Capítulo 20 - Wei Ying - Parte 1
https://youtu.be/jsqtbodP-0k
O sino dos ventos tocava suavemente ao embalo do som límpido da quqin, WangJi dedilhava suavemente as cordas com maestria sentado na varando de seu Jingshi. Desde que chegou ao local, ficou em meditação e cumprindo uma rigorosa penitência imposta por Lan QiRen para lhe permitir que testasse a influência da energia ressentida em Wei Ying. Com isso descartar qualquer indício que o garoto poderia ser rebelar contra o mundo do cultivo na sua essência passada.
WangJi compreendia as palavras de Wei WuXian através do sonho de Wei Ying, a visão dele se jogando ainda feria o coração da jade de Gusu. No entanto, só seria possível manter sua reencarnação a salvo se WangJi pudesse provar que ele era normal e não havia reencarnado para procurar vingança.
XiChen estava apoiando e conversando frequentemente com seu tio, apesar de ele ser o líder do clã Lan atualmente, ainda cabia decisões dos anciões milenares. Convencer o tio a submeter o rapaz ao teste era a forma que encontrou para o irmão não cometer nenhuma imprudência como fez no passado. XiChen sabia que se nada desse resultado, WangJi partiria levando o rapaz para longe de todos afins de protege-lo.
Caminhando pelo belo jardim, o líder do clã Lan parou diante do irmão mais novo que continuava a dedilhar as cordas de sua guqin. Aguardou silencioso admirando aquele som suave e ao mesmo tempo questionador. Por alguma razão XiChen acreditava que tudo se resolveria, porém somente o tempo iria ajudar aquele impasse.
WangJi encerrou a melodia, estava de olhos fechados e ao abrir virou o rosto para o irmão. Este estava sentando na almofada ao seu lado.
— WangJi, hoje é o último dia da sua penitência, o tio possivelmente conversará logo mais ao entardecer. – Olhou-o preocupado apesar de esboçar suave sorriso. – Se a resposta for negativa, pense antes de agir, não atraia atenção mais do que já atraiu.
WangJi olhava o jardim sem esboçar nenhuma reação, ouvindo as palavras do irmão sentiu sua preocupação, abriu ligeiramente os lábios quando lhe falou suavemente.
— Wei Ying não sabe cultivar, ele está desprotegido e se descobrirem... – Voltou a face para o jardim. – Não posso deixa-lo sozinho.
XiChen inspirou suavemente fechando os olhos, sentiu a suave brisa da tarde tocar a face enquanto pensava naquele impasse.
— Jovem Mestre Wei é de fato merecedor de proteção, apesar de suas máculas passadas perpetuarem por milênios ainda assim, hoje ele é só uma criança.
— Hn.
XiChen queria evitar que seu irmão fosse caçado por todo mundo do cultivo por ajudar a Wei Ying, sabia que ter aprovação do clã Lan para aquela proteção resultaria virar todos contra Gusu, porém ver o irmão em fuga protegendo-o era uma dor que ele não queria repetir.
— WangJi, espere a resposta do tio.
— Não preciso esperar, já sei a resposta. – WangJi embrulhava sua guqin e ao terminar, levantou. – Irmão, não vou obrigar o clã a apoiar a proteção, mas eu continuarei cuidando e protegendo Wei Ying.
XiChen suspirou e balançou a cabeça suavemente.
— WangJi, não quero que pense que sou contra, só não quero que a situação perca o controle.
— Não acontecerá. – WangJi uniu as mãos a frente do corpo e curvando.
XiChen levantou e fez o mesmo. Logo que se despediram e o líder do clã Lan deixou-o a só, WangJi retornou para o seu quarto.
Tão logo que entrou, notou seu smartphone piscar a tela algumas vezes, recebera mensagens e pelo horário sabia exatamente de quem eram.
WangJi olhou a tela do chat por um instante, já havia se passado alguns minutos que Wei Ying enviara as mensagens perto da hora do almoço.
