05 • Cinq
Harry Styles
Cinco anos atrás...
Viro a página do livro que leio, mas minha cabeça está em outro mundo e não é o mundo de Gabsty.
Meu pai saiu de novo e eu sei que ele vai voltar com mais uma daquela mulheres para mim. Já é a terceira vez que ele está para trazer uma prostituta para mim, digo, eu completei dezesseis anos e ele 'quer me fazer homem' praticamente me obrigando a fazer sexo com uma mulher que nunca vi na vida. Eu não concordei com isso e não quero isso. A segunda mulher que veio nós combinamos de mentir de que havíamos feito algo, porém, meu pai acabou descobrindo. Ele disse que era melhor eu provar a ele que eu era homem essa noite ou senão quem sofreria seria a mulher que ele traria.
'Você gosta de ser altruísta, mas não basta ser apenas assim. É preciso ser homem também.'
Passei dois dias inteiros tentando concluir o que é ser homem. Sinceramente, parece uma palavra muito poderosa ainda mais aqui em Egan, posso ter muitas coisas por ser homem, nascido homem. Biologicamente homem, mas não sei se ser homem significa fazer sexo aos dezesseis anos pela primeira vez com uma mulher desconhecida. O que isso tem haver?
De toda forma, enquanto eu deveria estar terminando de ler esse livro, estou na verdade pensando como farei para a mulher mentir para mim que fizemos algo. Que foi bom e isso aí.
Eu até pensei em suborná-la, pagar mais algo eu guardei dinheiro para isso. São mulheres que fazem coisas por dinheiro, elas podem mentir por dinheiro também.
Escuto a porta se abrir. Olho de relance e não vejo uma mulher, eu vejo uma garota. O cabelo está liso, mas a raiz é crespa. Está preso em um coque alto. Nos olhos tem maquiagem forte e ela está usando um vestido longo de pedras brilhantes, mas que é transparente, o que permite que eu veja seu corpo que não é completamente adulto assim como o meu. Desvio meu olhar quando os olhos castanhos dela caem nos meus e eu volto a ler o livro.
Preciso saber se o Gatsby ficará mesmo com Daisy, se ela vai abandonar sua vida tradicional pelo seu amor de anos atrás.
— Olá. -Diz baixinho. Escuto seus passos. — Então... Você é o Harry?
Não a respondo e viro a página. Certo, eu tenho que fazer minha proposta. Viro meu rosto e vejo a garota a minha frente, os lábios estão pintados de roxo e ela sorri um pouco para mim, ela estende sua mão. Franzo minha testa, nenhuma das outras fizeram isso. Na verdade, as duas últimas era mulheres e ela é uma garota.
— Sou Robyn, prazer em te conhecer.
Não a cumprimento, ainda estou chocado com tudo isso. A garota, morde os lábios e suspira. Não quero parecer rude, mas eu não esperava tais reações. Ela é diferente.
— Sou Harry. -Respondo baixinho e ela concorda.
— Então, o que eu faço? -Pergunta confusa e fico mais confuso ainda.
— Como?
— O que eu faço? Amber disse que eu deveria ouvir o que você quer e seguir tudo que você pedir. Cecilie falou que pode doer um pouco então eu tenho que relaxar, Nora disse que talvez seja rápido, mas que eu deveria saber o que você queria. Eu estou sendo paga para fazer o que você quer. Todas elas me disseram isso. -A garota diz rápido.
Ah... Entendi.
— Você nunca fez?
— Sexo? -Pergunta e vejo suas bochechas negras ficarem levemente ruborizadas. — Não, nunca.
— Eu também não. -Digo. Ficamos em silêncio por alguns segundos longos. Isso é constrangedor.
Merda, não tem como mentir sobre isso. Mesmo se eu pagar Robyn para mentir para mim, meu pai vai saber que ela e eu não fizemos nada. Mulheres sangram na primeira vez. Eu odeio meu pai!
— Pensei que você seria mais velho. -Robyn murmura.
— Pensei que você seria mais velha. -Digo e ela sorri um pouco. Levanto meu olhar e acabo a olhando nos olhos com um pouco de receio, mas acabo me prendendo no seu olhar castanho. Ela não é feia, mas ela disse que pode doer... Eu posso machucá-la? Não era para ser o oposto disso? Deveríamos sentir prazer.
— Então, o que você quer? -Retorna a perguntar e eu suspiro. Não tem como fugir disso.
— Deita. -Peço e começo a me sentir nervoso.
Talvez se eu relaxar ajude, assim como se ela relaxar pode ajudá-la.
Robyn me obedece e se deita na minha cama, eu vou até lá e me sento ao lado dela. Os olhos castanhos voltam a me encarar e ela parece com receio. Levo minha mão até o rosto dela, mas não toco.
— Posso? -Pergunto e ela concorda. Toco seu rosto e a garota fecha seus olhos. Aproximo-me e beijo seus lábios. Um selinho longo e ela acaba segurando meu rosto também, o meu coração acelera-se mais. Não é a primeira vez que eu beijo alguém, mas é interessante beijá-la. Eu fico em cima dela.
Robyn me olha, eu volto a beijá-la e ela volta a me beijar também. A mão dela segura meu cabelo castanho e minha língua invade sua boca e eu sinto o gosto de menta. Ficamos nesse beijo por um tempo. Quando perdemos o folego, eu beijo o queixo dela enquanto escuto-a suspirar baixinho. Beijo seu pescoço e vejo a pele dela se arrepiar. Sentamos na cama e eu não tenho certeza se quero ir além disso, mas isso foi legal.
— E agora? -Robyn pergunta.
— Isso foi bom? -Pergunto e ela acena com a cabeça. — Verdade?
— Sim. Digo, eu nunca beijei antes. -Eu suspiro.
Não deveria ser assim.
— Por que você está vendendo todas suas primeiras vezes? -Pergunto e ela parece ofendida. A mão dela vai até a sua pulseira e ela segura um pingente.
— Porque eu preciso. -Responde.
— Por que você precisa?
— Meus pais moram na Cidade Baixa, minha mãe está doente e quase não temos dinheiro para comida e medicamentos. Meu pai me trouxe para cá, disse que seria melhor.
— Logo em uma casa de prostituição? -Pergunto inconformado e ela suspira.
— Pelo menos não vai passar fome. Papai disse. Além disso, seu pai pagou muito por mim, vou conseguir comprar muita comida e mandar algo para meus pais também. -Diz. Aquilo me deixa chocado.
Eu já ouvi algumas histórias sobre a Cidade Baixa, mas nunca cheguei a ir lá. Parece cada vez pior todas as vezes que escuto e tem notícias que tem uma doença forte atingindo lá.
— Isso parece difícil. -Digo e ela dá de ombros sem tanta importância, mas eu sei que ela se importa. Afinal, são seus pais.
— O que você estava lendo? -Pergunta curiosa. Viro meu rosto olhando para minha mesa de estudos e vejo livro la.
— O Grande Gabsty.
— Posso ver? -Pergunta e seus olhos estão brilhantes da curiosidade. Bem, não tem problema nisso. Eu vou lá e pego o livro. Sento-me na cama e entrego para Robyn.
Ela folheia o livro curiosa, mas em nenhum momento para em uma página para ler.
— Nunca vi um tão perto. -Diz. A garota volta a me olhar. — O que esse fala?
— Sobre um homem, o Gatsby que faz festas incríveis e exageradas para tentar reconquistar uma antiga paixão. A Daisy. Eles não puderem ter nada demais na época, porque ele era pobre. Se quiser ler, pode levar. -Falo e o sorriso animado desaparece.
— Não sei ler. -Murmura e me devolve o livro. — Mas parece uma história interessante.
— Posso ler para você. Se quiser. -Digo e ela acena com a cabeça voltando a parecer animada. Eu sorrio e abro na primeira página.
Robyn ajeita sua postura e fica me olhando com atenção.
— Quando eu era mais jovem e mais vulnerável, meu pai me deu um conselho quemuitas vezes volta à minha mente.- Sempre que tiver vontade de criticar alguém - recomendou-me -, lembre primeiro que nem todas as pessoas do mundo tiveram as vantagens que você teve. Ele não falou mais nada a respeito desse assunto, mas durante toda a vida nós sempre mantivemos um nível de relacionamento muito acima da média, embor aguardássemos uma certa reserva com relação aos sentimentos; e eu compreendi que ele queria dizer muito mais do que as palavras significavam à primeira vista...
{•••}
Acordo com batidas fortes na porta, isso não assusta apenas a mim, mas Robyn também. Olho para janela e já vejo que é dia. Robyn e eu dormíamos enquanto eu lia para ela. Merda, meu pai irá descobri que não fizemos nada e eu não quero que a garota deitada ao meu lado se machuque.
— Fique aqui. -Peço e ela concorda ainda com sono. Eu vou rapidamente até o banheiro e pego uma toalha. Abro uma das gavetas e pego um gilete. Senhora Tina insiste em deixá-los aqui para quando eu ter alguma barba.
Só que esse gilete me será útil agora, mesmo sem barba. Corto minha mão e mancho a toalha de sangue. Mais batidas na porta.
— Já estou indo! -Grito e quando paro sangrar eu deixo a toalha na parte seca da pia. Saio do quarto e Robyn já está de pé se arrumando para ir embora.
— Obrigada por ter lido para mim. -Ela sorri.
— Por favor, diga que fizemos aquilo. -Falo e ela acena com a cabeça.
— Espero te ver de novo, Harry.
Eu também espero vê-la novamente.
Agora...
A minha primeira vez não foi com Robyn e a primeira vez dela não foi comigo. Ela me disse que foi com um homem bêbado demais para se lembrar do que havia acontecido e que Natalie a ajudou naquela mentira, porque quando entrou no quarto viu que Robyn precisava de ajuda. O tempo passou e a amizade delas não é a mesma. Entretanto, eu não fui o primeiro de Robyn como deveria ter sido, as vezes fico me perguntando o que aconteceria se eu tivesse sido o primeiro, isso teria acontecido? Esse homem bêbado, teria estado com ela?
Não gosto de pensar, porque sempre que penso nos anos que ela passou na Casa Vermelha, no que ela ainda passa, aquilo não é lugar para ela, não é lugar para ninguém.
E mesmo o meu avô sentado a minha frente, não consigo prestar tanta atenção nele. Digo, Robyn está grávida de um filho meu. Mesmo não sabendo se quer continuar com a gravidez, ela está.
É complicado e mesmo sendo difícil, eu consigo entendê-la. Robyn não cresceu em um ambiente fácil, tanto na infância quanto na adolescência e saber como seus pais estão é a única coisa que fará com que ela siga em frente.
Por isso, eu tenho que encontrá-los. Já havia contratado um detetive para isso, ele ainda está na Cidade Baixa, mas eu espero que ele retorne logo para a Cidade Alta e com boas notícias. Não posso suportar que Robyn fique mais um dia naquele bordel quando ela pode passar todos os dias da sua vida aqui comigo.
Eu disse que a amava e eu não menti. Não esperava que ela dissesse um 'Eu te amo' de volta porque a mulher é difícil em admitir seus sentimentos mesmo todo o seu corpo sendo expressivo a tudo que pensa e sente.
— Conversei com a família Payne e eles estão certos de que foi um atentado dos revoltosos da Cidade Baixa. -O mais velho diz, olho-o. Eu não consigo acreditar que foram eles, não faz sentido. Eles estão centralizando suas revoltas na Cidade Baixa e chegar até a Cidade Alta no meio do tantas turbulências não é algo facil.
— Já conseguiram pegar algum deles? -Pergunto e o mais velho nega com a cabeça e murmura que não.
Vejo Jeniffer chegar com uma bandeja de chá e alguns biscoitos. Ela serve a mim e a meu avô. Eu pego a xícara e começo a beber o chá verde.
— Ainda não, talvez algumas famílias daqui, a favor dessa revolta de terroristas esteja os acobertando. De toda forma, só queria avisa-lo disso antes de sentir pena, haverá mais bombardeio.
— E matar mais inocentes como na última vez? Não consigo concordar com isso. Deveríamos resolver isso na conversa, chamar os líderes e entrar em um acordo. Tudo que eles estão pedido são condições me...
— Você é tão sensível quanto sua mãe! -Diz bravo. Eu desvio meu olhar. — E é verdade, não desgruda dessa prostituta só porque foi sua primeira. Trata-a como se fosse herdeira de algo, ela não tem nada.
Ela tem tudo.
— Vovô eu preciso continuar meu descanso para me recuperar. -Digo e ele me encara confuso. — Se continuar ofendendo Robyn, pode ir embora.
— Está me expulsando garoto?
— Na verdade, estou sim. -Cruzo os braços, o mais velho respira fundo.
— Lembra-se da família Hawkins? -Pergunta, eles são os produtores de tecnologia de Egan. Tem uma fortuna milionária e tem muito na Cidade Alta, quase nada na cidade Baixa e vivem fazendo parcerias com os outros países. É uma família tão rica como a minha.
— O que tem eles?
— Kimberly, a filha mais velha tem a mesma idade que você. Conversei com Senhor Hawkins, ela será sua noiva.
— Você não pode fazer isso! -Digo bravo. Meu vô me encara sério. Ele já fez isso.
— Ela está disposta a ser sua noiva, é obediente e quando questionei sobre amantes, ela disse que não se importou desde que você passasse as noites com ela. -Fala e mordo meus lábios, ele realmente está fazendo isso.
— Minha noiva é a Robyn. -Minto desesperado e ele nega com a cabeça. — Nós teremos um bebê.
— Um bebê tão sujo quanto a mãe não é digno de ser herdeiro da nossa fortuna. -Diz bravo. Meu vô se ajeita no sofá. — Está decidido, ela chegará em breve. Terão um tempo de se conhecerem mais antes do casamento.
— Não irei me casar com ela e vovô eu preciso descansar. -Digo e vejo a expressão furiosa do mais velho.
Estou batendo meus pés com isso, mas eu não quero ninguém além de Robyn. Estou certo disso.
— Por favor, vá embora. -Ordeno e Dave Styles se levanta e ajeita seu terno caro.
— Mandarei Josh vir aqui amanhã, apesar da sua rebeldia você continua sendo meu único herdeiro. -Fala e eu respiro fundo. — Vou passar algumas terras que tenho em Mạngkr dæng para você.
— Como? Por que? -Pergunto confuso, eu acabei de desafia-lo e ele está me dando terras?
— Porque essa revolta está se tornando uma guerra e se eu morrer por um atentado, você já terá algo logo nas mãos. Um lugar para fugir. -Fica me olhando e ele tem os mesmos olhos verdes que eu tenho e minha mãe também. — Um lugar para você fugir com Kimberly, sua noiva.
Assim, meu vô vai embora.
Eu respiro fundo, se ele me der as terras que ele tem em Mạngkr dæng isso significa que eu vou ter um lugar seguro para levar Robyn e não Kimberly. Que Deus me perdoe, mas eu não ligo para essa mulher, preocupo-me com Robyn e quando as coisas ficarem feias, se ficarem feias teria apenas de convencê-la de ir embora comigo
Continua...
Notas: Oioinmeus amores como estão?
Essa parte de como o Harry e a Robyn se conhecem é uma das minhas preferidas kkkkk espero que tenham gostado também.
O que acharam do capítulo? E desse noivado arranjado do Harry?
Espero que tenham gostado do capítulo. Beijocas. Anna. Xx
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro