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Whalien 52

Ela viu a porta da loja abrir, ouviu o sininho se agitar indicando cliente, mas estranhamente não viu ninguém andando pelas araras de roupas. Não que ela fosse se dar ao trabalho de realmente atender alguém. Estava ali para agradar a mãe e fingir que trabalhava — uma tentativa frustrada de provar que merecia a mesada que recebia. Estava ocupada demais olhando o novo calendário do Porão, seu lugar favorito em Daegu, para se preocupar com uma das menores lojas da família em Seul. Mesmo assim ficou intrigada com o som da porta e a ausência de cliente num intervalo tão curto.

Largou o celular sobre o balcão e foi até lá para ver se esse possível cliente havia apenas desistido de entrar. A única coisa que viu foi um rapaz passando correndo com uma bolsa a tiracolo e um olhar perdido, sem se dar ao trabalho de olhar para ela mais do que uma vez. Nari fez uma careta de desdém para o rapaz e voltou para dentro confusa.

— Será que essa loja é mal assombrada? — se fosse, iria urgentemente pedir à mãe para fechar o lugar e reabri-lo em outro ponto da cidade. Depois chamaria um xamã para exorcizar tudo, até os provadores, porque energia ruim acompanha a gente por onde vai.

Dentro do primeiro provador, Lola estava sentada no banquinho, uma das pernas agitadas de ansiedade, tentando não respirar alto demais para não denunciar sua posição. Ouviu claramente quando a porta da loja voltou a abrir e fechar e tinha quase certeza que era o jornalista fofoqueiro que a vira entrar. Fechou os olhos e começou a rezar para todos os santos que se lembrava, fazendo promessas que sabia que não iria cumprir, mas que valia o risco se isso a livrasse de se meter em problemas do antigo chefe de novo. A porta do cubículo se abriu com um estrondo.

— I’M AMERICAN, I’LL CALL THE POLICE! — gritou em um inglês pouco usado. Seu sotaque era irrelevante naquele momento, se seu “captor” fosse coreano ela duvidava muito que conseguiria captar de onde ela era.

— Lola-ssi?

Lola abriu os olhos, confusa. Esperava a voz de um homem, ouviu uma voz feminina muito familiar. A perna parou de se agitar e ela finalmente levantou os olhos para dar de cara com Kang Nari.

— A gente precisa parar de se encontrar por acaso. — riu. — Vou começar a achar que é coisa do destino ficar te encontrando sempre. — o sorriso da coreana era tão grande que Lola lembrou-se de Hoseok. Esse era um super-poder que só ele tinha, o de iluminar o ambiente com um simples sorriso.

— Nari? Kang Nari? C-como? — Lola se levantou e olhou para a loja atrás da outra. Vazia.

— Você entrou na loja da minha família… — balançou os ombros rindo feito criança. — Uma delas, no caso. — moveu-se pada o lado e abriu espaço para a brasileira sair da cabine. — Para quem você ia chamar a polícia?

Lola ajeitou a alça da bolsa e voltou a conferir se a loja estava mesmo vazia antes de realmente sair e responder.

— Tinha um jornalista me seguindo…

— Por que?

— Lembra do meu emprego anterior? Então, era para o BTS.

Nari piscou algumas vezes tentando assimilar aquela informação. Aquele era o grupo favorito de sua sobrinha e, por conta disso, ela ouvia aquele nome pelo menos umas trinta vezes por dia. Nunca imaginou que ouviria isso de Lola. Muito menos que ela tivesse de fato trabalhado como estilista do grupo favorito do país.

— E você foi demitida?!

Lola apenas concordou com a cabeça.

— E tem um jornalista te perseguindo. — não era bem uma pergunta.

— Isso.

— E eles te perderam? Lolla-ssi, você tem ideia do que está me dizendo? — Nari já conseguia visualizar todos os desfiles que faria com as coisas produzidas pela estilista. Era sua chance de mostrar para a mãe que ela era mais do que uma patricinha que não sabia onde gastar seu dinheiro e seu diploma. Lola era seu amuleto da sorte.

— Que provavelmente você não quer mais me patrocinar porque eu sou problema? — perguntou insegura.

— Minha amiga, você acabou de virar meu chuveirinho da sorte! — Nari gritou toda feliz. — Vem, vamos tomar alguma coisa e fechar logo nosso acordo. Esqueça esse jornalista mané e me acompanhe. Agora você é minha protegida. — segurou a mão de Lola com delicadeza e a levou para o fundo da loja. Tinham negócios a tratar dali em diante.

***

Taehyung apertou o interruptor da sala de figurino sem muita expectativa. Era mais um gesto automático do que algo que realmente quisesse fazer. Tinha se acostumado tanto a passar por ali em outros tempos que agora o fazia por rotina.

O layout da sala estava muito diferente. Não havia mais manequins usando partes de peças que ele e os outros caras vestiriam. Não tinha mais uma mesa abarrotada de tecidos, papéis e rolos de linhas. Estava tudo muito limpo e organizado, quase como se a sala não fosse realmente usada. Bem, era verdade que eles agora usavam figurinos de grifes grandes, não precisavam realmente da sala, mas ele achou que os outros grupos teriam alguma utilidade para aquele setor.

Assim como nas outras vezes, Taehyung apenas analisou como a sala estava e fez menção de sair. Depois que Lola foi demitida ele nunca mais viu motivo para entrar ali, mas antes que voltasse a apertar o interruptor para finalmente sair, algo chamou a atenção de seus olhos. Um cavalete grande estava encostado perto da janela, despretensiosamente esquecido pela equipe nova, quase como se fizesse parte da decoração e não fosse usado nunca. Mas ele sabia que era ali que Lola desenhava alguns rascunhos improvisados de última hora. A primeira folha do grande bloco de desenhos estava em branco, mas haviam outras viradas para trás, esquecidas ou abandonadas.

Devagar ele voltou uma página e viu-se em vários ângulos, desenhado às pressas com uma das jaquetas customizadas que Lola adorava se inspirar. Sorriu. Ainda tinha aquela jaqueta. Virou outra folha e deu de cara com o desenho de um grupo feminino. Reconheceu o logo do G-Friend feito às pressas junto com uma anotação na letra miúda de Lola.

“G-Friend? Sugerir para a equipe das meninas?”

Numa letra ainda menor, dessa vez em inglês, um bilhete dela para si mesma.

“Por favor, não seja demitida por querer ajudar demais”.

Aquilo tirou um sorriso sincero de Taehyung. Lola amava o que fazia e isso era visível em todas as escolhas que fez enquanto trabalhou com ele e os outros. O fato de querer ajudar outros grupos só aumentava a admiração que ele tinha por ela como profissional. Virou mais uma folha e ali havia um figurino de casal do qual ele nunca soube. Não sabia quem era a mulher dos traços femininos da peça, mas reconheceu a si mesmo na figura masculina.

— É um conjunto belíssimo…

Taehyung pulou no mesmo lugar, assustado com o som daquela voz ter vindo de tão perto do seu ouvido. Não estava sozinho.

— Te assustei?

Os olhos redondos e levemente caídos de Sin B foram a primeira coisa que Taehyung viu. Depois o sorriso. Não combinavam entre si, quase como se pertencessem a pessoas diferentes. A moça usava óculos de grau redondos, o cabelo - descolorido - estava preso num rabo de cavalo alto, deixando o rosto dela em evidência. Estava maquiada, então provavelmente vinha de alguma gravação.

— É um conjunto muito bonito… — ela repetiu, voltando a atenção para o desenho de Lola e finalmente se livrando do sorriso forçado.

Taehyung deu um sorriso sem humor e enfiou as mãos nos bolsos da calça, já se afastando do cavalete em direção à saída. A moça continuou no mesmo lugar, analisando todos os detalhes do desenho, até que…

— Ah é da Lola-ssi!? Foi ela, não foi? — ela gritou virando a atenção novamente para Taehyung. Ele parou no mesmo lugar, arrependido de não ter puxado ela para longe do desenho antes de entender quem era a autora. Sentiu o braço de Eun-bi (nome verdadeiro da moça) se entrelaçando ao seu e pouco depois a cabeça dela surgiu em seu campo visual. O sorriso que não chegava aos olhos estava ali de novo.

— A gente devia usar esse conjunto, o que acha?! Foi feito para um casal. Somos um casal agora, não é?

— Eu… ah… não acho que seja…

— Seria perfeito para homenagear a Lolla-unnie! — ela balançou a cabeça concordando, como se ele tivesse dado a sugestão— Vou pedir para a Eunji-ssi!
Antes que Taehyung protestasse ela já tinha tirado o braço do dele e saído da sala. Pulava de um pé no outro como uma criança brincando, mas não olhou nenhuma vez para ele depois daquilo. Não sabia até onde ela entendia que Lola era sua ex-namorada ou que o relacionamento novo com ela era falso, mas não conseguiu fazer nada para impedir que ela providenciasse o figurino. De certa forma, usar uma peça de Lola - mesmo que feito por outra pessoa - fazia com que se sentisse mais próximo dela novamente. Mesmo que de um jeito distorcido. Não queria que fosse assim, mas era egoísta demais para se esforçar para impedir que acontecesse. Queria usar a peça.

***

Lola ligou o interruptor sem realmente ver o ambiente ao seu redor. Já passava das onze da noite, suas costas doíam e tudo o que ela queria era um banho quente e uma noite de sono ininterrupta. Jogou a bolsa num canto, os óculos de grau e as chaves do ateliê sobre o aparador e parou de tirar os tênis quando percebeu que não estava sozinha. Levantou a cabeça a tempo de ver Julia e Jungkook sentados cada um numa ponta do sofá de três lugares da sala, ambos com cara de culpados.