WangJi encerrou a conversa, um discípulo havia chego com uma mensagem de seu tio, solicitando sua presença. Estranhou por um momento aquele adiantamento da conversa. Se bem que preferiria resolver logo a questão, com isso se direcionou para o salão de estudos para encontrar com Lan QiRen.
Em Pequim...
Wei Ying estava olhando a tela do seu smartphone, navegando nos sites que gostava, estava ansioso para falar com WangJi e mesmo depois de falarem rapidamente no chat não foi o suficiente. Nesse instante ouviu suaves batidas na porta e logo em seguida sua avó entrou.
— Wei Ying, venha me ajudar no pátio, precisamos empurrar a neve abrir caminho até o portão. – A senhora pegava no guarda roupas do rapaz vestes pesadas de frio.
O inverno parecia mais rigoroso, tanto que aquela noite de dezembro perto do natal, nevara forte formando no pátio amontoados de neve deixando o chão escorregadio.
— Claro vó Su. – Wei Ying pegou o casaco e gorro e colocou. Guardou no bolso o seu telefone e seguiu atrás de Meng Su.
Quando chegaram no pátio do templo, foram ao pequeno galpão e pegaram as pás de neve.
— Wei Ying, tire a neve daquele lado. – A senhora observava o neto empurrar a neve com a pá. Suspirou baixo e se aproximou. – Meu neto, tem conversado com Sr. WangJi?
— Sim, vó Su quase todos os dias desde que viajou. – O garoto continuava a empurrar a neve.
— Sr. WangJi está bem?
— Sim. – Olhou para a vó. – Ele combinou de me ligar quer saber como fui nas provas.
— Muito bem... Muito bem... – A senhora voltou para a varando de entrada da residência. — Está ótimo, vamos entrar.
Meng Su estava apreensiva desde que o sr. Chao lhe trouxera a informação sobre a saída repentina de Lan WangJi da cidade.
— Sra. Meng acho que tenho algo interessante para lhe contar. – Sr. Chao falava ao telefone com a senhora.
— Conte-me, sr. Chao.
— Na última conferência, foi aberto uma sessão especial para julgar um primogênito cultivado pelo ataque a um rapaz assistido por HanGuang-Jun. – Ele fez uma breve pausa e depois prosseguiu. – Sabemos bem quem são as pessoas envolvidas e Sr. WangJi chamou atenção levantando questionamentos sobre seu neto.
Meng Su inspirou profundamente e pediu para o outro continuar o relato.
— O menino chamou atenção e ao que parece alguns cultivadores questionam os motivos de HanGuang-Jun, além disso há uma acusação forma na agencia governamental que... – Ele suspirou demonstrando tensão na voz.
— Que acusação? – Meng Su apertou seu leque na mão direita.
— Acusaram que HanGuang-Jun mantinha seu neto aprisionado no prédio da Gusu S/A e devido a isso ele vem sendo monitorado pelo governo e a empresa está sendo em vigilância.
— Absurdo, nós não formalizamos nada para fazerem essa acusação. – Meng Su estava estranhando os motivos e uma acusação a qual não foi feita por ela e nem pelos seus outros netos.
— Cara amiga, a situação é delicada.
— Presumo que o fato do segundo mestre Lan ter retornado para Gusu tem relação direta com todos esses fatos.
— Precisamente.
— O que pretende fazer? Pelo que entendi, seu neto está bem próximo do segundo mestre Lan.
— Não sei, vou refletir sobre o assunto. – Meng Su não gostou do tom daquela última frase. – Quanto o meu neto está próximo a HanGuang-Jun é perfeitamente natural, já que sr. WangJi o salvou a vida um par de vezes.
— Sim, sim... Está certa. – Sr. Chao pigarreou e voltou a dizer. – Ele é um bom menino, creio que a situação do segundo mestre Lan possa se tornar mais complicada e será bom o rapaz saber que é a causa do problema.
