Capítulo 6
Matteo
Eu não deveria ter falado daquele jeito com ela, aquilo foi ridículo, não sei onde estava com a cabeça, agi feito um idiota. O problema, é que eu queria ouvir sua voz, olhar em seus olhos e analisar o seu rosto.
Ela é muito mais bonita do que a menina na foto que tenho em minha carteira, se tornou uma mulher incrível, no entanto não é minha, não está livre para mim. A aliança em sua mão me mostrou que não posso realizar o que tanto desejo. Emma jamais ficaria sozinha, nenhum homem com o mínimo de inteligencia a desperdiçaria.
Meus pensamentos voam, recordo-me de quando tinha vinte e cinco anos, nos conhecemos de uma maneira tão inusitada, estávamos tão distantes um do outro e por mais que eu quisesse largar tudo e ir atrás dela, como explicaria para minha família e para a dela que estava desejando uma menina de quinze anos? Isso seria no mínimo ridículo.
Olho para a parede em minha frente como se ela pudesse me dizer o que fazer, o meu coração está tão confuso agora, pois sei que nunca esqueci essa mulher e talvez essa seja a minha punição por deixá-la no momento em que mais precisava de mim.
Olho no relógio e percebo que sua aula já está acabando, no dia anterior ela foi embora, alegando que se sentia mal. Hoje chegou no horário, no entanto seu abatimento me deixou extremamente preocupado, apesar de vê-la sorrir com os colegas consigo perceber que essa alegria não chega em seus olhos, por um momento de fraqueza penso que talvez o marido dela possa não fazê-la feliz e isso me anima, já que se ele não for o suficiente sei que tenho uma chance, logo me repreendo por desejá-la vê-la mal apenas para fazê-la minha.
Chego na porta de sua sala e a observo sem que me veja, neste momento vejo um brilho em seus olhos diferente de tudo o que já presenciei. Emma parece realmente feliz, a garota explica algo para seus alunos com tanta riqueza que sinto o meu corpo arrepiar-se, percebo que todos ali a admiram tanto quanto eu, pois ninguém ao menos se move.
Fico escondido observando a mulher que por muito tempo foi dona de meus pensamentos, quando a aula é finalizada, noto que os alunos demoram um pouco para sair, sinto-me extasiado em ver como ela é grandiosa, eu me curvaria a essa mulher e nunca me arrependeria de realizar todos os seus desejos.
Assim que percebo que o fluxo dos alunos diminui, entro na sala e deixo que note minha presença, nossos olhos se encontram e não faço questão de lhe esconder nada, não desvio o meu olhar do seu mesmo quando percebo que fica envergonhada.
Vê-la com vergonha me da vontade de abraçá-la e beijá-la sem me importar com mais nada, no entanto sei que não posso agir feito um adolescente quando tenho quarenta anos.
Assisto-a terminar de conversar com alguns alunos e dispensá-los, eles começam a sair antes que eu esteja próximo demais a ela, então aproveito este momento para observá-la e apreciar sua presença.
Quando finalmente estou ao seu lado sou tomado pelo seu cheiro delicioso, respiro fundo tentando me controlar para não beijá-la, parece que isso não será fácil.
— Posso ajudá-lo? - indaga séria.
Não posso julgá-la por não estar emocionada ao me ver, não fui um bom coordenador para ela, nesta manhã não nos falamos, sinto que preciso mudar isso em nós.
— Não preciso de nada, queria apenas saber como esta – assumo e percebo a confusão em seu olhar.
— Estou bem – murmura e eu sei que é mentira.
— Não minta para mim Em, posso ver a verdade em seus olhos – sussurro.
Não disse o seu apelido de propósito, eu a chamava assim quando nos conhecemos pela primeira vez, era algo apenas nosso, a garota me deu um apelido que apenas ela usaria, nunca insinuei que me lembrava de nós no passado, contudo neste momento acredito que ela vá se questionar.
Seus olhos curiosos me indagam, nenhuma palavra lhe escapa, sinto vontade de assumir que me lembro e fazer o que sempre desejamos, todavia antes não tinha alguém comprometido seriamente.
— Eu…
Ela inicia e a ansiedade toma conta de mim. Será que vai falar que se lembra? Será que ainda temos um sentimento reciproco? Antes que Emma possa de fato me responder alguém apressada na sala, não demora muito para saber quem é.
— Emma – exclama Giulia, eu definitivamente não desejava vê-la agora. — Matteo – diz e me encara, logo um sorriso se espalha pelo seu rosto.
— Que bom que estão juntos, eu realmente desejava falar com ambos.
