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𝗧𝗪𝗘𝗡𝗧𝗬 𝗦𝗘𝗩𝗘𝗡

( 𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗹𝗶𝗳𝗲 )





































𝗙𝗘𝗔𝗥𝗟𝗘𝗦𝗦
𝒄𝒉𝒓𝒊𝒔'𝒔 𝒑.𝒐.𝒗

— Então, como vocês terminaram juntos? — perguntou Sophie.

Olhei pelo espelho retrovisor e a garota estava inclinada entre os bancos, sorrindo enquanto esperava um de nós contar a história.

Allie, sentada no banco do motorista, me deu uma rápida olhada de lado e apertou os dedos contra o volante quando se concentrou de volta no trânsito. Ela estava nervosa por dirigir a Hilux 4x4 do pai e eu não podia julgá-la, a picape era um monstro e não precisava entender muito de carro para saber que alcançava uma velocidade invejável mesmo com pouco impulso no acelerador. Sophie realmente convenceu a mãe a deixá-la ir na festa conosco e o tio, a ceder o carro - Allie só não esperava que Ryle fosse lhe dar as chaves de sua picape e não do sedã com que ele nos buscou no aeroporto.

Me virei para Sophie no banco de trás e resumi a história de como eu e Allie ficamos juntos, mantendo a versão que contávamos desde a primeira vez que nossos amigos souberam. Ela sorria de lado vez ou outra e nos semáforos do trânsito tranquilo de Sisters Isle, às vezes ela parava e olhava para mim.

Eu não sabia o que esperar dela desde o beijo na praia, e confesso que tinha sido arriscado tomar a iniciativa, mas estávamos levando as coisas com naturalidade. Deixei Allie no controle disso, como ela gostava de ficar. Se quisesse conversar, eu toparia e se não, eu entenderia.

— Você fez todo mundo acreditar que nunca teria uma namorada. — Sophie riu e me  trouxe para fora dos meus devaneios.

— Isso porque eu queria uma namorada específica.

— Então, foi assim que superou a Olivia Rodrigo?

— Já tinha superado ela há muito tempo!

Allie estacionou em uma das vagas livres do pequeno estacionamento beira à praia e olhou para mim enquanto tirava a chave da ignição. Seu cenho estava franzido e um sorriso provocador dançava em seus lábios.

— Conta outra, Christopher. — Ela virou-se para Sophie e abaixou o tom de voz, como se contasse um segredo. — Ele esperava Olivia Rodrigo, que pena, recebeu Allie Cameron.

— Eu acho que ele recebeu mais do que esperava, nesse caso — a garota disse, rindo cúmplice junto com a cantora.

— É verdade. — Dei de ombros e abri a porta do passageiro. — Ela está sendo modesta.

Não pude ver a reação de Allie porque estava ocupado contornando o carro para abrir sua porta, mas eu tive uma ideia de como ela ficou envergonhada quando Sophie saiu rindo.

— Não era eu quem deveria abrir a sua porta ou algo assim? — Ela estava tirando sarro da minha cara e parecia já ter se recuperado das bochechas coradas.

Ainda assim não me abalei e estendi a mão para ela, ajudando-a a sair do carro e entrelaçando nossos dedos enquanto o alarme era acionado.

— Sou passenger princess apenas do Matt, você não precisa se esforçar tanto.

— E longe de mim querer te roubar dele.

Sophie já tinha encontrado um grupo na areia, mas falava diretamente com uma outra garota de short jeans e moletom cinza. Ela devia ter falado algo sobre nós porque a garota não disfarçou a conferida enquanto íamos na direção delas.

— Esses são Allie e Chris. — Sophie sorriu amigável nos apresentando a sua amiga. — Essa é a Lexi.

Se Lexi nos conhecia, não deixou transparecer e isso acalmou os ânimos de Allie. Ela não tinha problema em conhecer pessoas, eu sabia, mas estava um pouco preocupada em ir numa festa cheia de adolescentes quando o objetivo da viagem claramente não era esse.