— Obrigada pelas informações Sr. Chao, verei como lidarei com tudo.
— Conte sempre comigo cara amiga.
Meng Su se despediu e encerrou a chamada, estava apreensiva, sabendo do que está acontecendo decidiu negar o pedido de WangJi para ser o tutor legal de Wei Ying, além de não assinar o documento que faria do seu neto o herdeiro.
Era noite quando Wei Ying recebeu a chamada de WangJi, já estava em seu quarto distraindo-se na internet quando atendeu rapidamente a ligação.
— Lan Zhan, você demorou a ligar, aconteceu algo?
— Não, estou voltando a Pequim.
— Sério?!!!
— Hm.
— Está voltando hoje?
— No caminho, devo chegar em uma hora.
— Estou feliz, finalmente vou te ver.
— Eu quero vê-lo, amanhã vou ao orfanato.
— Promete?
— Hm.
Wei Ying ouvia a voz de WangJi e se sentia ainda mais ansioso, afinal desde que voltaram de Gusu naquele fim de semana, não se viram mais. Seu coração pulsava tanto que chegou a ofegar baixo ao ouvir que logo iriam se ver.
— Lan Zhan, o natal está perto a cidade está decorada, vamos lá ver?
— Sim.
— Eu quero tirar muitas fotos com você em frente a decoração de natal.
— Claro.
Nesse momento, Wei Ying teve uma ideia e para isso precisaria encerrar a chamada.
— Lan Zhan, vou precisar desligar a vó Su pediu para tirar a neve do caminho até o portão. – Sorrindo, mordeu a ponta do lábio inferior.
— Não se preocupe, ligo logo mais quando chegar.
— Combinado, boa viagem de volta Lan Zhan.
Wei Ying logo que desligou a ligação, correu para seu guarda roupas e remexeu em uma mochila, tirou de dentro um item que vinha guardando e não contou a ninguém. Naquela época quando estava internado, trouxeram alguns dos seus pertences que encontraram e junto estava o cartão chave do apartamento de WangJi.
Agitado, andou pelo quarto trocando a roupa e vestido agasalho mais espeço para se proteger do frio. Para não levantar suspeita arrumou a cama de modo que parecesse que estava deitado dormindo. Pouco minutos depois, estava pulando o muro dos fundos e correndo pela viela até a rua principal.
— Hahahahaha vou fazer uma surpresa, quando você chegar estarei lá te esperando.
Satisfeito seguiu para a estação do metrô indo direto para o bairro onde ficava o prédio de Gusu Lan.
"Lan Zhan disse que em uma hora chegava, devo levar uns trinta minutos até lá, ahhhh... Vou chegar em cima da hora... Espera, mas para ser surpresa tenho que chegar antes dele... Hummm... Se eu correr da estação do metrô ganho alguns minutos... hehehehehe... Ele vai levar um susto."
Wei Ying fez exatamente o que planejou, logo que saiu da estação correu pelas ruas que aquela hora da noite não estavam tão movimentadas. O frio havia espantado a população que preferia evitar ao máximo sair as ruas, no entanto, ainda haviam pessoas transitando às 7 horas da noite.
Quando finalmente chegou à portaria do prédio, parou ofegante colocando as mãos nos joelhos, correu tanto que estava suando e o vento frio o fez espirrar algumas vezes. Satisfeito ao perceber que conseguiu ganhar alguns minutos, entrou no prédio e foi até a portaria. Como já o conheciam, Wei Ying pediu para o recepcionista não contar que ele estava no prédio já que era uma surpresa para seu amigo. Precisou implorar um pouco, já que o rapaz não queria fazer tal promessa. Porém, o persuadiu tanto que conseguiu. Feliz, seguiu para o apartamento, entrando no elevador principal.
