrivaninha e trancou com chave. Para fazer o neto entregar o aparelho e evitar que ele argumentasse algo usou um arranjo que deixou aturdido.

— Será melhor assim, todos nós não deveríamos ter nos envolvidos para começo de conversa.

ZiXuan estava observando atento a vó Su.

— Eu acredito que tenha razão, mas proibi-lo de ver o sr. WangJi não é exagero?

— Que seja, mas ao menos ele aprende que não vamos mais ter o apoio dele e muito menos esse homem atrás do meu neto.

ZiXuan olhava-a preocupado.

— O que acha que o sr. WangJi quer com Wei Ying?

— Não sei e não quero perder tempo questionando, já deixei claro que o quero longe de nós e de meu neto. – A senhora sentou em sua cadeira e pegou seu leque, abrindo-o e fazendo leves movimentos se abanando. – É melhor para ele e a sua família que se afaste de todos nós.

— Eu realmente não queria ter o governo me monitorando. – ZiXuan deu de ombros. – No fim, vó Su está certa, esse afastamento é bom para sr. WangJi.

YanLi deu batidas suaves na porta e entrou, parando ao lado de ZiXuan.

— Wei Ying já dormiu, contei sobre a situação do sr. WangJi, realmente ele não sabia.

— Supus que sim, como ele reagiu?

— Vó Su estava certa, ele ficou muito surpreso e triste.

ZiXuan olhou a noiva.

— Ele vai se comportar?

— Acredito que sim, não estava bem diante de tudo. – YanLi sentou ao lado do noivo. – Ele me disse que sr. WangJi contou sobre o processo de lhe tornar herdeiro.

Ambos olharam para a jovem aguardando o relato.

— Wei Ying ficou surpreso e ao que parece, não está feliz com isso. – Suspirou suave antes de continuar. – Acho que saber de tudo o deixou um tanto triste.

Meng Su continuava abanando o leque quando encostou na cadeira. O neto ainda estava sobre o efeito do arranjo, era natural que não reagisse de imediato.

— Disse a ele que era para esperar e deixar que o tempo arruma tudo.

— Fez bem minha neta, amanhã conversarei com ele. – Meng Su levantou e caminhou dando a volta na mesa. – Vamos todos descansar, já está muito tarde para ficarmos nos preocupando. – Caminhando até a porta ela abriu. – E a decisão já foi tomada, não assinei e não assinarei a tutela para sr. WangJi.

A dupla se olhou e ambos levantaram sem questionar a vó, confiavam em suas decisões e por fim todos foram dormir.

Alguns dias depois, véspera de Natal...

Era uma tarde fria, o sol estava timidamente aparecendo entre as nuvens, o dia apesar de frio foi propício para aquele passeio. ZiXuan alugou uma mini van para levar as crianças para um passeio no centro e ver a decoração de Natal. YanLi estava junto com as crianças sendo ajudada por Wei Ying que cantava músicas natalinas para distraí-las até o local.

Vez ou outra o rapaz olhava para as ruas movimentada e se recordava de WangJi, principalmente pelo fato de querer tirar fotos com ele na véspera do Natal. Suspirou triste quando foi chamado pelas crianças. YanLi notou aquele olhar triste, procurando sempre alguma atividade para lhe distrair e não ficar pelos cantos triste. ZiXuan sempre tentava animar o rapaz, provocando para fazer suas implicâncias habituais. Funcionava algumas vezes, porém na grande maioria era ignorado.

Quando chegaram, ficaram a tarde toda andando pelas ruas tirando fotos e ajudando as crianças para se divertirem. Wei Ying sorria entre elas, mas seu sorriso era forçado para parecer que estava bem.

Diante de uma enorme árvore de Natal, Wei Ying parou e ficou olhando as luzes coloridas. O grupo já estava distante quando YanLi percebeu, voltou para chama-lo.

— A-Ying? – Ela percebeu seu olhar distante. – A-Ying?!
Nesse momento, ZiXuan voltou com as crianças ao seu lado.

— Vamos todos, vou pagar lanches.

YanLi olhou-o e fez um sinal para esperar.

— A-Ying, eu sei que está se esforçando, mas tente se divertir pelo menos hoje?

Wei Ying finalmente baixou o olhar e virou o rosto para ela.

— Por favor, me deixe ir vê-lo?

— Ah?! Ver... Eu não sei... – Ela virou o rosto para ZiXuan.

— Você quer ir ver sr. WangJi? – ZiXuan parou ao lado dele.

YanLi se juntou as crianças.

