Capítulo Oito.
Capítulo 8
•Nossa moral está podre•
Audrey
Acordo com certa dificuldade de respirar, as imagens ainda frescas em meus pensamentos me impedem de voltar a dormir, me levanto e sem fazer movimentos bruscos visto meu casaco e saio em silêncio do quarto.
Já do lado de fora me sento nos degraus da entrada, abraço meus joelhos e não consigo mais conter a vontade de chorar. O vento da noite corta minha pele e seca minhas lágrimas. Me sinto fraca, perdida - acho que sempre estive. Estou me apegando aos poucos à um sociopata disfuncional.
— O que faz aqui fora? - viro bruscamente para trás e lá está ele de pé com a cara de sono. — Quer companhia?
— Você tem sido minha única companhia nesses últimos dias James. E eu acho que isso está fazendo mal para mim. - James se senta um degrau acima do meu.
— E por que diz isso? - parece haver uma incógnita em sua mente, seu semblante transmite urgência e essa é a primeira vez que eu consigo decifrá-lo tão rapidamente.
— Porque não posso gostar de você James. Somos pessoas com problemas, não podemos viver como se não houvesse nada errado acontecendo aqui. É doentio. - James tira do bolso um maço de cigarro e pega um, o observo a dá a primeira tragada e solta a fumaça para longe.
— Somos amigos né, não vejo problema nisso. - ele ignorou totalmente o que eu disse. — Sabe...você ontem no assalto foi incrível, uma boa parceira. Somos bons juntos. - olho para James e ele está sorrindo, bom se é que isso é um sorriso.
— É, somos... Mas você quase levou um tiro. - James se levanta e estende a mão pra mim.
— Vamos entra logo. - pego em sua mão e ele me puxa como se eu fosse uma folha e foi tudo tão rápido que não consegui nem pensar, nossos lábios estão juntos novamente e meu corpo parece amar isso, nosso beijo é como se um necessitasse do outro, seu corpo é tão quente, James me levanta e sem nos separamos ouço o barulho a porta sendo fechada, ele me coloca novamente no chão.
— Viu, somos bons juntos. - ele diz dando as costas pra mim, me deixando completamente sozinha, confusa e perplexa diante do que acabará de ocorrer.
Me deito no sofá e me cubro com uma manta azul meio desbotada. Me sinto tão leve que o sono simples me abraça.
Estamos comendo em silêncio absoluto, ele não olhou para mim em momento nenhum e eu me pergunto por que disso?
— Não vai dizer nada? - falo em esperança de receber uma boa resposta.
— Sobre? - o tom de voz dele é tranquilo então ele está normal, aparentemente.
— Não sei, talvez sobre você ter me beijando? - me levanto para ir colocar meu prato na pia.
— Foi só um beijo Audrey, relaxa. Bom... tenho um convite para fazer. Tenho um trabalho para fazer, eu poderia fazer sozinho, porém não quero.- Me junto a ele novamente e permaneço em silêncio. — É um homem, 40 anos. Parece que alguém não gosta dele.
— E onde eu entro?
— Que bom que perguntou. Ele é um pedófilo. Eu não faço justiça, pelo contrário, mas a grana é boa e você meu amor não aparenta ter 22 anos de idade.
— Isso é nojento... Mas estamos falando de quanto? - James me olhou com malícia, eu percebi estava nítido em seus olhos que ele me queria.
— 8.000 dólares, não é tanto. Mas é dinheiro. - ele se retirar da cozinha. Bom eu não tenho tantas opções, estou em uma situação não muito boa com a polícia.
— Estou dentro. - grito para que ele me escute bem, logo em seguida ele desce as escadas em uma velocidade impressionante. — Eu te ajudo a matá-lo.
— Agradeço. - ele estende as mãos em minha direção. — Vamos fazer umas compras.
Entramos dentro de uma loja infantil, e eu me pergunto por que a loja tem um cheiro tão bom, é como abraçar um bebê. A loja é bem organizada e tem uma decoração meiga.
— Então... Você tem filhos? - pergunto mexendo em algumas roupinhas rosas.
— Não vou responder isso. Aqui tem uma parte para adolescentes.
— Um pouco estranho você saber isso. Vem muito aqui ? - ele anda na minha frente guiando o caminho para uma outra parte da loja. — Essas roupas não vão servir em mim, eu sou uma mulher adulta.
— Fica quieta! - uma mulher se aproxima da gente com um sorriso enorme, ela aparenta estar entre seus 29,30 anos.
— Olá, já foram atendidos? - a voz dela me dá arrepios e não é dos bons.
— Ainda não. Estamos precisando de saias.
— Ela é sua irmã mais nova? - eu escuto aquilo e me questiono, quantos anos ela pensa que ele tem?
— Sim, ela tem 17. Tem algo aqui para essa idade?
— Isso é sério? - falo olhando para ele que simplesmente me ignorou como se eu fosse uma criança.
— Sim, por favor me acompanhem. Temos vestidos, saias e algumas blusas, fiquem à vontade. Qualquer coisa me chamem, meu nome é Irene.
— Você é ridículo!
— E eu ainda posso matar você, escolhe uma saia e uma blusa. - James se senta em uma cadeira perto do provador.
— Você não é capaz de passar um dia sem fazer ameaças contra minha vida? - James abre um sorriso de tirar o fôlego.
— Não. Por favor não me irrite. Eu preciso de você inteira hoje. - pego uma saia de tecido molinho florido e uma blusa de manga comprida azul.
— Pronto! - nós vamos até o caixa e ele paga a compra. Já fora da loja eu vejo uma criança correndo no meio das pessoas que andam na calçada, a menina corre atrás de um lenço vermelho e uma mulher corre atrás da menina de cabelos loiros.
— Um dia talvez... - eu sussurro para mim mesma.
— Hoje à noite é crucial que você faça tudo corretamente, sem erros. - James profere me fazendo voltar a realidade. — E pode ficar tranquila, eu irei matá-lo antes que ele tente algo sério com você.
— Então você se importa comigo? - ele desvia os olhos dos meus.
— Não. Que pergunta estúpida Audrey. - eu gosto quando ele me chama pelo meu nome, eu não sei é algo diferente.
— Eu sei, você é incapaz de sentir essas coisas mundanas. - eu ando na sua frente um pouco mais rápido.
— Chegamos. - falo abrindo a porta e indo direto para o quarto.
Estou deitada ao lado de James, acabamos de repassar o plano mais uma vez e mais uma vez eu odiei ele. A respiração de James é calma, e a minha quase não sai. Estou pensando em como tudo irá acontecer, eu vou ver um corpo morto novamente...o sangue e o medo nos olhos do morto. Lembranças tomam conta dos meus pensamentos e me fazem querer gritar, me esconder e fugir para longe.
— James?
— O que? - sua voz é calma e baixa.
— Eu estou pensando sobre...
— Não pense. - ele me interrompi, sinto o braço de James passar por cima da minha cabeça. — Você já matou uma vez. - me sento na cama e James se senta também ele me olha sério. Coloco minha mão em seu rosto incrivelmente quente.
— Você parece ser uma pessoa feliz, mas por dentro sua alma clama por morte e isso está lhe corroendo por dentro e se expelindo aos poucos, para poder realizar seus anseios. Eu sei que você passou por coisas amargas e eu também passei, por isso peço que confie em mim esta noite. - James fala como se me enxergasse por dentro e visse o horror que há dentro de mim.
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