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Interlude: what are you doing now?

Abriu os olhos e se sentou num único movimento. Respirava com dificuldade, como se o sonho todo realmente tivesse acontecido. Podia até mesmo sentir o cheiro dela se dissipando lentamente no ar conforme despertava. Lembrou-se de que depois de alguns minutos, o cérebro humano apaga completamente qualquer vestígio do que se sonhou. Aprendeu isso com Lola num desses raros momentos em que ficavam sem fazer nada juntos.

Chutou a coberta e o travesseiro com força e correu em busca de papel e caneta para anotar o máximo de informações que pudesse reunir do sonho. Quando finalmente sentou-se de novo para escrever, o cheiro dela já havia desaparecido. Fechou os olhos, evocando-a com a mente para forçar-se a lembrar e a viu com tanta clareza que chegou a mover os dedos, inseguro, para tocá-la. Sentia tanta falta de Lola que às vezes sentia a dor física do vazio que ela havia deixado. Colocou a caneta no papel e anotou palavras soltas.

Inverno.

Era inverno no sonho, podia se lembrar perfeitamente do frio que havia sentido. Em outro momento, interpretaria como a frieza de Lola em não aceitar suas tentativas de contato, mas não, os olhos dela, no sonho, ainda tinham aquele calor brasileiro que ele tanto amava.

Árvore. Neve. Lago. 

Lola. 

Lola. 

Lola.

Principalmente Lola.

Olhou para o que havia anotado e a maior parte era o nome e os apelidos que havia dado a ela ao longo daquele ano, onde tudo o que faziam e diziam virava memória. Tudo o que tinha agora era o frio e o cheiro do próprio perfume. Não havia mais os risos soltos quando ela dormia assistindo algum filme. Não havia o cheiro cítrico do perfume que ela insistia em importar do Brasil porque não gostava das fragrâncias caras que ele lhe comprava. Tudo o que tinha era o vazio e a tristeza.

Tristeza.

Anotou a palavra apenas para finalizar aquela tentativa ridícula de prender a memória dela naquele sonho. Na pior das hipóteses transformaria aquilo em música. Sabia que ela ouviria. Era a única certeza que tinha desde o dia que a viu deixando a empresa com aquela caixa pesada. Pousou a caneta e deixou o olhar se perder nas fotos soltas pelo quarto.

Enquanto ela olhava para o prédio, teve a impressão clara de que seus olhares haviam se encontrado. Por alguns segundos pensou ter errado algumas batidas do coração. Mas o momento passou rapidamente quando o olhar dela continuou subindo pelo prédio, desviando do andar em que ele estava, encarando-a atrás do vidro espelhado. Lola estava deliberadamente ignorando suas mensagens, mas não queria desistir assim tão fácil. Não iria.

Sacou o celular e decidiu mandar mais uma mensagem. Aquilo era um grande mal entendido. Ela não podia ser demitida assim, do nada. Era competente e dedicada demais para isso. Todo mundo sabia disso. Estava com os olhos presos nela quando o telão do prédio vizinho anunciou o relacionamento dele com uma das integrantes mais novas GFriend, grupo recém adquirido pela empresa.

— O que?? SinB? Mas que...

Digitou freneticamente que não sabia de nada do que estava sendo noticiado. Não fazia ideia de quem era aquela moça e do por quê estavam colocando em público um relacionamento que ele desconhecia. A única coisa que sabia sobre a moça é que era desse grupo feminino, mais nada. Escreveu isso na mensagem e depois a apagou, decidindo escrever apenas que não fazia ideia do que estava acontecendo. Não estava num relacionamento com ninguém além dela, Lola. Fez questão de dizer isso repetidas vezes na mensagem. Espalmou a mão no vidro da janela ao vê-la colocar a caixa no chão e pegar o celular do bolso da calça finalmente.

Voltou a encarar a tela do próprio celular e viu que ela havia lido todas as mensagens. Atreveu-se a sorrir esperançoso. Quando olhou para ela de novo, Lola estava atendendo uma ligação. Pela expressão dela era alguém íntimo, então deduziu que fosse Julia ou algum outro membro do grupo. Esperou desligar e voltou a olhar para o aplicativo de mensagens, esperando pela resposta dela, mas não veio nenhuma. Ao olhar de novo para ela, do lado de fora, Lola já segurava a caixa de novo e andava devagar em direção à estação de metrô.

— Não! Lola! — bateu a mão no vidro, esquecendo que ela não podia ouví-lo. Tomando uma decisão impulsiva, Taehyung guardou o celular e se virou para segui-la, mas havia mais alguém na sala com ele.

