4 - Convites, aulas compartilhadas e bate papo de irmãs
Acordo com Nina batendo a minha porta e dizendo que estou atrasada, olho para meu relógio ao lado da cama e percebo que ela está certa. Com um pulo levando da cama e corro para o banheiro, tomo um banho rápido e volto para colocar a roupa. O dia está um pouco frio então escolho uma calça jeans apertada, uma bota cano curto preta uma blusa social azul clara e uma jaqueta jeans por cima. Coloco minha corrente com a letra N, eu uso essa e Nina usa com a letra no emu nome uma coisa de irmãs. Solto meu cabelo e vejo que está um caos suspiro e o prendo um um coque frouxo, por fim passo meu perfume e pego minha bolsa né preparando para sair.
— Você dormiu demais —Nina diz como cumprimento
— Eu fiquei até tarde estudando ontem — justifico com um bocejo
— Precisamos conversar sobre nossos primeiros dias — ela sorri animada
— Foi um dia corrido ontem — suspiro tristemente
— Não vamos deixar isso nos abalar — ela balança a mão dispensando meu comentário — Hoje a tarde na cafeteria de sempre e botamos o papo em dia? — pegunta comendo uma torrada
— Você manda — dou de ombros me preparando para sair
— Eu vi que você chegou de moto ontem, quem era o gostosão? — minha irmã pergunta tomando um gole do café
— Ele não é gostosão e foi um cara que eu conheci na faculdade — respondo enfiando uma maçã na bolsa — E porquê estava na loja ontem? — franzo o cenho
— Primeiro dia e já esta assim? Você esta se saindo melhor que eu irmãzinha — Nina zomba com um sorriso malicioso — E eu passei na frente, por isso eu te vi — justifica
— Deixe as zombaria para a hora do café — reviro os olhos
— Tudo bem — ela ri — Amo você.
— Amo você — respondo beijando sua bochecha
Saio do apartamento e entro no elevador, cumprimento o casal que mora do lado e aperto o botão para o térreo. Eu moro no quinto andar, cinco é o numero da sorte das irmãs Spivot, nascemos em cinco de dezembro, conseguimos nosso melhor emprego na rua 5 na famosa padaria e cafeteria Jude'coffes e por coincidência no dia 5 de janeiro. Por isso Nina insistiu para que ou o numero do apê fosse cinco ou o andar , mesmo ela detestando altura. Mais eu mudei de emprego logo após comprar o apartamento e agora não trabalho mais ao lado da minha irmã.
É um pouco estranho já que sempre trabalhamos e fizemos de tudo juntas.
Saio do elevador e começo a andar o mais rápido que posso, a faculdade fica praticamente na frente de onde moramos, a da Nina é a duas quadras daqui mais ela tem carro por isso escolhemos morar perto da minha, para que ela não precisasse me levar. Eu sei dirigir só pensei ser mais necessário guardar o dinheiro de um carro para outras despesas e enquanto Nina comprou o carro eu comprei o apartamento, não foi nada barato mas em vez de nos preocupar com duas faculdades, um aluguel, compras e um carro funcionando preferi tirar uma complicação do caminho.
— Bom dia raio de luz — Henry sorri na entrada da faculdade
— Bom dia! — sorrio para ele
— Como foi sua aventura no estacionamento ontem? — pergunta me ajudando com os livros
— Nada demais — dou de ombros agradecida por ele tirar aquele peso
— Ja sabe qual sua primeira aula de hoje? — me encara curioso
— Fenômenos e processos psicológicos básicos— respondo olhando a grade estudantil no celular
— Parece terrivelmente chato — ele ri
— Não mais do que historia com um professor dos tempos pré históricos — devolvo com um meio sorriso debochado
— Essa foi boa — ele ri
— Preciso ir para minha aula chata, ate depois — me despeço pegando meus livros de volta
— Ate! — ele acena
Entro na sala e não vejo ninguém conhecido, no caso eu conheço um total de três pessoas na faculdade e não vi nada sobre irmandades por aqui então estou sozinha por hoje.
A aula passou mais rápido do que imaginei e sinceramente eu amei tudo sobre aquela aula, me senti no caminho da psicologia e nada me pareceu tão animador.
— Bom dia Supergirl! — Lena surge ao meu lado com um enorme sorriso
— Oi Lena, porque a animação? — pergunto me sentindo mais animada com ela ao meu lado
Por mais que a aula tenha sido ótima eu me senti um pouco solitária, preciso trabalhar o meu modo de lidar com as pessoas ou o modo como as pessoas me veem, no geral eu não sou tão tímida e acuada como pareço.
— Vamos para uma boate na sexta? — pergunta pulando animada
As lembranças da minha ultima noitada vem na minha cabeça e logo faço uma careta desanimada.
