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— Você sabe que precisa sair daqui em algum momento né? — Jess perguntou quando achou S/n deitada na cama com a aparência de alguém meio morta.

"Meio morta" porque ela estava uma bagunça mas continuava estranhamente bem - Jess admitia isso, ela era realmente bonita.

— Preciso mesmo? — a garota encarou a amiga encostada no batente da porta do quarto e reparou que ela parecia já pronta para ir trabalhar.

Ela não estava errada.

— Ninguém morreu não, S/n. Você tem que levantar a cabeça e ir fazer alguma coisa — Jess disse séria.

— Você tá errada. Alguém morreu sim.

— Quem?

— Meu coração — S/n fechou os olhos e talvez - mas só talvez - fez mais drama do que o necessário.

— Meu Deus... Era só uma garota! Tem várias por aí.

— Mas nenhuma é ela. Eu gostava dela — e ela gostava mesmo. 

Elas iam se casar, aquilo não era atoa.

— Gostava?

— Eu gosto, eu acho que ainda gosto. Jess, foram seis anos, não cinco meses, seis anos! Sabe o que faço em seis anos? Eu consigo me formar na faculdade em seis anos, eu não só consigo como eu fiz isso, em menos tempo! Eu consigo abrir um restaurante em seis anos, falir e abrir outro e talvez falir esse também e quem sabe mais uns três, eu consigo agredir alguém, ser presa por isso e sair a tempo de agredir mais sete pessoas.

— Você não vai agredir ninguém.

— Talvez só o Argentino do Queens — ela deu de ombros — Mas é... Eu não vou agredir ninguém.

— E você vai sair daqui — Jess seguiu.

— E vou para onde? — S/n perguntou, não interessada, mas sim cansada. 

Ela não queria pisar fora de casa sem ser necessário.

— Qualquer lugar. Eu preciso ir trabalhar e passei só pra ver como você está.

— Pronto, você me viu e eu não estou bem — S/n levantou os braços sem ânimo e os abaixou logo em seguida.

— Mas vai ficar. Vai, toma um banho, veste uma roupa, nós vamos passar em algum lugar para tomar um café e você vai fazer alguma coisa para se ocupar. Durante à tarde você vai trabalhar e à noite, quando você chegar, eu vou passar aqui e nós vamos sair para comer alguma coisa.

— Jess-

— Eu estou falando sério, S/n.

(...)

Sadie e Marie estavam paradas em uma das seções da Shakespeare & Co - uma livraria na Broadway - essa seção em questão era a respeito de relacionamentos pessoais. Uma estante cheia de livros como "Mulher Inteligente, escolhas erradas". Sadie estava com um livro fechado na mão, olhando algo como "Sexo seguro em tempos difíceis." 

Ela não compraria nada ali.

— Então, aconteceu que eu olhei a bolsa dela e vi o extrato do cartão da American Express — Marie comentou.

Claro.

Ela estava comentando de Alice - mais uma vez - elas eram difíceis, e ainda insistiam nisso.

— O que você quer dizer com "aconteceu que eu olhei a bolsa dela"?

— Bem, a bolsa estava lá na cama, ela estava tomando banho e eu fiquei encarando a droga da bolsa e ela me olhou de volta. A bolsa me olhou de volta, eu juro.

— O que teria acontecido se a Alice tivesse saído do banheiro bem na hora que você fez isso? — Sadie perguntou parecendo querer realmente entrar nisso.

— Ok, você está perdendo o ponto aqui, Sadie. Eu estou tentando te dizer o que eu encontrei.

— Ok, ok — ela levantou uma das mãos em rendição — O que você encontrou?

— Ela gastou $400 em um vestido para a esposa e mais $600 em um anel. Eu não acho que ela vai deixar a esposa, nunca — Marie enfim disse - o óbvio - mas disse.

— Ninguém acha isso. Todo mundo sabe que ela trai a mulher e todo mundo sabe que elas vão continuar juntas.

— Você está certa, está totalmente certa... — Marie concordou e o olhar dela se perdeu pela loja, ela então viu algo que a chamou atenção — Alguém está te encarando diretamente da seção de crescimento pessoal.

Sadie desviou o olhar do livro, o deixando de volta em meio aos outros na estante e então viu a quem Marie estava se referindo.

— Ah, eu a conheço — ela disse simples — Você ia gostar dela. Ela é casada — a ruiva brincou, trazendo a situação da amiga para a conversa.

Marie revirou os olhos mas riu de leve.

— Quem é ela?

— S/n Hart. Ela é advogada, acho que trabalha na Reddick & Lockhart.

— Ela é bonitinha.

— Você acha ela "bonitinha"? — Sadie perguntou surpresa.

— Como você sabe que ela é casada? — Marie ignorou completamente a pergunta da amiga.

— Por que da última vez que eu a vi ela estava prestes a se casar.

— Isso foi...?

— Há um ano atrás — Sadie deu de ombros — Ou algo assim.

— Então talvez ela não esteja casada — Marie disse — Muita coisa muda em um ano. 

— Ela é difícil — Sadie comentou do nada. Parecia válido soltar isso.

S/n era realmente difícil - ao menos para ela.

— Isso é como nos filmes, lembra em "The Lady Vanishes", quando ela diz para ele "Você é a pessoa mais difícil que eu já conheci" e então eles se apaixonam.

— Isso não... Por que você lembrou disso? Além de que...  Ela nunca lembra de mim — Sadie deu de ombros.

E como se querendo a irritar S/n se aproximou exatamente na mesma hora e disse:

— Sadie Sink!

— S/n... — a ruiva se virou e sorriu - um sorriso calmo, apesar de não tão verdadeiro.

— Eu achei que era você — a mais velha comentou,

— Pois é... Hm, essa é minha amiga, Marie... — ela se virou mas já era tarde demais, Marie estava descendo as escadas em direção ao andar inferior - mas ela acenou de leve na direção de Sadie e S/n, ela era educada — Aquela era minha amiga.

— Como você está? — S/n perguntou simpática.

— Bem — Sadie respondeu, ainda que não fosse exatamente a verdade.

Mas você não respondia "eu estou péssima" para alguém que acabou de reencontrar.

— Oh, legal. Como o Joe está?

— Acho que bem. Eu não tenho escutado muito sobre ele.

— Vocês não estão mais juntos? — S/n perguntou surpresa.

— Terminamos — a ruiva respondeu simples.

— Uau, isso é... Triste.

— É, bem, você sabe... É um pouco. Mas e você?

— Eu estou bem — mentira.

— Como está a vida de casada?

— Eu não saberia te responder isso porque eu não me casei. Eu ia, daqui a alguns meses mas então ela... Hm, ela me deixou — S/n levou a mão até o pescoço e coçou de leve a parte de trás, quase nervosa.

— Eu- Eu sinto muito. Quando isso aconteceu?

— Há algumas semanas atrás.

— Eu e o Joe terminamos há algumas semanas também.

— Isso não é divertido? — S/n brincou — Estamos conectadas, se isso fizer algum sentido.

— Não realmente. Todo mundo em New York resolve terminar nessa época do ano — Sadie brincou, ainda que fosse um pouco verdade.

— Talvez seja a pressão do Halloween — S/n sorriu.

— A gente nunca vai saber... Mas, hm, o que aconteceu com vocês?

— Ela se apaixonou por um cara estranho e não tão bonito e então me deixou.

— Um "Sheldon"? — Sadie perguntou, se lembrando da conversa de quando elas viajaram juntas.

— Um "Sheldon'? — S/n ficou confusa por um segundo ou dois - talvez menos - mas então ela se lembrou da conversa e do momento e acabou sorrindo — É, um cara assim. 

— Eu sinto muito, S/n.

— Tá tudo bem — S/n sorriu de leve — Mas então você e o Joe?

— Eu adoraria te contar mas eu não acho que aqui seja o melhor lugar para isso.

— Bem, o que você acha de irmos até o restaurante ali da frente? Já é quase hora do almoço mesmo.

Sadie encarou a mais velha e pensou muito sobre aceitar ou não o convite, mas ela acabou fazendo isso - aceitando - porque não parecia uma ideia ruim, e talvez ela precisasse mesmo falar daquilo.

E falar com S/n não parecia ruim, ainda mais sabendo da situação dela - ela tinha acabado de sair de um relacionamento também.

Então Sadie se pegou sentada em um restaurante, de frente para S/n, se abrindo sobre os últimos dias, semanas, sobre a situação com Joe.

E aquilo não pareceu errado.