Ele estava eufórico para ver WangJi e quando entrou no apartamento seu corpo ficou tremulo. O aroma de sândalo sempre permanente era algo que adorava, depois de fechar a porta andou pelo lugar com uma leve sensação saudosista. Tudo estava impecavelmente arrumado e Wei Ying sorriu balançando levemente a cabeça.
— Lan Zhan... Lan Zhan... Sempre fazendo tudo certinho... hahahahahahahaha....
Curioso, seguiu pelo corredor onde ficavam os quartos e parou de frente a porta naquele que dormia enquanto estava no apartamento. Abriu a porta de correr e se surpreendeu, o lugar estava como era, todo arrumado e com algumas coisas que Wei Ying lembrava de ter comprado. Aquele lugar estava pronto para receber alguém, havia TV, notebook e aparelho de som.
Caminhou até o guarda roupa e abriu. As roupas estavam lá penduradas em cabides e dobradas nas gavetas. Wei Ying inspirou fundo e ficou confuso.
— Lan Zhan não desmontou o quarto, mas ele levou todas as minhas roupas para o orfanato. – Coçou a cabeça e fechou a porta do armário. – Por que ele tem tudo isso aqui preparado?
Ficou parado uns minutos no meio do quarto tentando imaginar o que o outro pretendia mantendo aquele quarto pronto.
"Lan Zhan perguntou se eu viajaria com ele e esse quarto pronto que claramente é para mim, as roupas no armário são todas do meu tamanho e estilo que gosto... Hummm... Será que Lan Zhan vai querer que eu volte a morar no apartamento?"
Os lábios do rapaz foram se curvando lentamente os cantos para cima, seus olhos brilharam no mesmo instante. E pensando nessa possibilidade quando ouviu vozes vindo do lado de fora do quarto. Rapidamente correu para fechar a porta de correr bem de vagar e não fazer barulho, de lá ficou quieto esperando ouvir a voz de WangJi.
Wei Ying tentava ouvir, mas não entendia o teor da conversa. Percebeu que seu amigo não estava respondendo, apesar de ouvir várias vezes o nome dele.
— Essa voz é do tio de Lan Zhan e a outra voz provavelmente é do seu irmão. – Murmurou consigo ainda tentando ouvir, decidiu por fim abrir uma fresta da porta para ter mais facilidade para escutar.
— WangJi, não pretendo que essa situação se propague. – QiRen sentou na poltrona. – Faremos os testes, mas isso não quer dizer que aprovarei qualquer uma de sua atitude referente a esse garoto.
Wei Ying abriu os olhos surpreso pelo teor da conversa ser justamente sobre ele, afastou mais um pouco a porta, deitou no chão de madeira nobre silencioso para ouvir mais daquela conversa.
"Testes?"
— Meu tio, primeiro vamos conversar com o rapaz, faremos tudo que for necessário e só depois peço ao tio que decida um bom caminho a seguirmos. – XiChen mostrava-se complacente com a situação.
— Muito bem, WangJi trará o rapaz amanhã e colocamos um ponto final nessa situação. – QiRen levantou e ajeitou seu casaco de frio, pouco depois estava na porta do apartamento se despedindo dos sobrinhos. – As três da tarde traga-o aqui, WangJi.
— Obrigado, tio. – WangJi curvou a ele.
Wei Ying ouviu a porta da sala fechar e escorregou de volta para dentro do quarto e manteve uma fresta aberta para ouvir mais daquela estranha conversa.
"Eles falam de mim, tenho certeza, mas por que o tio QiRen quer me testar? Que coisa mais estranha."
— WangJi, espero que com isso fique mais tranquilo. – XiChen sentou na beira do sofá.
— Irmão, o tio precisa entender que é o melhor a fazer. – WangJi sentou logo em seguida. — Wei Ying é um garoto normal e se for necessário o manterei como está.
— Eu creio que esse é o melhor caminho a seguir, talvez se o jovem mestre Wei não for iniciado na Cultivação, não haverá riscos para todos os cultivadores.