Ela ficou meio tensa o tempo todo em que nossas mãos ficaram grudadas enquanto conhecíamos a turma de Sophie, mas pareceu relaxar quando alguém lhe deu um copo de refrigerante e colocou a música que ela sugeriu para tocar. Assegurei-me de que Allie estava bem entrosada com as garotas e fui procurar lugar perto da fogueira.

Nas cadeiras de praia em volta da fogueira estavam os formandos, que não foram tão receptivos quanto os conhecidos de Sophie, mas também não se importaram com a minha presença quando me sentei na única cadeira vaga. Eu esquentava os meus pés mais perto do fogo enquanto mandava mensagens para os meus amigos e fingia não escutar os cochichos de duas loiras ao meu lado.

Uma delas, a que estava sentada no colo de um cara que deduzi ser seu namorado, puxou assunto comigo. Ela perguntou meu nome e fez aquela expressão de te-conheço-de-algum-lugar enquanto me olhava. Quando ela descobriu que eu não era um novato de sua escola e que era maior de idade, ficou ainda mais interessada, fazendo perguntas que eu gostaria de não ter que responder a uma desconhecida.

— Eu acho que a gente devia fazer um Verdade ou Desafio... Não tem jeito melhor de conhecer alguém do que com esse joguinho, não é? — Jocelyn disse, trocando olhares entre a amiga e eu. Seu namorado ainda estava absorto demais na conversa com o cara ao seu lado para se importar com a garota sugerindo brincadeiras em um tom nada inocente.

— Hm, acho melhor eu ir procurar a minha namorada. Mas obrigado pelo convite.

Eu estava prestes a levantar da cadeira e fugir das garras pintadas de um roxo muito escuro da loira quando ela apontou com a cabeça para um ponto atrás de mim.

— Sua namorada é aquela ali, né? — Ela sorriu e acenou para Allie como se estivesse reencontrando uma velha amiga.

— É. — Me virei para ver a morena se aproximar com um sorriso tímido por toda atenção que recebeu.

Até os caras que não pararam de falar sobre esportes ou quantas festas ainda tinham para organizar até o último dia da escola tiveram a atenção roubada pela minha namorada. Quer dizer, falsa namorada.

— Está tudo bem por aqui? — Allie perguntou enquanto estendia para mim um copo vermelho de plástico - típico de festa adolescente. — É Coca-Cola. Eles não tem Pepsi.

— Ugh, eu sabia que deveria ter trazido meu próprio cooler. — Peguei o copo de sua mão e agradeci com um aceno.

Allie riu e olhou para loira que prestou atenção na nossa interação o tempo inteiro.

— Joss, é um prazer. — Ela estendeu a mão para um cumprimento.

— Sou a Allie.

— Estava falando com seu namorado aqui que poderíamos jogar Verdade ou Desafio. Se junte a nós.

— Ah, não, obrigada. Eu só vim entregar um refrigerante para ele e já vou voltar para lá. — Allie apontou com o polegar para trás para onde Sophie e Lexi deveriam estar, mas elas e outros dois garotos também estavam vindo para a fogueira.

— Refrigerante? — Jocelyn ergueu a sobrancelha perfeita, nos olhando como se fôssemos os alunos indefesos que ela assustava pelos corredores da escola. — Enfim, não sejam chatos! Estamos só nos divertindo.

Allie não parecia nem perto de estar se divertindo agora. Como se pensássemos o mesmo sobre ainda odiarmos as abelhas-rainhas do colegial, olhamos um para o outro.

— Quer sentar aqui? — sussurrei para ela.

A morena negou minha oferta e virou-se para a prima, que agora estendia uma canga para sentar-se na areia com os amigos. Ela estava se preparando para conseguir um lugar no tecido quando Sophie resmungou:

— Allie, sem ofensas, mas se você se sentar aqui o Peter vai ser jogado pra fora da canga! — Ela apontou para o garoto que disputava espaço com Lexi, que por sua vez, tentava não sentar com seu jeans na areia. — Por que não se senta com seu namorado? Chris deve servir melhor do que se espremer com a gente.