— Quando Joe e eu começamos a sair nós queríamos exatamente a mesma coisa. Nós queríamos viver juntos mas sem casamento no meio porque toda vez que ouvíamos as histórias dos nossos amigos que estavam se casando nós ouvíamos sobre como o casamento arruinou a relação deles, do tipo, eles nunca fizeram sexo mais. E é verdade, era verdade, é meio que um dos segredos que ninguém te conta. Eu me reunia com as minhas amigas que tem filhos- Bem, minha única amiga que teve filho, e então ela reclamava sobre como o marido nunca mais a tocou, eles nunca mais fizeram nada. E agora ela nem reclama mais, ela apenas aceitou isso e tá tudo bem. Eles ficavam a noite inteira acordados, cansados, eles não tinham tempo para nada. Qualquer impulso sexual que eles tinham simplesmente sumiu, então eu e Joe costumávamos conversar sobre como não queríamos isso, e que erámos sortudos de estarmos na mesma página porque poderíamos fazer sexo na cozinha e não nos preocupar com casamento, nem com crianças. Poderíamos voar para Roma em um momento aleatório e passar um dia calmo sem preocupações além da gente... Então, um dia eu estava andando com a garotinha dessa minha amiga, a Willa, estávamos voltando da aula de balé dela, as mãozinhas dela entrelaçadas as minhas, e estávamos brincando de "I Spy With My Little Eye", você sabe, i spy um poste de luz, i spy uma caixa de correio... Então ela olhou para o outro lado da rua e lá estava uma família. Um casal, com as mãos entrelaçadas e com crianças no colo, eles estavam andando e pararam por um momento para trocar um selinho e a Willa disse, com aquela voz calminha "i spy uma família" e eu apenas comecei a chorar. Você sabe, eu comecei a chorar e eu levei a Willa para casa e quando voltei para minha casa eu chorei mais ainda e aí quando o Joe chegou em casa eu disse "nós nunca voamos para Roma em um momento aleatório."

— E fazer amor na cozinha?

— Nunca fizemos. Nem uma única vez. Enfim, nós conversamos por um longo tempo e eu disse o que eu queria. Eu disse que queria filhos, que queria alguém que fizesse coisas simples comigo, que queria me casar sim e viver uma vida calma e ele disse que não queria aquilo e não se via querendo aquilo e então eu disse "acho que acabou" e ele simplesmente foi embora sem dizer mais nada, e a verdade é que eu estou muito bem agora. Eu acho que o superei e cada vez que penso sobre a nossa conversa eu sinto que fiz a escolha certa.

— Você me parece bem saudável agora, digo, você me parece bem.

— Eu estou — a ruiva sorriu sem tanto ânimo, mas sincera.

Eventualmente ela e S/n focaram a atenção na comida e em outros assuntos. S/n não deixou Sadie ciente disso, mas ela inventou qualquer desculpa e cancelou os compromissos que tinha no trabalho. Então as duas andaram por New York pelo restante do dia e falaram sobre tudo, sobre coisas idiotas mas coisas sérias também, e quando o sol começou a deixar o céu, S/n acompanhou Sadie até o apartamento dela.

— Pelo menos eu fiquei com o apartamento — Sadie comentou quando elas chegarem em frente ao lugar.

— Pois é, as pessoas me dizem isso também. Mas qual a dificuldade em achar outro apartamento? É só ler os obituários no Times. Você vê quem morreu, vai até o apartamento, conversa com o porteiro e então pronto, apartamento novo — ela brincou — Na verdade, as pessoas deveriam fazer uma seção no Times juntando essas duas coisas. "Mr. Klein morreu hoje deixando uma esposa, dois filhos e um espaçoso apartamento de três quartos com uma lareira magnífica."

Sadie acabou rindo disso e S/n a acompanhou.

Um momento simples - mas legal.

Aquele dia todo podia ser definido daquele jeito - simples, mas legal.

S/n precisava agradecer Jess por ter a arrastado para fora da cama, ter feito isso agora não parecia mais ruim.

Ela encontrou Sadie e aquilo era uma surpresa boa.

— Quando nos encontramos pela primeira vez... — S/n começou — Eu achei que você não tinha gostado de mim.

— Eu não gostei — Sadie foi sincera — Você era difícil.

—  Você também. Você era toda comportada, hoje em dia você me parece bem mais livre.

— Eu odeio esse tipo de apontamento — Sadie disse — Parece um elogio mas no fim não passa de uma crítica.

— Oh, você ainda é complicada — S/n brincou.

— Não sou. Eu só não- naquela época, eu não queria dormir com você e então você precisou desenhar isso como uma falha de personalidade ao invés de aceitar que talvez eu apenas não quisesse ficar com você.

— Ok — S/n sorriu de leve — Talvez eu tenha feito isso. Qual o limite de tempo para um pedido de desculpas ser feito?

— Dez anos — Sadie brincou.

— Ooh, eu quase passei do prazo — S/n continuou em um tom engraçado mas então encarou Sadie com um olhar mais sério e sincero — Mas, hm, ok... Desculpa.

— Desculpas aceitas — Sadie sorriu e depois de cinco segundos silenciosos ela fez um movimento mínimo — Você quer jantar comigo um dia desses?

— Nós estamos nos tornando amigas agora? — S/n perguntou com humor mas querendo saber a resposta daquilo mesmo.

— Bem, eu... Eu acho que sim.

— Uma amiga atraente — S/n brincou, se lembrando de anos atrás — Isso é incrível! Você talvez seja a primeira mulher extremamente atraente que eu não quero levar para cama.

— Uau, isso é incrível, S/n! — Sadie revirou os olhos mas acabou rindo.

— Isso é perfeito, hm!?

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