Wei Ying estreitou os olhos e ao ouvir aquelas palavras esboçou um sorriso surpreso se questionando o que seria cultivação. Continuou quieto para ouvir mais daquela conversa.
— Hm.
— Bem, vou deixa-lo descansar amanhã estarei aqui com o tio. – Levantou e curvou ao irmão com as mãos unidas, virou-se sendo seguido por WangJi até a porta. – Mais uma coisa e o processo de tornar o jovem mestre Wei seu herdeiro como está o andamento?
— Praticamente concluído, falta somente o aval da senhora Meng Su.
Wei Ying arregalou os olhos e levou a mão sobre os lábios.
— Herdeiro, eu?! - Incrédulo balbuciou ainda sem entender aquele fato. – Isso quer dizer que Lan Zhan vai me adotar? Ele vai... ser meu pa... i? – Um arrepio percorreu a espinha dele e seu peito o coração pulsava tão forte que podia sentir querer sair pela boca. – Espera... Não pode ser... Ele quer ser meu pai. – A voz foi diminuindo o tom até ficar sussurrante ao pronunciar a palavra pai.
Wei Ying estava perdido murmurando seus pensamentos quando o baque da porta fechando lá na sala o despertou, rapidamente ele fechou por completo a porta e tentou colocar os pensamentos no lugar. Se iria aparecer na frente de WangJi com aquela surpresa, teria que ficar com a melhor face, totalmente despreocupada e divertida.
Inspirou e expirou várias vezes para se acalmar, no entanto as palavras martelavam na sua cabeça sem parar.
— Eu deveria saber que poderia ser algo assim, mas... hahahahaha... – Sorriu baixinho cobrindo os lábios com a mão. – Eu deveria está feliz, mas... por que meu coração está doendo? – Engoliu seco e caminhou devagar pelo quarto até abrir lentamente a porta e olhar pelo corredor, vendo que estava vazio, saiu sorrateiro para ver onde WangJi estava, ouviu vindo do quarto dele o som de chuveiro. Se afastou e foi para a sala para espera-lo.
WangJi terminou o banho e trocou a roupa, colocando uma calça e blusa de manda longa folgada, saiu do banheiro e logo depois do quarto. No final do corredor parou olhando para Wei Ying que estava no meio da sala de pé olhando para ele.
Ambos se olhavam silenciosos, Wei Ying percebeu que o amigo não parecia surpreso com a presença dele, pensando se por acaso o recepcionista havia contado sobre ele está no prédio. Desviou os olhos e sorriu sem jeito.
— Eu queria te fazer uma surpresa, mas acho que não consegui...
WangJi caminhou até perto dele, seus olhos claros na face fria tinham um leve brilho emotivo.
— O quanto você ouviu?
— Eu?! Ouvi?! Errr... – Coçou a ponta do nariz e sorriu sem jeito. – Nada... Quer dizer, ouvi palavras soltas... algumas frases, eu estava com fone de ouvido e não ouvi muito... – Olhando o outro pelo canto dos olhos percebeu que não teria como enrolar muito. – Eu ouvi seu irmão se despedindo e saindo. – Voltou a encarar os olhos claros de WangJi. – Desculpa, eu vim sem ser convidado, mas juro que não ouvi nada além de seu tio e seu irmão dizer que virão amanhã. – Abriu um largo sorriso. – É uma reunião importante?
WangJi aproximou dele e inclinou o rosto mostrando o sofá.
— Vamos conversar?
— Ah, claro. – Wei Ying sentou no sofá.
— Posso presumir que veio escondido? – WangJi sentou ao lado de Wei Ying.
— É... – Fitou-o com leve rubor na face.
WangJi suspirou suavemente e pegou do bolso da calça seu telefone.
— Vai ligar para vó Su?
— ...Depois que conversarmos o levarei para casa.