— Giulia, que bom vê-la, pode falar – diz Emma.
Percebo que não se sente bem, sua voz parece desanimada, eu faço qualquer coisa para vê-la feliz.
— Se lembra da festa no final de semana? Pensei em lembrá-la já que toda vez fica em cima da hora – fala apressadamente.
— Não havia me esquecido, mas obrigada por me lembrar – murmura.
— Matteo o que acha de ir comigo? - convida.
Não sei exatamente o que responder, sou pego de surpresa e não quero que Emma pense que nós estamos realmente saindo, antes de esclarecermos as coisas não quero ter envolvimento com ninguém.
— Não acho uma boa ideia atrapalhar o momento de vocês – digo pensando que finalmente poderá desistir.
— Não estará atrapalhando em nada, não é um passeio de amigas, é mais sobre trabalho e de qualquer forma Leon estará lá, não é mesmo Emma? - questiona como se estivesse ansiosa para confirmação.
Em olha para mim, é como se tivesse receio de falar e neste momento tenho certeza de que ela se lembra de nós, isso me deixa orgulhoso, saber que ainda possa ter algum resquício do que significamos um para o outro.
— Sim, provavelmente sim – diz simplesmente.
— Você vai gostar dele, é o marido de Emma e o meu melhor amigo – conta animada.
Marido. Odeio essa palavra quando se trata de alguém que está cuidando do que deveria ser meu, não preciso me esforçar para conhecê-lo, já sei que nunca poderemos ser amigos, não enquanto eu desejar a mulher dele.
Percebo que por pior que seja essa ideia, terei a minha chance de conhecê-la um pouco mais, estarei no mesmo lugar e poderei observá-la para ver o tanto que ela possui da menina por quem me apaixonei.
— Neste caso, será um prazer ir – falo e a garota me abraça.
Eu não esperava por isso, mas vindo de Giulia não me surpreende, o que me deixa realmente surpreso são os meus olhos traidores que não param de encarar Emma. A garota parece ainda mais nervosa, não acho que gostaria que eu soubesse sobre isso, talvez não tenha percebido o tamanho de sua aliança.
— Então agora venham, vamos comer, estou faminta – exclama Giulia, ela se afasta de mim e encara-me, sei exatamente o que quer comer.
— Podem ir, eu tenho algumas coisas para resolver e posso encontrá-los depois – fala Emma sem nos encarar.
Ela precisa entender que não tenho interesse nenhum em sua amiga, entretanto ainda não sei como mostrar isso.
— Você deveria vir, está abatida e horrível, podemos ir no banheiro e eu faço uma boa maquiagem em você – oferece.
— Que proposta ótima, no entanto tenho realmente muita coisa para fazer, fique tranquila que mais tarde eu como – afirma sem nos dá oportunidade para discussão.
— Eu também não posso, vou deixar uma próxima vez – falo sem tirar os olhos de Emma.
A garota percebe o meu jeito, não é algo que consigo evitar, por sorte Giulia tem tanta consciência de sua beleza que não consegue imaginar alguém que chame mais atenção do que ela, então não percebe a maneira que olho para sua amiga, pois está ocupada demais consigo mesma.
— Os dois são ocupados demais, nos vemos depois – diz e se afasta.
Nós nos observamos por mais um tempo, são coisas demais para serem ditas das quais não conseguimos libertar, assim que a amiga finalmente se afasta, Emma me encara com raiva.
— O que pensa que está fazendo? - indaga irritada.
— Eu só queria saber como estava – digo surpreso pela forma rápida com que mudou.
— Isso não te importa de fato, se é pelo trabalho fique tranquilo que não faltarei mais, agora será que pode me dar licença, tenho coisas para fazer – afirma.
Estranho a maneira como se sente nervosa, seus olhos me dizem algo completamente diferente daquilo que quer fazer-me pensar.
Aproximo-me da garota sem antes pensar no que estou fazendo, ela recua, no entanto logo se apoia na mesa e eu a tenho livremente para mim, chego perto o suficiente para enlouquecer com o seu cheiro, sinto sua pele macia e a vontade de tocá-la aumenta ainda mais.
— Emma, se eu quiser vir aqui ver como está, eu farei isso. Se eu quiser, tocá-la, farei isso e se eu desejar reivindicá-la para mim, não pensarei se isso é certo e sei que será minha, então não me provoque – digo, olhando em seus olhos.
São espanto é excitante, e antes que eu a jogue em cima da mesa e a faça minha, correndo risco de sermos pegos por alguém afasto-me rapidamente e saio da sala.
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