— Por favor, prometo que vou e volto antes de irmos pra casa. – Wei Ying olhava para ambos suplicando. – Eu só quero desejar feliz natal, volto rápido e encontro vocês no edifício garagem.

ZiXuan olhava-o por uns segundos, depois baixou a cabeça e virou para YanLi buscando uma decisão em conjunta com ela.

— Ok, você tem uma hora, se não aparecer vamos ter problemas com a vó Su.

Wei Ying vibrou e quase abraçou ZiXuan.

— Ei... Olha a reputação. – Estreitou os olhos.

— Em uma hora volto.

— Vamos está na praça de alimentação do shopping. – ZiXuan apontou o local na rua de frente a eles. – Uma hora garoto ou vou atrás de você.

YanLi sorriu e ajudou as crianças a darem as mãos para atravessarem a rua.

— Cuidado e por favor, não demore. – YanLi sorriu ao irmão.

Wei Ying correu pelas ruas acenando para eles, precisava chegar até o prédio e voltar em uma hora.

— Sim, volto em uma hora.

Poucos minutos depois ele chegou na entrada do prédio da empresa, satisfeito por conseguir aproveitar aquele tempo sorria mais abertamente. Seu coração batia no peito tão forte que precisou tomar um pouco de fôlego antes de entrar no prédio.

"Lan Zhan por favor, esteja no apartamento..."

Desde que a sua avó tirou o seu smartphone, Wei Ying não sabia mais nada de WangJi, se ele tivesse ido para o interior passar o natal em família, provavelmente iria dá com a porta na cara.

Quando ia entrar no prédio ouviu ao seu lado uma voz lhe chamar. Virou o rosto e se deparou com SiZhui.

— Dr. SiZhui. – Sorriu feliz, pensando que se ele estava ali era porque WangJi estaria.

— Olá Wei Ying, veio ver HanGuang-Jun presumo.

— Lan Zhan está?

— Acredito que sim, vamos entrar e descobrir?

Os olhos de Wei Ying brilharam e concordou seguindo atrás do outro, assim ambos entraram no prédio, após passarem pela recepção seguiram no elevador para o andar da cobertura de WangJi.

Tão logo o elevador se abriu, ambos saíram e se deparam no corredor onde de frente a porta do apartamento estavam QiRen e um casal que sorridente chamavam por uma moça muito bonita que se aproximou.

— Ele concordará, em breve poderemos anunciar o noivado. – O homem altivo e elegante falava com QiRen todo sorriso satisfeito.

— Certamente. – QiRen demonstravam uma animação anormal.

SiZhui olhou o grupo e caminhou se aproximando.

Wei Ying ao ver o tio de WangJi parou no meio do caminho e se esgueirou para o canto atrás de um enorme vaso de planta, parado ali ouviu aquela conversa.

— WangJi ficará satisfeito. – QiRen confirmava.

— Nos poderemos combinar o casório posteriormente. – O homem deu o braço a jovem e depois a senhora elegante ao lado. – Aguardaremos seu contato.

"Lan Zhan vai casar?"

Wei Ying engoliu seco e se afastou sem que SiZhui notasse correu de volta para o elevador, nervoso tocou o painel para abrir a porta, como havia acabado de chegar o mesmo ainda estava ali parado, entrou e a porta fechou descendo para o térreo.

SiZhui virou e viu o rapaz sumir elevador a dentro e estranhou, no entanto, antes que pudesse ir atrás foi chamado pelo QiRen.

— Sim tio-avô. – Apesar de ir atender o chamado do tio ficou preocupado com Wei Ying.

No hall do edifício Gusu, Wei Ying correu sem ligar pelo protesto da recepcionista, saiu do prédio e voltou a andar pela calçada com a mente zonza e seu coração batendo forte.

"Lan Zhan vai casar... Ele quer me adotar como filho, aquela moça vai ser minha... mãe?"

Levou as mãos a cabeça e balançou levemente.

— Para com isso Wei Ying, por que você está assim? – Bufou e baixou os braços.

Sem rumo certo passou a andar pelas calçadas, primeiro por está confuso e sentindo variados sentimentos e segundo por não querer que sua irmã e ZiXuan o visse naquele estado.

— Preciso me acalmar. – Murmurou.

— Wei Ying?!

Ao ouvir seu nome virou de brusco e quase tropeçou sendo segurado pelo braço pela pessoa que o chamou.

— Quem é?

— Oi, esqueceu de mim? – O rapaz que o ajudou era nada mais que Mo XuanYu.