Wei Ying concordou e se ajeitou no sofá, logo que WangJi falou com a senhora Meng, passou o telefone ao garoto que ficou um bom tempo ouvindo a senhora ralhar lhe prometendo um bom castigo quando chegasse.
WangJi recebeu o telefone de volta e falou algumas palavras com a senhora lhe garantindo que o levara para o orfanato. Finalizando a chamada WangJi disse:
— Wei Ying, por que não esperou?
— Só queria fazer uma surpresa, Lan Zhan. – Murmurou coçando com o dedo a ponta do nariz.
— Entendo, mas não faça escondido, sua família ficou preocupada.
— Eu não pretendia.
— Pense antes de agir.
— Hum, tá bom.
— Eu pretendia conversar com você amanhã juntamente com sua família. – WangJi observava as reações de Wei Ying. – No dia que viajamos para Gusu, eu conversei com sua avó sobre lhe tornar meu herdeiro.
Wei Ying abriu levemente os olhos e engoliu seco preferindo ficar apenas ouvindo o que o outro tinha a lhe falar.
— O processo está finalizado e para concluir preciso somente da assinatura da senhora Meng Su que é sua responsável legal.
— Lan Zhan... Eu nem sei o que dizer é tão estranho...
— O que é estranho?
— Lan Zhan é muito bom comigo, não sei se mereço tanto... – Wei Ying olhou-o receoso.
— Quero garantir que tenha um bom futuro e principalmente proteção.
— Ah, entendo.
— Wei Ying, não parece feliz...
— Feliz? Estou feliz sim... hahahahahaha... Quem diria que um dia algo assim me aconteceria, não é mesmo? Hahahahahahaha...
WangJi ficou olhando-o por alguns segundos e voltou a dizer:
— Eu gostei.
— Ah?! – Olhou-o confuso.
— Você aqui.
— Hahahahahahaha... Eu queria que fosse surpresa, mas não consegui te enganar...
WangJi olhou para o corredor e levantou, voltou a face por cima do ombro e o chamou.
Wei Ying o seguiu e ambos entraram no quarto que WangJi havia preparado para ele.
— Eu deixei algumas coisas essenciais, mas se faltou algo só dizer que mando trazer.
Wei Ying olhava o quarto e voltou o rosto para ele, negando com a cabeça.
— Eu achei tudo muito bom e gostei de tudo. – Voltou para WangJi. – Lan Zhan é perfeito em tudo.
WangJi curvou leve a cabeça e esboçou um leve sorriso quando se virou para sair do quarto.
— Espere-me na sala, vou pegar casaco e as chaves do carro. Está ficando tarde vou leva-lo para o orfanato.
— Sim.
Cerca de quarenta minutos depois, WangJi estacionava o carro em frente ao portão do orfanato, durante o trajeto ficou ouvindo o rapaz tagarelar sobre a escola e as notas, além de pedir para passear no centro e verem a decoração de natal. Percebia que vez ou outra Wei Ying parecia tenso e algumas vezes receoso, sabia que possivelmente ele ouvira mais do que deveria.
Era fato que precisavam de uma conversa mais séria e demorada. Conversa essa que teria com ele no dia seguinte quando fosse levar para o teste com seu tio.
Na sala principal do templo, Meng Su estava sentada em sua cadeira olhando-os atenta e silenciosa. YanLi aproximou de Wei Ying e estreitou os olhos suspirando.
— Eu achando que você amadureceu moleque. – ZuXian aproximou da noiva e cruzou os braços.
— Desculpe a todos. – Murmurou e coçou a ponta do nariz com dedo.
— A-Ying, você prometeu que não faria mais essas fugas. – YanLi olhou para WangJi e inspirou fundo. – Vamos, se despeça do sr. WangJi e vá para seu quarto.
— Adeus Lan Zhan, desculpe o incomodo. – Curvou para o outro se despedindo e seguindo para o quarto.
