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21 • Vingt-et-un


Robyn Moore

Acordei com os murmúrios que foram aumentando, aumentando e aumentando. Eu despertei do meu sono. O sol já tinha se levantado, mas é um dia escuro. Parece que finalmente a chuva, típica dessa época do ano, chegou. Isso apenas me fez sentir mais vontade de ficar na cama, mas pensei sobre os meus vasos, havia deixado alguns para secar no lado de fora da estufa. Vou ter que recolhê-los.

Entretanto, os murmúrios continuam e eu movi meu olhar da imensa janela do meu quarto para a porta de onde vinham os sons eu vi a porta fechada, mesmo assim consigo escutar as vozes. Aquilo estava estranho.

Mais estranho ainda porque era Harry e Aaron.

Eles pareciam discutir sobre algo. Os homens nunca brigaram, nenhuma vez sequer. Harry escuta meu irmão e vice versa. Por que algo de errado pode ter acontecido agora?

Aquilo me preocupou, acabei me lembrando das palavras do meu irmão de meses atrás sobre as coisas piorarem, foi logo depois do atentado que até hoje os Revoltosos levam a culpa.

As coisas pioraram?

Levanto-me às pressas da cama em que estava. Assim que abro a porta vejo Harry e Aaron, eles me vêem e parecem surpresos. Não, na verdade, eles parecem ter visto um fantasma.

— O que houve?

— Robyn... — Harry diz calmo e me olha triste. Franzo minha testa e olho para meu irmão que também está triste. Aaron chorou.

— O que houve? — repito a pergunta. Dessa vez fico olhando para Aaron. Meu irmão não iria chorar à toa, ele é tão duro como eu e eu não precisei de anos para conhecê-lo para saber disso. Consegui notar essa parte dele porque é como a minha parte.

Porém, ele está triste e quero saber o motivo.

— Robyn é melhor voltar para o quarto, você acabou de acordar, vou pedir para Jennifer preparar algo — Harry diz com cuidado, como se eu fosse uma criança. Eu não sou uma criança, eu quero saber porque meu irmão estava chorando. Eu quero saber o porquê do murmúrio dos dois me acordaram.

— Me fala logo, o que está acontecendo? — cruzo meus braços brava. Harry respira fundo.

— Robyn, é melhor você voltar para cama. A médica disse que você tem que repousar e descansar. — Meu irmão fala e eu o encaro. Aaron dá um passo, ele fica mais perto de mim.

— Por que você estava chorando? Por favor me digam! — exijo. — É sobre a mamãe?

— Baby...

— É?! — eu quase grito, mas começo a sentir meus olhos arderem e uma vontade de chorar. E a cada segundo mais que o silêncio aumenta, mas eu sinto que será difícil controlar minhas lágrimas, o aperto vem em meu peito e eu sinto aquela ansiedade que senti antes de dormir. Começo a entender ela. — A mamãe... Ela... Ela está bem?

— Eu sinto muito, maninha. Ela estava doente e eu não sabia... — Algumas lágrimas escorrem do rosto do meu irmão e ele não termina de falar. Aaron está falando sério. Minha mãe morreu e ele nem precisou dizer essas palavras.

Então eu desabo e Harry me segura. Eu literalmente ia cair no chão. O moreno me segura firme e eu simplesmente não sinto meus pés no chão.

Eu acabo caindo mesmo, não consigo ficar em pé e Harry se senta comigo no chão do corredor. Ele perde para eu respirar fundo, eu não consigo. Aaron diz que sente muito e eu não consigo responder que também sinto muito. Que eu sinto tanto quanto ele.

Não parecia possível que mamãe tivesse morrido porque ela estava doente. Na semana passada, na última vez que conversamos ela parecia cansada, pensei ser o trabalho, mas podia não ser. Megan Moore sorria para mim mesmo cansada e conversávamos sobre tudo, flores de algodão, viagens para encostas, ver a praia e tomar sol em um dia de primavera. Ou ver a neve no inverno em Mạngkr dæng. Dizia a ela que logo nos veríamos e eu tentaria nos levar a todos os lugares possíveis no mundo. Ela sorria e dizia que era uma ideia maravilhosa.

