03
O som da obra de restauração da parede lateral da galeria, que tinha sido derrubada por um dos tentáculos do alienígena que perseguiu Ruby cerca de dias antes, estava dando uma dor de cabeça bem forte na ruiva.
Lou estava em horário de almoço e por ser início de semana, o movimento estava relativamente fraco, costumando melhorar na quarta, no máximo, quinta. Mas ainda era segunda e, ao menos, Ruby tinha tempo suficiente para enfiar uma régua dentro da bota e coçar o tornozelo.
Seu pé estava se recuperando de uma lesão leve e todos os dias ela precisava da bota e de gelo para desinchar, mas claro que coçava e como dava trabalho colocar e tirar a bota manualmente, era mais vantagem usar uma régua, truque que aprendeu aos treze anos quando colocou gesso no braço ao cair de bicicleta, o quebrando.
Enquanto coçava o tornozelo, gemendo com o prazer de sentir a coceira aliviar, Ruby percebeu a aproximação de alguém no balcão e tratou de parar de coçar, se ajeitando a seguir na própria cadeira.
Seus cabelos estavam presos no alto, mas a franja estava solta, de forma que ela pôs os fios para trás das orelhas, ao levantar os olhos e dar de cara com alguém que ela tinha conhecido dias antes.
Talvez, se ela não tivesse enganada, o nome dele era Wong. Porém, ela preferiu fingir que não o reconheceu e apenas sorriu, falando:
-Boa tarde, Senhor! Tudo bem? Preciso da sua identificação.
Wong assentiu e esticando a identidade para ela, comentou:
-Tudo bem… Há uma coleção nova em exposição, não é? Objetos sagrados através dos tempos…
Ruby começou a escrever as informações no modelo do cartão de visitas e assentiu, sorrindo para ele.
-No terceiro andar. Você vai encontrar uma réplica de mais de cem artefatos sagrados e todas as informações sobre em uma placa ao lado de cada expositor. Aqui seu cartão, Senhor Wong!
-Obrigada! - O Homem sorriu e pegou o cartão e a identidade, guardando a seguir. - Tenha um bom dia, Ruby!
Ela assentiu, mas a seguir, enquanto ele se afastava na direção das escadas, Ruby encarou o próprio peito e percebeu que estava sem o crachá. Franzindo a testa, a mulher se perguntou como diabos ele sabia o nome dela, mas a seguir, Lou chegou, interrompendo seus pensamentos, enquanto exclamava:
-Você já percebeu que todos os restaurantes de fast food fazem cadeiras pequenas? Isso não faz o menor sentido, já que o objetivo deles é nos engordar… Aliás, o público gordo e obeso é o maior público consumidor deles. Por que diabos não fazem cadeiras onde as bundas caibam?
Piscando, Ruby deu de ombros e encarou a amiga, sem realmente saber uma resposta para esse questionamento, apesar de ficar pensando sobre isso por algum tempo.
Lou percebeu, claro, que Ruby estava distraída, então pensou em não falar nada, mas quando ela começou a coçar a perna de novo, pela quinta vez seguida, com a régua, Lou a cutucou, atraindo o olhar da amiga.
- Você está bem?
-Por que não estaria?
Olhando ao redor, Lou deu de ombros. No entanto, a seguir, Veronica, a supervisora de meia idade e óculos meia lua das duas chegou ao balcão, parecendo em pânico.
-Ruby, Lou, preciso que imprimam uma cópia com todas as entradas de visitantes registradas. Agora!
Sem questionar, as duas trabalharam em conjunto para enviar os nomes para o sistema de registros e, com isso, imprimi-los cinco minutos depois. Verônica os pegou, lendo atentamente e saindo correndo pela galeria, parecendo prestes a tirar o pai da forca.
Se entreolhando, as duas mulheres deram de ombros, afinal, Verônica costumava ser bem excêntrica quando queria, e voltaram a se concentrar em suas tarefas. Porém, cerca de cinco minutos depois, o alarme de emergência da Galeria tocou e todas as portas e janelas foram fechadas automaticamente, o que fez com que Lou e Ruby levantassem de seus lugares e, como foi instruído a elas a fazer, começaram a acalmar os visitantes, garantindo que deveria ser apenas um defeito do alarme.
Bem, não era. Meia hora depois, todos os visitantes estavam sendo revistados para poder deixar o local e no meio da confusão, Lou descobriu que um dos artefatos de origem celta foi roubado. De alguma forma, convenientemente, a câmera que ficava em cima do objeto, o qual elas não faziam idéia de qual era, não estava funcionando desde a madrugada.