— YanLi e ZiXuan podem ir dormir, vou acompanhar sr. WangJi até a porta. – Meng Su levantou e seguiu para a porta de saída, sendo seguida por WangJi.
No lado de fora, ambos estavam silenciosos quando caminhavam pelo lugar seguindo ao portão de entrada do templo.
— Sr. WangJi. – A senhora estendeu a pasta para ele. – Seus documentos.
WangJi pegou a pasta estranhando a expressão da senhora.
— Eu soube dos fatos que estão lhe infringindo e causando diversos problemas. – Meng Su encarou-o. – Esqueça a ideia de ter meu neto como herdeiro.
WangJi estreitou as sobrancelhas nitidamente surpreso com aquelas palavras, quando abriu a boca para falar foi interrompido por um gesto de mão da senhora.
— Wei Ying vai permanecer aqui conosco e pretendemos dispensar suas ofertas de ajuda para nós e isso inclui a escola que vem custeando para ele.
— Não. – WangJi apesar de sua face inexpressiva em seu interior estava tenso e tremulo. – Não pode negar minha ajuda.
— Não só posso como estou negando. – Meng Su apesar de falar suavemente era categórica. – Sua palavra não foi cumprida e agora meu neto está envolvido em uma situação que o segundo mestre Lan provocou. – Ela se aproximou dele. – Não quero ter que enfrentar cultivadores em busca de vingança por descobrirem quem ele é, afaste-se de nós e afaste-se dele.
Meng Su virou-se indo para o portão e abriu-o.
— Segundo Mestre Lan, foi uma honra recebe-lo em minha humilde residência tenha um bom regresso.
— Posso protege-lo.
— Boa noite Sr. WangJi.
Meng Su mantinha-se irredutível esperando que WangJi se retirasse.
WangJi curvou a senhora e saiu logo em seguida, entrou em seu carro olhando para o tempo que agora estava de portão fechado. Ofegou ao segurar com as mãos tremulas o volante do carro, antes de dar a partida.
"Irei protege-lo, querendo ou não."
Ligou o carro e partiu de volta a centro e ao seu apartamento, não sabia o que iria fazer em seguida, mas era fato que não iria se afastar de Wei Ying.
Continua...
https://youtu.be/hsR5udgSGXY
Olá pessoas lindas,
Peço mil perdões pela demora nos postes das fic's, primeiro que aconteceu alguns imprevistos.
Eu trabalho com produção editorial para autores e surgiram pedidos de última hora e claro um dinheirinho a mais não se pode negar rsrsrsrs.
Ontem estava tudo certo de postar o capítulo seguindo a ordem das atualizações, porém tive uma triste surpresa, minha cachorrinha fugiu de casa fiquei junto com marido e filho procurando por ela e não encontrei.
Hoje passei a tarde procurando por ela, aonde moro é um conjunto habitacional e fiquei andando pelas ruas e não encontrei, coloquei cartazes em todo lugar e tbm nos grupos do face. aqui do bairro. Torcendo para ela aparecer ou alguém dizer aonde ela está.
Bom, eu nem vou comentar muito o capítulo pq ainda estou meio triste, afinal a Pity está na minha família tem uns 5 anos e fico com medo de está sendo mal tratada pela rua, já que ela não sabe andar sozinha, só sai com a gente.
Qualquer coisa respondo os comentários de todos para distrair um pouco enquanto espero notícias de alguém que a viu.
Bjus!!!
PS: Se tiver errinhos de português, desculpem a tia, logo reviso tudo e arrumo!!! <3
PS: A PITY APARECEU GENTE, UMA MOÇA ACHOU ELA E POSTOU FOTOS NO FACEBOOK DIZENDO ONDE ELA ESTAVA. JÁ ESTÁ EM CASA E APESAR DE ASSUSTADA ESTÁ BEM, SEM MACHUCADOS NEM NADA <3
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