01 • Minha História
Lá estava eu, novamente me mutilando. Por que as pessoas são tão ruins? Por que eu sou a vítima?? Esse mundo é tão cruel! Você deve estar se perguntando o porquê estou fazendo isso. Bom, irei explicar toda a história..
Flashback
Quando eu era pequena, eu me sentia a criança mais feliz do mundo. Pois eu tinha meu pai, que era meu porto seguro, o homem que eu podia confiar em tudo, éramos inseparáveis. Certo dia, meu pai teve que viajar através de negócios para a Austrália. Porém, as vezes as coisas não dão certo. Quando recebemos a notícia que o avião em que ele estava tinha caído e não havia sobrevivido ninguém, o meu mundo caiu. Foi apartir desse momento, que entrei em depressão aos 10 anos de idade.
Minha mãe ficou arrasada, então decidiu que quando eu completasse 11 anos, iríamos nos mudar para Seoul, afim de começar uma vida nova. Assim que completei 11 anos, nos mudamos para lá.
Quando chegamos lá, minha mãe me colocou em uma escola nova, onde uma parte do terror começou. Comecei a sofrer bullying por um garoto de uma série acima que a minha. Eu o odiava tanto e odeio até hoje.
Um mês depois que nos mudamos, minha mãe arrumou um namorado, uns anos mais velho que ela, digamos. Ele era super legal no começo, mas depois de um tempo, quando comecei a crescer, e desenvolver corpo, ele começou a olhar para mim de uma maneira muito estranha. Toda vez que ele me olhava daquela maneira, eu começava a criar um medo.
Um dia, eu tinha por volta de 14 anos, estava sozinha em casa em meu quarto assistindo, quando de repente, a porta do meu quarto foi aberta com força, revelando ser meu padrasto. Ele estava bêbado, eu já estava em desespero, e foi aí que ele veio até mim e fez coisas que eu nunca imaginaria que ele iria fazer.
Eu tentei contar para minha mãe, de todas formas possíveis, tentei mostrar ações do meu padrasto. Acham que ela acreditou em mim? Claro que não, sempre acreditou naquele nojento do meu padrasto. O que me fez pensar.. Por que ela não acredita na própria filha??
Hoje estou com 16 anos, meu padrasto ainda me abusa, ainda sofro bullying na escola pela mesma pessoa e minha mãe ainda não acredita em mim. Infelizmente, não tem o que eu fazer. Não tenho amigos para confiar, o que me resta é chorar pelos cantos e me machucar para aliviar as dores que me causam.
~~
Eu estava fazendo meu último corte, quando...
— Ha-na! Apura antes que se atrase! —
— Já vou. — Digo lavando meu braço sujo de sangue e logo tomando um banho gelado. Depois disso, boto meu uniforme.
Peguei minha mochila e sai do quarto indo em direção à escada, quando eu ia descer o primeiro degrau, meu padrasto aparece.
— Não vai dar tchau para o seu pai? —
— Você não é o meu pai, e nunca substituirá ele. —
Estava prestes a virar quando ele me empurra contra a parede apertando fortemente minha coxa, quase chorando, o empurro e saio de lá o mais rápido possível.
Chegando na escola e já dentro na mesma, vou até meu armário pegar alguns livros. Quando fecho o armário, dou de cara com Suga e Iu, o casal do terceiro ano que vive atormentando a minha vida. Suga, é o garoto no qual eu falei que faz bullying comigo desde que entrei nessa escola, e agora, sua namorada Iu. Que vive me esculachando e batendo em mim quando pode.
— Olha só, se não é a esquisitona. — Suga diz e permaneço calada.
— Ei sua idiota! Vai fingir que não vê a gente?? — Empurra meu ombro. Ainda permaneço sem olhar para o rosto de Iu. — Então vai ser assim? — Pega em meu braço apertando meus cortes.
— Para, por favor. Está me machucando! — Falo com um pouco de dificuldade por conta da dor.
— Decidiu falar então? — Puxa me braço fazendo eu cair no chão e atraindo olhares. Olho para meu braço e vejo que ele estava escorrendo por conta dos recentes cortes.
— Tinha que fazer isso Iu? — Pergunta Suga.
— Vai defender ela agora?
— Claro que não. Ela mereceu. — Saio de lá chorando e vou para o banheiro.
Já tinha se passado 3 minutos que o sinal havia batido. Saio da cabine e lavo meu braço, pois saiu sangue da Iu ter apertado. Depois saio do banheiro e vou para a sala de aula.
— Está atrasada!
— Desculpa professor, isso não irá de repetir. — Abaixo a cabeça.
— É bom mesmo. Agora sente-se que tenho algo a dizer para vocês. — Vou ao meu lugar e o professor começa a falar. — Hoje vai entrar um aluno novo na turma, acolham ele bem. Pode entrar.
Eu nem dei muita bola no que o professor falou, então encostei minha cabeça na carteira. Deve ser só mais um aluno que vai me achar uma esquisita. Quando o aluno entrou, escutei várias meninas cochichando, falando do quão aquele garoto era bonito. Fiz nem questão de olhar.
— Esse é o Jeon Jungkook, ele tem 17 anos e será o novo colega de vocês. Pode se sentar naquela quarteira vazia ao lado da Ha-na. — Sinto esse tal de Jungkook sentar do meu lado.
— Olá! —
— Oi.. — Ao levantar a cabeça para olhar, me deparo com um garoto lindo. Sinceramente, o garoto mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. Sem brincar, devo ter ficado uns 10 segundos olhando para seus olhos redondinhos.
Se passam as três primeiras aulas e bate o sinal. Saio da sala e vou para o único lugar que tenho paz, que é atrás da escola. Coloco meu fone e começo a cantar baixinho.
✧༺Jungkook༻✧
Estava andando pelo pátio quando escuto uma voz vindo de trás da escola. Vou até lá e vejo que é a garota que senta ao meu lado na sala de aula. Decido ir dar um oi.
— Oii.. OII! — A mesma se assusta. — Desculpa te assustar, você não tava ouvindo.
✧༺Ha-na༻✧
Eu estava escutando música de olhos fechados e no volume máximo, quando uma pessoa grita e eu acabo me assustando.
— O-oi.. — Respondo com vergonha.
— Ha-na, né? Eu posso ser seu amigo? Estou meio sozinho na escola.
Ele quer ser meu amigo?
— Claro. —
Desde quando alguém quer ser meu amigo?
— Me conta um pouco de você. — Senta ao meu lado.
— Bom, me chamo Byeon Ha-na, tenho 16 anos, moro com minha mãe e meu padrasto... — Ao falar "padrasto", me veio uma dor no peito, e uma vontade de chorar. Então olho para baixo tentando disfarçar.
— Tá tudo bem? Você ficou estranha do nada.. — Olho para o lado contrário enxugando algumas lágrimas.
— Está, eu só... — Começo a chorar. Que droga, estou chorando na frente do aluno novo. — Lembrei de algumas coisas.
— Quer desabafar?
Não sei se era certo desabafar com alguém que acabei de conhecer, na verdade, eu nem conheço ele. Vai que ele conta pra todo mundo o que acontece em minha vida. Só sei que não estou mais aguentando guardar tudo isso para mim. Talvez ele não seja igual as outras pessoas..
— É que.. — Conto tudo que está acontecendo, em casa com meu padrasto, que sofro bullying por duas pessoas na escola (não contei eram) e que me corto.
Percebi que estava realmente precisando desabafar. Estava me sentindo tão leve por ter conversado com Jungkook.
— Eu sinto muito, por tudo isso. Posso te dar um abraço?
— Sim.. — O mesmo me abraça quase me esmagando. — Não consigo respirar.
— Aaa, desculpa. — Me solta.
Ficamos conversando até bater o sinal. As últimas aulas passaram bem rápidas. Pois fiquei a aula inteira conversando com Jungkook. Eu nunca havia conversado tanto com uma pessoa em uma manhã. Descobri até que moramos na mesma rua.
Já estávamos na última aula.
— Vamos juntos? — Jung pergunta. — Já que moramos na mesma rua.
— Simm.
Assim que acabou a aula, fomos para a casa juntos.
— Você mora aqui?? Eu moro a seis casa depois da sua. — Diz feliz.
— Sério? É bem perto! — Sorrio. — Você quer entrar? Acho que não tem ninguém em casa.
— Pode ser.
Entramos em casa e Jungkook começa a falar.
— Uau, sua sala é bem grande! —
— Ha-na, eu já volt.. Quem esse? — Meu padrasto aparece na sala.
— É m-meu amigo.. — Começo a tremer.
— Boa tarde senhor! — Jungkook faz reverência.
— O que você quer com minha filha?
— Eu não sou sua filha!! — Falo um pouco alto.
— Olha o respeito menina!!! Aish, já estou ficando estressado. Vou sair e já volto. — Antes de sair, ele sussurra em meu ouvido. — Você sabe que é minha, não é? — Sai batendo a porta.
Sento no sofá e coloco minhas mãos na cabeça.
— Calma Ha-na, vai ficar tudo bem..
— Não sei não.. — Pego meu celular que estava tocando.
Ligação On
Ha-na: Alô?
Mãe/H: Oi filha, é a mãe. Não vou voltar para a casa hoje por causa do trabalho. Então você vai ficar com seu padrasto.
Ha-na: Aaa.. É que combinei de dormir na casa de uma amiga hoje.
Mãe/H: Tá bom, se cuida. Tchau.
Ha-na: Você também mãe. Tchau..
Ligação Off
— Jungkook, o que eu faço??? Eu inventei que vou dormir fora, não posso ficar aqui.. — Entro em desespero.
— Você pode dormir lá em casa se sentir segura.. — Sugere.
— Eu posso?? Eu realmente estou medo.
— Simm. Vai lá pegar roupas antes que seu padrasto volte.
Vou até meu quarto trocar de roupa e pegar algumas peças para passar a noite na casa de Jungkook. Ele foi a minha salvação, não sei o que aconteceria se eu ficasse sozinha com meu padrasto em casa.
Depois que peguei minhas roupas, desci e saímos de casa. Realmente a casa de Jungkook era bem pertinho.
— Obrigada por deixar eu ir em sua casa.. Você mora com seus pais? — Digo caminhando.
— De nada Ha-na! Não, eu moro com meus tios e meu primo. Não se preocupe, eles são bem gente boa. — Me tranquiliza.
Assim que chegamos na casa de Jungkook, entramos na mesma.
— Tia, cheguei! —
— Oh, você chegou! Quem é ela? Mal chegou em Seoul e já tem namorada safadinho.. — Olha para mim me deixando sem jeito.
— Tia, essa é Ha-na, minha AMIGA. Ela pode dormir aqui hoje? Aconteceu umas coisas na casa dela e tals.
— Claro que pode! O almoço já está na mesa, venham comer. — Vai para a cozinha.
Sigo Jungkook até a cozinha, onde me deparo com uma mesa cheia de comida. Vou até lá e me sento.
— Tia, cadê o tio e meu primo? — Leva um pedaço de carne até a boca.
— Seu tio foi resolver umas coisas no trabalho e seu primo já está descendo.
— O mãe, você viu meu celu-lar.. — Ao ver quem era a pessoa que estava descendo as escadas, fico totalmente paralisada. — O que essa garota está fazendo aqui??!?
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Continua..
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