Robyn Moore Styles

Os murmúrios de Grace enquanto ela está sentada no chão brincando com peças de cubos de madeira é algo encantador. O cabelo dela é cacheado, não é crespo como o meu, a raiz é lisa e ao longo dos fios, eles se cacheiam e tenho certeza de que isso veio de Harry. Minha menina tem seis meses e é bastante esperta, ela já consegue se sentar sozinha e balbucia com frequência 'Tá-tá' e principalmente quando ela vê o pai, comigo ela normalmente diz 'Bá' não faço ideia do que se passa na cabecinha dela, mas é encantador para mim ouví-la e principalmente vê-la brincando. 

Estou com ela no jardim de nossa casa em Egan, voltamos tem pouco tempo. Jack Hawkins foi preso quando Grace estava com três meses todos os funcionários dele decidiram não trabalhar mais para ele, não depois do que descobriram, o nome Hawikins só não caiu no esquecimento por conta de Kimberly e dois meses depois da sua prisão, as coisas pareceram calmas suficientes para que poder voltar a Egan e desde o momento que chegamos aqui, a segurança é absurdamente reforçada. Por sorte, moro em uma casa grande e consigo distrair minha filha andando de lá e de cá e sempre parece que ela está conhecendo um lugar novo dentro da própria casa e nesse fim de tarde, sentada no jardim comigo, ela já descobriu uma joaninha e uma formiga. Minha pequena exploradora.

No entanto, minha pequena explorada está agitada porque uma abelha pousou bem em cima do seu nariz. Grace resmunga, mas logo parece que quer chorar e se irrita a medida que a abelha anda pelo seu rosto. Por isso, eu passo minha mão perto do seu nariz para afastar a abelha de lá, do mesmo jeito minha menina chora e eu a pego no colo.

— Já passou, meu amor — digo acariciando o cabelo cacheado dela. — Ela só fez uma visitinha no seu nariz, uh — falo e olho para ela. Porém Grace apenas faz um biquinho e volta a chorar manhosa. Olho para o narizinho dela e não havia nenhum indício de que a abelha havia a ferroado, tinha sido apenas um susto.

Então eu tento acalmá-la, balançando seu corpo devagar, até que Grace agarrou a alça do meu vestido e já fazia algum tempo que ela tinha se alimentado, então quando eu ofereço meu seio, ela não nega.

— Estava com fome também? — Pergunto e ela fica me olhando. Sorrio para ela e passo meu dedo em sua mãozinha. — Ou isso é manha? 

Grace fica quieta, apenas mamando e fico perdida naquele momento por minutos, até ela adormecer e o anoitecer chegar. É bastante comum e corriqueiro que minha filha cochile nessa parte do dia, normalmente dura meia hora e quando passa muito tempo disso é difícil colocá-la para dormir perto das dez horas, ela costuma ficar acordada até meia noite e meia. Normalmente, nesse momento que está dormindo eu aproveito para tomar banho e é isso que faço. Subo com ela para seu quarto e a deixo no berço, em seguida, entro para de baixo do chuveiro.

Aproveitei o clima quente para lavar meu cabelo pela noite e por isso, pego o shampoo. Harry já deve estar para chegar e tirando, Niall, Jennifer e as visitas recorrentes de Tina, mamãe e Aaron. Somos apenas Harry e eu aqui. Minha mãe está morando perto da encosta com meu irmão que está trabalhando com Felipe Wratt, alguma coisa sobre a produção e distribuição de maconha para fins medicinais na fazenda de Liam. Ele parece estar se dando bem com isso e como a mulher que me gerou também não consegue ficar parada, ela disse que conseguiu algo para fazer. Um emprego de doula, ela ajuda no parto de outras mulheres e também auxilia mães de primeira viagem, ela comentou comigo que é como se ela fosse avó em tempo integral e imagino que seja isso mesmo. Enquanto a mim, bem, mês que vem irei para Mạngkr dæng para a exposição das minhas fotografias e tudo isso graças a ajuda de Kimberly e Alicia. 

Sinto mãos tocando minha cintura me puxando para um abraço, de início me assusto, mas sei que é ele e logo seus lábios beijam meu ombro.

— Oi — murmuro. 

— Olá — Harry diz perto do meu ouvido. — Grace dormiu agora?

— Sim — viro-me e deixo meu braço em volta do seu pescoço. Ele sorri para mim e dá um selinho. — Uma abelha pousou no nariz dela e isso foi demais para nossa garotinha.

— Ela se assustou?

— Bem mais que a abelha dela — digo divertida e Harry sorri.

— As duas estão bem?

— Estão sim, a abelha encontrou uma flor para acolhê-la e Grace ficou satisfeita com leite.

— Fico aliviado em saber disso — Harry diz e isso me faz ri baixinho. Fico na ponta dos pés. — E quanto a mulher que deu leite a ela? Como ela está?

— Muito bem já que ela encontrou os braços do amor dela. No final, todo mundo saiu ganhando.

— Excelente — murmura e sem esperar muito mais tempo o moreno me beija e eu o beijo de volta.

— E você como está? — Pergunto.

— Bem — murmura e volta a me beijar. Harry me agarra e me deixa contra a parede. — Só quero aproveitar os minutos que Grace está dormindo. 

É justo, mas devo acrescentar que nesses dias para cá o moreno dos olhos verdes está mais desesperado em fazer amor comigo do que antes. Devo acrescentar também que não fazemos nada desde antes dele levar os tiros, mais de um ano que ele está sem sexo e agora ele está forte e com energia para isso. Contudo, não eu, estou mais cansada tendo que entregar todo meu tempo e atenção para Grace que não faço nada com Harry desde então.  Porém, a forma de como ele beija minha pele com desespero e como ele me toca acaba despertando interesse em mim, mesmo que agora ele quase não me deixe respirar beijando meus lábios novamente e por isso o afasto.

— Calma... — peço ofegante. — Por favor, calma — peço e o moreno fica me olhando. Ele toca meu rosto.

— Desculpa — pede baixinho e beija minha testa. Sorrio e passo a mão pelo seu tronco.

— Pedi calma e não para parar — sorrio e ele volta a se aproximar de mim. — Se você for pulando partes não vai ser bom para ninguém — digo e meu dedo percorre por sua pele descendo e Harry segura minha cintura. Ele volta a me beijar, dessa vez mais devagar e sorrio contra seus lábios.

De maneira sutil meu coração começa a se acelerar e começo a sentir meu corpo se esquentar a minha vontade de tê-lo em mim aumentando. Contudo, somos interrompidos e não pelo choro de Grace e sim por Niall.

— Robyn! — Niall me chama e dá batidas na porta. Harry tampa minha boca antes que eu respondesse.

— Ela não está aqui — Harry diz e me vira de costas. 

— É urgente, Harry — O garoto fala, isso me preocupa. É Grace?

— É sobre Grace, Aaron ou a mãe dela?

— Não, é... 

— Robyn não está aqui! — Harry fala cortando o nosso amigo e pensei em tirar a mão dele da minha boca para interrompê-lo e dizer que estou aqui sim. Gostaria de saber sobre o que se trata. Só que sinto Harry entrando em mim e fecho meus olhos. — Acho que ela deve ter ido para estufa, vai procurar lá.

O moreno me estoca e solto um gemido abafado, é baixo, mas Harry pressiona a mão dele contra minha boca. 

— Tem certeza? — Niall pergunta e Harry me estoca de novo. Caramba! Agora sou eu que quero mandar Niall embora. 

— Sim, Niall! Me deixe tomar banho — O moreno diz bravo e segura meu cabelo me estocando de novo.

Silêncio, mas Harry não tira a mão da minha boca. Ele me puxa mais para ele, entrando mais em mim e tremo. O homem dá mais algumas estocadas em mim e tira a mão da minha boca, para descê-la até meu seio. Ele não aperta, acho que se lembrou de que poderia sair leite, então ele me vira.

— Pensei que ele não ia sair — sussurro e Harry sorri, ele levanta minha perna e a apoio na curva do seu quadril. O moreno volta a entrar em mim.

— Não faça muito barulho, apenas para garantir caso ele ainda esteja por perto — Harry sussurra perto do meu ouvido e me estoca com força e isso me faz gemer. — Quieta — diz mandão, mas faz de novo. Mordo meus lábios com força e logo Harry move seu quadril entrando e saindo de mim. A água do chuveiro respinga na minha pele fazendo meu corpo arrepiar.

Ele segura meu rosto e mantém seus olhos em mim, não consigo desviar meus olhos dele. O dedo de Harry encontra meu clitóris e ele me toca lá me fazendo sentir mais prazer ainda. Minhas pernas tremem mais e ele segura minha cintura para que eu não caía. Ele continua a me estocar, indo mais rápido. Sinto a pele dele em mim, sinto meu coração acelerado e meu corpo absurdamente quente. Senti saudades disso, não havia percebido tanto porque estava bastante concentrada em Grace ou cansada demais, mas eu senti saudades dele em mim, me tocando dessa forma trazendo prazer ao meu corpo, como estou trazendo para ele. Senti saudades da forma de como ele me olha enquanto estamos fazendo sexo, de como a química que percorre pelo meu sangue me faz sentir extasiada e eufórica. De como eu gosto de gastar energias com ele, perder meu folego, de tocá-lo e me mover também para ver como ele está entregue a mim, como estou para ele. 

Harry continua as estocadas e mexo um pouco meu quadril. Sinto ele tremer e sei que ele está quase lá e por isso puxo o moreno para um beijo. Ele continua as estocadas enquanto me beija, um pouco mais desesperado que antes e eu acabo chegando lá primeiro que ele. Agarro seu cabelo e gemo seu nome baixinho. Isso parece ter o incentivado ainda mais, pois Harry me invade mais e logo acabo sentindo ele se despejar em mim. A minha pele pulsa e novamente nós nos beijamos. Mais devagar agora e seguro sua nuca. Sinto o moreno tremer novamente e sorrio contra seus lábios. 

— Caramba — Harry diz e recupera o folego. Sorrio e me afasto dele. 

— Mais calmo agora? — Pergunto e Harry segura meu pulso.

— Nenhum um pouco e eu realmente espero que Grace durma a noite inteira, hoje — diz e solto uma risadinha.

— O que é isso, andou tomando chá de yohimbe*? — Pergunto divertida e Harry manda o dedo para mim me fazendo ri. — Tomou sim, tomou onde? — Pergunto e pego o sabão passando pelo meu corpo.

— O filho da puta do Louis, fui jogar sinuca com ele e perdi, então como aposta ele pediu para eu beber o chá com vodca. — explica. Olho para ele e dou um sorrisinho. — Ah qual é, Robyn.

— Achei isso uma mistura peculiar — dou de ombros. — Talvez devesse arranjar um jeito de tomar de novo mais tarde — pisco e Harry sorri.

— Não preciso disso e você sabe.

É sei sim, mas eu apenas sorrio e tomo meu banho junto de Harry. O moreno conta que ele trabalhou de manhã e boa parte da tarde, mas que Louis apareceu e eles não se viam fazia algum tempo porque Louis havia ido para a Ilha de Nova Providencia e foi então que tudo aconteceu e então o moreno acabou tomando um chá de estimulante com vodca. Depois do banho, saímos do banheiro que fica no quarto e coloquei um vestido e enquanto passava creme no meu corpo e Harry se vestia, escutamos batidas na porta que não estava totalmente fechada e Niall entra no quarto.

— Robyn estava na estufa né — indaga com uma expressão debochada, em seguida nega com a cabeça. — Tem uma assistente social te esperando lá em baixo, Rob. E é melhor descer os dois.

Niall diz e olho para Harry, o moreno levanta as sobrancelhas e parece tão surpreso quanto eu. Por isso, quando o loiro nos deixa sozinho, nós nos arrumamos rapidamente e quando descemos encontramos Grace com Jennifer. Havia também uma mulher loira e alta, parecia mais velha que Harry e eu e ela olhava com curiosidade para minha filha, enquanto Jennifer perguntava se ela queria algo. Contudo minha filha nota tanto minha presença como a de Harry e por isso chora. Por um momento pensei que ela quisesse meu colo, mas ela estica os braços em direção do pai e imediatamente Harry a segura e beija as bochechas dela. Ele diz que sentiu saudades dela também e logo minha pequena se aconchega no colo dele, deitando sua cabeça no ombro do pai e é como se ela estivesse esperando por esse momento o dia todo. 

— Olá eu sou a Robyn, em que posso ajudar? — Pergunto a mulher, a assistente social. O que ela poderia querer de mim? Não existe nenhum motivo para que Grace saia daqui e disso eu tenho certeza.

— Houve um acidente, uma queda de uma das naves comerciais. Rachel, Ben e Charles estavam lá. Infelizmente Ben morreu no local e Rachel está em estado grave. Charles está bem, mas precisa ter onde ficar e como você por direito tem a guarda de Charles caso Ben e Rachel se tornassem incapazes gostaria de saber se existe a possibilidade de você assumir essa responsabilidade — diz e sinto meu coração acelerar. 

— Charles? O Bebê? 

— Isso, senhorita. Poderia me acompanhar até o hospital? 

Continua... 

*Yohimbe é o nome comum dado a espécie Pausinystalia yohimbe, uma árvore comum do continente africano em que suas cascas são usadas como psicoativos, afrodisíaco e estimulante sexual.

 O Niall chegando no quarto no final do capítulo:

Notas: Oioi meus amores como vocês estão?

Gostaram do primeiro capítulo bônus? Provavelmente terá mais dois, então digam para mim, o que acharam dessa primeira parte ein?

Espero vê-las em breve. Anna. Xx