04
______________________
Era o quarto dia de investigação na galeria e, apesar do movimento discreto da polícia pelo local, Ruby e Lou não conseguiam deixar de estarem tensas naquela manhã. Afinal, havia um burburinho interno das funcionárias que dizia que, de noite, Veronica e a polícia já tinham chegado à conclusão de quem era o culpado pelo sumisso do Santo Cálice.
E como se para intensificar ainda mais o boato, assim que cada uma chegou à galeria de artes, novamente, foram convidadas a ir prestar depoimento voluntariamente. Ruby demorou quase vinte minutos no seu, novamente, repetindo a mesma história que tinha dado quase uma semana antes.
Lou levou quinze minutos também e saiu da sala parecendo bastante preocupada e afirmando que estavam atrás de cúmplices e que provavelmente, sabiam que foi alguém da galeria.
Nenhum nome veio à cabeça de Ruby, muito embora ela não fosse pôr a mão no fogo por ninguém, a não ser que fosse Lou, afinal, conhecia o caráter da mulher e, embora ela fosse um pouco irritante pela militância constante, Ruby julgava que ela não seria capaz de tal roubo. Principalmente, porque ela não havia saído de perto de Ruby por um período de tempo maior do que o do almoço.
As outras garotas que trabalhavam na galeria foram entrevistadas pela manhã todinha, o que deixava o clima ainda mais tenso no local, mas foi só às onze e meia da manhã que uma confusão e gritaria chamaram a atenção de todas.
Vinha do segundo andar e descendo as escadas. Um grupo de policiais (os mesmos que interrogavam as moças pela manhã) vinha na direção da saída, fazendo força para conter uma mulher que berrava e s
e debatia, gritando e chutando, tentando escapar. Ela estava algemada e repetia seguidas vezes que "Aquilo era um engano! Ela não tinha roubado nada e que eles estavam prendendo a mulher errada".
Ruby arfou, impactada com a cena e com a violência aplicada sobre a mulher, mas ninguém ousou falar nada, porque elas sabiam que se tentassem defendê-la, poderia acabar sobrando para elas. Mas era nítido que todos estavam chocados por verem que Moira é quem tinha sido culpabilizá-da.
Quando os gritos dela cessaram e os polícias conseguiram a arrastar para o carro, finalmente, a levando embora, Ruby se virou para Lou, que parecia à beira de um ataque de ódio, com lágrimas nos olhos.
-Não faz sentido… A Moira…? Quer dizer…
-Eles precisavam de alguém para culpar, Ruby. - Lou afirmou, engolindo em seco, segura.
-Mas por que ela? A Moira nem trabalhava nessa exposição…
-A Moira é a única de nós que é negra. - Lou explicou, digitando no teclado com mais força que o necessário. - Você viu o jeito que estavam arrastando ela como um animal? Se fosse a Kim, que é loira de olhos azuis, isso não aconteceria.
Ruby soltou o ar e engoliu em seco, pensando em como deveria ser difícil ser constantemente julgado apenas por ter a pele negra. Era ridículo, mas acontecia ao redor do mundo todo e, ao mesmo tempo que parecia que a campanha anti-racismo aumentava, também parecia que a violência contra os negros também.
Porém, por mais que Verônica tivesse feito um longo discurso sobre "Moira ter se perdido três vezes no depoimento e ter sido a única com oportunidade e motivação", algo no olhar de Moira enquanto era arrastada fazia com que Ruby duvidasse da história e soubesse que Lou tinha razão: Eles só precisavam de alguém para culpar.
Mesmo assim, quando seu expediente na galeria acabou, Ruby cumpriu o que tinha prometido e, pegando o endereço indicado por Stephen Strange, pegou um metrô e caminhou até a casa dele, o tal o Sactum Sactorio, em uma pequena Mansão.
E é claro que, assim que tocou a campainha, ela achou que tinha batido no lugar errado, já que parecia não ter ninguém em casa. Na verdade, ela esperou por uns dois minutos antes de bater na porta de novo, vendo a mesma se abrir, de supetão, a deixando tonta a ponto de quase cair dentro do local.
Ruby entrou, mesmo não tendo visto ninguém abrir a porta. Então, a mesma se fechou atrás de si com um estrondo que a fez se assustar. O local era enorme e tinha uma escadaria ao lado de uma lareira acessa, digna de filmes de princesa. E Ruby sabia porque assistia a muitos deles.
-Senhor Strange?! - Ruby falou mais alto, ouvindo o próprio eco ressonando nas paredes. - Senhor Strange! É a Ruby!