Allie piscou uma, duas, três vezes até que roboticamente se levantou e parou em pé ao lado da minha cadeira. Sophie murmurou para ela mais alguma coisa que não pude ouvir e vi seus olhos se esquivarem dos meus.

— Você vai ficar aí parada? Garota, você pode se sentar. — E lá estava Joss rindo com deboche.

A mandíbula de Allie tremeu e toquei seu pulso para lembrá-la que a garota era só mais uma daquelas pessoas que não seriam ninguém depois que a escola acabasse. Joss era o estereótipo de futilidade, eu podia dizer que ela não pensava cinco meses à frente do que estava vivendo, quanto mais planejar seu futuro quando seus dias de predadora medíocre chegassem ao fim. Ela era do tipo que deixava Allie insegura por algum motivo que eu não entendia, mas que também não deixaria afetá-la naquela noite.

Ela finalmente se virou para me encarar. Está tudo bem? Seus olhos tentaram me perguntar.

Acreditei que depois de beijá-la, a barreira do contato físico teria caído junto com nossa negação de que algo estava acontecendo lá, bem no coração. Mas Allie não parecia convicta de nenhuma das duas coisas e eu não gostei de ter chegado nessa conclusão. Ainda assim, lhe dei um breve aceno de cabeça e soltei sua mão. Timidamente, ela sentou sobre a minha coxa direita, os joelhos dobrados entre as minhas pernas abertas para lhe dar espaço.

— Sinto muito. — Ela se inclinou um pouco para trás, seu ombro se apoiando no meu peito. — Parece que adolescentes do ensino médio ainda me colocam medo.

— Está tudo bem. Ela é realmente malvada, estava prestes a me comer vivo antes de você chegar.

— Você parecia mesmo em apuros.

— Nós podemos fugir agora. — Ao contrário das minhas palavras, eu não tinha pretensão nenhuma em sair dali tão cedo quando meu braço deslizou ao redor de sua cintura e minha mão pousou em seu quadril para que ela pudesse descansar a postura.

— Não sei se ficaria confortável em deixar Sophie aqui com essa crocodila.

— Concordo. Mas bom saber que você considerou fugir comigo.

Ela ergueu os olhos para encontrar os meus e fez sua melhor expressão de choque, não estava sorrindo ou arregalando os olhos, apenas chocada com a minha capacidade de continuar lhe dando os flertes baratos. Eu ri porque é, eu era péssimo em manter promessas.

Eu bebi o refrigerante que Joss havia julgado Allie por trazer à mim e nós não falamos muito enquanto víamos os mais novos se aventurarem na brincadeira mais antiga de colegial. Em algum momento entre um desafio idiota de correr para a água só com as peças íntimas e um ronco repentino vindo do céu, ela parou de fingir que conseguia manter a postura e voltou a se encostar contra o meu tronco.

Meu braço ainda estava firmemente preso em sua cintura para não deixá-la escorregar quando seus dedos começaram a brincar com a pulseira no meu pulso e eu notei um bocejo vindo dela. Sua cabeça cambaleou para o meu ombro e a próxima coisa que vi, foi seu corpo de lado abraçando o meu e seus cabelos bem abaixo do meu nariz, deixando o cheiro de recém-levado invadir minhas narinas e entorpecer meus pensamentos.

— Está cansada? — murmurei contra os fios de cabelo acima de sua testa.

— Um pouco. — Outro bocejo.

— Não durma. Você ainda precisa dirigir.

— É um saco que você não tenha uma licença, sabia? Qual é, Chris, nós podemos tirá-la com dezesseis! Dezesseis anos.

— Eu sei. E não é meu momento de maior orgulho não ter a habilitação, ok?

— Que bom. Toma vergonha nessa cara e tire a sua carteira de motorista.

— Você fica uma graça quando está estressada, gatinha. Ainda mais quando é por sono.

Ela deve ter tentando argumentar, mas um bocejo provou o meu ponto e nós rimos do timing perfeito.

Timing. Estava aí algo que eu e ela não vínhamos tendo há muito tempo. Será que finalmente tinha chegado a hora de estarmos onde deveríamos estar juntos?

Um relâmpago cruzando o céu fez um arfar de espanto se espalhar entre os adolescentes e até Allie tremeu sobre o meu colo. Ela levantou a cabeça do meu ombro como se tivesse despertado de um pesadelo e olhou ao redor em pânico quando as gotículas de chuva começaram a cair fortemente contra a areia da praia.

— Cadê a Sophie!?

Olhei para o lado e a garota tinha sumido junto com a canga e a galera que também estava com ela.

— Cacete, ela não estava aqui há tipo... Um minuto atrás?

— Chris! Você não estava a vigiando? Ela estava do seu lado! Eu estava de costas pra ela. — Allie me puxou para levantar da cadeira e então estávamos correndo para o estacionamento.

Para ser justo, eu estava mais ocupado vigiando você. Óbvio que não respondi em voz alta, mas minha língua coçou para segurar as palavras.

— Lexi está ali. — Apontei. — Ela deve saber onde Sophie foi parar.

Interceptamos a garota quando ela estava prestes a entrar no carro de alguém e seus olhos arregalados não esconderam que ela sabia para onde a amiga tinha ido.

A chuva já tinha molhado toda a parte superior do meu corpo, fazendo-me abraçar meus braços cobertos pelo moletom verde e o casaco jeans em busca de aquecimento. Vi os adolescentes fugirem da praia como formigas após ter o formigueiro destruído enquanto Allie arrancava a informação de Lexi.

— Ela foi embora com o Peter.

— Como assim foi embora com o Peter? Quem é esse? — Allie parecia totalmente acordada enquanto gritava com a adolescente.

— Ali, é o carro dele! — Encolhida, Lexi apontou para um carro que tinha acabado de sair dos limites do estacionamento.

Agradeci a menina quando Allie já estava longe, destrancando a porta do carro do pai e resmungando furiosamente.

— Acho melhor você desacelerar antes de ligar esse carro, Allie. Parece pronta para ter uma úlcera nervosa e eu nem sei ao certo o que é uma úlcera — eu disse, travando o cinto de segurança.

— Ela não devia ter saído assim sem avisar. O que o tio e a mãe dela vão pensar se chegarmos sem ela em casa? — Ela saiu com o carro para rua, acelerando no limite permitido pela via para alcançar o hatch subcompacto em que Sophie estava.

— São eles mesmos que estão a criando para fugir. Quer dizer, eles preferiram confiar em nós, estranhos, a levando para uma festa do que na própria garota ir com uma amiga ou com um cara em quem ela está interessada.

— É, mas isso não anula em nada o fato de que somos os responsáveis por ela esta noite.

— Quem tem filho barbado, é gato. Não estou sendo responsável nem por mim. — Ela me lançou um olhar de repreensão e eu ignorei, ligando em uma estação de rádio qualquer. — Apesar disso, considero a Sra. Olhos de Esmeralda como uma filha, mas além de você ter escolhido esse nome horrível sozinha, não permitiu a guarda compartilhada.

— Você pode parar de ser bobo por um segundo? — Mas lá estava ela rindo da minha bobeira enquanto o interior do carro escuro isolava o som da chuva.

— O que acha de Bonnie, A Tartaruga? Ou Darla? Você gosta de Os Batutinhas, né?

— Chris, ligue para a Sophie ou eu juro por Deus... — Ela não precisou completar, ergui as mãos em rendição e peguei seu celular no suporte para copos.

— Olha, eles parecem estar indo para casa dela. — Apontei para o carro da frente que desacelerou perto do cruzamento. — É o mesmo caminho que Sophie nos guiou na vinda.

— É bom que estejam indo mesmo... Porque de todo jeito vou continuar seguindo-os.

Ela olhou por cima do ombro antes de seguir pelo cruzamento enquanto a música de Dominic Fike – "Florida" – começou a tocar no rádio. Fiz um barulhinho de animação depois de reconhecer a música e me impressionar com a estação local de uma cidade no interior tocar um dos meus artistas favoritos.

Days on end, days on end. — Cantarolando no ritmo da canção, tentei mais uma vez ligar para o número de Sophie que Allie tinha salvo pouco antes de sairmos de casa - sendo respondido pela voz eletrônica da caixa-de-mensagens.

Não percebi as olhadinhas que a morena me lançava até entrar no refrão:

"Play this often, don't take this shit too serious
Know you get insecure, wish I had more wisdom for ya
Ayy, when she gone, you know mama missin' on ya
Brother, all that bullshit goin' on, it makes you strong
It made me stronger"

— O quê? — perguntei e ela então olhou diretamente para mim.

— Nada. — Ela relaxou no banco, os dedos espreguiçando no volante. — Você parece tão calmo cantando.

— Eu sou sempre calmo.

— Aceite o elogio, Chris.

Não, isso me deixaria mais envergonhado.

Eu queria fazer música também e mesmo que fosse um sonho distante, se Allie me apoiasse, eu começaria a compor na manhã seguinte. No entanto, eu não podia aceitar seu elogio ou sua opinião positiva quando tinha sido tão rude sobre as composições dela - que passavam longe de ser qualquer coisa injusta ou ruim que eu já disse.

— Seu sotaque realmente apareceu nesse verso.

As luzes brilhantes e multicoloridas dos postes ao longo da estrada foram completamente borradas pela chuva. Inclinei-me para a frente e liguei o aquecedor antes de respondê-la.

— É, você sempre gostou do meu sotaque de Boston.

— Não. Você está se confundindo com Chris Evans, que é logicamente o único Chris de Boston por quem eu me apaixonaria. — Sua voz tremeu com a risada, não deixando a nota de humor passar despercebida.

— Que pena, você vai ter que se contentar com o único Chris que está ao seu alcance. 

— Ele não é nada mal.

Ela girou o volante quando entramos numa esquina e tudo junto foi brutal demais para o meu coração.

Não sei quanto tempo passei sem reação apenas olhando para Allie como se ela fosse o pedaço de uma obra de arte que eu nunca poderia ter, mas assim que minha consciência voltou a me pertencer, estávamos parando atrás do Kia Picanto do tal Peter. De início, não havia nenhum sinal de Sophie saltando do carro, mas as luzes traseiras deixavam a entender que ela sairia a qualquer momento assim que a chuva desse trégua.

Eu olhei para Allie, e seu rosto estava sereno sob a penumbra da picape. A pouca luminosidade restante vinha do computador de bordo, onde o rádio estava anunciando a próxima música.

— Você está bem? — Ela desafivelou o cinto de segurança.

— Não.

— Não? — O cenho franziu quando meus olhos encontraram os seus.

— Faz um tempo que eu não me sinto bem. E eu não gosto de não me sentir bem.

— Se você puder parar de falar em enigmas...

— O que você está fazendo comigo, Allie? — Minha voz desceu uma oitava involuntariamente e vi sua garganta engolir em seco.

Seu rosto suavizou quando nossos dedos se encontraram, ela suavemente inclinada no meu banco quando eu nem tinha desafivelado o cinto de segurança ainda.

— Estou tentando não confundir as coisas, Chris — ela confessou. — Mas, porra, você parece não facilitar.

— Você quer que eu pare? — Ela desviou o olhar para nossas mãos e eu acariciei sua palma. — Eu sei que disse que ia parar, mas...

— Nós sempre acabamos presos um no outro, eu entendo. — Ela pressionou os lábios. — Eu não quero machucar você. Não mais.

— Eu me torturei todos esses anos, não foi inteiramente sua culpa.

— Mas ainda existe a minha parcela de culpa, não é?

Quando eu não neguei, ela hesitou em se afastar, mas acabou não indo. Ao invés disso, sua mão virou para cima na intenção de entrelaçar nossos dedos.

Eu realmente, realmente, precisava dizer a ela como me sentia e o que eu queria daquela droga de relacionamento disfuncional que estávamos levando. Respirei fundo e disse:

— Allie.

— Quer saber? — Seus olhos castanhos vasculharam o meu rosto e encontraram seu ponto de parada em minha boca. — Foda-se, eu preciso disso.

