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Capítulo Um.

Capítulo 1

•Eis um pequeno Fato•

Você vai morrer.

Saio do carro e pego tudo que tenho e o largo dois quilômetros depois da placa a qual indicava que cheguei á Los Angeles.Começo a andar até chegar em um bar, dentro do recinto esbarro-me em um ser de músculos.
- Foi mal garotinha. - não perco meu tempo olhando pra ele. Vou até o balcão e chamo a atenção do barman.
- Você tem idade para estar aqui? - é a primeira coisa que ele fala assim que coloca os olhos em mim.
- Tenho 22 anos, eu queria saber se você tem um telefone aqui e o número de um táxi. - ele me olha desconfiado. - Eu me perdi de alguns amigos, o que custa me ajudar? - ele se vira anda até os fundos e quando volta está com um cartão na mão.
- Usa o telefone dos fundos, garota. - saio correndo de lá e vou para os fundos do bar. Tinha um telefone com uma aparência meio caída mas o uso bem, o táxi chega em trintas minutos.

- Para onde moça? - me encosto no banco e conto meu dinheiro, tenho exatamente 300 dólares.
- Longe... Longe.
- O endereço menina.
- Me desculpa moço, você conhece algum hotel barato ?
- Sim moça. - encosto a cabeça na janela e fecho os olhos e tento descansar.
Sou acordada pelo motorista me chamando.
- Olha garota deu 100 dólares espero que você tenha esse dinheiro. - olho pra ele meio desnorteada, pego uma nota de cem no bolso, entrego pra ele e saio do carro.

Eu estou de frente para o que qualquer pessoa chamaria de casa abandonada, respiro fundo, encaro a minha realidade e entro no hotel. Ele fede a mofo e a podridão, o hotel devia ter uns cem anos.
- Ele já foi um belo hotel minha jovem. - um senhor vestido de preto com uma gravata verde fala aparecendo do nada. - Me desculpe se a assustei, não foi minha intenção.
- Tudo bem... tem quartos disponíveis? - ele caminha para atrás do balcão de madeira velho e abre um livro de capa vermelha.
- Você está com sorte mocinha, de quinze quartos, quatorze estão disponíveis. - ele se vira e pega uma chave e me entrega. - Quarto número 2, está de acordo?.
- Sim, mas quanto é a diária, eu não tenho muito dinheiro. - ele olha pra mim como se eu tivesse o ofendido.
- Acho que não é muito, apenas 50 dólares, tudo bem para senhorita?
- Sim... Está tudo bem pra mim. - vou até a porta do elevador e aperto o botão e nada dele abrir.
- Não funciona, tem que usar as escadas. - olho para trás, por que ele não falou antes?. Subo as escadas até o segundo andar e paro de frente para a porta de número 2. Sinceramente o cheiro desse lugar me embrulha o estômago, abro a porta que faz um barulho estrondoso o quarto é pequeno, o ambiente não é tão acolhedor talvez um cenário de crime.

Ponho a sacola de papel cama e vou ao banheiro que consegue ser menor que o quarto, mas tem uma banheira - pequena - mas é uma banheira. Decido tomar um banho e a encho e coloco um pouco de sabonete líquido na água, tiro minha roupa e olho no micro espelho acima da pia.
- Eu estou um treco. - entro na banheira, relaxo o corpo e fecho os olhos. Eu tenho que achar uma maneira de recuperar meus documentos, mas como? Posso falar que fui roubada. Depois de quarenta minutos saio da banheira e me enrolo em uma toalha branca que cheira a sabão em pó, me deito de toalha na cama e respiro fundo.
- Minha vida é definitivamente uma droga.
Assim que me visto saio do quarto e esbarro em alguém muito alto.
- Desculpe, senhorita. - olho para dois pares de olhos azuis escuros me encarando com um sorriso angelical.
- Eu sou muito desastrada, me perdoe. - estou com vergonha, isso é nítido. Eu me sinto tão pequena perto dele, que chega ser humilhante o meu tamanho.
- Você está indo comer? - ele pergunta. - Sabe, isso pode ser uma espelunca, mas a cozinheira é maravilhosa. - ele tem razão, isso é uma espelunca.
- Você tem razão...isso é uma espelunca, bom já está tarde e eu ia mesmo procurar algum lugar pra comer.

Fomos juntos para uma área do hotel, que não fazia jus à ele, era um jardim muito bonito e bem cuidado, acho que se a entrada do hotel fosse essa eles teriam muito mais hóspedes. Havia apenas quatro mesas todas com duas cadeiras cada, e tinha uma iluminação fantástica, como em um filme de fantasia.
- É lindo aqui. - comentei baixinho.
- É... Diferente do resto do hotel. - rimos do seu comentário e nos sentamos na primeira mesa.
- Jovem Axel, e a senhorita de mais cedo. Que bom que irão jantar aqui, Trudy fez algo especial hoje. Irei trazer para vocês. - o moço sai e o silêncio se estende.
- Como disse que era seu nome mesmo?- ele profere me fazendo olhar diretamente para ele.
- Não disse. Meu nome é... - esse é o único momento em que eu penso para responder uma pergunta tão comum. Preciso apagar o meu passado. - Aurora. - sinto o peso dessa mentira me atingir com força na consciência e me culpo por isso, mas o estrago já foi feito.
- Aurora de que? - ele só pode está brincando comigo. O que eu respondo, penso no meu sobrenome Oberlin, não posso usar ele. Penso na mulher que ia uma vez por semana limpar a casa do Jaspher, era Lucinda Carlan. Isso Aurora Carlan.
- Carlan, Aurora Carlan. O seu é Alex?
- Axel Villani D'Angelo. Prazer Aurora Carlan. - ele abre um sorriso extremamente sexy e ao mesmo tempo fofo.
- Prazer Axel Villani D'Angelo. - ele me olha estranho. - Não me olhe assim.
- Por que?
- Porquê, eu não sei o que significa. - seu sorriso aumentou, ele tem um belo sorriso isso é fato.
- Me desculpe, não quis deixar a senhorita desconfortável. - ele fala olhando para as próprias mãos. - Olha nossa comida, estou faminto.

Depois de comermos, ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, Axel me parece ser uma boa pessoa. Tudo que eu sei dele é que ele é de Liverpool e está em Los Angeles à trabalho, está aqui já tem três semanas, ele me parece bem discreto a respeito de sua vida e eu agradeço porque ele mal fez perguntas pessoais. Me deito na cama, uma sensação de angústia me assola... a culpa insiste em me afundar para o abismo perverso do meu passado.

Durmo com lembranças de uma vida a qual não pedi para ter...

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