12
O Som naquele baile beneficiente estava ensurdecedor e a quantidade de pessoas presentes era tanta que ao voltar do banheiro, Ruby conseguiu se perder de Stephen Strange. Quer dizer, ela podia jurar que a mesa que reservaram para ele ficava bem ao lado do bar, mas aparentemente, não era o caso.
Sem o achar, Ruby olhou ao redor e percebeu alguns olhares em sua direção, enquanto passeava pelo enorme salão, onde uma banda de música clássica se apresentava. Fazia quarenta minutos que tinham chegado lá e mais de uma vez, o anfitrião da festa- Um cirurgião extremamente rico e influente e dono de um dos Hospitais que Stephen já tinha trabalhado' chegou a interromper a banda por duas vezes para dar recados.
Os olhares que a acompanhavam eram, em sua maioria, masculinos, mas apesar disso, não estavam, exatamente, a incomodando, na verdade. Não quando ela não ligava para eles.
Queria apenas achar Stephen e parar de se sentir um patinho feio deslocado, já que desde o momento em que pisaram no local, Stephen a apresentou para todos que podiam e vinham falar com ele, além de explicar, com toda a calma do mundo, quem era quem e sempre a incluir na conversa, mesmo que ela não entendesse nada de medicina.
Foi só quando terminou de dar uma volta de cento e oitenta graus pelo salão, que os olhos de Ruby reconheceram os fios grisalhos de Stephen, parado próximo a um segundo balcão de bebidas, bem do lado de uma mesa que, a julgar pela bolsa dela em cima, era a deles. Franzindo a testa, Ruby caminhou em sua direção, se perguntando como diabos ela tinha ido parar do outro lado do saguão e porque diabos alguém tinha uma casa tão grande e dava uma festa com tantos convidados.
Quer dizer, seria possível que alguém tivesse aquela quantidade toda de conhecidos?!
No entanto, a cerca de uns três metros da mesa, os pés de Ruby pararam de andar e ela chegou a derrapar nos saltos uns dois centímetros. Afinal, também reconheceu, bem ao lado de Stephen, Christine e o marido.
Ruby suspirou, puxando o ar para os pulmões, enquanto engolia em seco. Seria possível que Stephen somente a tivesse trazido para atingir Christine de alguma forma?
Bem, antes que ela pudesse sequer pensar em voltar pelo mesmo caminho, os olho de Christine foram atraídos até ela e a prima arregalou os olhos, sorrindo em sua direção e acenando.
-Hey, Ruby! Vem cá!
Ruby forçou um sorriso e engoliu em seco, ajeitando a postura antes de andar até Christine, a abraçando rapidamente.
-Oi!
-Oi! - Christine continuou sorrindo enquanto olhava a prima de cima a baixo. - Uau! Quanto tempo… Você está linda, aliás!
-Ah, obrigada! - Ruby sorriu e encarou o vestido verde jade de Christine que parecia ter sido moldado em seu corpo. - Você também está linda! Aliás… Oi, Ed!
-Olá! - Edward, o marido de Christine, cumprimentou Ruby com um sorriso gentil.
Se virando para Stephen, que tinha um copo de bebida marrom bem parecida com uísque na mão, Christine falou:
-Ah, Stephen! Essa é a Rub…
-Ruby Owens. Eu sei. - Stephen sorriu de lado, piscando para a ex-namorada. - Ela está comigo.
Edward engasgou com a bebida enquanto Christine arregalou os olhos e, confusa, alternou o olhar entre os dois, exclamando, sem disfarçar a surpresa no seu tom de voz;
-Vocês se conhecem?! Desde quando?!
-Do seu casamento. - Ruby explicou, se desvencilhando um pouco da prima. - Batemos um papo antes que ele precisasse ir salvar o mundo.
Christine ergueu as sombrancelhas, murmurando um entendi. A mulher pareceu ainda mais surpresa quando Ruby, para tomar coragem de encarar aquele encontro inesperado, praticamente arrancou o copo da mão de Stephen e o virou na boca, vendo ele tornar a se encher magicamente.
-Então… - Edward trocou um longo olhar com a esposa e voltou a encarar o casal na sua frente. - Vocês são…?
-Somos…? - Ruby e Stephen perguntaram, juntos.
-Amigos. Ou…? - Christine perguntou, meio sem graça. - Quer dizer… Eu ia achar meio estranho se vocês dois fossem namorados, mas sei lá, né?
Ruby mordeu o lábio e olhou para as pontas dos sapatos que apareciam por baixo da barra do vestido, sem conseguir dizer que eram amigos. Não exatamente por qualquer outro motivo, mas sim, pela vergonha que sw abateu dela de, de repente, Christina achar que ela estava tentando ocupar o lugar dela.
Ou pior ainda: De realmente, ser só uma substituição para Stephen.
No entanto, para sua surpresa, Stephen apenas tirou o copo de uísque da mão dela e pôs gentilmente sobre a mesa, enquanto piscava mais uma vez e puxava a mão de Ruby, entrelaçando seus dedos de uma forma que fez o estômago dela dar um pequeno pulinho.
-Não acho que tem nada de estranho, Christine. Conheci a Ruby, gostei dela e agora, somos o que somos. E se me dão licença… Fiquei devendo uma dança a ela.
Christine parecia prestes a retrucar e até tentar argumentar alguma coisa, mas Stephen já tinha puxado Ruby pela mão com um pouco de força e seguido para uma pista de dança, onde alguns casais dançavam, meio colados demais.
Ao perceber isso, Ruby arregalou os olhos e tentou soltar a mão, exclamando:
-Acho que eles já pararam de olhar.
-E…? - Stephen a olhou por cima do ombro e a puxou, de forma que Ruby deu uma volta em volta dele e parou bem de frente para Stephen. - Quem disse que só quero dançar porque estão olhando?
-Bem… - Ruby engoliu em seco, nervosa. - Você não me parece o tipo de homem que gosta de dançar.
Sorrindo de lado, Stephen puxou Ruby contra o seu corpo, abraçando a cintura dela com um braço, enquanto o outro segurava sua mão.
-Eu acho que você não sabe muita coisa sobre mim, Bruxinha.
-Ah, pronto! O apelido voltou!
Stephen continuou sorrindo enquanto conduzia Ruby pela pista de dança. Ela era meio travada, o que dificultava a mobilidade deles, mas Stephen não se alterou com isso.
Afinal, eles estavam perto. Perto demais até. O suficiente para ele conseguir ver todas as vinte e oito pintinhas sob a maquiagem e sentir o perfume doce e levemente alcoólico de Ruby.
-Qual o problema? Não gosta dele?
-Eu odeio ele. - Ruby suspirou e olhou ao redor, tentando disfarçar o nervosismo para achar qualquer outro foco que não fosse o braço de Stephen em sua cintura. - Então… A Christine não sabia que nos conhecemos.
-É… Acho que não.
-E por que você disse "Somos o que somos"? Achei que você ia dizer que éramos amigos.
Stephen hesitou por uns dois segundos, enquanto fazia Ruby girar em volta de si mesma antes de a puxar novamente - Ainda mais para perto.
-Achei que éramos mais que amigos.
-Mais que amigos?! - Ruby arregalou os olhos verdes, quase beirando o pânico.
-É… Mestre e aprendiz. Amigos….
-Ah… Claro, faz sentido!
Stephen encarou o rosto de Ruby e percebeu que ela estava ficando vermelha. Então, apenas desviou um pouco do assunto Christine, perguntando:
-Você já tinha vindo em um Baile assim antes?
-Com certeza, não! - Ruby exclamou, sorrindo. - Nunca!
-E está se divertindo? - Stephen perguntou, ajeitando o cabelo dela para trás, no ombro.
A pele de Ruby literalmente arrepiou inteira com esse pequeno contato mas ela se forçou a só sorrir e assentir.
-É um pouco monótono, sabe? Mas… Acho que estou.
-Trouxe você porque não queria vir sozinho. - Stephen admitiu, abaixando um pouco o olhar para escapar do de Ruby. - Quer dizer… A Maior parte dos que falaram comigo foram meus colegas de trabalho e é bastante chato encontrar essas pessoas e ver elas… Me olhando com pena. Sabe?
-Pena?! - Ruby exclamou, surpresa. - Pena de que?! Você é um Mago! Literalmente, um dos responsáveis por proteger a porra do universo!
-É, mas… Não posso mais ser médico.
Ruby percebeu que ele encarou a mão que estava na sua e suspirou, engolindo em seco.
-Você gostava? De ser médico, no caso.
-Isso era a minha vida. - Stephen assentiu, engolindo em seco e fazendo o pomo subir e descer por sua guarganta. - Literalmente. Quando eu sofri o acidente, eu… Perdi tudo. Ainda dói, se quer saber… Não a mão! A lembrança…
Stephen exclamou, rapidamente, ao perceber que Ruby fez menção de soltar sua mão. Então, ela segurou a mão dele na sua de forma que encarasse as cicatrizes e visse os tremores involuntários que ela tinha.
-Bem… Eu não sei se isso te conforta, mas… - Ruby deu de ombros, olhando em seus olhos. - Acho foda demais que, mesmo tendo sofrido esse acidente e tendo parado de fazer o que você amava… Isso não te impediu de se reinventar e ser o Doutor Estranho. Além disso… Já parou para pensar que você perdeu o que amava, mas ainda tem o suficiente para fazer magia e salvar o universo?
Stephen assentiu, percebendo que Ruby ainda segurava sua mão carinhosamente, correndo o dedão pelas suas cicatrizes
-Já… É claro que já. - Stephen assentiu, olhando em seus olhos. - Mas não deixa de ser difícil. E acho que muitos dos que estão aqui, não pensam como você.
-Eu ligaria o foda-se. - Ruby afirmou, segura. - Nenhum deles é metade do homem foda que você é.
Stephen franziu o cenho quando, em um impulso, Ruby levou o dorso da mão dele à boca e depositou um beijinho, antes de voltar a entrelaçar seus dedos e desviar o olhar, roxa de vergonha, como se tivesse percebido o que fez. E foi quase impossível segurar o sorriso que surgiu em seu rosto, afinal, o estômago de Stephen se liquefez só de ouvir aquelas palavras e perceber que, de verdade, Ruby o admirava.
Respirando fundo para mudar de assunto, Ruby ergueu novamente os olhos para Stephen, percebendo que ele já olhava para ela. Então, perguntou:
-Hey… Como você está?
-Bem. - Stephen respondeu, sem entender o porquê da pergunta súbita.
-Não, eu quero dizer… Por ter encontrado a Christine.
-Ah… -Automaticamente, os olhos de Stephen procuraram a mulher, que ainda estava perto da mesa deles, mas agora, falando com um outro grupo e sem o marido. - Eu estou bem.
Ruby continuou olhando Stephen atentamente, estreitando os olhos para ele, em busca de mentiras.
-Tem certeza? Tem pouco tempo que você estava choramingando no casamento dela…
-Eu não estava choramingando! - Stephen reclamou, rolando os olhos.
-Estava, sim!
-Eu estou bem, Ruby. É sério. - Stephen afirmou, com um tom de voz que deixava claro que não queria discussão sobre o assunto. - Além disso, no momento, tenho um monte de outras coisas para me preocupar Além do fato de que encontrei minha ex-namorada em uma festa com o atual marido.
Ruby deu de ombros e olhou ao redor, apoiando involuntariamente o queixo no ombro de Stephen, sem perceber que ele agora tinha as duas mãos ao redor da cintura dela e também nem parecia mais estar acompanhando a música.
No entanto, ela pôde perceber, sim, os olhares que Christine dava esporadicamente na direção deles. Ela não sabia dizer se eram de surpresa, raiva, aprovação. Na verdade, a mulher parecia curiosa, sendo sincera, o que fez Ruby se sentir um pouco mal.
Quer dizer… Foi o que ela tinha dito. Até umas semanas atrás, Stephen choramingava no casamento dela e agora, estava alí, na frente de um monte de gente, agarrado com a prima dela. E uma prima mais nova e cheia de problemas.
Mas… Bem, ela não fazia idéia de que a vida de Ruby tinha virado de cabeça para baixo. Muito menos, de que ela era capaz de manipular Magia - ou ao menos, tentar - e que tinha algo tentando matá-la e ela nem sabia o porquê.
Se Christine soubesse, talvez não ficasse encarando tanto assim os dois do outro lado do saguão e sentisse um pouco de pena dela.
-Eu preciso ir em um lugar agora. - Stephen sussurrou, baixo, perto da orelha de Ruby, fazendo ela se arrepiar. - Consegue me esperar aqui?
-Vai me deixar plantada esperando?
-Não. Eu juro que volto daqui a pouco. - Stephen se afastou para encarar Ruby.
Ela assentiu e, relutantemente, os dois se soltaram. Uma sensação de vazio pairou no ar e Stephen tomou a iniciativa de sair de perto dela a passos rápidos. Ruby conseguiu ver o momento exato em que a capa saiu de dentro do paletó dele e o acompanhou.
Foi quando Ruby deu o primeiro passo em direção a própria mesa que percebeu que seus joelhos estavam bambos e ela tinha um sorriso bobo no rosto. Tratando de se recompor enquanto alisava a saia do vestido, Ruby caminhou por entre as pessoas e chegou na sua mesa com um pouco de rapidez demais até.
Se sentando na cadeira, ela pegou a própria bolsa e o batom dentro dela, passando cuidadosamente nos lábios com o auxílio do reflexo do seu celular, o desbloqueando a seguir.
Foi o tempo de responder algumas mensagens de Lou e ela percebeu Christine se sentando bem em frente a ela. Tirando os olhos do celular, Ruby viu a mulher erguer as sombrancelhas, sorrindo.
-Uau… Você e o Stephen…
-Somos amigos. - Ruby respondeu rápido, guardando as coisas na bolsinha de novo para ter o que fazer. - Não se preocupa!
-Me preocupar? - Christine a encarou e negou com a cabeça. - Por que eu teria que me preocupar, Menina? Eu e o Stephen… Não deu certo. E além disso, eu sou feliz. Ele merece ser feliz também, não acha?
Ruby franziu os lábios e deu de ombros, sentindo o pescoço queimar de vergonha. Mas exatamente, de quê, ela não sabia.
-Bem, acho, mas… Como eu disse, somos só amigos.
Christine pegou um copo em cima da bandeja de um garçom que passava por lá e sorriu por cima da borda, olhando para Ruby.
-Eu já fui namorada do Stephen.
-Eu sei.
-Portanto, sabe que também sei identificar quando ele está apaixonado.
-Christine…
-Olha, quer saber? Ele nunca te traria para essa festa se ele não quisesse te incluir na vida dele. - Christine respondeu, antes que Ruby pudesse negar. - Mas entendo que tem pouco tempo… Talvez, os dois estejam querendo ir com calma, não é? Mas… Ele te olha de um jeito tão bonito que se eu não tivesse superado ele, ia ficar com inveja!
Ruby sabia que não estava mais vermelha. E sim, roxa. E isso fez Christine sorrir, meio que rindo, enquanto batia palmas e exclamava:
-Você gosta dele! Eu sabia!
-O que?! Não! - Ruby exclamou, esfregando o rosto e apoiando os cotovelos na mesa. - Para com isso!
-Olha… Não sei como isso aconteceu ou porquê e vou confessar que é meio estranho para mim. Mas depois do que eu presenciei aqui…
O som de vidros quebrando interrompeu o discurso de Christine e o falatório no salão. Na verdade, um segundo depois, começou uma gritaria quando as enormes janelas decoradas por um vitral colorido se quebraram, fazendo uma chuva de cacos de vidro explodir sobre a banda que tocava.
Homens e mulheres começaram a se empurrar para sair do saguão, desnorteados, assim que os tentáculos de algo aparentemente enorme e gosmento se enfiaram para dentro do vão deixado pelos vitrais, pegando um dos músicos e arremessando para fora do lugar.
Os gritos deixaram Ruby levemente desnorteada, ainda mais ao ser empurrada pelas pessoas que saíram correndo, fazendo com que ela caísse no chão, presa na cadeira.
Erguendo o olhar, Ruby pôde perceber que haviam sombras negras cujo formato lembrava o de Ninjas chineses, com suas armaduras trabalhadas e ângulosas. E apesar de não passarem de sombras… Bem, seja lá o que fosse aquilo, estava machucando as pessoas.
No entanto, Ruby ficou paralisada até o momento em que uma delas olhou diretamente para ela, com seus olhos de fumaça brilhando em vermelho Escarlate. O monstro soltou um berro que parecia um rosnando de dinossauro e avançou em sua direção e, por instinto, Ruby ergueu os dois braços, formando um escudo que se dissipou assim que a sombra investiu uma segunda vez.
Uma segunda Sombra apareceu por trás de Ruby e a segurou pelas pernas quando ela conseguiu tirar a mesa de cima de Christine, orientando a prima a correr. Ruby nem mesmo se preocupou em ver se a mulher tinha obedecido, afinal, estava sendo arrastada pelo saguão enquanto se debatia inutilmente.
Tentando se lembrar das malditas aulas, Ruby até conseguiu formar uma bola de luz e fazer as duas sombras soltarem ela, o que deu tempo a mulher de se erguer do chão e correr, mas sinceramente, ela não conseguiu andar nem mesmo três metros.
Logo, Ruby tinha ido novamente de encontro ao chão e suas vistas brilharam com pontinhos luminosos quando ela bateu a testa.
Mais sombras vieram ao redor de Ruby e o desespero começou a tomar conta dela, que já não conseguia mais raciocinar o suficiente para direcionar a Magia. Apenas a liberar sem uma estratégia definida. E embora as luzes emitidas por ela parecessem machucar os monstros, eles sempre voltavam a apertar mais forte, a mantendo praticamente imobilizada.
O aperto era frio e forte e Ruby se sentia envolta por uma névoa úmida e gelada de desespero. Quando as mãos deles começaram a apertar sua garganta e seus olhos encherem de lágrimas, uma resposta involuntária aos seus pulmões buscando por ar, Ruby olhou ao redor e percebeu que o motivo de Stephen não estar a ajudando, apesar de, claramente, estar tentando, era o fato de que ele também estava tentando de livrar daquela coisa pegajosa e enorme, cor de diarreia.
Foi quando ele berrou pelo fato de ter seus dois braços puxados em lados opostos, que Ruby entendeu que, naquele momento, ele precisava mais dela, do que ela precisava dele.
Afinal, Ruby tinha visto que conseguia machucar aquelas coisas. Ela só tinha que liberar o poder que borbulhava incessantemente em seu peito, lutando por um espaço para sair e conseguir salvá-la.
As orbes verdes da ruiva ficaram pálidas e no instante seguinte, se acenderam como dois luminosos faróis no meio da tempestade. Então, ela berrou e junto do berro, seu corpo inteiro se acendeu, liberando todo aquele poder.
As sombras se dissiparam aos poucos, enquanto tentavam manter Ruby quieta, mas agora que estava deixando aquele "monstro" rugir em seu peito, mesmo que não fosse do jeito ensinado pelos magos, ela não tinha medo e sabia exatamente o que fazer.
A seguir, quando percebeu que estava livre daquelas criaturas, Ruby encarou o monstrão que mantinha Stephen preso. Seus olhos encararam olhos famintos e, no instante seguinte, Stephen foi arremessado longe. A capa mergulhou atrás do corpo do homem, mas Ruby não ficou para ver se Stephen se machucou ou não.
Ela se levantou e começou a correr para o lado oposto, tentando atraí-lo para longe do mago. E como era esperado, o monstro a seguiu, se recontorcendo como uma minhoca no ácido.
Em uma dessas retorcidas de corpo, o rabo do bicho bateu na parede ela caiu bem em cima de Ruby, que apenas gritou e se jogou no chão, com a mão na cabeça, esperando a morte chegar. No entanto, ao olhar ao redor, ela percebeu que os pedaços de concreto caíram ao seu redor e flutuavam em volta da sua cabeça. Antes que ela pudesse sequer pensar, um pano vermelho a embrulhou em um abraço e a tirou do local, o que fez Stephen soltar os destroços no chão.
O monstro berrou, enfurecido e voltou a atacar Stephen Strange, que parecia ter recuperado um pouco do controle da situação, mas mesmo assim, Ruby conseguiu se livrar do aperto da capa e caiu no chão, a seguir, se levantando e enfiar uma rajada forte de luz branca-amarelada.
-Eu disse para você tirar a Ruby daqui! - Stephen berrou com a capa, usando as mãos par que um raio alaranjado cruzasse o ambiente, atingindo um dos tentáculos-minhoca dele.
-E eu falei que sem você eu não saio!
A capa alternou o "olhar" entre os dois e, por fim, foi ajudar Ruby quando percebeu que, debaixo, ela não conseguia ajudar Stephen o suficiente.
Quando a ruiva foi erguida pelo Manto da Levitação, ela simplesmente começou a atacar o bicho com raios brancos, o que fazia ele gritar, como se estivesse sendo queimado. Ao mesmo tempo, Raios verdes e campos de força tentavam conter aquilo, mas foi só quando uma área vermelha escarlate se juntou a eles, que o bicho, enfim, começou a perder as forças.