Eu senti como se não houvesse mais ninguém no mundo, nada além de Allie me beijando dentro da cabine embaçada da picape enquanto a chuva nos dava um desses momentos de filmes de romance. E ela merecia sua própria história de romance, com direito a beijos na chuva e confissões ditas em sussurros. Eu não estava confessando, meus lábios estavam ocupados demais sendo capturados pelos seus.

Seu quadril deslizou no banco e eu estava me virando de frente para recebê-la em meu colo. Meu boné foi jogado para trás sem delicadeza quando seus dedos partiram para o meu cabelo e eu me liguei que Allie adorava tocá-los enquanto nossas bocas testavam os limites da proximidade.

Subi a mão direita para tirar seus cabelos do caminho e grudei a mão na parte de trás de seu pescoço, apertando-o levemente quando ela arfou com dificuldade durante o beijo.

Não era nada tímido ou cauteloso, eu podia jurar que morreríamos sem ar se isso significasse não parar com o que estávamos fazendo. Mas quando meu peito doeu e ela afrouxou o aperto em meus ombros, mordi seu lábio inferior e me afastei.

Olhando para Allie, eu entendi porque as pessoas cometiam loucuras no banco da frente de um carro, parecia ser o que estávamos prestes a fazer também.

— Merda. — Ela pulou quando ouvimos batidinhas no vidro do carro.

Estava embaçado e escuro, mal dava para ver a silhueta da pessoa do lado de fora, mas considerando que o carro de Peter havia desaparecido, só podia ser Sophie.

— Allie. — Meus lábios estavam quase tocando sua orelha enquanto minhas mãos subiam e desciam em suas costas. — Precisamos sair.

— Oh, sim. Estou indo.

Ela voltou para o seu banco e tirou as chaves da ignição. Abri a minha porta quando nos olhamos para combinar o momento perfeito que deveríamos sair e ao mesmo tempo, saltamos para fora na chuva torrencial.

— Jesus, eu nunca iria imaginar que hoje choveria assim! — Sophie estava se balançando quando chegamos à varanda da casa de sua avó.

— Não desvie do assunto, mocinha — Allie gritou por cima da chuva. — Por que você não nos avisou que viria embora com outra pessoa?

— Desculpa. Eu queria passar um tempo com o Peter. Sabe como é... — Ela olhou para mim como se procurasse compreensão dos pais depois de uma desobediência. — E começou a chover, ele me ofereceu uma carona. Não deu tempo de avisar.

— Uma mensagem teria sido legal — eu disse.

— Vocês estavam bem atrás da gente!

— Imagina se não estivéssemos. — Allie cruzou os braços e Sophie revirou os olhos como se fosse a própria versão mais nova da minha namorada. — Não vamos contar nada a Denise ou Ryle, mas nunca mais faça algo assim, ok? Não é desse jeito que você vai ganhar a confiança deles.

Sophie assentiu com a cabeça e abriu a porta da casa com sua chave. Entramos como raios, disparando para nossos respectivos quartos em busca de aquecimento.

Allie bufou quando liguei o aquecedor e se desfez de seu casaco de lã branco com corações lilás. Ela ajeitava a regata preta quando desviei o olhar.

— Vá tomar banho, eu tenho que ajeitar a minha cama — eu disse, enquanto ia até o armário alto procurar por roupas de cama.

— Como assim "sua" cama? Não está pensando em dormir no chão, né? — Olhei para ela e dei de ombros, esperando por sua reação. — Chris, nós acabamos de pegar chuva. Sem chances.

— Que linda, se preocupando comigo. — Coloquei a mão no peito e sua expressão passou de preocupada para levemente irritada. Ela me mostrou o dedo do meio. — Tudo bem, então, gatinha. Vou arrumar a nossa cama.

— Pensando melhor, você deveria dormir na chuva mesmo.

— Você não pode voltar atrás no que disse!

Ela correu para o banheiro para não ter que me responder e eu soltei uma gargalhada.

A próxima meia hora foi preenchida por banhos e tentar se aquecer confortavelmente debaixo das cobertas. Nancy nos trouxe mais um par de toalhas limpas e um prato de cookies que ela tinha acabado de tirar do forno. Eu e Allie comemos em silêncio enquanto ficávamos entretidos nos próprios celulares.

Algum tempo depois, percebi que a garota lutava contra o sono enquanto bocejava sem parar. Desliguei o meu celular e levantei para desligar a luz do quarto também, fechando a porta do banheiro no processo. Allie já estava encapsulada no meio das cobertas quando me deitei na cama, mantendo o espaço de um travesseiro entre nossas costas.

Ela estava agitada, no entanto. Eu não saberia dizer quanto tempo ela passou virando-se de um lado para o outro, movimentando o colchão como se as formigas estivessem fazendo uma festa debaixo dela.

— Allie, o que foi?

Senti ela congelar as minhas costas.

— Nada. — Sua respiração saiu tão baixa que eu me preocupei.

—  Ei. Fala comigo.

Virei o meu corpo e ela continuou de costas para mim por alguns segundos antes de ceder e me encarar de volta.

— Eu não quero incomodar você.

— Não está conseguindo dormir? — Ignorei sua fala ao perguntar.

— Não costumo dormir no escuro... — Ela se encolheu como se esperasse que eu tirasse sarro da sua cara.

Pisquei para tentar enxergá-la melhor no escuro e toquei seu rosto com a ponta dos meus dedos.

— Quer que eu deixe a luz do banheiro ligada? Ou veja se Sophie tem um abajur para emprestar?

— Você não dorme com claridade. — Ela se aconchegou sob a palma da minha mão.

O que era bem verdade. Meu quarto em casa, seja em Boston ou em Los Angeles, era tão escuro que o Batman certamente se arrependeria de não ter feito sua Batcaverna ali.

— Vou ver se eles tem um abajur — eu disse, novamente ignorando seu argumento e me inclinando para beijar sua testa.

Ela segurou meu pulso antes que eu pudesse me levantar da cama.

— Não. Será humilhação demais pedir o abajur de uma menina de quinze anos. Ainda mais se ela não tiver um.

Eu ri quando ela me olhou com os olhinhos de um filhote em adoção.

— Tudo bem. Então, eu ligo a luz do banheiro.

Senti ela me observar enquanto eu acendia a luz fluorescente do banheiro, deixando uma brecha da porta aberta para iluminar o outro cômodo. Voltei para o aconchego da cama e vi a garota rolar em minha direção.

— Obrigada. — Ela passou o braço pela minha cintura e entrelaçou as pernas nas minhas. Sua cabeça estava bem abaixo da linha da minha mandíbula, o que dava espaço para sua respiração ficar perto do meu pescoço. — Você me viu sendo medrosa duas vezes hoje. Estou com tanta vergonha que não quero acordar amanhã.

— Para de falar merda. — Xinguei enquanto levava minhas mãos para suas costas, começando a fazer carinho ali. Ela riu. — Também vi você sendo toda confiante no carro.

— Você não é o único que pode ter a iniciativa de me beijar...

— Graças a Deus por isso.

Allie riu de novo, sua respiração fazendo cócegas no meu pescoço, onde ela também deixou um beijo tímido.

— Boa noite, gatinho.

— Boa noite, linda.

Com o maior sorriso do mundo, eu fui dormir como se estivesse prestes a ter a melhor noite de sono em anos; o que realmente aconteceu e me fez acordar mais do que disposto na manhã seguinte.



































i. imagina estar em 2023 e não ter superado o chris cantando florida numa live de 2021 (não superei

ii. AMO ELES DE CASAL VOCÊS NÃO ESTÃO ENTENDENDO 😭😭 agora vocês já viram de tudo, porém nossos queridos ainda tem problemas pra resolver de volta à LA...

iii. NÓS TEMOS UM GRUPO! além de avisar as atualizações, lá a gente tem sido fã/hater dos sturniolo e juro, tá sendo TUDO 🫂🤝🏻 um beijo pra as minhas sturniolocats 💋

iv. espero que tenham gostado e se preparem para a fase final de satellite!! 🫶🏻🤍

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