— XuanYu, mas... – Wei Ying piscou os olhos e se ajeitou. – Você saiu do internato?

Mo XuanYu sorriu e coçou a cabeça.

— Sim, tem alguns dias que sai e voltei para aquela casa maldita. – Riu com olhar estranho. – E você, está bem depois de tudo.

— Hahahahaha... – Wei Ying sorriu desconfiado daquele olhar. – Sim, estou bem.

— Perdão. – XuanYu juntou as mãos como quem fosse fazer uma prece e curvou para o garoto. – Foi tudo minha culpa.

— Ahhhh, para com isso, fomos vítimas deles, mas já passou e acredito que não vão fazer de novo.

— Está certo... – XuanYu se ajeitou e olhou em volta. – Vamos beber algo, chocolate quente?

— Seria bom, mas estou sem dinheiro.

— Eu estou convidando, vamos.

Wei Ying deu de ombros e concordou, de repente conversar com o amigo assuntos diferentes o faria se sentir melhor e aí poderia voltar para a irmã e ZiXuan.

A dupla entrou em uma típica lanchonete onde vendia a bebida, sentaram e conversaram. XuanYu tagarelava sobre o que passou no internato e a volta para casa. Wei Ying bebia goles pequenos da bebida quente enquanto ouvia os lamentos do outro.

— XuanYu, acho que você deveria seguir sua vida, deixe essa família, está mais que claro que eles não gostam de você.

— Eu queria, mas eles fizeram tanto inferno comigo, que nem posso ser dono do meu destino. – Bufou e tomou gole do chocolate. – Eles me declararam judicialmente incapaz e por isso não posso ser independente e aí me internam sempre que tenho alguma crise. – Suspirou.

— Que situação. – Wei Ying lamentou.

Alguns segundos em silêncio, XuanYu voltou a falar.

— E você, estava andando por ai sem rumo é? – Ele curvou a cabeça encarando os olhos do rapaz. – Eu vi sair do prédio da Gusu S/A.

— Ah, viu? Hahahahahaha... – Wei Ying disfarçou.

— Foi ver HanGuang-Jun?

— Ah, como você?

— Sabe, apesar de ser lunático, as pessoas falam coisas e eu presto atenção em tudo.

— O que falam?

— Hum, que o segundo mestre Lan enfrentou o tio por causa do garoto que ele salvou. – XuanYu olhava para ele. – Você.

— Eu sei disso e tem a agencia do governo.

— Hum, sim tem isso também... O que me leva a questionar, por que?

— Por quê, o quê?

— O segundo mestre Lan se sacrifica tanto por você?

Wei Ying deu de ombros e voltou a tomar goles do chocolate quente.

— Wei Ying, eu imagino que sei o motivo.

Wei Ying olhou para o outro e sentiu uma leve sensação de desconforto.

— O que você está insinuando XuanYu?

— Ele gosta muito de você.

Wei Ying estremeceu, desviando o olhar e tomando novamente goles da bebida quente.

— E você gosta dele.

— Não fale besteiras. – Rapidamente retrucou nervoso.

XuanYu suspirou e ficou em silêncio por alguns minutos, até que voltou a tagarelar brincando com o canudo dentro do copo.

— Eu não sei os motivos reais, mas só posso dizer que se perder a chance pode se arrepender.

Wei Ying finalizou a bebida e colocou a taça na mesa, virou o olhar para o outro e mesmo nervoso preferiu ignorar aquelas palavras.

— Não há nada de errado no que sente amigo.

Wei Ying ficou mudo, não sabia como retrucar aquele comentário, poderia ser verdade o que o outro insinuou? Não tinha certeza.

— Lan Zhan não me ver dessa forma. – Rolou os olhos e se levantou. – Obrigado pelo chocolate quente e a conversa, mas agora tenho que encontrar minha irmã. – Se afastou da mesa.

— Wei Ying, se ele não te ver dessa forma, por que ele está enfrentando todo mundo por você?

— Por que ele só quer ser meu pai, vai me adotar...

— Quem disse?

— Ele... Vai ser tutor e me tornar herdeiro dele.

— Hahahahahahahaha...

— Ei, para de rir, as pessoas estão olhando... – Se aproximou da mesa. – Por que está rindo?

— Wei Ying, você está me decepcionando. – XuanYu levantou o rosto. – Tutor é como um mestre e para ser herdeiro de alguém não precisa ser filho. – Piscou no final para ele. – Ele quer você para ele, por que ele te ama... – XuanYu levantou e acenou para o garçom deixando na mesa dinheiro para pagar o que ambos consumiram.

