Prólogo
A vida de Estela não diferia muito de uma jovem aspirante ao sucesso. Acordava cedo todos os dias, tomava seu café, fazia seus exercícios, voltava, arrumava-se e dirigia com seu gol G4 até a sede do renomado escritório Machados Advocacia.
Era advogada júnior e de acordo com as fofocas de seu melhor amigo Bruno, a mesma estava a um passo de ser promovida para advogada plena.
Bruno sabia dessa informação não só por viver passando pelos corredores do escritório, mas também por ser filho do dono, do chefe de Estela, o charmoso Otávio Machado, um viúvo de meia idade que pagava de garotão nas redes sociais.
Ao contrário do que muitos achavam, Estela não conquistou seu lugar na empresa por conta de sua amizade com Bruno, pelo contrário, tudo o que ela havia conseguido até o momento, era graças ao seu esforço e sua perseverança desde o início da faculdade.
Bruno e Estela cursaram Direito juntos pela UFRJ e formaram como os primeiros da turma, a diferença é que Estela optou por seguir na carreira e Bruno optou por simplesmente viver como herdeiro.
Se não fosse pela maestria de Estela em dar conta de todas as demandas cíveis do escritório, Otávio já teria obrigado Bruno a assumir suas responsabilidades a mais tempo, porém, concordou em deixar o filho como assistente de sua atual melhor advogada.
- Você sabe o quanto você é louco por não querer simplesmente tomar a frente deste escritório? – Estela revirou os olhos ao ver seu amigo sentado em sua mesa.
- Deixo esse pepino para você, meu pai ama o seu trabalho e por mais que eu tenha me sobressaído na faculdade, ficar trancafiado em um escritório por 8h não é bem o meu estilo. – Bruno deu de ombros enquanto se levantava com tranquilidade.
- Deveria repensar, você faz falta no período da tarde, sabia? Esse escritório parece que vira um formigueiro. – Estela insistiu.
Bruno analisou com cautela o rosto da amiga e estudou suas feições. Em um passado não muito distante ele já havia pensado em elevar o nível da amizade com Estela, mas não o fez com medo de levar um fora e acabar ficando sem a única pessoa que ainda o ouvia quando fazia alguma merda.
- Você parece cansada. – Foi o que saiu de seus lábios.
- O que? – Estela arqueou as sobrancelhas bem definidas. – Não vem com uma pseudo terapia, estou bem.
- Você sempre diz isso quando não está, e sempre toca nesse assunto sobre ficar mais tempo no escritório quando está se sentindo sozinha. – Bruno continuou. – Posso falar com meu pai para arrumar alguém para dividir o trabalho com você, se a rotina estiver pesada demais...
- Não, não é isso! – Estela bufou. – Você precisa parar de ser tão observador.
- Então estou certo quanto a você se sentir sozinha? – Bruno se aproximou de Estela e uma pontinha de esperança aqueceu seu coração.
Se a melhor amiga estivesse precisando de um acalento, talvez seja o momento certo de propor a ela um upgrad na relação dos dois, certo?
- Sim e não. – Ela soltou o ar dos seus pulmões. – Mas de qualquer modo, vou resolver isso sozinha.
- Ah vai? – Desafiou o rapaz.
- Sim, marquei um encontro para hoje à noite no Copacabana Palace. – Ela deu de ombros.
- Uau, não me diga que voltou a usar aplicativo de namoro, você é melhor que isso, Estela! Quais são as chances de você dar certo com alguém assim? Quer dizer, você é bonita, talentosa e faz um macarrão divino, não precisa se submeter a isso, não quando os caras que usam esse tipo de aplicativo só querem saber de transar e cair fora. – Bruno tentava convencer Estela sobre o erro que ele julgava que ela estava cometendo.
A verdade é que a notícia de que a garota esteja cogitando sair com outras pessoas, o fez, novamente, achar que não haveria possibilidade alguma dos dois sequer trocarem um beijo no futuro.
- Quem escuta você falando assim nem imagina que é o que mais usa aplicativo de relacionamento. – Ela retrucou.
- É diferente... – Ele começou.
- Bruno, apenas preocupe-se em administrar os seus rolos, dos meus cuido eu, e outra coisa, você está muito incomodado para o meu gosto, está com ciúmes?
Estela tinha uma suspeita de que seu melhor amigo, de uns tempos para cá, vem demonstrado um certo incômodo com as constantes tentativas de sair com alguém que ela vinha arriscando.
Nunca havia namorado, e geralmente, a maioria dos caras com quem ela saiu só queriam cama e nada mais, e nesse ponto ela tinha que concordar com Bruno. Só não lhe passava na mente que talvez pudesse se interessar pelo amigo de anos.
Bruno era como um irmão para Estela. Bonito, atraente, educado, porém não fazia seu tipo. Na verdade, nem ela sabia qual era o seu tipo.
A realidade era que Estela não sabia o que fazer da própria vida! Sempre esteve focada no trabalho, tudo se resumia em sempre mostrar o melhor, e em ser sempre a melhor.
Mal tinha tempo para si mesma, para suas amizades e até para sua família, quem dirá para um relacionamento.
Mas de fato ela se sentia sozinha, como se faltasse algo, e em cada busca frustrada em encontrar seu porto seguro, ela sempre voltava correndo para chorar nos braços de seus melhores amigos, sendo Bruno, um desses braços.
Dessa vez ela queria que fosse diferente, ela precisava que fosse diferente. Não admitiria voltar com mais uma decepção no bolso, e muito menos dar o gostinho da vitória para o amigo que a encarava neste momento.
- Vou ficar aguardando sua cara de poucos amigos amanhã, quando perceber que não encontrou o que buscava. – Bruno beijou a testa de Estela.
Aquele toque fez com que a garota fechasse os olhos e pedisse para si mesma não estragar a noite de hoje.
De algum modo ela sentia que esse encontro seria diferente de tudo o queela já viveu até hoje, tinha a sensação de que mudaria todo o contexto de suavida, só não sabia se seria para melhor ou pior, e ela desejou com todas asforças para que fosse melhor.
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Prólogo fresquinho para vocês terem um gostinho no que está por vir!
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Um beijo da tia Vick!
<3
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