— Melhor não, Taehyung-ssi. — falou Sanghyun, um dos managers do grupo.

— Hyung! Isso é mentira! Eu não estou namorando essa moça... SinB. Não sei nada sobre ela! De onde tiraram que estamos namorando?! — perguntou apontando para a janela, onde sabia estar o telão que ainda falava sobre esse relacionamento.

— Não é mentira. Vocês estão, a partir de agora, namorando. — a tranquilidade na voz dele fez Taehyung hesitar. — É uma estratégia de marketing, Taehyung-ssi.

— Estratégia de...? Mas e a minha vida? E a minha opinião sobre tudo isso? Desde quando precisamos desse tipo de "estratégia de marketing"? — desdenhou, fazendo sinal de aspas com a mão e imitando o tom do empresário. Nem ele, nem Lola esconderam de ninguém da staff que se gostavam. Tomavam cuidado para não atrair atenção de quem fosse de fora da equipe, mas sempre tiveram - aparentemente, pelo menos - o apoio de todos com quem trabalhavam. Julia e os outros membros, em especial, assim como Sejin e os outros managers. Isso incluía o próprio Sanghyun.

— Infelizmente não vão poder continuar com isso, Taehyung-ssi. — explicou levantando-se e se aproximando do rapaz. — Uma foto sua com a senhorita Lola vazou. — ficou quieto observando as reações de Taehyung de perto. — Alguns acham que foi ela quem vendeu a f...

— É MENTIRA! — gritou interrompendo-o. — ELA NUNCA FARIA ISSO!

— Se foi ela ou não, nunca saberemos. — continuou o empresário. Colocou as mãos nos bolsos da calça e deu de ombros. — Tivemos que agir rápido e esse tipo de coisa só se esconde com outro maior. — explicou.

— E quanto à moça? SinB? — perguntou. — Já a consultaram sobre tudo isso? É um absurdo!

— Ela está ciente. É mais por ela do que por você.

— E ninguém achou por um segundo, que seria interessante ME INFORMAR SOBRE ISSO? — estava gritando de novo.

— Por favor, acalme-se. — pediu o manager sem se alterar. A calma dele deixava Taehyung ainda mais nervoso.

— ACALMAR? EU...

— Vai precisar confiar em mim. — interrompeu o outro. — Não vou deixar a Lola desamparada.

— VOCÊ JÁ DEIXOU QUANDO ELA FOI DEMITIDA! — gritou de novo. O outro fechou os olhos, frustrado. — Não tive tempo nem de tentar conversar com ela! — "não pude nem me despedir...", pensou triste. — Eu vou falar com ela, saia da minha frente, hyung. — apoiou a mão no ombro do outro e fez menção de sair, mas o mais velho o segurou no lugar com força.

— Não posso deixar, Taehyung-ssi.

— ME SOLTA!

— TAEHYUNG-SSI! — gritou finalmente.

— EU PRECISO FALAR COM ELA, HYUNG! PRECISO EXPLICAR QUE É ESTRATÉGIA, QUE PODEMOS CONTINUAR E...

— Não podem. Não podem continuar, Taehyung.

— Por favor, hyung! — implorou, os olhos cheios de lágrimas. Sanghyun o abraçou apertado, com medo dele se desvencilhar e cumprir a ameaça de ir atrás da estilista. Mas Taehyung não tinha mais força para resistir. Tudo o que fez foi chorar contra o ombro do empresário, como o menino-homem que era.

— Não é justo! Não é justo, hyung! — murmurou.

Sentiu as lágrimas ao voltar ao presente e encarar o caderno com as palavras relacionadas ao seu sonho. Pegou o celular por hábito e abriu a janela de conversa com Lola. Ela não tinha respondido nenhuma de suas mensagens. Nem as daquele dia, muito menos as mais recentes. Tudo o que ele tinha eram memórias. E aos poucos elas começavam a se dissipar, como o perfume dela.

***

— Vai ficar se lamentando para sempre? — ouviu a voz de Julia da porta, mas não a encarou. Estava ocupada encarando a tela do celular, mostrando a última conversa dela com Taehyung, muitos dias antes daquele. Soltou um suspiro e abraçou os próprios joelhos, fechando os olhos.

— Não sei o que fazer... — ouviu-se dizer.

Nunca havia sido dependente de homem nenhum e sempre teve orgulho de dizer isso em voz alta. Agora não conseguia pensar no que fazer primeiro, sentindo-se levemente sem rumo. Sempre soube que seu conto-de-fadas com Taehyung não seria para sempre. Tinha os pés no chão o suficiente para isso. No entanto, seu relacionamento com o idol era tão orgânico, tão natural, que se acostumou com a presença dele em tudo o que fazia, seja fisicamente, seja por mensagens e ligações. Agora não tinha coragem de responder nenhuma das mensagens que ele lhe enviava desde o dia que deixou a empresa. Não conseguia desenhar, porque se acostumou a usá-lo como modelo - já o fazia antes mesmo de ser contratada - e agora estava proibida por conta de um contrato que entendia apenas superficialmente. Soltou um suspiro e se aconchegou mais em si mesma ao sentir o colchão se mover, indicando que Julia tinha cansado de ficar à porta e havia se aproximado. Sentiu as mãos leves da melhor amiga nas costas e suspirou de novo.

— Eu odeio te ver assim. — falou suspirando também. — O que pensa em fazer? — perguntou passando a mão de leve no cabelo cheio de Lola.

— Não sei... sinceramente, não sei.

— E o ateliê? Vai continuar com o plano? — perguntou. Viu o celular na cama e discretamente o tirou do campo de visão da amiga. Ficar remoendo não ia ajudar em nada.

— Não sei... estava investindo nele com o que recebia na Big Hit. Sem emprego fica difícil investir. Preciso do dinheiro...

— Eu posso t-

— Se você disser que vai me dar o dinheiro eu largo tudo e volto para o Brasil. — falou antes da maquiadora terminar. — Eu sei quanto ganha, Kim Ji Hu, sei que não é fácil para você também. — completou num tom mais ameno.

— Mas você é minha unnie*, não me custa nada te ajudar. — protestou.

— Custa dinheiro. E eu já vou ficar devendo o aluguel desse mês.

— Não vai. Já foi pago. — Julia deixou escapar. — Mas isso não responde à minha pergunta. O que vai fazer? — tentou desconversar.

— Como assim já foi pago? — Lola a encarava finalmente. Desconfiada. — Como pagou? Com que dinheiro? — Não tinha ouvido nada do que Julia havia dito depois.

— Vou conseguir uma entrevista de emprego nova para você. Conheço algumas pessoas em outras empresas que estão me devendo uma. — Julia falou. Era como se Lola não tivesse dito nada.

A coreana colocou o celular na mesa de cabeceira e saiu do quarto, ainda sem responder as questões da outra. Esperava que, com isso, Lola finalmente saísse e começasse a agir. Foi para a cozinha e começou a abrir os armários e a fazer barulho. Quando a brasileira se juntou a ela, dois minutos depois, Julia já tinha leite condensado, manteiga e chocolate em pó sobre a bancada.

— Depois de um tempo eu acabei aprendendo. — falou sorrindo. — Me ajuda?

— Você não me respondeu, Ju.

— Nem vou responder. Você já sabe a resposta. — Julia virou as costas e começou a se organizar para preparar o brigadeiro. Não queria ter contado que já haviam pago todos os aluguéis dela em segredo. Mas também não achava justo ela não saber.

— Quem foi?

— O que?

— Que pagou. Não se faça de sonsa, quem foi que pagou, Julia?

Julia colocou o leite condensado, uma colher de manteiga e uma de cacau e ligou o fogo como se não tivesse ouvido nada.

— Precisa de mais cacau.

— O que?

— Falta cacau. É mais do que uma colher... dá aqui que eu faço, vai. — Lola encostou o ombro no de Julia e a empurrou de leve para o lado, corrigindo a receita que fazia até de olhos fechados.

Julia sorriu e se afastou até encostar em um espaço vazio da bancada. Com um salto ágil, que Lola atribuía ao namoro com Jungkook, a moça sentou na bancada e deixou as pernas balançando.

— Nada como alguém com experiência para uma tarefa tão importante. — falou apoiando as mãos sob as coxas e balançando-as como se fosse uma criança vendo a mãe cozinhar.

A bancada onde ela estava sentada era bem simples e servia muito bem às duas. Havia uma pia simples no canto esquerdo, com uma torneira alta que se soltava e virava uma mangueira curta. "Torneira de rico", como dizia Lola. Ao lado dela um cooktop de quatro bocas, onde a brasileira fazia o brigadeiro, e depois um amplo espaço com um suporte para xícaras, um organizador de temperos e um pote de biscoito de polvilho que Lola fazia questão de importar todo mês. Julia se serviu de um biscoito e ficou assistindo a amiga apoiando um pé na outra perna, formando um quatro desengonçado enquanto mexia o brigadeiro e o cheiro do doce começava a inundar o pequeno apartamento.