— Oi, Noona!

— Você chegou!

A falsa animação nas vozes dos dois fez com que Lola desse risada. Fazia tempo que não ria do amor bobo que unia aqueles dois.

— Peguei no flagra, não foi?

— O que? Não sei do que você está falando… — o rosto de Julia tinha assumido um tom de rosa que Lola nunca ia conseguir descrever, mas riu assim mesmo ao ver a amiga levantando do sofá e indo até o balcão da cozinha fingir que estava com sede. — Quer uma cerveja?

— Não. Quero uma massagem nas costas. — Lola respondeu sentando no chão, em frente a Jungkook e dando um tapinha no próprio ombro como sinal. — Preciso ser mimada.

— Aconteceu alguma coisa? — Jungkook prontamente obedeceu a brasileira e começou a massagear-lhe os ombros.

— Ei, esse namorado é meu, sabe? — Julia enfatizou o “meu”.

Lola mostrou a língua em resposta. JK soltou uma risadinha de cúmplice e franziu o nariz numa careta para Julia que assistia tudo do balcão da cozinha.

— O que o seu namorado veio fazer aqui, afinal de contas? — perguntou aceitando a latinha de cerveja que Julia lhe entregava antes de se sentar ao seu lado, também no chão.

— Viemos juntos da empresa…— Julia abriu uma latinha também.

— Então agora podemos “vir juntos da empresa”?

— Foi uma emergência… — começou Jungkook ainda massageando os ombros de Lola.

— AHHH!!! — ela gritou. Não tinha prestado atenção no que ele dizia mas a palavra "emergência" fez com que se lembrasse do jornalista de mais cedo.

— O QUE FOI? APERTEI DEMAIS? PERDÃO, NOONA, FOI SEM QUERER E…

— Não é isso! Vocês acreditam que tinha um fotógrafo me seguindo?! — ela se ajeitou até ficar de frente para ele e Julia.

— Um fotógrafo? Tipo paparazzi?

— Era essa a emergência… — falou Jungkook com a voz desaparecendo.

— Você sabia?! Por que não me contou?

— Porque eu achei melhor dizer para as duas ao mesmo tempo. Foi por isso que me convidei para te trazer e…

— Nunca é de graça… eu deveria saber. — Julia estalou a língua e voltou a beber sua cerveja, conformada.

— Você podia ter me ligado, Kookie. — Lola bateu a mão na dele de leve.

— Eu sei… é que eu achei que…

— Que eu não fosse atender. — Lola completou. — Eu não deixei de ser sua amiga, sabia?

— Eu sei… é que… Ah, deixa. — soltou um suspiro e tirou a latinha da mão de Julia (“ei! pegue uma para você!”)— Eu ouvi alguns funcionários fofocando sobre isso… achei que seria legal se você soubesse… — suspirou de novo terminando a cerveja de Julia num único gole.

— E você só me conta isso agora?! — Julia se exasperou — E se ele consegue fotografar a Lola?! E se ele fizesse alguma coi-

— Eu consegui fugir… — Lola interrompeu a bronca da amiga. — A EunJi me avisou também. — falou dessa vez em direção a Jungkook.

— A Eunji? Então é por causa do V? — Julia tentava juntar as peças. — Mas por que? Ninguém sabia sobre vocês! Será que… — se interrompeu e cobriu a boca, olhando para os dois assustada.

— Não vai acontecer nada… eu não sou famosa, lembra? — a cerveja que ela tomou desceu bem mais amarga dessa vez. Era justamente por não ser famosa - ou coreana - que não estavam juntos agora. Deu a latinha pela metade para Julia e se levantou num único movimento. — De qualquer jeito passou. Já foi. Ele não me achou, mas não foi legal passar o dia olhando para trás. — deu um sorriso falso. — Obrigada por se preocupar, Kookie. Pode só me ligar da próxima vez. Vir aqui colocou vocês dois em risco também. Com certeza o tal jornalista sabe onde eu moro.

Lola foi para seu quarto logo em seguida, deixando o casal pensando em sua última frase. Julia não tentou tomar o resto da cerveja da amiga, ainda em choque, mas JK pareceu não se importar muito com isso e bebeu o resto por ela.

— Acha que é verdade?

— O que?

— Que ele sabe onde a gente mora?

O silêncio pairou entre os dois, como uma maldição antiga da qual eles fugiam há muito tempo. Jungkook desceu do sofá e se sentou ao lado de Julia sem dizer nada. Também tinha medo do que aquilo podia significar, mas não queria estragar sua primeira noite na casa dela daquele jeito.

— Vai ficar tudo bem…

— Vai? Promete? — Julia se enfiou entre os braços dele e soltou um suspiro. Tinha medo por Lola, mas agora também tinha medo por si mesma.

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Nota da autora: um capítulo mais longo para fazer a trama andar mais um pouco.
Espero que gostem
Bjs

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