— Não acho que isso seja pra mim — nego me sentindo derrotada
— É o jeito mais fácil de conhecer pessoas. — ela faz um bico pidão
— E as irmandades? — desvio do assunto
— Você não vai querer entrar nesse ninho de cobras — ela faz uma careta
— E porque não? — pergunto curiosa
— Lembra da morena que estava agarrada do Dr. Gostosão ontem? — pergunta
— Podemos não chama ele assim? — peço incomodada
— Esse não é o foco — ela despreza meu comentário
— Lembro sim, o que tem ela? — solto um suspiro derrotado
— O nome dela é Katrina Madson ela é filha da nossa amada Reitora e ela reduziu as três irmandades em uma só, Alfa Sigma. Desde então só entram as estudantes de moda e ninguém mais - conta com uma careta de desgosto
— Isso é horrível! — franzo o cenho um pouco horrorizada
— As irmandades são só caras do futebol, babacas bêbados e garanhões sem vergonha. — ela suspira
— Parece um show de horror pra uma faculdade tão prestigiada — franzo o cenho
— Não acredite em tudo de bom que tem na internet, assim como as coisas ruins as boas podem ser manipuladas também. — Lena suspira
— Isso foi inspirador — sorrio
— É eu tenho meus momentos — ela da de ombros e também sorri. — Voltando ao assunto da festa...
Reviro os olhos um pouco decepcionada, achei que com o papo da irmandade e garotas más ela se desviaria do assunto, mais Lena é mais persistente do que aparenta.
— Eu realmente não quero ir, meu histórico de bebida e burradas são bem desastrosos — explico
— Eu realmente não me importo e eu tomo conta de você — ela sorri passando o braço pelos meus ombros
— Você me parece do tipo que bebe até cair e precisa ser carregada pra casa — digo analisando ela
Ela arregala os olhos um pouco impressionada e sei que acertei, não é difícil pra mim ler as pessoas.
— Você é boa — ela resmunga — Mais eu prometo que vou me controlar! — ela une as mãos e me encara com um olhar pidão
Algo me diz que aquilo convence a qualquer outra pessoa, mais eu não sinto nem um pouco de dó.
— Não — respondo e entro na sala de aula
Escuto Lena resmungar e sorrio comigo mesma, nada de festa para essa garota aqui.
— Oi Girassol.
Dou um pulo quando vejo Jake sentado na primeira fileira de carteiras da sala.
— Jake! Que susto! — digo com a mão no coração
Quase tive um mini infarto aqui.
— Está devendo Girassol? — arqueia as sobrancelhas com um sorriso debochado
— O que está fazendo aqui? — pergunto informando o sarcasmo
— Tendo aula — ele da de ombros
O jeito como esse cara me tira do sério é diferente.
— Certo, boa aula — resmungo me preparando para subir
— Tem certeza que quer ficar lá em cima? — pergunta com a voz calma
Olho para cima e vejo a tal Katrina com mais um monte de garotas encarando a mim e Jake fixamente, ninho de cobras a vista.
Encaro Jake um pouco indecisa e ele me lança um sorriso preguiçoso, é o ninho de cobras ou um garoto irritante, não é uma decisão muito difícil. Com um suspiro derrotado me sento uma carteira depois do Jake, nem muito perto e nem muito longe o suficiente para me manter concentrada.
— Você dificulta as coisas Girassol — ele diz se aproximando e se sentando ao meu lado — Gosto disso — sorri animado
— Isso aqui não é um jogo idiota de sedução — olho para ele irritada
— E quem disse que eu pretendo seduzir você? — pergunta com as sobrancelhas arqueadas
Aquilo é como um tapa na minha cara, arregalo os olhos e abro a boca umas três vezes para responder, mais não tenho nada para falar então apenas viro para frente sentindo minhas bochechas esquentarem.
— Não precisa ficar envergonhada Girassol — ele sussurra ao meu ouvido fazendo com que eu sinta arrepios - Eu não quero te seduzir porque você fez isso primeiro.
Viro para ele surpresa e um pouco confusa, mais Jake não está me olhando, ele encara o professor que acabou de entrar com um pequeno sorriso malicioso nós lábios. Me forço a encarar o professor também com o peso daquelas palavras em mim.
Jake é só mais um cara pupular que fica com todo mundo, o famoso estereótipo de homem que quando a mulher diz não eles precisam fazer de tudo para conquistar, eu sou nova aqui confrontei ele e o ego dele é compreensível que ele esteja fazendo isso. Ele sabe como né deixar nervosa e usa disso para se sair melhor inflando e derrubando meu ego, logo ele vai ver que não valho esse esforço e vai voltar para a multidão de fãs.
As coisas até que correram bem na faculdade, depois daquela aula com o Jake eu apenas sai da sala antes que ele pudesse falar comigo e durante a manhã inteira não o vi mais, hoje sai mais cedo e estou sentada na lanchonete esperando minha irmã chegar além de também estar contando os minutos para meu serviço começar.
