Era meia noite, o clima estava ameno, uma leve neblina cobria a rua. Um homem corria desesperadamente, olhando para trás a cada segundo que se passava, sua respiração ofegante e olhos arregalados demonstravam intenso medo.
Quando olhou para frente novamente, algo o acertou na cabeça, ele caiu no chão sem entender nada. Ao olhar para cima, viu uma bengala, e em seguida o homem que a segurava, o homem assutado congelou de medo, ao ver aquela figura misteriosa.
Sua postura exala confiança e elegância. Com seus sapatos negros, ele faz o mínimo de barulho possível, sendo ouvido apenas o bater de sua bengala escura e bem polida. Sua calça negra é marcada por estar sempre bem passada e limpa. Seu terno negro destaca-se pelo uso de uma bela gravata vermelho vinho com detalhes dourados, que fazem companhia ao seu colete azul cobalto meramente brilhante.
suas mãos são escondidas por luvas de couro finas, de fácil manuseio. Seu cabelo é escondido por um chapéu escuro, onde é possível enxergar uma pena de corvo grudada. Seu rosto, é coberto pela máscara de bico de corvo, comum na época medieval, usada pelos médicos da pestilencia. os visores brilham em um vermelho sangue intenso, escondendo sua expressão. Sua voz, aveludada e confiante, transpassa medo e desprezo, junto a superioridade e narcisismo.
-Não Há porque fugir, isso torna apenas mais difícil sua captura.
O homem assustado levanta rapidamente, gritando "suma corvo!" e tenta correr, mas o homem misterioso suspira, e uma corrente envolve o pescoço do homem antes que ele tomasse uma grande distância, caindo no chão novamente.
-Aproxime-se.
Relutante, ele se aproximou do homem com a máscara de corvo. Uma fumaça negra os envolveu, e em instantes estavam em uma sala cheia de pessoas presas. Algumas gritavam, outras, pareciam mortas, a maioria estava sangrando, e muitas faltavam partes do corpo.
O homem tentava gritar, mas sempre que fazia isso, a corrente apertava em seu pescoço. Ele se sentiu obrigado a olhar para a figura misteriosa a sua frente, aquela máscara, aquela maldita máscara o transformava em um ser sem expressão, o que aumentava o medo.
-Roubo a mão armada, furto, sequestro, estupro....pedofilia, assassinato e incesto, muitos crimes pra uma pessoa só não acha?-perguntou o homem misterioso
Mas antes que o acusado pudesse balbuciar alguma resposta, ele puxou a corrente, que apertou mais ainda.
-Eu não mandei dizer uma única palavra. Enfim, continuando... Mesmo com todos esses crimes, sua prisão durou apenas 1 ano certo? Não não, isso com certeza não é uma pena alta para esses desvios de caráter que vi aqui.
O homem obriga o acusado a se levantar, e o joga em uma cadeira vazia, coberta de sangue seco. Ele o prende firmemente com várias correntes enferrujadas que estavam jogadas por ali, a corrente em seu pescoço começa a se desfazer, e o ladrão se sente ironicamente mais livre, mesmo estando preso.
-POR FAVOR, ME DEI-
Sua frase é interrompida, quando o misterioso homem de terno segura sua boca com força.
-Eu. Não. Permiti. Que. Falasse.

Aquela voz não era normal, o assassino se via tremendo, isolado de tudo, com um medo irracional. Aquele homem iria mata-lo! Mas quanto tempo demoraria? Vendo as pessoas daquela forma, quanto tempo ele aguentaria aquela tortura? E como aquele ser, esse... corvo, conseguia ficar naquela sala fedendo a carne podre e a sangue seco sem sentir náuseas, o que aconteceria?
O homem aproveitou seus últimos segundos de silêncio, pois após algum tempo, o corvo se aproximou, se gerando uma serra de mão.