De qualquer forma, Lou se perguntava como, exatamente, alguém poderia roubar um objeto de valor assim, tão facilmente, na frente de todo mundo. Tudo bem, a galeria não estava completamente cheia, mas também não estava vazia. Alguém deveria ter visto algo, certo?
Mas não. Aparentemente, ninguém viu algo e o ladrão fugiu com o objeto, desaparecendo tão rápido e sutil, quanto o pegou.
Depois de também terem suas coisas reviradas apenas por precaução, as meninas da Galeria foram mandadas de volta para casa, mais cedo, para que a polícia nova-iorquina fizesse seu trabalho. Então, tanto Ruby, quanto Lou, andaram calmamente pela rua, de braços dados, enquanto iam na direção do metrô.
-É quase impossível, Ruby! Quer dizer… Quem não teria visto levantarem o vidro do expositor?! Aquele treco é pesado… E olha que eu sou forte e faço academia, hein!
Ruby concordou e, tomando cuidado para cochichar, perguntou:
-Você acha que a Lindsey está mentindo? Quer dizer… Ela afirmou que viu o objeto hoje de manhã, com toda certeza!
-Mentindo, não sei, embora não coloco minha mão no fogo por nenhuma branquela, filhinha de mamãe… Sem ofensas, Ruby!
Dando um tapinha na amiga, a ruiva riu e revirou os olhos, enquanto Lou voltava a falar, analisando a situação em busca de uma resposta satisfatória.
-Mas, voltando… Ela poderia ter se confundido. Tipo, viu ontem e, por costume, acabou vendo também! Sabe? Quando você faz algo todos os dias e aí tem um que você esquece, mas supôs que fez porque… Bem, você faz todo dia!
Ruby concordou e as duas chegaram na estação de metrô. Pagando as passagens , Ruby e Lou sr encaminharam para lados opostos da estação depois de se despedirem, afinal, o caminho até a casa de Lou, que era uma casa mesmo, com segundo andar e tudo, era bastante rápido até, principalmente levando em consideração que ficava em Chelsea mesmo. Em cerca de cinco minutos, ela já estaria em casa, pronta para maratonar algum filme ou série de ficção científica que tanto gostava.
Já Ruby, precisava caminhar até o Brooklyn depois, e isso normalmente, levava tempo. Porém, naquele dia, por ter saído mais cedo do trabalho, não pegou tanta confusão na rua, mesmo demorando por conta da caminhada com a bota no pé.
O prédio de Ruby era feito de tijolinhos brancos e vermelhos. Era composto por cerca de dez moradores a cada andar e ela morava no décimo. Para sua sorte, apesar do aspecto antigo, havia dois elevadores por andar e um sistema de segurança que apitava toda vez que demorava a fechar a porta dianteira. Não que isso fosse evitar algum tipo de assalto, mas parecia dar uma segurança maior.
Ruby se embolou para pegar as chaves na hora de entrar no próprio apartamento e, por isso, levou um susto quando sua vizinha, uma velha dessas bem encheridas que se metem na vida de todo mundo cujo nome ela nem sabia, acabou falando com ela.
-Perdeu as chaves, querida?
Pulando, Ruby a olhou por sobre o ombro e negou, forçando um sorriso ao mesmo tempo que balançava a bolsa para mostrar o barulho das mesmas lá dentro.
-Eu só ainda não achei elas, mas estão aqui. Obrigada!
-Ah… - Ela assentiu, com meia porta aberta, por onde meio corpo estava pendurado para o lado de fora, de modo a ver o corredor. - Entendi. Bem, eu até mesmo achei que você já estava em casa, Menina. E que tinha, inclusive, arranjado algum namoradinho.
-Que?! - Ruby franziu a testa e negou com a cabeça, se controlando para mão revirar os olhos e nem mandar ela se meter na própria vida. - Não, eu não estava e muito menos com um namoradinho.
-Bem, eu ouvi uns barulhos…
-Devem ter sido outros vizinhos. - Ruby cortou e conseguiu puxar a chave de dentro do forro da bolsa, pelo buraco na parte de dentro. - Ah, achei! Bem, boa tarde e bom descanso!
Ruby enfiou a chave na fechadura e a abriu, amaldiçoando o tempo perdido, afinal, não procurava pelas chaves há dias porque era muito mais fácil fazer a tranca virar sozinha do que pescar o chaveiro dentro do forro da bolsa.
Tirando uma sapatilha e o casaco, Ruby caminhou pelo pequeno hall de entrada até apoiar a bolsa no móvel e entrar na sala.
No instante seguinte, Ruby soltou um berro agudo, pulando de susto e agarrando a primeira coisa que viu para atirar na direção do homem sentado no seu sofá - Um abajur.
Porém, sua cabeça só raciocinou que o conhecia quando o objeto já descrevia um arco pelo ar e entrava em um portal que se abriu bem na frente do Doutor Estranho. O a abajur sumiu, junto com o portal e ele ergueu uma sombrancelha para ela, parecendo incrédulo.
-Jura?!
-O que diabos…?! Mas como…?! Mas…
Ela encarou Wong parado mais ao lado, sorrindo para ela, perto do corredor. Pondo a mão no coração, ela se apoiou na parede e respirou fundo, alternando o olhar entre os dois, enquanto a capa dava um tchauzinho para ela, por trás de Stephen.
-Okay. O que vocês dois estão fazendo aqui?
-Isso é o que eu esperava que você soubesse. - Stephen a encarou, parecendo ainda, entediado, mas ao mesmo tempo, bastante curioso ao olhar ao redor. - Onde você o escondeu?
-Onde eu escondi o que?! - Ruby perguntou, confusa.
-O Santo Cálice.
-O… O Santo o que?!
Stephen e Wong se olharam, como se estivessem tendo um tipo de conversa mental da qual Ruby não fazia parte, então, ela passou a mão pelos cabelos, desfazendo o coque e liberando a cabeleira ruiva. O movimento chamou a atenção de Stephen e ele a encarou de uma maneira que a deixou corada, mas mesmo assim, Ruby não desviou o olhar.
-Olha, Senhor Strange… Eu não faço idéia do porquê o senhor está aqui, mas mesmo sendo um Vingador, isso não dá direito a invadir casas alheias…
-Bem, é um apartamento. - Wong corrigiu, fazendo Ruby e Stephen rolarem os olhos, juntos. - Uau… Isso foi bem sincronizado!
Stephen respirou fundo e levantou do sofá, parando perto da janela, enquanto, sorrateiramente, a capa tentava escapar sem que ele percebesse. Porém, Stephen a segurou no último segundo e, por fim, apenas encarou Ruby.
-Por quê você tem aparecido exatamente onde eu estou?
-Espera… O que?!
-Stephen… - Wong tentou o chamar, mas o homem continuou enumerando, calmamente.
-Primeiro, no casamento da Christine. Depois, há alguns dias, sendo perseguida por um alienígena… E agora, você trabalha exatamente no local onde o Santo Cálice estava…
-Espere aí!
Ruby reuniu mais coragem do que tinha e apontou um dedo para Stephen, avançando em sua direção, enquanto falava, de forma firme, sem abaixar nem a cabeça, nem o tom de voz, o deixando surpreso.
-A Christine é minha prima desde antes de você sequer pensar em namorar ou ter um caso com ela, seja lá o que foi que tiveram! Segundo, você vai atrás de todos os cidadãos que são perseguidos por alienígenas para perguntar o porquê?! Não é mais fácil perguntar aos aliens ao invés de sair acusando sem provas?! Além disso, Senhor Strange… Você invadiu meu apartamento e eu nunca nem ouvi falar desse Santo sei lá o que! Então, se não me explicar em cerca de cinco minutos o que está fazendo aqui, vou chamar a polícia! E dane-se que você foi ou era um Vingador!
Silêncio. Stephen parecia intrigado, olhando para Ruby como se ela fosse um filhotinho de gato o atacando. No entanto, o silêncio e a tensão foram interrompidos quando Wong encarou Stephen e murmurou:
-Eu não sei se fico mais impressionado com ela te afrontando assim ou com você não responder…
Stephen o fuzilou com os olhos e respirou fundo, pondo as mãos na cintura, enquanto olhava para Ruby.
-Eu não entendo… Há uma leitura mágica forte vindo daqui. Você precisaria estar de posse do Santo Cálice para que isso acontecesse…
Ruby engoliu em seco e deu de ombros.
-Eu não estou.
-Mas ele sumiu da galeria. - Wong afirmou, atraindo a atenção para si. - Achamos que poderia ser você…
-Estão me acusando de roubo?! Isso é sério?! Aliás… Como diabos você sabe do sumiço?
Wong deu de ombros e Stephen franziu ainda mais a testa, apontando para um e depois para o outro.
-Esperem aí… Se não foi você, nem você…
-É óbvio que não foi!
-Strange, pelo amor de Deus! - Wong revirou os olhos, revoltado.
-Então… Quem diabos foi?!
-É isso que a polícia está tentando descobrir. - Ruby exclamou, indo até o sofá com certa dificuldade por conta do espaço apertado e da bota. - Ah… Oi, Capa!
Stephen observou a capa se enrolar em volta de Ruby e ela fazer um leve carinho na mesma, fazendo o pano vermelho estremecer. Ele até pensou em chamar a atenção dela de novo, mas a garota parecia confortável demais com o Manto de Levitação, então, apenas olhou ao redor, afinal, seus olho treinados pela magia conseguiam ver rastros de mágica pelo apartamento.
- Você mora sozinha? - Stephen perguntou, subitamamente.
-Depende para que você quer saber. - Ruby o olhou, desconfiada.
-Eu não vou te sequestrar, Garota!
-Certo, então… Sim. Lembra? Perdi meus pais e meu irmão…
-Ah, é…
Wong ergueu uma sombrancelha para Stephen e perguntou:
- Você tem certeza que só falou com essa menina por uns dez minutos? Vocês parecem mais íntimos…
Stephen o encarou, sério, tentando achar uma forma de não ser mal-educado com um Mago Supremo, mas sua atenção foi desviada para Ruby quando ela espirrou. De alguma forma, durante os espirros, as luzes do apartamento acenderam rapidamente e, de encarando, Wong e Strange perceberam a mesma coisa.
-Saúde!
-Obrigada! - Ruby esfregou a pontinha do nariz e encarou Wong, sorrindo de volta. - Aliás… Por que vocês queriam o Santo Cálice? E esse o nome?
Wong se sentou no sofá, ao lado da garota, e a capa fez um carinho com uma das outras pontas nele, enquanto duas delas se esfregavam no cabelo ruivo de Ruby, como se estivesse o penteando para trás.
-O Santo Cálice é uma peça mágica muito importante e foi perdida há muitos anos atrás, quando nem mesmo o Strange era nascido. Ou seja, muito antigo!
-Eu ouvi isso! - Stephen reclamou.
Ruby assistiu, hipnotizada, uma bandeja com chá aparecer em sua mesinha de centro e, a seguir, Stephen sentar no ar, com as pernas cruzadas, de frente para ela.
-Gosta de chá?
-Prefiro café. - Ruby agradeceu com a cabeça quando o líquido, antes marrom claro-avermelhado, virou preto. - Valeu…
-E eu precisava conferir de perto porque se fosse ele, como sou o Mago Supremo, preciso…
-Mago Supremo?
Stephen deixou que Wong desse uma leve e rápida explicação genérica sobre o termo, o que fez Ruby ficar animada, com os olhos verdes brilhando, como se fosse a coisa mais incrível que ela já tivesse ouvido. Seria fofo se Stephen não estivesse tão preocupado em tentar achar uma maneira de confirmar suas dúvidas além de pensar quem poderia ter pego o Santo Cálice.
Foi só cinco minutos depois, quando Ruby pigarreou e ergueu uma sombrancelha ruiva em sua direção, que ele percebeu ainda estar olhando diretamente para ela. Wong alternou o olhar entre os dois, estreitando os olhos para Stephen sem falar nada quando Ruby perguntou:
-Entendi… Legal! E vocês querem ajuda para descobrir quem pegou o Cálice?
-E como, exatamente, você pode ajudar? - A voz desconfiada de Stephen soou, baixa.
Ruby abriu um sorriso e largou a xícara de café constantemente cheia, se ajeitando no sofá. A capa se acomodou ao redor dos seus ombros e Ruby bateu uma mão na outra, parecendo bastante animada até.
-Simples, Senhor Strange…
-Stephen…
-Stephen?! - Wong o encarou, mas Stephen apenas o ignorou, voltando a ouvir Ruby, que nem por um segundo, pareceu notar a interrupção.
-Eu trabalho na Galeria de Artes. Assim que eles tiverem alguma notícia, vou ser a primeira a saber. Bem, não literalmente. Mas você entendeu. Talvez, a notícia chegue até mim antes de vazar por aí.
Stephen analisou a proposta e, por fim, assentiu, maneando com a cabeça, parecendo minimamente satisfeito.
-Certo. Então, Ruby, se tiver alguma informação, pode informar a mim ou ao Wong, a qualquer minuto!
Ruby assentiu e coçou a nuca a seguir, parecendo um pouco desconcertada quando Stephen começou a recolher as coisas e sumir com a bandeja e o conjunto de bule e xícaras.
Pigarreando novamente, ela atraiu a atenção de Stephen que, simplesmente, esticou a mão para ela, com uma latinha aberta cheia de balas com cheiro de hortelã, fazendo Wong morder a boca para não.
-Ah… Não, obrigada, eu só…
-Tem certeza? - Stephen perguntou, levemente irônico. - Você parece estar com uma tosse bem chatinha…
-Não, homem! Eu só…
-O que houve com o Senhor?
-Ah… Certo! Perdão, Senhor Strange! Eu só…
-Eu estou brincando. - Stephen encarou Ruby, soando levemente divertido, apesar de rolar os olhos e sumir com as balas em sua mão, cruzando os braços a seguir. - Relaxa! Daqui eu estou sentindo sua tensão. Não está, Wong?
O homem sorriu e concordou com a cabeça, afirmando que "Sim, dá para sentir a tensão, com toda certeza", muito embora isso fizesse Stephen duvidar se Wong estava mesmo falando de Ruby.
Vermelha, ela bufou, tirando uma mecha ruiva da cara e cruzou os braços, suspirando.
-A questão é: Como diabos eu vou achar vocês?!
-Bem, você pode nos lig…!
-Eu vou te dar o endereço do Sanctum Sanctorum.
-Que?!
-O que é isso?
Stephen fugiu do olhar de Wong e pegou um papel na mesinha ao lado de Ruby, escrevendo algo rapidamente. Então, os olhos dela bateram nas mãos levemente trêmulas dele e, principalmente, na enorme quantidade de cicatrizes que deformavam a pele. Eram muitas e Ruby desviou o olhar, se perguntando se isso teria sido no tal acidente que quase o matou e supôs que sim assim que Stephen esticou o papel para ela, a olhando nos olhos.
-Se descobrir qualquer coisa… Ou se precisar de algo… Não hesite em aparecer lá. Se não tiver uma emergência, normalmente, eu estou em casa o dia inteiro e se eu não estiver, o Wong estará.
Wong assentiu, vendo Ruby pegar o papel e dobrar cuidadosamente, assim como Stephen, que reparou nos dedos longos e finos, agéis, se perguntando o que mais aquelas mãos faziam.
Então, houve um breve momento de silêncio e tensão e foi Stephen quem o quebrou, olhando para a capa e respirando fundo, antes de dizer.
-Se despede da moça. Vamos para casa.
A capa se embrulhou em volta do corpo de Malva, balançando a altura da gola em um não. Stephen ergueu uma sombrancelha quando Wong riu.
-Eu não vou falar de novo…
Nada. Ruby tentou dar uma afastadinha, mas o pano continuou firme em volta do seu corpo e Stephen ergueu três dedos da mão, onde um anel comprido estava.
-Um… Dois…
A capa cedeu e por fim, depois de dar um abraço em Ruby, ela voou até Stephen e se ajeitou sobre a roupa dele, dando um "Tchauzinho" triste enquanto Stephen abria um portal e sumia nele com Wong, depois de se despedir.
Após as fagulhas se fecharem, Ruby esperou por alguns segundos e, a seguir, literalmente se jogou contra o celular, discando um número na tela. Quando o atendeu, a única frase dita foi:
-Lou?! Advinha de quem o Doutor Estranho pediu a ajuda para recuperar o objeto perdido na galeria?!
A resposta foi, única e exclusivamente, um berro empolgado do outro lado da linha.
Oiie, Pessoal! ❤
Pois é... Eu sei, eu dei uma sumida 🤡
Mas, em minha defesa, eu tive um surto criativo na semana passada com uma outra fanfic de nada ia adiantar eu ficar forçando para escrever essa aqui, então, preferi focar na outra e deixar fluir até acabar, e deu certo... Essa semana mesmo, já finalizei o capítulo que tava parado, escrevi mais um inteiro e já iniciei outro 🥵
Aliás hehehehe Vocês gostam dessa dinâmica do Stephen irritando a Ruby e ela botando ele para dar a patinha e lamber?? KKKKKKK Porque eu to amando e ainda vamos ter bastante discussões entre eles! E melhor, na frente de todo mundo KKKKKKKK
Bem, espero que tenham gostado do capítulo!
Até o próximo!
Beijos! 💋💋💋
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