Mamãe também me disse:

— Robyn, minha Robyn — Um sorriso se formou no rosto com poucas rugas, ela é uma mulher conservada naturalmente. A mais bela de todas. — Você já é uma mulher crescida em um lugar bom para viver. Aproveite cada segundo desse bom momento. Aproveite tudo, minha menina. Você merece ser melhor todos os dias, seja melhor. Porque você foi a minha melhor coisa.

— Não vejo a hora de ver você, mamãe — digo com lágrimas nos olhos. Queria abraçá-la forte. Mudar de assunto, lembrar a ela que logo vamos nos ver e que teremos momentos juntas que isso será real e não um sonho impossível.

Agora sentada no chão do corredor. Tudo parece impossível e por mais que Harry esteja tentando me acalmar, eu mal consigo respirar. Ela estava se despedindo de mim e eu não me toquei sobre isso. Se eu tivesse percebido que mamãe estava na verdade, dizendo um adeus eu teria quebrado os muros, enfrentando cada um dos guardas ditadores que reprimem na Cidade Baixa apenas para vê-la. Para ficar o resto dos dias com ela.

Sei que ela não morreu sozinha, porque sua prima e melhor amiga vivia com ela, mas não queria que ela se fosse sem que eu dissesse adeus e a abraçasse depois de tanto tempo.

Injusto. Mundo injusto.

— Robyn? — Harry segura meu rosto. Olho para ele. Ele olha para mim. — Respira fundo, por favor. — Não desvio meu olhar do dele. Havia algumas lágrimas em seus olhos também, mas seus olhos verdes me encararam. Havia empatia e compaixão neles Harry Styles estava aqui para mim. Por um momento eu sinto que era apenas nós dois ali e mais ninguém, ele me encontrando em um buraco e não me deixando sozinha, ele me ajudando com minhas feridas. Apenas eu e ele. — Por favor, respira.

E eu puxo o ar para meus pulmões, eu inspiro, seguro o ar por alguns segundos e expiro. Repito essa técnica mais cinco vezes e consigo me controlar por tempo suficiente para me levantar.

Sinto dor de cabeça e por um momento penso que abri meus pontos pelo tanto que chorei.

— Não abriu os pontos — Harry murmura e beija minha bochecha. — Aaron foi pegar água. Vem, vamos para cama uh.

— O que houve? — escuto a voz de Kimberly. Viro meu rosto e a mulher estava usando um vestido floral amarelo com branco e vermelho. Um vestido longo. O cabelo preto estava molhado. Ela estava deslumbrante para um dia chuvoso, contudo, seus olhos azuis me encaravam com preocupação. — Você se machucou, Robyn? — Ela pergunta e realmente parecia se importar comigo.

— Não me machuquei. — Minha voz sai fraca e eu sigo até o quarto.

Eu deixei que ela ficasse, mas não significa que somos melhores amigas. Apenas não quero ser culpada de ter matado alguém que não merece morrer por erro alheio. Logo, ela irá embora também. É importante que ela entenda isso.

É importante que entenda que o mundo é selvagem e pessoas boas se vão; pessoas que deveriam viver mais dias para ter mais experiências se vão; pessoas se vão precocemente. Apenas se vão.

Vou direto para a cama, ela é enorme como a do quarto do Harry, o colchão é confortável e eu fico de costas para o moreno. Não quero olhá-lo. Realmente quero ficar sozinha, quero que a chuva chegue e me leve, ou melhor, leve toda a dor que venho sentido. Quem sabe ao invés de levar, a chuva traga a minha mãe. Só que nada disso vai acontecer.

Aaron acaba chegando com o copo de água e eu bebo. Meu irmão me dá um abraço longo. Isso não diminui o aperto em meu coração, mas me senti acolhida, senti família e fechei meus olhos. Depois do abraço meu irmão se senta ao meu lado.

— Emma, nossa prima de segundo grau disse que era uma doença sem cura — explica. — Hoje eu ligaria para mamãe, conversar com ela antes de você, mas Emma atendeu. Disse que mamãe morreu dormindo. Ela não sofreu, Robyn. Não foi como a última vez que ela adoeceu. — concordo com a cabeça e mais lágrimas escorrem do meu rosto.

— Eu quero ficar sozinha — digo e limpo meu rosto.

— Você ainda não comeu — Harry diz. Por um curto momento, havia me esquecido da sua presença aqui.

— Vou comer, mas quero ficar sozinha. Me deixem sozinha, por favor — peço calma. Tento ser educada e gentil o suficiente. Tento não parecer desesperada ou alguém irá cometer uma loucura se ficar só.

Eu apenas quero ficar sozinha. Preciso disso.

Volto a olhar para a janela e vejo algumas gotas de chuva na janela. Começou a temporada de chuvas e isso não me desanima como costumava ser. Dessa vez, eu acho que estou começando a entender a chuva. Ela vem para lavar e eu quero imediatamente tirar essa dor de mim.

Contudo, não consigo, não é tão simples assim. Criei a expectativa e a esperança dentro de mim de que teria minha mãe perto de mim. Eu lutei por isso, mas não vou conquistar o que lutei. Não vou reunir minha família como gostaria. Ao invés disso, vou lamentar uma perda. Mais uma.

E a chuva que se inicia, não vem para lavar nada em mim, apenas vem para iniciar seu ciclo.

— Os olhos escuros de mamãe estão em você. — olho para meu irmão e ele acaricia minha bochecha. — Ela nunca te deixou — um sorriso triste se forma nos seus lábios e nos meus também.

O mais velho se levanta e Harry logo em seguida. O moreno disse que iria pedir que tragam comida para mim. Os dois respeitam minha vontade de ficar só e quando eles saem eu volto a chorar.

Me derramo como as nuvens no céu.

Uma semana depois...

Acreditar na vida após a morte é uma forma de confortar nossos corações depois que perdemos alguém que amamos. É acreditar que elas são eternas em algum lugar e de alguma forma dizer que elas não serão esquecidas porque de algum modo espiritual elas estão vivas.

Minha mãe foi cremada e as cinzas chegaram ontem junto com uma caixa de fotografias e até um diário de quando mamãe era adolescente. Foi a prima Emma que enviou para mim e Aaron. Senhora Tina encontrou uma muda de uma árvore de flores brancas que brotam no inverno. A mais velha disse que meu irmão e eu deveríamos usar as cinzas da minha mãe para plantar uma árvore linda.

Aaron e eu concordamos.

Entretanto, não tive tempo de mexer com a caixa com as coisas de mamãe, ainda. Ben e Rachel vieram ontem para saberem como o bebê deles está. Disse que hoje seria meu primeiro pré-natal.

Ben não poderia vir comigo, mas Rachel veio.

Estamos saindo da consulta e tudo parece bem. Inclusive, a mulher ficou com um sorriso largo enquanto escutava o coração do bebê. Tão rápido quanto meu primeiro bebê, mas a maior diferença entre eles: não sinto nada com esse bebê. Não sinto enjoos matinais ou dores no seio.

As vezes sinto como se ele não estivesse aqui, é um bebê comportado. Diferente do meu primeiro bebê, aquele bebê seria um espírito inquieto e faria de tudo para que notassem sua presença. Talvez seja por isso que entrei em dúvida entre tirá-lo ou não. Óbvio, que o fato de ser de Harry dificultava as coisas ainda mais. Porém, era o meu bebê que não tive. Será que de alguma forma ele também encontrou a vida após a morte? Ou apenas se desfez da vida antes de se formar?

Apenas sei que para mim, de alguma forma, ele esteve vivo.

Rachel me deu carona até minha casa. Durante todo o percurso a mulher falava sobre enxoval. Perguntava se já poderíamos ir às compras.

Em alguns momentos eu acho interessante como Rachel parece ignorar que o país está em crise. Que tem pessoas sofrendo no outro lado e que estão lutando por melhorias, ou querendo lutar. A verdade é que eu não tenho ideia do que está acontecendo lá.

Eles estão sendo oprimidos e ao invés de fazer algo, Rachel conversa comigo sobre roupas para grávidas e eu respondo. Acho que no fundo eu entendo que mulheres como nós não temos poder para nada e a única que nos resta é uma conversa fútil sobre roupas e uma gravidez que interessa inteiramente a ela. Mesmo assim, sinto-me incomoda por ter esse tipo de conversa, porém, não sei o que posso fazer para ajudar.

Depois de me deixar em casa, Rachel me agradeceu mais uma vez por ter aceitado ter topado a gravidez. Acredito que ela ficou medo que com a morte da minha mãe eu fosse desistir desse bebê. Eu disse que faria isso e vou fazer, mesmo que não traga minha mãe de volta. De alguma forma, ter esse bebê aqui me empurra para ir para frente. Para ter um pouco de auto cuidado, se não fosse por isso eu ainda estaria na cama chorando por não ter conseguido salvar meus pais e ter melhorado a coisa para eles.

— Lamento que tenha perdido sua mãe — A mais velha diz. Olho para ela. — Você ainda é uma menina e onde estamos é apenas um lugar selvagem — ela suspira. Rachel segura minha mão. Não recuo o toque, ainda preciso de consolo. Porém é estranho ter algum consolo dela.

Digo isso, porque para mim toda essa relação que temos são negócios e depois que esse bebê nascer eu nunca mais vou vê-la, ou ver Ben e nem mesmo o bebê que estou gerando. São apenas negócios e ela não precisa ser minha amiga, mas acho que ela não sabe como lidar com isso cem por cento. Afinal, ela vinha calculando um plano diferente em que era para eu ser amante de Ben para dar a eles um bebê, em troca eu teria uma vida confortável, mas Harry chegou naquela mesma noite e me pegou.

Harry Styles foi atrás de mim naquela noite como se soubesse que eu poderia ir embora de vez e me trouxe de volta. Só que o mundo tem propósitos que não entendemos e de uma forma estranha eu estou aqui, com meu corpo como uma ponte para que o casal tenha um bebê. Isso não significa muito, eu estou apenas cumprindo minha parte de um acordo. Não quer dizer que devo me tornar a melhor amiga deles ou ser considerada a melhor pessoa do mundo, apenas estou fazendo o que acho certo.

— Obrigada — murmuro.

— Robyn, não sinta medo dos seus sentimentos. É a única coisa sincera que temos e você tem a liberdade de expressá-los como quiser.

— Obrigada Rachel — agradeço novamente. Eu sou sincera, sou grata por isso. Apenas não acho que ela seja a melhor pessoa para essa conversa. — Eu vou ficar bem — garanto. Abro a porta do carro, viro-me para olhá-la antes de ir embora. — Vai ter seu bebê.

E assim eu entro para casa, a enorme mansão Styles. Quando piso meus pés para dentro da casa eu quase caio para trás.

Dave Styles estava de pé depois de quase três meses acamado. O mais velho me olhou e semicerrou os olhos.

Penso em ignorá-lo, mas ele me diz algo.

— Meu primeiro neto virá de você então. — fico calada. As pessoas que sabem sobre a verdade ainda parecem ser apenas Aaron, Harry, Niall e Tina. Eu nem sei porque, afinal não tenho vergonha disso.

Eu realmente engravidei para tirar minha mãe de um lugar ruim. Não me arrependo disso. Contudo, Dave Styles não sabe que essa gravidez é um tipo de engano. Não vou dar herdeiros a família Styles. Não ainda, e espero que quando tiver meus filhos esse homem esteja bem longe.

— Espero que nasça morto — ele diz. Simples assim e eu sinto meu coração acelerado. Havia um escuro nos seus olhos azuis, seu rosto estava sério e não sei se ele estava me ameaçando ou desejando algo. Apenas sentir vontade de socá-lo. Na verdade, estava disposta a fazer isso.

Porém, sinto alguém segurando minha mão. É um toque suave e quando viro meu rosto vejo Kimberly, o cabelo está preso em um rabo de cavalo alto e ela está usando uma calça preta de couro com uma blusa tricotada rosa.

— Que bom que te encontrei, Rob! Venha preciso da sua ajuda para minha audição — sorri empolgada.

Eu juro, evitei que ela fosse para a Pensão Don Suárez, às vezes penso se se fiz a coisa certa. Porém, Kimberly parece ter realmente se arrependido do que disse, seus olhos pequenos e azuis brilham. Ela não é uma inimiga agora, ela está me ajudando e eu deixo, porque qualquer coisa é melhor do que Dave Styles.

Continua...

Notas: Oioi tudo bem gente?

Gostaram do capítulo? O que acham da aproximação da Kimberly ein?

Espero que tenham gostado. Vejo vocês logo logo. Anna. Xx

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