Wanda Maximoff aparecendo bem próxima de Ruby, as orbes em vermelho rubro, as mãos circuladas por uma energia escarlate.
Por mais alguns minutos, apenas luminosidades verdes, laranjas, vermelhas e brancas podiam ser vistas e, embora tenha demorado um pouco, finalmente, aquilo morreu, sendo reduzido em pouquíssimos minutos a nada mais do que um corpo morto enorme que diminuía de tamanho cada vez mais.
Ao desaparecer sem deixar rastros, apenas a destruição causada pelo mesmo, Wanda, Ruby e Stephen levitaram até o chão, Ruby com o auxílio do manto. Então, os três se entreolharam, o que fez Stephen franzir a testa, encarando a mulher de vermelho ao seu lado.
-O que está fazendo aqui?!
-Eu estava por perto. - Wanda explicou, em um tom de voz baixo, deixando cada sílaba que escapavam pela boca de lábios vermelhos com bastante sotaque. - E vocês?
-Estávamos na festa. - Ruby explicou, percebendo que Stephen ainda olhava para Wanda, parecendo bastante desconfiado por algum motivo que Ruby não entendia. - Por falar nisso… Viu a Christine?
Stephen finalmente tirou o olhar da Maximoff e encarou a amiga, parecendo prestes a perguntar "quem?". No entanto, Stephen arregalou os olhos r cruzou os passos que separavam os dois tão rápido que Ruby só percebeu que ele estava em cima dela, quando Stephen a segurou pelo rosto.
-Você está bem?! - Wanda também se aproximou deles, olhando para Ruby com os olhos arregalados.
-Bem? É claro que eu estou…! - Ruby levou a mão a testa, onde o suor escorria, mas sentiu o coração parar por um segundo quando percebeu os dedos brilhando com um sangue fresco e abundante. - Mas o que…?
-Você precisa de pontos. - Stephen afirmou, suspirando, enquanto olhava ao redor. - Wanda, posso confiar em você?
-É claro que sim! - Wanda afirmou, franzindo o cenho. - Por que a pergunta?
No entanto, Stephen dispensou a pergunta posterior, feita pela mulher, e simplesmente abriu um portal para o que era, claramente, a recepção de um hospital.
-Você vai me deixar sozinha? - Ruby perguntou, com um tom de voz levemente infantil, como se estivesse um pouco magoada. - Mesmo?
-Preciso ver se a Christine está bem, Ruby. - Stephen explicou, olhando para Wanda. - A Wanda vai estar contigo. E é rápido. Assim que achar ela, eu vou encontrar você.
Ruby soltou o ar e assentiu, começando a sentir a testa latejando, agora que a adrenalina tinha passado.
Como Stephen ainda segurava o rosto dela, ele ergueu um sorrisinho de lado e murmurou, em um tom de voz baixo o suficiente apenas para a ruiva na sua frente ouvir:
-O que você fez alí… Eu estou orgulhoso de você.
-Mas… Eu não fiz com a razão.
-Mas agiu na hora certa, Ruby. - Stephen insistiu. - Mais tarde, a gente conversa. Vai lá!
Stephen soltou a mulher e viu Wanda se aproximar de Ruby, dando a mão a ela e a fazendo entrar por dentro do portal logo a seguir. Então, assim que o portal se fechou, Stephen tirou do bolso do paletó um livro de capa dura, trocando um longo olhar com a capa.
Aquele era o livro dos Vishants e ele ficava feliz de ter sido o primeiro a encontrar antes que mais alguém tentasse roubá-lo.
Oiie, Meus xuxus ❤
Cheguei com mais um capítulo para vocês e, particularmente, era um que eu estava louca para postar por motivos de: STEPHEN E RUBY SAINDO LENTAMENTE DO FRIENDS E INDO PRO LOVERS
E mais ainda por: RUBY FINALMENTE COMEÇANDO A USAR OS PODERES DELA 😭😭😭❤
Juro que em breve, vocês verão muitas cenas assim!
Bem, espero que tenham gostado também da participação da Christine hehehe Eu pretendo trazer ela outrad vezes, o que acham?
Enfim, até o próximo capítulo!
Beijos! 💋💋
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