Eu trabalho em uma loja de roupas chamada "Nuevas Ladys" é uma loja de rico para crianças, meninas na verdade e por mais que o salário seja muito bom é um pouco exaustivo lidar com todas aquelas mães malucas.
— Adivinha quem é? — Nina tampa meus olhos
— Talvez minha outra metade com a voz idêntica a minha? — sugiro
— Tão estraga prazer. — Nina reclama se sentando a minha frente
— Gêmeos não brincam de adivinha quem é — dou a língua para ela
— Isso tudo é muito frustrante — ela revira os olhos
— Boa tarde meninas, vão querer o de sempre? — Joe pergunta com um sorriso simpático
Joe tem 57 anos, ele é baixinho com cabelos brancos e aparência fofa e simpática. Mais não se deixe enganar esse homem dobra todo mundo no baralho, essa aparência gentil só engana os clientes raivosos.
— Boa tarde Joe! — eu e Nina respondemos em unissiono
— O de sempre pra mim — sorrio
— Vou querer um suco de laranja hoje Joe — Nina pisca um olho para ele
O senhor assente e vai para trás do balcão preparar nossos pedidos.
— E então, como foi seu primeiro dia? — Nina pergunta apoiando os braços na mesa
Suspiro e conto tudo resumidamente pra ela sobre ontem e sobre hoje, neste meio tempo nossos pedido chegam, consistem em uma mini pizza de queijo com calabresa capuccino e um suco de laranja. No decorrer da história Nina zomba muito da minha cara e fica surpresa também.
— Ele vai mesmo pagar o notebook? — pergunta surpresa
— Pois é — assinto com a boca cheia — Foi uma surpresa até pra mim — dou de ombros
— E o que ele vai querer em troca? — pergunta somando um gole do suco
— Ainda não sei - suspiro derrotada — Meu plano é me manter o mais longe dele o possível e esperar ele esquecer essa história — sorrio confiante
— Acha mesmo que essa idiotice vai funcionar? — Nina estreita os olhos
— Você é muito inspiradora irmã — resmungo incomodada
— Estou te falando a verdade! — ela da de ombros sem se importar — O cara vai pagar o conserto do seu computador por um acidente e acha que ele vai esquecer que deve um favor a ele? Você só pode estar maluca! — ela ri
— Eu estou tentando não me meter em nenhuma confusão. — arqueiro as sobrancelhas
— Isso não é nada demais — ela faz um gesto dispensando meu comentário
— Bem, é demais para sua irmã aqui — aponto pra mim
— Talvez seja o romance que você esteja procurando — ela sorri animada
— É você quem está procurando um romance Nina — reviro os olhos
— Ah... É verdade — ela franze o cenho
— E como foi o seu primeiro dia? — pergunto ansiosa
— Foi muito legal! Abrimos um corpo na aula de anatomia e foi incrível! — ela bate palmas animada
Por algum motivo a pizza não parece tão apetitosa, empurro o prato um pouco enjoada e continuo escutando minha irmã.
— Eu conheci um garoto gay demais da conta e ele é tão inteligente Ursinha! Ele sabia de todas as respostas e tem também a Júlia que é brasileira, ela é muito fofa! Vou entrar na fraternidade dela e a casa é toda rosa! — ela sorri empolgada
Fico um pouco triste por não poder fazer parte de uma fraternidade, quando entrei na Western Washington imaginei como um daqueles filme clichês onde eu ia fazer parte de uma fraternidade e ser acolhida por elas assim como elas por mim, bem que a Lena disse que nem tudo que está na internet é verdade, principalmente as coisas boas demais.
— Conheci também um cara lindo de morrer! — minha irmã se abana com a mão — Ele é loiro, alto e também cursa psicologia os olhos deles são azuis como o oceano e ele é tão forte! — ela sorri mordendo o lábio inferior
— Como é o nome desse garanhão? — pergunto com um meio sorriso
— Rubens — ela sorri — Rubens Hyse.
— Nome de doutor — digo impressionada
— Pois é! Ele já está no quarto ano da faculdade é um colírio para os olhos e o melhor! — ela bate na mesa — ele não é pegador! — diz empolgada
Acabo rindo junto com a minha irmã.
— Isso é um bom começo — digo tomando um gole do meu cappuccino
— É um começo maravilhoso! — exclama sorridente — Eu vou casar com ele — avisa ficando séria
— Ele já sabe disso? — arqueiro as sobrancelhas
— Vai saber — ela da de ombros com um sorriso convencido
Acabo rindo um pouco mais e fico mais uns minutos com a minha irmã jogando conversa fora, depois vamos ambas para nossos respectivos trabalhos, vida boa é só pra quem é rico.
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