Capítulo 12
Leon é o primeiro a passar pela porta, um choque ao me ver ali passar pelo seu rosto, mas ele rapidamente veste a máscara de novo. Ele convida os convidados a entrarem.
A mulher de vermelho passa pela porta junto de um homem com terno risca de giz e mais quatro seguranças, dois de Leon e dois do casal. Leon se dirige até mim e me apresenta ao casal como sua filha.
- Pensei que tinham se perdido pela casa com a demora para chegarem aqui pai – A palavra sai com muito esforço de meus lábios, mas eu tinha que manter o teatro.
- Fiz um pequeno tour com nossos convidados antes de vir para cá minha filha, espero que você não tenha esperado muito.
- Não, Lucio me fez companhia.
Vejo os olhos do meu pai se estreitarem, Lucio era como um irmão mais velho para Leon, soube que já foram melhores amigos, além do mais Lucio era irmão de minha mãe.
A relação dos dois desde que vim para a Itália era conturbada, eles sempre discutiam, mas de uma coisa eu tenho certeza, que Lucio não se envolvia nos negócios escusos de Leon.
- Bom, vamos aos negócios então.
Leon vai para trás de sua mesa e abre uma gaveta, retirando dela uma caixa de charutos que oferece aos convidados, o homem de terno aceita de bom grado, entretanto a mulher já recusa.
Com os charutos acessos e com o cheiro extremamente forte do fumo, vejo Leon fazer sua habitual troca de palavras com os seus futuros parceiros de negócios.
Para quem vê de longe pensa que é apenas uma conversa informal, mas para quem conhece Leon como eu, sei que é bem mais que isso, ele está colhendo informações que pode usar depois e amarrando muito bem o contrato que fará com esse casal.
Enquanto eles conversam, fico incomodada com a constante atenção que um dos guardas do casal dispensa a mim. Tento não demonstrar que estou incomodada, me fazendo de interesseira pelo bate papo que está rolando.
Alguém bate a porta, Leon manda um de seus guardas abrir, o leiloeiro e mais três seguranças trazem o quadro que o casal tinha comprado. Assim que o objeto entra no escritório escuto um barulho nos meus comunicadores.
Reconheço imediatamente o barulho, provavelmente no quadro deve ter algum bloqueador de sinal, estou incomunicável com os meninos e provavelmente a câmera não deve estar mais gravando.
O objeto e depositado no sofá de couro que tem do lado esquerdo do escritório. Fico escutando um pequeno zumbido por causa da falta de sinal, o que me irrita um pouco e rezo para que os meninos não façam nenhuma besteira.
Assim que os homens que trouxeram o quadro saem, vejo o segurança que estava me encarando sussurrar algo no ouvido da mulher, um mal pressentimento me invade nesse instante.
- Bom, agora que o quadro está aqui acho que podemos concluir e firmar nossos negócios de vez.
O homem ia falar alguma coisa, mas é interrompido pela mulher que coloca uma mão em seu ombro e toma a palavra para ela.
- Não tão rápido Leon, não sei se você é confiável, afinal de contas trouxe uma mulher que tentou arruinar nossos planos para essa negociação.
A mulher olha para mim e sinto um calafrio passar pela minha espinha, não esperava que fossem me reconhecer, não posso me defender, pois estamos no território de Leon e a vez de mover as peças é dele.
Leon me encara com um sorriso no rosto, mas em seu olhar vi que ele mandava eu ficar quieta e deixar ele cuidar disso, não tenho muita escolha a não ser seguir o que ele manda.
Não tenho como fugir daquele lugar sem pelo menos levar uns dez tiros na cabeça, antes que eu de dez passos em direção a porta. Encaro meu pai e ele entende que entrarei no jogo que ele armar.
- Estás acusando a minha filha de ser uma traidora? – Sua voz é calma, mas uma ameaça velada transparece por ela.
- Meu segurança a reconheceu de uma missão que tivemos no Brasil, ela estava defendendo o nosso alvo no caso.
- Entendo... de fato minha filha estava no Brasil e provavelmente deve ter estado nessa missão que a senhora está falando. – Ele faz seu primeiro movimento.
- Como vê Leon, temos motivos para desconfiar dessa transação por ela estar aqui, como saberemos que não estas envolvido também.
- Claro, seu ponto de vista é aceitável, realmente não podemos ter um traidor entre nós.
Vejo a mulher ganhar confiança com as palavras que Leon disfere, ele anda para trás da mesa do escritório, ele está jogando com a mulher e ela não percebeu isso.
- Então o que fará a respeito disso Leon?
- De fato estamos num impasse, pois Nina é minha filha, e bem se você me conhece sabe que prezo e muito pela família.
Vejo a mulher dar um passo para trás, a expressão no rosto de Leon mudou e está extremamente predatória.
- E jamais aceitarei que alguém entre na minha casa e acuse minha filha de traidora.
- Se ela não é traidora que prove então – Fala a mulher.
Tudo acontece muito rápido, vejo Leon sacar sua pistola da cintura e disparar em direção ao guarda que me acusou, ele acerta um tiro certeiro bem no meio da testa do homem que cai no chão.
A mulher de vermelho fica sem reação, o seu parceiro rapidamente vai para junto dela e o seu segurança agora está com sua arma em mãos apontando para Leon. Contudo, ele rapidamente a abaixa quando os seguranças de Leon colocam suas armas apontadas para a sua cabeça.
- Preste bastante atenção pois falarei somente uma vez – Leon sorria e falava manso – Minha filha trabalha infiltrada e teve que cumprir uma missão que infelizmente atrapalhou os seus planos, ela não sabia das nossas negociações na época.
Ele sai de trás da mesa e vem para o meu lado, passa um braço protetor sobre os meus ombros enquanto encarava o casal que estava mais branco que parede.
- Agora que ela está inteirada dos negócios mais uma vez da família tenho certeza que esses contratempos não aconteceram, e mais uma coisa antes que eu me esqueça, jamais acusem algum membro da família Calabresa se não estiverem prontos para lidarem com mortes.
Leon manda seus guardas abaixarem as armas, pega seu charuto e dar uma longa tragada.
- Então podemos continuar com as negociações. - Ele dá um sorriso largo.
- Agora que tudo foi esclarecido, não temos nenhuma oposição a continuar com as negociações. – O homem fala, pois, a mulher parece ter perdido a voz.
Leon se encaminha até o quadro, retira uma faca do seu bolso e faz um rasgo entre a pintura e a moldura, retirando dali um pequeno pen drive. Um dos guardas pega a maleta com o homem de terno e após conferirem e confirmarem a quantia Leon entrega o dispositivo para o casal.
O casal se despede apressado de Leon que enfatiza como está animado com a nova parceria. Assim que estou prestes a sair do escritório ele me segura pelo braço, pede para os capangas saírem nos deixado sozinhos.
- O que tem no pen drive?
- É melhor você não saber, para o seu próprio bem.
Ele vai até a mesa de bebidas e me oferece um copo de whisky, que recuso com um aceno de mão. Percebo que ele encara minha mão nesse instante e então me dou conta do meu erro.
- Belo anel, quem é o felizardo?
- Alguém que você nunca conhecerá se depender de mim.
- Quanta agressividade minha filha, logo agora que acabo de salvar seu pescoço – Ele aponta para o homem morto – Sabe Nina, para todos os efeitos agora você trabalha para mim.
Ele abre um sorriso predatório e eu tenho um calafrio com o que isso possa vir a significar para mim.
- Bem-vinda a família novamente minha querida filha.
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