Nada. O som de uma porta batendo bem ao longe fez Ruby estremecer.
-Hmm… O Senhor pediu para eu vir avisar algo sobre o Santo Cálice…
Nada. Uma janela bateu contra o vento, provavelmente.
-Bem, acho que não tem ninguém em casa… - Ruby murmurou mais para si, assustada e se sentindo patética, do que para qualquer outra coisa.
Ela se virou e deu de cara com uma armadura de ferro vindo flutuando em sua direção, braços e dedos metálicos esticados, com velocidade, querendo a pegar. Ruby soltou um berro e agiu por impulso quando cruzou os braços na frente do peito, pulando para o lado.
Um raio branco atingiu a armadura, que praticamente explodiu no ar, produzindo um ruído metálico bem forte. Ruby acabou caindo de bunda no chão com a intensidade do susto e, para piorar a situação, Stephen simplesmente abriu um portal ao seu lado, a encarando de cima, depois de olhar para a armadura chamuscada
-Impressionante…
-Foi você?! - Ruby exclamou, levantando do chão com dificuldade por causa da bota. - Seu idiota!
-Como conseguiu atingir a armadura?
Ruby ruborizou e tentou negar, cruzando os braços sobre os seios, irritada.
-Não sei do que diabos você está falando, Doutor, mas…
-Eu estava assistindo lá de cima. - Stephen apontou para o segundo andar, que ladeava o saguão - Você tem poderes. Eu sabia. Senti sua mágica quando entrei no seu apartamento.
Ruby abriu a boca e fechou várias vezes, ajeitando os dois lados do cabelo para trás das orelhas, enquanto recuava um passo. No entanto, a capa apareceu por trás dela e, com uma força impressionante, a colocou de frente, cara a cara, com Stephen, que acabou dando um tapa na capa antes dela decidir envolver os dois juntos.
Ruby engoliu em seco, percebendo que Stephen parecia mesmo intrigado com ela, não zangado.
-Como descobriu suas habilidades?
-Eu não…
-Ruby, para de mentir. Eu. Vi. - Stephen falou, pausado.
-Eu acho que você está assustando a garota, Strange.
Uma voz feminina soou perto da lareira e Ruby se virou, levemente assustada, arregalando os olhos ao perceber que era a Própria Wanda Maximoff que estava parada no lugar, sorrindo gentilmente para ela.
Stephen respirou fundo e encarou Ruby, que ao perceber o apoio da Vingadora, cruzou os braços e ergueu o queixo.
-Viu? Até ela sabe que eu não…!
-Eu disse que ele estava te assustando. Não que eu não vi você detonar a armadura.
Stephen sorriu, de lado, sussurrando um "Bingo" que fez Ruby soltar o ar e balançar os braços para cima e para baixo, irritada.
-Tá! Tá! Cacete… Eu consigo fazer algumas coisas, okay? Não sei porquê ou como, mas já faz anos, okay. Satisfeito, Strange?
O homem sorriu com os dois cantos da boca e assentiu, murmurando:
-Pode ter certeza, Garota.
Ruby sustentou o olhar dele, mesmo sentindo a pele do seu rosto esquentar e tendo certeza que ela tinha ficado igual aos seus cabelos ruivos. O contato só foi interrompido quando Wanda pigarreou, atraindo a atenção de Ruby para ela.
Esticando a mão e sorrindo, a mulher comentou:
-Prazer te conhecer, Ruby. Sou a Wanda Maximoff!
-Oi! Eu sei! Sou sua fã, aliás. - Ruby exclamou, empolgada, apertando a mão dela. - Aliás, você se importaria de autografar uma folha para mim? Minha amiga é doida por você… No bom sentido, é claro!
-E tem sentido bom?
As duas mulheres olharam para Strange e ficou claro que ele estava sobrando na conversa, então o homem segurou a capa e foi se sentar no sofá, perto da lareira, que estava acesa. Não que estivesse frio, mas era mais decorativo do que outra coisa. E era claro como água que a capa queria ir atrás de Ruby, mas ficou presa, enrolada na mão de Strange, que murmurou:
-Deixa a moça terminar de falar com a Wanda. Depois você vai.
A capa desistiu, derrotada, e se jogou no sofá, ficando tão imóvel quanto um pano qualquer. Porém, ela voltou a se animar segundos depois quando Wanda, depois de ter autografado o caderno, e Ruby chegaram perto do sofá. A ruiva parou ao lado de Stephen e perguntou:
-Podemos conversar…?
-Devemos conversar. - Stephen a interrompeu, estreitando os olhos em sua direção, soltando a capa. - Mais tarde eu falo novamente contigo, Maximoff.
Wanda hesitou e franziu a testa, torcendo os lábios antes de perguntar, enquanto observava Ruby ser envolta pela capa vermelha, carinhosamente:
-Não prefere que eu fique? Posso ser útil em algo…
Stephen hesitou, olhando para Ruby, que deu de ombros, não se importando com a presença da mulher se assim, ele preferisse. No entanto, por fim, Stephen negou e virou para a outra ruiva.
-Na verdade, eu acho que prefiro falar com a Senhorita Owens a sós, por favor, Wanda.
Wanda franziu os lábios em um meio sorriso, talvez, envergonhado por ter insistido tanto assim, então, murmurou que tinha sido um prazer conhecer Ruby e se despediu de Stephen, pegando sua bolsa em cima da mesinha, no canto, perto da escada, antes de sair do local.
O silêncio preencheu o ambiente e Ruby acariciou a capa em cima de seus ombros, antes de perceber que Stephen estava a encarando, de lado, por cima dos dedos encostados em seu queixo. Ela suspirou, pronta para começar a falar, mas ele apenas indicou o sofá ao seu lado e perguntou:
-Quer beber algo?
Ruby hesitou, olhando ao redor. Mas era com ela mesmo que ele falava, então, ela se aproximou e se sentou, sem jeito, tomando cuidado para não sentar na capa.
-Ham… Talvez… Eu aceito… Uma água, eu acho.
Magicamente, um copo apareceu flutuando na sua frente, em uma bandeja e cada um pegou um, enquanto Stephen a estudava com os olhos, parecendo prestes a ver sua alma, o que deixava Ruby com a sensação de que estava nua.
-Como está o pé? - Stephen emendou, bebendo um longo gole da água antes de devolver para a bandeja.
-Ah… Se recuperando, na verdade. Só preciso ficar mais alguns dias com ele. Obrigada.
Stephen assentiu e, parecendo em dúvida se perguntava mais alguma coisa, desistiu e, de uma forma bem hesitante, perguntou:
-Hm… E como está…? Quer dizer… Você tem notícias da Christine?
Ruby o encarou, estreitando os olhos, se perguntando se era por esse motivo que ele não deixou Wanda ficar. Então, ela suspirou pesadamente e negou.
-Não muitas… Ela estava nas Maldivas, pelo que vi no Instagram. Mas… Não sei se já voltou. Enfim… Eu vim falar sobre o Santo Cálice.
Stephen assentiu, de leve, passando a mão pelo cabelo e ajeitando o penteado para trás. Ele fez um movimento com a mão, indicando para ela o seguir e como Ruby hesitou, a capa a empurrou, seguindo o homem e a obrigando a subir os degraus da escada.
-Cuidado no terceiro! - Stephen comentou, automaticamente. - Ele escorr…!
Não tinha dado tempo, Ruby caiu na escada, sobre os joelhos e as mãos, ficando de quatro. Isso fez Stephen a encarar de lado, esticando a mão para ela erguer o corpo, enquanto a capa imitava uma risada.
-Escorrega. Percebi. - Ruby suspirou e aceitou a mão dele, se erguendo do chão com um puxão forte do homem. - Obrigada.
Ele assentiu e voltou a subir as escadas, enquanto Ruby dava um tapinha de repreensão na capa. Logo, eles caminhavam por um imenso corredor e Ruby percebeu que a Mansão parecia muito maior por dentro, do que por fora.
Na verdade, ela era imensa por dentro e isso fez ela, finalmente, percebe que deveria ser encantada, ou algo do tipo, porquê era impossível uma construção daquele tamanho com uma fachada tão estreita.
Por fim, Stephen parou abruptamente e indicou uma porta, a abrindo. Ruby hesitou, mas ele apenas reclamou:
-Eu não tenho o dia todo, Princesa!
Revirando os olhos, ela passou por ele e reclamou um "Não me chama de Princesa!", o que fez ele mesmo revirar os próprios olhos, a seguindo.
A sala era muito grande e abarrotada de tantos objetos que ficava até dificil identificar algum se não focasse em um só. E é claro que a curiosidade soou mais alto e ela tentou tocar em um que lembrava um chifre colorido, mas levou um tapa da capa e viu ela balançando uma pontinha, claramente dizendo "Não", quase ao mesmo tempo que Stephen a chamava.
-Ruby! Por aqui, por favor… E não toque em nada! A maior parte dos objetos te faria se perder pelo universo e não queremos isso.
Ruby cruzou os braços e caminhou, seguindo os passos de Stephen, se sentindo estranha ao perceber que estavam somente os dois e que se ela precisasse sair de lá, não sabia como faria porque já tinha se perdido, para falar a verdade.
E então, eles chegaram em um local com uma espécie de púlpito e a seguir, ela percebeu o Santo Cálice lá, imaculado e brilhante.
-Sua amiga foi presa, não é?
-Ela não era minha amiga, na verdade. - Ruby comentou, coçando a nuca. - Isso foi achado com ela?
-Na verdade, não. Existem outros magos por aí e eles identificaram uma assinatura de calor de magia, de forma resumida, e um deles achou o Cálice, exatamente, no apartamento da sua amiga. Então… Não estava com ela, mas estava no apartamento dela.
Ruby franziu a testa, parecendo confusa. Então, Stephen disse exatamente o que ela estava pensando.
-Mas não foi ela. Foi?
-Não sei…
-Você acha que foi, Ruby?
-Sendo sincera? Não. - Ruby murmurou, dando de ombros, enquanto olhava para cima, o encarando nos olhos. - Mas… Eu não ponho minha mão no fogo por ela.
Stephen hesitou, a olhando por alguns segundos, antes de abrir um portal e fazer um sinal para ela o seguir. Em um passo, eles estavam no que parecia uma masmorra antiga e Ruby se perguntou onde esse lugar ficava, levemente tensa quando o portal se fechou.
-Eu fui na casa de todas as meninas que trabalham no local. E se estava com ela, então foi daquele dia para cá que ela o levou. A questão é: A Assinatura de Magia começou a apitar apenas hoje.
-Você acha que foi implantado lá. Por que?
-Para dar veracidade a história que foi ela.
Ruby hesitou e Stephen suspirou.
-A questão é: Por quem? E o que queriam com o Santo Cálice se, no final, não ficaram com ele?
Ruby encostou na parede, percebendo que ele falava praticamente sozinho, encarando o nada. Então, ela limpou a garganta e perguntou:
-Certo. E eu posso saber por qual motivo
Você está me contando isso?
Stephen pareceu voltar para a realidade puxou, magicamente, duas cadeiras, se sentando a seguir e esperando Ruby se sentar também para falar.
-Em primeiro lugar… Aquele monstro deveria estar atrás de você e por coincidência, foi na sua Galeria que aconteceu o roubo… Abaixa essa sombrancelha, Criança. Não estou te acusando…
-Para de me chamar de criança! Eu tenho vinte e seis anos e… E você me chama de criança porquê me irrita. Tá. Entendi. Para de sorrir assim!
Stephen desviou o olhar e deu de ombros, divertido, voltando a falar.
-E o mais importante e o motivo pelo qual não deixei a Wanda ouvir: Sua magia é… Forte, Ruby.
-Magia? - Ruby perguntou, surpresa, negando a seguir. - Eu não faço magia. Eu só penso e… Sei lá! Isso não é magia… No máximo uma telecinese…
-Você sabe o que é magia?
Vendo que ela negou, Stephen revirou os olhos e citou:
-Magia é a aplicação de crenças, rituais ou ações empregadas na convicção de que elas podem subjugar ou manipular seres e forças naturais ou sobrenaturais É uma categoria na qual foram colocadas várias crenças e práticas, às vezes consideradas separadas tanto da religião quanto da ciência.
Ruby franziu a testa. Pedindo paciência a Deus, Stephen explicou melhor:
-Ou para os leigos: Magia é tudo aquilo que não pode ser explicado racionalmente. Claro que essa é uma explicação genérica e simplista, porque o conceito real de magia é muito mais amplo e abrangente do que isso e requer anos de estudo aprofundado… - Ao perceber que a expressão de Ruby continuou confusa, ele suspirou e voltou a falar. - A questão é: Telecine, dependendo do ângulo de vista, pode ser magia se assim você a chamar. Entende? Somos extremamente influenciáveis a acreditar no que os olhos veem. Eu poderia atear fogo dos céus e chamar de chuva e uma grande parte da parcela concordaria porque não entenderia e essa seria a explicação mais lógica.
Ruby percebeu que não havia respondido apenas por estar encantada com a calma e segurança com a qual ele falava e quando saiu do transe, murmurou:
-Hm… Okay. Certo.
-Voltando: Eu quero treiná-la.
-O que?!
-Não precisa me dar a resposta agora. Mas saiba que sinto a magia que emana de você e saiba que ela é muito emocional, Ruby. Dá para perceber que você só a usa quando seus sentimentos o mandam fazer. - Vendo que Ruby corou, Stephen chegou bem perto dela, quase a encurralando na parede sem nem mesmo perceber. - E se você não controlá-la, é ela quem vai te controlar e te levar à loucura. Entende?
Ruby hesitou, um pouco sem ar e confusa, balbuciando algo sobre "saber controlar, sim", o que fez Stephen rir, de leve, negando.
-Não, você não sabe. Você aprendeu a fazer um truque ou outro. Mas se eu te atacasse agora, você faria qualquer coisa, por instinto, movida pela emoção e necessidade de se defender, sem nem mesmo saber como o fez. Sua magia é forte, instável e não há controle algum. E isso é um perigo tanto para si mesma quanto para outras pessoas.
Ruby estreitou os olhos para ele, empinando o queixo.
-Ah… Aí está o ponto, não é, Strange? Você não está preocupado e não quer me ajudar. Se, por acaso, eu saísse de controle, você lutaria comigo para defender pessoas que você nem mesmo conhece, não é?
Stephen franziu a testa e deixou a cabeça cair de lado, perdido demais no pensamento de que nunca tinha vista tantas sardas em alguém para prestar atenção cem por cento no que foi dito.
-Vamos, responda! E se eu não quiser ser treinada por você!
-Muitas pessoas dariam a vida para isso. Sabia? E eu estou me oferecendo de graça…!
-Porque quer!
-Mas é exatamente o ponto! - Stephen retrucou, ficando sério e se afastando um passo. - Ruby, você entende que tem magia o suficiente para causar um desequilíbrio?
-Acho que está me superestimando…
-E acho que você, no fundo, sabe que estou certo, mas que é medrosa o suficiente para não querer explorar o próprio potencial!
As palavras ficaram flutuando no ar e Stephen levou dois segundos para soltar o ar, pondo as mãos na cintura e encarando Ruby, que parecia prestes a se descontrolar e dar um tapa nele. Mas ao invés disso, ela estava lá, parada, com a raiva escrita em seus olhos e as luzes da masmorra piscando descontroladamente.
-Ruby, respira…
-Você acabou de me chamar de covarde?!
-Eu preciso que você fique calma…
-Como se agora você me tirou do sério, hein?! - Ruby cutucou o peito dele, se surpreendendo, por um segundo, de sentir apenas músculos. - Mas quer saber? Você está errado! Eu não sou covarde! Além disso… Tudo bem? Quer me treinar?! Ótimo, vamos treinar! Mas eu vou rir muito quando você perceber que estava errado sobre mim… Quer parar de piscar essas luzes?!
Stephen ergueu uma sombrancelha e murmurou:
-É você. Não eu.
Ruby franziu a testa, olhando ao redor, enquanto a capa simulava uma massagem em seus ombros. Ela soltou o ar, devagar e aos poucos, as luzes voltaram ao normal, o que fez Stephen erguer uma sombrancelha e murmurar:
-Ops… Parece que eu tinha razão!
-Vai à merda!
Ele riu, por mais incrível que parecesse ser, e abriu um portal direto para o apartamento dela.
-Nos vemos amanhã.
-Amanhã?! Sério? E eu devo trazer o que? Caderninhos e lápis?!
-Você. E de preferência, de boca fechada e menos mal humor. A instalação elétrica da casa é velha e não vai aguentar seus ataques de pelanca.
-Ah, mas seu…!
Stephen fez um movimento com as mãos e o portal engoliu Ruby, com a capa se afastando rapidamente dela e se fechando atrás de si.
-Parabéns, sua burra! - Ruby esticou as mãos e as passou pelos cabelos, suspirando, infeliz. - Discute com o mago Supremo ou sei lá quem ele é mesmo, vai… Imbecil!
Revoltada consigo mesma, ela apenas tirou a roupa e as botas e a seguir, se jogou na cama, apenas de calcinha e sutiã, sem imaginar, enquanto dormia, alguém a observava atentamente pela janela do quarto.
Oiie, Meus Amores! ❤
Atrasei um pouquinho, mas finalmente, cheguei com mais um capítulo e que, sinceramente, eu gostei demais de escrever, especialmente por esse finalzinho!
Afinal, é a partir dele que, finalmente, vamos começar a construir a amizade da Ruby e do Stephen e, principalmente, vamos começar a treinar nossa ruivinha favorita hehehe
Aliás, eu já tenho até o capítulo seis escrito e talvez hoje eu inicie o Sete, então, segunda que vem, está mais do que confirmado o próximo capítulo, viu?
Espero que tenhma gostado desse!
Até o próximo!
Beijos! ❤
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro