V. 𝑷𝒓𝒆𝒍𝒖𝒅𝒆
Queridos leitores, ah, mas o que será de dois corações tão inflamados pelo orgulho e pela paixão? O Sr. Bridgerton, num raro momento de vulnerabilidade, admitiu que talvez fosse melhor deixar Srta. Avarniti como uma memória. Porém, a reação fria da jovem grega sugere que essa história está longe de terminar.
Enquanto os dois se afastavam, cada um imerso em seus próprios pensamentos e emoções, a sociedade apenas pode se perguntar: será este o fim de um romance antes mesmo de começar? Ou é apenas o prelúdio de uma história ainda mais complexa e arrebatadora?
CRÓNICAS DA SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN
15 de setembro de 1815.
CONFORME O JANTAR avançava, Camélia começava a se sentir desconcertada com a maneira como suas tentativas de provocar eram recebidas com riso e apreciação. Ela nunca tinha encontrado uma família tão resiliente e, ao mesmo tempo, tão disposta a aceitar desafios.
—– É incrível, mãe. — comentou Gregory, o irmão mais novo dos Bridgerton, com um brilho malicioso nos olhos. — A senhorita Avarniti tem um talento especial para transformar uma conversa trivial em algo... memorável.
Camélia lançou um olhar de advertência para Gregory, mas o jovem apenas sorriu mais amplamente.
—– Pois bem, senhor Bridgerton. — disse ela, voltando-se para Benedict com um olhar calculado. — E quanto ao seu trabalho? O senhor tem algum projeto atual que possa compartilhar?
Benedict, que até então estava observando Camélia com um misto de curiosidade e irritação, endireitou-se na cadeira.
—– Estou trabalhando em uma série de retratos, na verdade. — respondeu ele, a voz firme, mas educada. —— Tenho buscado capturar a essência das pessoas através de um olhar mais profundo. Talvez, se tiver interesse, eu possa lhe mostrar alguns deles.
Camélia arqueou uma sobrancelha, intrigada. A ideia de ver o trabalho de Benedict, além das camadas de provocação, começava a lhe parecer atraente.
—– Seria um prazer, Sr. Bridgerton. — disse ela, suavizando o tom. —— Tenho certeza de que sua arte é... reveladora.
Benedict inclinou a cabeça, surpreso pela resposta menos agressiva, mas aceitou o desafio. Os olhos de Camélia encontraram os de Benedict e, por um breve momento, havia mais do que antagonismo entre eles.
—— É verdade que a Srta. está sendo cortejada pelo príncipe? — Hyacinth, a Bridgerton mais nova perguntou.
Dália que até então estava estranhamente quieta em seu lugar engasgou com sua limonada, chamando a atenção de seu gêmeo que estava ao seu lado e dos pais.
—— Tudo bem querida? — A arquiduquesa pergunta.
—— Me desculpem. — Dália sorriu. Arrancando um olhar questionador da irmã mais velha.
Benedict também estava atento a reação da família, em busca de uma resposta à pergunta de sua irmã mais nova.
—— Isso não é verdade. — Camélia responde simplesmente e sorri.
Violet inclinou os olhos, atenta a interação. Benedict havia informado da sua busca por uma esposa apenas aos irmãos, ela ainda não havia tornado sua busca algo "público".
Quando a sobremesa foi servida, uma deliciosa torta de frutas, a tensão da sala tinha se transformado em uma espécie de camaradagem estranha. As risadas eram mais frequentes, as provocações menos afiadas.
—– Está sendo uma noite muito agradável. — disse Violet, levantando sua taça em um brinde.
Benedict, por sua vez, observava Camélia com renovado interesse. Havia algo nela que ele ainda não conseguia decifrar, mas estava determinado a descobrir. Talvez a voz suave, que tanto reverberou por seus pensamentos naquele mês que se passou, sua mente fervilhava com a mera possibilidade.
Após o jantar, os convidados foram conduzidos ao salão para o café. A conversa fluía mais livremente, com risos. Camélia encontrou-se ao lado de Eloise, que parecia genuinamente interessada em saber mais sobre ela.
—– Deve ser fascinante viver em um lugar com tanta história e cultura. — disse Eloise, os olhos brilhando de curiosidade.
—– É, de fato, um lugar cheio de maravilhas. — respondeu Camélia, sorrindo. — Mas Londres tem seu próprio charme, não é?
—— Especialmente quando se tem uma família como a nossa para tornar tudo mais interessante.
Enquanto isso, Benedict se aproximou de Camélia, aproveitando a distração dos outros para continuar sua conversa.
—– Então, senhorita Avarniti, ainda gostaria de ver meus retratos? — perguntou ele, com um sorriso desafiador.
Camélia encontrou seu olhar, sentindo um misto de excitação e apreensão. Notando que ninguém os observava, ela aceitou o pedido do homem.
