Capítulo 18
Lucio está rindo para mim e me aplaudindo, assim como todos os presentes no jardim. Venci novamente a competição, Pierre deu um certo trabalho no placar dos pontos, tanto que tivemos que fazer uma rodada de desempate.
O francês estava encantado comigo, ele sorria e me elogiava, após receber os cumprimentos de algumas pessoas que estavam presentes, me dirige até uma mesa.
Pierre me acompanhou e se sentou do meu lado, toda essa competição abriu o meu apetite. Um garçom passou carregando um mini jantar, peguei logo dois pratinhos de fettuccine ao molho branco.
Enquanto comíamos tínhamos uma conversa agradável, não tardou muito e Lucio veio se juntar a nós, trazendo um saco de veludo marrom. Eu já sabia o que tinha ali dentro, a quantia do bolão de apostas.
- Acho que isso te pertence.
- Luci! – Abro um sorriso radiante para ele – O que achou da minha performance?
- Impecável como sempre.
- Luci, quanto Pierre pagou para me colocar dentro da competição?
Meu tio me olha e sorri amavelmente.
- Dois milhões.
Quase engasgo com a quantia que escuto. Olho para Pierre que dá de ombros, como se aquela quantia fosse míseros centavos para ele.
- Lucio, de quanto é esse prêmio?
- Abra e verá, mas posso te garantir que dará para você comprar um carro novo. Agora preciso ir, tenho que resolver algumas coisas para Leon.
Lucio me entrega a bolsinha que não estava muito pesada, a abro e vejo que dentro da mesma, se encontra um cartão de banco. Todas as apostas são depósitos feitos numa conta nas ilhas Cayman, onde o dinheiro era irrastreável.
- Assim que eu retirar o dinheiro irei lhe pagar a taxa de inscrição, não quero e não gosto de ficar em dívida com ninguém.
Pierre me olha com uma expressão quase de ofendido pelo que acabei de dizer.
- Não quero que me pague a taxa, se te inscrevi no concurso foi porque Lucio me disse que eras muito boa, e ele tinha razão. Foi um divertimento imenso para mim ter uma adversária como você.
- Mesmo assim – Apoio minha mão em seu ombro - Não me sinto confortável sabendo que gastou toda essa quantia só para me colocar no torneio.
Quando Pierre ia me responder seu celular tocou, ele me pediu licença para atender, se levantou da mesa e se afastou uns cinco passos. Eu conseguia o ver, mas não o escutar.
Ele ficou sério com a ligação que não demorou muito, o francês voltou para a mesa onde eu estava e me estendeu a mão para eu levantar. Fiquei de pé em frente a ele.
- Vamos fazer o seguinte, querida Nina, se queres tanto me pagar a taxa de inscrição, me pague de outra forma que não com dinheiro.
A olho desconfiada, mas espero ele continuar a falar.
- Amanhã de manhã irei viajar para Budapeste a negócios, me faça companhia nessa viagem e nossa dívida está paga.
Essa proposta era exatamente o que eu estava esperando, Leon estava certo em relação a Pierre sempre gostar de estar acompanhado.
- Seria um prazer – Lhe dou um sorriso.
- Combinado, mando um carro para lhe buscar em sua casa e te levar até o aeroporto.
- Não precisa – Não queria Pierre sabendo onde moro – Te encontro no aeroporto.
- Como desejar então, estarei lhe esperando as nove da manhã.
Pierre me passou o endereço do aeroporto particular que pegaríamos o avião.
- Infelizmente terei que ir embora, me surgiu um imprevisto que tenho que resolver antes de viajarmos amanhã.
- Que pena, a noite estava muito agradável.
- Digo o mesmo, mas não ficaremos com tantas saudades, amanhã nos veremos e teremos ótimos dias para nos conhecermos em Budapeste.
Pierre me deu um beijo demorado no canto da boca, antes de se virar e ir na direção da saída. Nossa missão estava cumprida, comecei a procurar Donato e Guilherme para podermos ir embora, não queria ficar nem mais um minuto naquele lugar.
Estou andando pelo jardim a procura dos dois, quando vejo alguns seguranças correrem em direção ao hall interno da casa. Algumas pessoas os seguem, querendo saber da fofoca que esta acontecendo.
Sigo em direção a confusão, algumas pessoas já se encontram no local, observando algo que ainda não consigo ver. Os seguranças empurram os convidados para poderem passar.
Assim que consigo me aproximar mais, tomo um susto com a cena que vejo. Guilherme está sendo segurado pelos braços pelos brutamontes de Leon, enquanto que este, está se levantando do chão com sangue escorrendo de seu nariz, lábios cortados e um olho que começa a ficar inchado.
Todos nós olhamos para a cena sem entender nada, fico me perguntando o que diabo Leon tinha feito, para fazer Guilherme perder a cabeça dessa forma.
Os seguranças que seguravam Guilherme, tinham lhe dado um soco no rosto o fazendo desmaiar. Leon dá uma ordem para levarem Guilherme dali, ele se vira para os convidados que assistiam a cena e lhes garante, que tudo não passou de um mal entendido.
As pessoas começam a se dissipar, ninguém é louco de questionar Leon, ainda mais em sua própria casa e nenhuma delas compraria uma briga por um estranho.
Tento me aproximar mais de Leon, mas ele já sai em direção de onde mandou levar meu noivo. Vejo a direção para onde o estão levando e um calafrio passa por minha espinha.
Volto correndo até o jardim, meus olhos passam desesperados pelo lugar, quando acho quem eu queria, corro em sua direção. Don estava no bar esperando sua bebida, o alcanço em pouco tempo, estou ofegante e meio desesperada, o que faz com que ele me olhe desconfiado.
- O que houve Nina?
- Leon – Falo pausadamente, tomando fôlego entre as palavras, correr de salto alto não é a melhor opção de esporte – Ele levou... Guilherme.
- Onde eles foram?
- Escritório.
Meu irmão me olha preocupado.
- Vá na frente, eu vou buscar ajuda e já te encontro lá.
Meu irmão sai apressado de perto de mim e eu rapidamente tomo a direção do escritório. Conforme subo as escadas dentro da casa, sinto meu coração acelerar, já estive nessa situação antes e tenho medo do que possa acontecer.
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