Capítulo 19
Em frente a porta dois homens que parecem mais dois armários, me olham de cima a baixo. Ao contrário do que pensei, eles não tentam impedir a minha entrada no cômodo.
Quando passo pelas portas de madeira, parece que estou voltando ao meu passado, vejo Leon atrás de sua mesa, Guilherme ajoelhado no tapete branco quase inconsciente, com dois seguranças o segurando.
Leon me olha assim que adentro o seu escritório, ele se levanta e percebo que está com uma faca na mão. Vou para a lateral do escritório, meu coração está acelerado e meu corpo parecia está se congelando.
- Finalmente chegou quem faltava!
- Leon, solte ele – Minha voz estava trêmula.
- Sabe Nina, você tem um gosto bem peculiar para homens, sempre escolhendo o da mesma profissão.
Ele sai de trás da mesa e vai para a frente de Guilherme, ele brinca com a faca que está em sua mão. Ele para em frente ao meu noivo e coça a cabeça, fazendo uma cara de quem está pensando.
- Essa cena me parece muito familiar. – Ele me olha e então dá um sorriso felino – A sim, está bem parecida com aquele dia.
Não consigo responder a ele, meu corpo está congelado, passado e presente se misturam na minha frente. Olho para a mancha vermelha que está no tapete branco e minha mente se tele transporta para o passado.
Não é mais Guilherme que está ajoelhado em frente a Leon, mas sim Gonçales. O rosto machucado de meu noivo, vira o rosto ensanguentado de Gonçales.
Me vejo implorando para que meu pai poupasse a vida do homem que eu amava, mas Leon estava alucinado de raiva, ele estava sedento por sangue. Dois homens me seguravam pelos braços, tudo que eu conseguia fazer era implorar e chorar.
- Seu maldito, se infiltrou na minha família, ganhou minha confiança, roubou minha filha de mim! – Leon dá um soco no rosto de Gonçales.
Leon desferia insultos aos berros ao homem ajoelhado a sua frente, que em momento nenhum o respondia, aceitava os socos de bom grado e ficava olhando para Leon com uma raiva absurda.
A cada agressão que era feita a Gonçales, eu chorava e implorava mais a Leon para parar. Ele não me ouvia, pelo contrário quando estava fervendo de raiva, veio em minha direção e me deu um tapa no rosto, para que eu ficasse quieta.
- O que é seu está guardado, ninguém me trai e sai impune, nem mesmo a minha filha.
Eu não sabia do que ele estava falando, não sabia o porque Gonçales estava calado sem se defender, ele e Leon eram como unha e carne, desde que o homem fora trabalhar para o meu pai a três anos atrás.
Leon se vira para Gonçales, segura a faca com mais força em sua mão e vai em sua direção. O homem está mais inconsciente do que consciente, Leon segura ele pelos cabelos, o fazendo olhar para os seus olhos.
- Você é um maldito! Pensou que fosse conseguir sair impune – Leon da uma risada fria – Só se sai da família de uma forma e como esse é o seu desejo, vou realiza-lo.
- PAI NÃO! POR FAVOR NÃO! – Grito ao mesmo tempo que Leon corta o pescoço de Gonçales bem na minha frente.
O sangue respinga em meu corpo, vejo o homem cair no tapete branco e se afogar em seu próprio sangue. Ele me olha como se quisesse falar algo, mas não conseguia.
Sou retirada dos meus devaneios do passado quando vejo que meu pai estava falando alguma coisa comigo, ele me olha e vê que não escutei o que ele tinha me perguntado e por isso repete.
- Você realmente achou que eu não fosse descobrir sobre vocês dois?
Eu o encaro, mas não falo nada.
- Eu nunca me esqueço um nome, e seu irmão têm o mesmo mau gosto que você por parceiras pelo visto.
- Não fale de quem você não conhece!
- Olha só – Ele abre os braços – Alguém achou a língua novamente para falar.
- Eu nunca a perdi, só não gosto de desperdiçar saliva com quem não merece.
Leon ri, ofensas verbais não o afetam.
- Minha filha, quanta hostilidade com seu velho pai, assim você me magoa.
O olho, ele está fazendo o seu teatro de sempre, mas não consigo evitar de olhar de relance para Guilherme, estou preocupada com o que Leon possa fazer com ele.
- Tenho que admitir que este aqui tem fibra.
Leon não deixou meu olhar passar despercebido.
- Melhor do que o último que só ficava calado, pelo menos esse tem coragem, conseguiu até acertar alguns socos em mim. – Ele ri.
- O que você fez para ele perder a cabeça?
- Eu? – Ele faz cara de inocente – Não fiz nada, só disse que esperava que ele fosse bom para você, pois o último tinha me forçado a ensinar um corretivo a vocês dois.
Quando ia responder a porta do escritório se abre, vejo Don entrar acompanhado de Lucio. Os dois olham para a cena a sua frente e fecham o rosto, Don vem em minha direção, já Lucio vai para perto de Leon.
- Olha só, a família toda reunida nessa comemoração maravilhosa. – Leon falava contente.
O humor de Leon me arrepiava, pois muitas vezes vi ele matar com um sorriso no rosto.
- O que é isso tudo Leon, solte o menino. – Lucio interveio.
- Luci Luci Luci, esse jovem precisa aprender uma lição, olha o que ele fez comigo.
Leon aponta para seu rosto.
- Ele não fez nada que você já não tenha sofrido pior – Me surpreendo com a voz do meu irmão.
- Isso é verdade querido filho, isso é verdade, mas mesmo assim não posso deixar uma agressão passar em branco, muitos convidados viram, o que seria de minha fama se deixasse ele ir embora.
- Não está em branco Leon, olhe o estado do garoto, está praticamente desmaiado – Lucio apontava para Guilherme que ainda estava ajoelhado e preso pelos braços pelos seguranças.
- Nossa missão já acabou Leon, nós vamos embora e você nunca mais vai vê-lo, não se esqueça que foi você que pediu para ele vir. – Tento argumentar.
- Pierre caiu em suas graças então. – Ele sorri para mim.
- Sim, amanhã viajarei com ele para Budapeste.
- Essa é minha filha!
Leon se aproxima de Guilherme e o segura pelos cabelos, olhando para o rosto machucado do homem e então faz uma careta.
- Você faria lindos netos para mim.
- Leon, escute a razão, você não quer perder novamente a sua filha. – Lucio se aproxima do homem.
Leon não responde ao meu tio, ele fica encarando todos nós naquela sala, ele estava se divertindo com toda aquela situação.
- O que você quer para o deixar ir embora – É Donato que fala.
- Que coisa feia, pensando que seu pai é interesseiro meu filho.
- Corta essa ladainha e fale de uma vez o que você quer, para podermos ir embora dessa maldita casa.
- O que você tem a me oferecer?
Ele lança um olhar ao meu irmão que não consigo decifrar, sinto Don ficar tenso ao meu lado. Ele aproxima seu rosto do meu e sussurra em meu ouvido um "sinto muito".
- Você poderá vê-la somente uma vez, se nos deixar ir.
Leon sorrir para Donato e então manda os homens soltarem Guilherme, que cai no chão. Don e Lucio carregam meu noivo para fora daquela sala, eu não tardo a segui-los.
Vamos em direção ao carro que viemos, Guilherme está desacordado, mas dando uma olhada rápida nele, vejo que não sofreu nada de grave. Lucio se despede de nós dois e Don dirige o mais rápido que pode, para bem longe da casa de Leon.
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