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único: quando você acordar...

KANG YEOSANG NUNCA TEVE A EDUCAÇÃO QUE TODAS AS CRIANÇAS DESEJAM TER. Seus pais eram alcoólatras, e ele teve que aprender a se virar desde cedo, considerando que a sua educação dependia apenas de si mesmo. Afinal, ele temia, dia após dia, crescer e se tornar como seus pais, que só acumulavam brigas e traumas. No fundo, Yeosang queria fazer o que eles mais desejavam quando estavam completamente bêbados, gritando e se atacando.

Não é comum pais desejarem a morte de um filho. Não é comum entregarem-lhe uma arma e incentivarem a que ele a usasse contra si mesmo, ali, na frente deles. Não é normal Yeosang tirar as balas da arma, segurando o choro enquanto gritava que eles eram os piores pais do mundo. E não era normal que ele, realmente, quisesse fazer o que eles tanto pediam — só não na frente deles, e muito menos de forma tão impulsiva. Se fosse para fazer, ele preferiria um método mais eficaz, um que não lhe deixasse sobreviver como sua mãe, que seguia viva apesar de ter duas balas alojadas na cabeça, disparadas pelo próprio marido. E, ainda assim, Yeosang se perguntava como era possível continuar vivendo naquela casa.

Ele sabia a resposta, e ela era simples: ele não tinha dinheiro.

Mesmo que fossem sóbrios, mesmo que fossem bons pais, seus pais ainda seriam pobres. E o pouco que tinham não bastava para pagar metade das dívidas que deviam aos agiotas. A violência e o álcool eram um combo explosivo, mas, de certa forma, os protegiam: nenhum cobrador ousava enfrentá-los bêbados. Tinham sorte os agiotas? Talvez. Mas, se um deles viesse armado, a arma do pai de Yeosang não serviria de nada. Quem tinha as balas era o filho.

Naquela madrugada, quando seus pais capotaram na cama como pedras, Yeosang saiu. Era quase cinco da manhã, e ele, mais uma vez, não conseguia dormir por conta da insônia. Mas o que realmente o mantinha acordado era o medo de que seus pais fizessem o trabalho por ele enquanto dormia. Por isso, ele preferia dormir em algum beco na rua quando o cansaço o vencia. Era melhor do que arriscar na própria casa.

Dessa vez, ele foi até um bar. Não bebeu nada alcoólico; ele temia, mais que tudo, virar o que seus pais eram. Mas aquele lugar parecia ideal para colocar o seu plano em prática. Pediu um refrigerante, pagou com moedas e foi embora, dirigindo-se a um beco próximo à boate. Escuro, vazio. Perfeito.

Respirando fundo, tirou um pequeno saquinho do bolso. Abriu-o e despejou o conteúdo no refrigerante. Mas, enquanto fazia isso, o copo escorregou das mãos ao ouvir uma voz feminina:

— Se tiver alguém aí, desapareça. Eu tenho uma arma.

— Obrigada por estragar o meu plano! — reclamou ele, tentando pegar o refrigerante no chão. Não adiantava. Tudo tinha vazado. — Droga.

— Ninguém manda você querer fazer como todos que vêm para cá e, bem... desistem. Alguns eu acabei impedindo enquanto espero a minha vez. Na verdade, já podia ter feito, mas tem algo que está me impedindo.

— Como assim?

— Você deve estar pisando em algum bocado de sangue. Cuidado com as mãos, ou vão pensar que você me atacou.

— Eu não estou vendo nada.

— Usa a lanterna do celular.

— Não tenho celular.

— Em que mundo você vive?

— Ele quebrou.

Um silêncio pairou no beco, mas logo uma luz se acendeu. A lanterna iluminou a face de uma garota estrangeira. Ela estava no final do beco, com sangue nas mãos e no chão ao redor.

— Cuidado. — A garota apontou para o chão com a luz, revelando manchas escuras. Logo depois, moveu a lanterna para o próprio corpo. Uma faca estava cravada no seu abdômen. Quando tossiu, ela cuspiu sangue.

Yeosang ficou paralisado.

— Diz alguma coisa! — exclamou ela.

Ele piscou, voltando à realidade. A cena diante dele era horrível. Ela tinha feito aquilo consigo mesma? Estava embriagada? Tinha sido atacada? Ele não sabia o que pensar, as possibilidades rodopiando na sua mente.

Por instinto, ele correu até ela, tirou o celular de sua mão e se afastou.

— Esquece. Não preciso nem ir até você. Está chegando. — Ela tossiu novamente. — Não preciso nem de fazer o pior.

Yeosang olhou para a tela rachada do celular. Apesar da metade preta, conseguiu ler uma mensagem recente: Por favor, atende. Não faça isso. Estou a caminho. Espera por mim. Era da mãe dela.

Sem hesitar, ele digitou rapidamente o número da emergência. Mas, antes que pudesse terminar, sentiu o impacto. A garota o derrubou, fazendo com que a faca perfurasse ainda mais seu abdômen. O Kang gritou, e mesmo que tenha parecido de dor, não foi.

— BEATRIZ WONG, RESPONDE-ME! — Uma voz feminina ecoou pelo beco. Não era coreano, mas também, ele já presumia que a língua nativa da garota não seria. O sotaque era bem carregado.

— Eu... eu consegui, mãe... — murmurou a garota.

— Liguei para o 112! — Yeosang para a mulher, desesperado. — Me ajude! Sua filha é doida, mas... eu vou salvar ela, porque ela acabou de me salvar!

— VOCÊ NÃO OUSE ENCOSTAR SEUS DEDOS REPUGNANTES NA MINHA FILHA! — Agora, ela falou em coreano.

— Eu vou salvar sua filha!

— NÃO POSSO ESPERAR! — a mulher gritou, a voz desesperada ecoando pelo beco enquanto se aproximava rapidamente da filha.

— Não chegue perto dela! — Yeosang esticou o braço, bloqueando o avanço da mulher.

— Ela é minha filha! Me deixe ajudá-la! — A mulher tentou empurrá-lo, mas Yeosang manteve-se firme.

— Se tocar nela, pode piorar tudo! Já liguei para o 112, eles estão a caminho! — A mulher hesitou com as mãos trêmulas, na verdade, todo seu corpo. Seus olhos varreram o corpo da filha, fixando-se na faca cravada no abdômen dela. Lágrimas escorriam por seu rosto, misturando-se à fúria em suas palavras.

— Você não entende... — murmurou ela, a voz quebrada. — Eu... eu falhei com ela. Sempre falhei. Eu... eu disse-lhe as piores palavras que uma mãe pode dizer.

— Eu sei bem o que é receber essas palavras. Então, se quer um perdão ou algo parecido, não falhe agora, pois ela precisa que você acerte desta vez. — A voz de Yeosang saiu baixa, mas firme. Ele estava inclinado sobre a garota, tentando mantê-la consciente. — Deixe os médicos ajudarem. Ela tossiu, o som molhado e fraco. Sua respiração estava irregular, quase um sussurro.

— Mãe... — chamou, quase inaudível. A mulher caiu de joelhos ao lado de Yeosang, mas ele imediatamente a afastou para garantir que ela não tocasse na filha.

— Não! Não encoste nela! — insistiu ele, mais uma vez.

— Eu só quero... eu só quero dizer que a culpada sou eu e estou fazendo o melhor para nós... era o que você queria... afinal. E estou falando em coreano para ele ouvir também... não quero... não quero que te chamem mentirosa de novo. — A mãe chorava descontroladamente, as mãos cobrindo o rosto. Os paramédicos chegaram em segundos, movendo-se com ainda mais precisão e urgência ao saber que ela tinha ficado inconsciente. Um dos socorristas afastou Yeosang para avaliar a situação, enquanto outro começava os primeiros socorros.

— Afastem-se, por favor! — ordenou um deles, colocando luvas e preparando uma maca. Yeosang deu um passo atrás, puxando a mulher mais velha pelo braço para tirá-la do caminho. Ela resistiu, querendo ir ter com a filha

— Eles precisam de espaço! — exclamou ele, olhando nos olhos dela. — Se você realmente quer ajudar, deixe-os trabalhar! — A mulher ainda tentou rebater, mas, ao ver os médicos começando a tratar a sua filha, caiu de joelhos novamente, chorando. Yeosang afastou-se mais, encostando-se na parede do beco. Ele sentiu as pernas tremerem, o corpo exausto pela tensão. Seus olhos não desviaram da garota enquanto os paramédicos estabilizavam a faca, monitoravam os sinais vitais e a colocavam na maca.

— Vamos levá-la para o hospital agora. — disse um deles. — E vocês, podem acompanhá-la, mas mantenham a calma. A mãe da garota ergueu-se rapidamente, correndo para seguir a maca. Yeosang hesitou por um momento, mas, ao perceber que seu trabalho ali estava feito, decidiu não ir.

Antes que pudessem sair do beco, a mãe dela virou-se para ele.

— Você a salvou... Obrigada. Eu... eu quero te recompensar, por favor. — Ela lhe estende algumas notas, mas ele nega, se afastando.

— Por favor, não. Yeosang pediu. Desviou o olhar, observando o chão sujo e ensanguentado. 

Quando as sirenes começaram a se afastar, Yeosang suspirou profundamente e olhou para o céu, agora tingido pelos primeiros raios de sol do amanhecer. Ele estava exausto, mas ainda vivo. E, estranhamente, sentia algo que não sentia há muito tempo: esperança.

Ela o tinha salvo naquele momento. E, por conta disso, ela também foi salva.

— Quando você acordar... não diga alguma coisa... diga... obrigado. — Ele pensou, a rua, mas logo olhou o beco. — E lhe dê uma segunda oportunidade, como me deu a mim, mesmo que nem faça ideia. Nós morreríamos juntos se não fosse você me assustando quando eu meti veneno no meu refrigerante...

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