— Lan Zhan não me ama dessa forma, para de maluquices XuanYu.

Wei Ying ficou irritado e se virou deixando-o outro para trás, saindo do estabelecimento.

XuanYu rapidamente se colocou ao lado dele caminhando juntos pela calçada.

— Wei Ying, eu só fiz deduções diante dos acontecimentos, vamos lá, pensa comigo... – Começou a gesticular. – Tudo que ele vem fazendo por você, não é nada além disso, ele te ama.

— Para de falar essas coisas.

XuanYu olhou-o atentamente notando o rosto corado do rapaz.

— E você... Sabe disso, só não quer acreditar.

— ELE NÃO ME AMA.

O grito de Wei Ying chamou atenção de todos, XuanYu parou atordoado e ficou olhando-o com olhos arregalados.

— Ele não me ama... Eu... Não... – Wei Ying estava tremendo nervoso, seu coração batia forte. De repente, várias lembranças vieram à tona desde que conhecera WangJi. Realmente por tantas vezes notava aqueles olhares, no entanto, preferia fingir que não era aquilo que imaginava.

Ele se arrepiava ao ver a face de WangJi na sua mente, ofegou baixo e levantou o rosto para encarar XuanYu.

— Ele só ama a imagem de alguém do passado que ver em mim.

XuanYu ficou calado e depois balançou a cabeça lamentando.

— Se ele amasse alguém do passado, estaria com essa pessoa certo?

— Não tem como a pessoa morreu.

— Ei, e você se parece com essa pessoa?

Wei Ying voltou a caminhar pela calçada, dessa vez iria ignorar o outro.

— Bom, quem está vivo afinal, é você... – XuanYu andava ao seu lado. – E você tem medo de arriscar por isso?

— Não vou responder suas perguntas, vai embora ou vou gritar que é lunático e a polícia vai leva-lo. – Fitou-o sério.

— Você não faria essa maldade comigo. – XuanYu fez um leve beicinho.

Wei Ying abriu a boca para tomar fôlego e começar a gritar.

— Está bem ... Está bem... Estou indo. – XuanYu caminhou apressado se afastando dele. – Você não está sendo bom amigo, mas tudo bem vou desculpar por conta daquela vez com o idiota do meu primo.

Wei Ying suspirou aliviado pelo outro se afastar e deixa-lo em paz. Olhou a hora no relógio em seu pulso e percebeu que ainda tinha bons minutos para usar, preferiu caminhar devagar para encontrar o pessoal no shopping.

"Lan Zhan, eu queria muito entender tudo que está acontecendo. Queria te ver e perguntar todas essas coisas, mas não tenho coragem. Por quê? Geralmente esse tipo de coisa sou... Arrrrrrrr, deixa para lá..."

Wei Ying chegou na praça principal em frente a decoração de Natal, olhou todo o lugar com seus olhos cheios de lágrimas, seu coração estava apertado e com todos os pensamentos misturados. Fungou baixinho e esfregou os olhos para enxugar as lágrimas.

— Wei Ying.

Um arrepio correu pelo seu corpo ao ouvir aquela voz suave chamar seu nome, seus olhos ainda estavam focados nas mãos que se afastaram do rosto. A voz que o tranquilizava, a voz que o fazia sorrir...

— Lan Zhan... – Sussurrou.

— Hn.

Wei Ying soltou um sorriso nervoso e virou lentamente o rosto para encontrar o do outro. A face de WangJi era bela misturada aquelas luzes multicoloridas, mesmo fria e inexpressiva, seus olhos claros tinham um brilho intenso para o rapaz. Wei Ying não segurou as lágrimas e virou-se para se jogar naqueles braços.

— Lan Zhan... – Murmurou entre soluços e lágrimas.

WangJi o abraçou forte, encostando o rosto na cabeça dele e afagou os cabelos dele.

— SiZhui disse que você veio me ver.

Wei Ying somente balançava a cabeça confirmando, mantinha o rosto afundado no casaco de frio do outro.

— Por que não esperou?

Wei Ying abraçou mais forte WangJi e murmurou algo que o outro não compreendeu.

— Wei Ying. - WangJi estranhou e voltou a chama-lo. – Wei Ying?

Wei Ying se afastou tremulo e como quem quisesse tomar fôlego disparou a falar de uma vez tudo que sentia e que lhe contaram.

— Eu não esperei, por que vi seu tio, ele estava com uma família e tinha uma moça bonita e sorriam sem parar... Eles estavam falando de você, não espera... Eles falavam sem parar de casamento... Eu não entendi nada e fiquei nervoso e fui embora... – Wei Ying falava entre soluços e tentando juntar o ar e ofegando bastante. – Eles... Não espera, está tudo errado. - Wei Ying voltou a se aproximar de WangJi e segurou a gola do casado do outro. – Lan Zhan, não se casa... Não quero, eu... eu... Lan Zhan, eu amo você...

WangJi ficou assustado com o estado de Wei Ying, segurou os braços dele, transmitindo energia espiritual para se acalmar, mas o garoto parecia estar a um bom tempo sufocado, falando tudo de uma vez até que soltou aquelas palavras. WangJi abriu os olhos e seus lábios ligeiramente. Pego de surpresa não conseguiu dizer nada. Sem pensar muito e ignorando as pessoas a volta deles o puxou novamente para seus braços, cortando o fluxo espiritual das mãos e envolvendo-o naquele abraço.

Ambos ficaram abraçados por alguns minutos, até que WangJi sussurrou aos ouvidos do rapaz tremulo em seus braços.

— Eu o amo, Wei Ying.

Wei Ying afastou o rosto e encarou aqueles olhos claro.

— Vamos, precisamos conversar.

WangJi afastou e segurou a mão de Wei Ying, caminharam de volta ao prédio onde morava, não demorou muito e estavam no apartamento.

Wei Ying olhava-o com o peito ardendo de tão nervoso que estava.

WangJi se aproximou, mas ainda havia uma pequena cautela, tocou o rosto de Wei Ying e acariciou a bochecha.

— Precisa se acalmar.

Nesse instante notou algo diferente na energia espiritual de Wei Ying, não precisou de muita análise para perceber que o garoto estava sobre efeito de um Arranjo mágico, possivelmente colocado para ele não questionar ou mesmo falar sobre algum assunto.

— Sua avó o proibiu de falar comigo?

— Sim.

WangJi voltou a segurar a mão de Wei Ying o conduzindo para se sentar no largo sofá da sala.

— Wei Ying, lembra sobre o que lhe falei sobre meditar?

— Ah? – Pensou um pouco e sorriu. – Sim.

— Feche os olhos.

Wei Ying não preciso de um segundo pedido, imediatamente fechou os olhos.

— Inspire e expire, concentre nesses movimentos e não pense em mais nada.

— Sim, não pensar em nada... Posso fazer isso... Não pensar em nada... – Wei Ying começou a fazer o que WangJi pediu.

WangJi imediatamente elevou os dois dedos a frente e criou um arranjo para desfazer o que estava sobre a cabeça de Wei Ying. Logo que o arranjo se desfez, Wei Ying não aguentou mais e desmaiou sendo amparado por WangJi.

WangJi o segurou e ajeitou para deitar no sofá, tirando seu tênis e ajeitando as pernas esticando o corpo de Wei Ying para deixar à vontade. Foi até o quarto pegando travesseiro e manta colocando sobre ele.

Alguns minutos se passaram e WangJi conversava com XiChen pelo telefone.

— WangJi, mantê-lo no apartamento nesse momento crítico vai somente piorar a situação.

— Ele não vai voltar.

— WangJi seja sensato.

— Ela usará arranjos, pode comprometer o núcleo.

— O núcleo dourado foi afetado?

— Sim. – XiChen suspirou. – Algum indício de energia ressentida?

— Não, mas preciso ficar próximo, se ele se for... – WangJi não conseguiu completar seus pensamentos.

Wei Ying no dia que foi espancado ao ser levado para sala de cirurgia, sofre várias paradas cardíacas vindo a óbito na última. WangJi para não o perder decidiu despertar o núcleo dourado do rapaz e com ajuda de SiZhui, ambos conseguiram e ressuscitaram o rapaz. No entanto, aquele ato de desespero colocou Wei Ying ainda mais em evidência e muitos começavam a questionar quem era ele de fato.

— WangJi, vou até vocês e decidimos o que faremos.

WangJi concordou e desligou a chamada. Caminhou até a poltrona sentando para aguardar seu irmão, seus pensamentos por todo o tempo eram nas palavras desesperadas do garoto.

"...eu... eu... Lan Zhan, eu amo você..."

Continua...

https://youtu.be/k6oKC6Dzq00

Olá pessoas,

Finalmente consegui postar o capítulo, mds tem que ver a loucura que é para eu conseguir sentar e escrever... Bom, ai está as fortes emoções.

Peguem o desfribilador rsrsrs

Até o próximo, que pode vir a qualquer momento!!!

Bjus

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