— Por que deixou que pagassem? — Lola perguntou depois de algum tempo naquele silêncio confortável. De alguma forma, o cheiro do brigadeiro havia feito com que se acalmasse e pensasse mais em si por alguns minutos.

— Porque eles são ricos e eu não. — Julia respondeu com simplicidade, se servindo de outro biscoito. — E porque eu não quero perder a melhor roommate que consegui em anos, assim, do nada. — completou.

— Devia ter me consultado. — resmungou Lola mexendo o brigadeiro furiosamente, como se fosse dissolver todos os seus problemas no leite condensado.

— Para você soltar todo o seu orgulho e dizer não? — desafiou a outra. — Não, obrigada. Não tenho problema nenhum em deixá-los pagarem suas contas. Não deveriam ter te demitido para começo de conversa, e acho que eles concordam comigo.

— "Eles"...?

— Sim, os meninos. Foram eles que pagaram. Cada um ficou com uma parte. Eles gostam muito de você, Lola. — contou finalmente.

— Por que não impediram, então? Metade da empresa é deles... — tentou argumentar sentindo que em breve não conseguiria mais bancar a forte. Já começava a sentir falta de todos eles, também.

— Porque é mais complicado do que ser o dono e bancar o chaebol**. — apesar deles realmente serem donos de uma parte da empresa, ainda não tinham plenos poderes. Tinham mais liberdade que a maioria dos idols, verdade, mas isso se limitava apenas às escolhas que faziam com relação ao trabalho do BTS, não ao resto da empresa ou o que era exposto na mídia. Mas ela não tinha ideia de como faria para explicar isso para uma estrangeira. Hierarquia, deveres e obrigações tradicionais nunca foi um assunto fácil de explicar, principalmente porque Lola sempre questionava mais do que o necessário, na opinião de Julia, mas não tinha intenção - e nem iria - começar esse tipo de discussão com ela. Sustentou o silêncio que se instaurou entre as duas na cozinha, com medo de não ter escolha.

— Mesmo assim... — começou Lola. — Devia ter me falado. Eu tenho mesmo meu orgulho. Não gosto de ter que pedir ajuda.

— Mas tecnicamente você não pediu. — argumentou Julia. Lola a encarou irritada. — Não pediu mesmo! Não é mentira.

— Você me entendeu!

— Entendi. E simplifiquei. Você não pediu. Eu não pedi. Pagaram porque quiseram. Mesmo que eu quisesse impedir. — fez uma pausa. — O que eu não quis, vamos deixar bem destacado aqui. — fez outra pausa. — Eu não teria conseguido. Só soube porque o proprietário me mandou uma mensagem agradecendo pelos adiantamentos. Estamos livres dessa dívida até o final do ano que vem.

— O que? — Lola parou de mexer o brigadeiro. — Eles pagaram dois anos de aluguel?!

— Sim. E não consultaram ninguém. Simplesmente pagaram. — deu de ombros. — Você não precisa fazer um escândalo sobre isso. Já foi feito. Não tem como voltar atrás. Receba, aceite, agradeça. Não era esse seu mantra novo? — debochou. — Vai demorar muito esse negócio? — indicou o brigadeiro com a cabeça, fazendo Lola perder o equilíbrio porque ficou muito tempo sem mexer o doce, e tinha que se apressar para não correr o risco de queimar tudo.

— Pega uma vasilha, já tá quase pronto. — pediu.

— Ah não, vamos comer na panela. Como na primeira vez que me fez comer isso. — sugeriu Julia descendo da bancada com um pulo exagerado e sorrindo antes de abraçar a amiga. — Depois disso, vamos pensar juntas no que vai fazer. Ok?

— Não sei, Ju...

— Eu cansei de te ver presa no quarto, hora de se mexer Paola-ssi! — soltou a amiga e fez um bico.

— Por favor, não faça...

— Não me obrigue.

Encararam-se por um longo minuto, Lola com medo de Julia começar a fazer a famosa manha coreana (também conhecida como aegyo***) apenas porque sabia que ela odiava. Caíram na risada juntas.

— Cadê a colher? Será que eu tenho que fazer tudo nesse lugar? — levou a panela para a minúscula mesa de jantar que tinham do outro lado da bancada e agradeceu silenciosamente pelo esforço de Júlia. Realmente, já era hora de começar a se mover. 


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VOCABULÁRIO:

*Unnie (언니): Mulheres falam para mulheres mais velhas.

** Chaebol: conglomerados milionários de empresas. Diz-se chaebol aquele que herda o conglomerado, ou seja, milionário. 

*** Aegyo: basicamente fazer cara de fofinho. Exemplo:


Nota da autora: ta ganhando forma...

 espero que gostem. :*

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