—– Claro, senhor Bridgerton. Acho que seria uma experiência... reveladora. — respondeu ela, repetindo suas próprias palavras anteriores.
—– Ótimo. — disse Benedict, indicando um pequeno estúdio ao lado do salão. — Se me acompanhar, ficarei feliz em mostrar-lhe.
Eloise negou com a cabeça, fingindo que não havia visto aquilo.
Camélia seguiu Benedict até o estúdio, sentindo o coração bater mais rápido a cada passo. Ao entrarem, ela foi imediatamente capturada pela beleza das pinturas que adornavam as paredes. Cada retrato parecia capturar a essência da pessoa retratada, mostrando uma profundidade e emoção surpreendentes.
—– Estes são incríveis, Benedict. — disse ela, usando seu primeiro nome pela primeira vez naquela noite e Benedict teve certeza de que acabara de achar a dona da máscara de baile que ainda estava em seu quarto. —— Você realmente tem um talento extraordinário.
—– Obrigado, Camélia. — respondeu ele, sorrindo. — Estou especialmente orgulhoso deste aqui. — disse, apontando para um retrato de uma mulher mascarada, seu rosto parcialmente escondido, mas seus olhos brilhando com uma intensidade inconfundível.
Camélia ficou imóvel, reconhecendo-se instantaneamente na pintura. Seu coração acelerou, e ela virou-se para Benedict, que a observava atentamente.
—– Eu sabia que era você. — disse ele, suavemente. —— Desde o momento em que nos encontramos esta noite, algo em seus olhos me pareceu familiar.
Camélia sentiu-se desarmada, incapaz de manter a fachada de indiferença.
—– Benedict, eu... — começou ela, mas ele a interrompeu, dando um passo à frente.
—– Não precisa explicar. — disse ele, segurando seu braço. —— Só quero saber por que você desapareceu naquela noite. Por que não disse quem era? Por que não me permitiu me apresentar em nosso primeiro baile?
Camélia puxou suas mãos de volta, dando um passo para trás. Seu rosto endureceu, a franqueza de Benedict a pegando de surpresa.
—– Porque não era da sua conta. — retrucou ela, com uma frieza inesperada. —— Eu tinha meus motivos para não querer ser encontrada.
Benedict franziu a testa, sentindo-se ferido pela rejeição abrupta.
—– Não era da minha conta? — repetiu ele, incrédulo. —— Eu passei semanas procurando por você, obcecado por aquela noite. E agora você está me dizendo que simplesmente não queria ser encontrada?
—– Sim, é exatamente isso que estou dizendo. — disse Camélia, cruzando os braços defensivamente. —— Você acha que tudo gira ao seu redor, Benedict? Que todos devem se curvar aos seus caprichos? Eu não conheço o Sr. e o Sr. certamente não me conhece.
Benedict sentiu a raiva crescer dentro de si. Ele tinha se preocupado tanto, e agora ela o tratava como se seus sentimentos não tivessem importância.
—— Não me parecia uma mulher que se esconde atrás de máscaras e provocações? Que joga com os sentimentos dos outros?
—– E você, Benedict? — retorquiu ela, os olhos brilhando de raiva. —— Um homem que pensa que pode ter tudo o que quer só porque é um Bridgerton? Você é tão cego quanto os outros homens dessa sociedade, achando que pode controlar tudo e todos ao seu redor.
Os dois ficaram em silêncio por um momento, respirando pesadamente. A tensão no ar era palpável, cada um sentindo o impacto das palavras do outro.
—– Talvez tenha sido um erro trazer você aqui. — disse Benedict finalmente, a voz mais baixa, mas ainda carregada de emoção. —— Talvez eu devesse ter deixado você como uma memória daquela noite.
Camélia sentiu um aperto, mas não deixou transparecer. Endireitou-se, mantendo a postura firme.
—– Talvez tenha sido, Sr. Bridgerton. — respondeu ela, fria. —— Talvez fosse melhor para ambos se esquecêssemos aquela noite e seguíssemos em frente.
Benedict olhou para ela por um longo momento, então deu um passo atrás, indicando a porta do estúdio.
—– Boa noite, Camélia. — disse ele, a voz carregada de decepção.
Com um último olhar para Benedict, ela virou-se e saiu do estúdio, deixando-o sozinho com seus sentimentos conflitantes. Benedict, por outro lado, ficou no estúdio, olhando para o retrato da mulher mascarada. Ele sentia uma mistura de frustração e tristeza.
——🦋⃟Peço perdão desde já por qualquer erro ortográfico. Eu tento revisar mas sempre acaba passando um ou outro despercebido. Caso os achem, me avisem para para que eu possa consertar-los.
——🦋⃟Não se esqueçam de deixarem seus votos e opiniões sobre o capítulo, eu amo ler os comentários.
——🦋⃟Bjs da Thay ♡
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro