𝗧𝗛𝗜𝗥𝗧𝗬 𝗦𝗜𝗫
( 𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗹𝗶𝗳𝗲 )
❝𝗖𝗔𝗨𝗦𝗘 𝗜 𝗪𝗔𝗡𝗡𝗔 𝗕𝗘 𝗪𝗜𝗧𝗛 𝗬𝗢𝗨 𝗙𝗢𝗥𝗘𝗩𝗘𝗥 ❞
𝒄𝒉𝒓𝒊𝒔'𝒔 𝒑.𝒐.𝒗
Poucas coisas me fizeram tão genuinamente feliz nas últimas semanas igual ver Allie suspirar em surpresa e depois se segurar para não chorar de felicidade ao ver nossos amigos combinando fantasias para sua festa.
O bom de conhecê-la desde sempre era saber que a garota tinha escolhido o tema da festa pensando em como poderia fazer isso ser sobre uma de suas cantoras favoritas, e eu não estava em posição de julgar, pois se eu não tivesse que dividir meu aniversário com outros dois irmãos - um deles com gosto completamente diferente do meu -, faria o mesmo que Allie, mas com Lil Skies sendo o conteúdo principal da festa.
— Red, Maroon — disse ela, apontando para Nick e Austin logo antes de virar a cabeça e encontrar Matt e Rory. — Cardigan e Mirrorball.
Se Allie fosse um desenho animado, certamente teriam corações no lugar de seus olhos enquanto via os amigos poeticamente fantasiados à sua frente.
— É, foi o que eu consegui convencê-lo a usar. — Rory cutucou o namorado, que ficou com as orelhas vermelhas quase que instantaneamente.
— Em minha defesa, essa música foi a que eu mais gostei das que Rory me forçou a ouvir.
— E você tem uma coleção de cardigãs em casa, que conveniente. — Allie riu ao dar um soquinho de leve no ombro do cunhado. — Mas não se preocupe, você está ótimo e no conceito! Todos vocês estão, na verdade e... — Ela parou de falar como se fosse uma impressora travada, rebobinou seus pensamentos e se virou para mim com aquele brilho nos olhos que indicava a lâmpada que se acendeu em sua cabeça. — Há quanto tempo vocês estão planejando isso? Vocês não foram buscar as fantasias só ontem, não é?
— Surpresa! — Abri meu melhor sorriso culpado e não dei tempo para que ela me olhasse com indignação por ter sido enganada quando continuei: — Eu só estava a um passo à sua frente. Tínhamos certeza que você usaria sua festa como desculpa para fazer isso ser sobre a Taylor Swift, então eu só precisei fingir odiar a ideia da fantasia - que originalmente foi minha mesmo. De nada.
Quando levantei minhas sobrancelhas e fiz um biquinho esperando um beijo, ela balançou a cabeça em negação e riu da minha prepotência.
— Você deveria estar vestido de Mastermind depois dessa. — Austin disse, fazendo as meninas rirem como se fosse uma piada digna de uma esquete retirada do Saturday Night Live, mas que me deixou seriamente sem entender.
— Vocês estão fofos! — Nick comentou.
Eu olhei para o meu irmão notando que tinha sido sua primeira interação verbal desde que chegamos à festa e nos juntamos para procurar Allie para mostrar a surpresa que eram nossas fantasias. Na verdade, mesmo que não tenha sido uma frase direcionada apenas para mim, era a forma como Nick estava se comunicando comigo naquele dia: monossilábico e com pouca frequência, o que era estranho já que ele não media esforços para gritar comigo ou puxar um assunto qualquer quando se sentia entediado.
— Estou passando a vibe de "good girl faith and a tight little skirt"? — Ela fez uma pose com a mão na cintura para os amigos.
— Com certeza.
— E eu adorei sua saia! — concordou Rory.
— Mas a minha "fantasia" só funciona se eu estiver perto de você, fora isso pareço o namorado que não se esforçou nem o mínimo e veio com a primeira camiseta branca que achou no guarda roupa — protestei ao cruzar os braços em indignação.
— E todo mundo sabe que você gastou muito nela, né, meu amor. — Ela apertou minha bochecha como os adultos fazem com crianças rechonchudas e me deu um rápido selinho. Matt não se conteve em rir da minha cara. — Não vou demorar, mas tenho outros convidados para cumprimentar. — Virou-se para nosso grupo de amigos e sorriu ao abraçar cada um deles. — Obrigada por virem e por planejarem tudo isso. Eu amo vocês.
Quando ela se afastou passando por nós como uma brisa calma no verão, eu me senti igualmente aquecido como nas noites da estação mais quente do ano. Allie despertava o melhor em mim, mas também dava para perceber que era o efeito dela em outras pessoas. Ela era leal, honesta e agradecida, as menores coisas em sua vida significavam tanto quanto as maiores conquistas.
Parando para pensar, era até compreensível ver Savannah querendo tudo o que era dela, mas um bom coração e a essência de menina eram dificilmente roubados por invejosos.
— ...Compromisso? — É a última palavra que escutei Matt dizer no contexto da conversa que eu nem mais prestava atenção.
— É, parece que ela tinha algum evento para estar antes de vir para cá ou algo assim.
Eu me perguntava se Rory estava falando de alguém aleatório ou se a sensação de uma corrente fria descendo pela minha espinha era o presságio do assunto que todos nós pareciamos evitar.
— Eu ainda não entendo porque Sav anda tão distante ultimamente — Nick disse, o apelido fez todo o meu corpo se arrepiar. Seus olhos encontram o meu. — Você ainda não nos disse o que foi aquilo no observatório e porque há tantos boatos sobre isso.
— Não queremos causar uma cena no aniversário da Allie, não é? — Cocei meu pescoço ao perceber que estávamos cochichando e que esse era o maior atrativo para olhares de curiosos.
— Realmente não queremos, mas todo mundo tem agido extremamente estranho na última semana e eu estou cansado de não saber o que está acontecendo. Eu não quero ser mais um supondo coisas como estão fazendo as pessoas que não te conhecem.
Ele cruzou os braços e me encarou. Seus olhos refletiam sentimentos que nenhum irmão gostaria de causar ao outro, a raiva e principalmente a mágoa por quebrar sua confiança estavam estampadas nas íris azuis de Nick.
Tudo o que eu fiz foi engolir em seco e dar um passo para trás, como se estivesse pronto para fugir da presença dele.
— Nick. — Austin chamou e eu vejo a expressão do meu irmão se suavizar perante as minhas palavras não ditas quando eles trocam olhares. — Nós podemos fazer isso depois, ok? Vamos pegar alguma coisa para beber.
Allie tinha me dito que precisou desabafar com Austin e agora ele também estava a par de toda a loucura que nos envolvemos. Mas, apesar de ser meu amigo, ele era primeiramente o quase namorado de Nick e isso o deixava em uma sinuca de bico onde sua confiança estava sendo posta à prova toda hora. E eu não queria trazer mais ninguém para o cenário caótico e aparentemente sem saída que uma mentira nos colocou, mas tudo se complicou ainda mais quando eles podiam ver a comoção na internet e perceber o afastamento de Savannah do grupo.
— Eu não estou muito feliz com você também... Não gosto de ser enganado, Aus... — Nick saiu resmungando quando o loiro o arrastou para longe.
Antes de sumir de vista, Austin ainda me lançou um olhar que deixava claro que não estava gostando da posição que precisou assumir para nos mediar.
Merda, a culpa afundava cada vez mais o meu peito e eu compreendia todos os lados daquela história, mas ainda assim, não deixava de ser a situação mais fodida em que já estive em todos os meus dezenove anos de existência.
Matt e Rory vendo o clima pesar, também se afastaram com uma desculpa que eu ao menos prestei atenção, mas os deixei ir sem questionar.
Enquanto Allie recebia seus convidados com o sorriso mais feliz do mundo, eu me isolava em um canto qualquer com uma Pepsi e a playlist dela de músicas de gosto duvidoso como plano de fundo. Foi assim que ignorei os muitos olhares que recebi durante uma hora inteira e quando menos esperava, vi Sophie cruzar a sala de estar - que àquela altura, já tinha se transformado em pista de dança.
A garota tinha feito cachos no cabelo e usava um vestido de paetê prata com botas pretas de couro, que de algum jeito parecia fazer muito sentido com o tema da festa mesmo que eu não soubesse dizer exatamente qual era a referência para tal fantasia. Me aproximei antes que ela entrasse na divisão da cozinha e tocando seu cotovelo, consegui chamar sua atenção.
— Oi, Soph! — falei por cima da música, me inclinando para que ela ouvisse melhor. — Eu não sabia que você realmente viria.
— Oi, Chris! Bem, eu também não sabia que conseguiria vir até a algumas horas atrás, então desculpe por não confirmar com você. Acabou que o tio Ryle conseguiu umas férias forçadas e fizemos uma longa viagem de carro para fazer surpresa para a Allie. Ele me trouxe aqui graças ao endereço que você nos deu e nós logo a encontramos lá fora. Ela ainda estava tentando convencê-lo a ficar na festa quando eu disse que viria pegar algo para beber.
Escutei metade do que Sophie disse por cima do meu ombro enquanto me abraçava e pude ver um sorriso em seu rosto quando nos afastamos. Segui atrás dela para a varanda traseira da casa, onde o som estava consideravelmente mais abafado.
— Eu acho que esse é o melhor aniversário que Allie poderia ter. — A confissão de Sophie veio quando estávamos tirando mais duas latas de refrigerante para nós do freezer no deque da piscina.
— Ela te disse isso?
— Em partes. Mantemos contato desde o final de semana em Sisters Isle e após superar meu momento fangirl com ela, comecei a enxergá-la como alguém tão comum quanto eu, que só precisa de algum desconhecido com quem desabafar.
— Você não é uma desconhecida, é a prima dela.
Sophie inclinou a cabeça de lado enquanto abria o refrigerante e enfiava o canudo fluorescente na lata.
— Acho que ela não me vê como parente, mas tudo bem, ainda é tudo muito recente. E voltando ao assunto principal, ela me disse que se vê na melhor fase da vida dela agora. Primeiro que, tudo que você fez por ela nos últimos dias... é o desejo de qualquer garota ter um cara assim ao lado. Desde a adoção da coelhinha de vocês até fazer todo mundo usar fantasia de uma cantora que você nem curte só para agradá-la, é como se ela estivesse sendo conquistada novamente todos os dias, até nas pequenas coisas. Além disso, ela também tem bons amigos ao lado, uma carreira em ascensão e pessoas que ela nem conhece mas que a admiram como se fossem íntimas. Não é difícil chegar a uma conclusão de como ela está se sentindo.
Ainda que Sophie não soubesse da missa a metade sobre como estava sendo a vida de Allie ultimamente, ouvir aquelas palavras me tranquilizava. Era essa força e alegria que a minha garota demonstrava para as pessoas mesmo quando o céu estava prestes a desmoronar em nossas cabeças. Eu me sentia grato por, mesmo que agora em uma baixa porcentagem, estar na parte positiva da vida de Allie.
— Então, por que está perdendo tempo comigo enquanto pode encontrar sua namorada e ver o quanto você é sortudo por tê-la? — Ela me deu uma piscadela quando saltei dos meus pensamentos e voltei a focar em seu rosto.
Eu ri e literalmente dois segundos depois senti a presença da minha namorada irradiar no ambiente, fazendo até meus pelos mais ocultos se arrepiarem.
— Mais quantas surpresas você tem para mim esta noite? — Allie abraçou o meu braço direito assim que estava próxima o suficiente para fazê-lo.
— Eu não tinha certeza se eles viriam, principalmente o seu pai, mas de nada.
Enchi o peito de ar ao me exibir e ela riu baixinho, virando-se para Sophie logo em seguida.
— Se importa de eu roubá-lo um pouquinho?
— De jeito nenhum. É todo seu. — A garota piscou para a prima e tirou a lata de refrigerante de minha mão, nos dispensando com um aceno.
— Ei, minha Pepsi!
— Sua namorada não quer dividir sua atenção com outras!
Allie concordou e riu da fala de Sophie, mas não perdeu tempo em entrelaçar nossos dedos e me conduzir para o andar de cima, onde poucas pessoas esperavam na fila do banheiro. Mais alguns passos e estávamos dentro do quarto dela, porta sempre trancada para que o lugar não fosse depravado por gente sem noção e no escuro apenas para não estragar o clima.
— O que foi? — perguntei quebrado o silêncio quando paramos um diante do outro, nossos nervos quase implorando por uma aproximação maior.
— Só queria ficar um pouco sozinha com você, e agradecer por tudo o que tem feito por mim.
— Não é metade do que você merece, meu amor, mas vou continuar me esforçando.
Ela soltou uma risada e sua respiração chicoteou em minha bochecha.
— Não seja modesto. Você já é mais do que eu mereço.
— Tem certeza? Mesmo quando fugi a noite inteira para não cantar Styles com você no karaoke? — Brinquei, deixando minha testa cair em seu ombro.
— Era isso o que você estava fazendo? Fugindo de mim e do nosso dueto? — Ela murmurou, deitando a cabeça para o lado e me dar mais acesso ao seu pescoço.
— É, não me comportei como um bom namorado. O que vai fazer sobre isso?
A respiração de Allie se misturou a minha quando levantei a cabeça e nossos narizes se encostaram, deixando nossas bocas a poucos centímetros de colidirem também. Ela abriu os lábios mas não emitiu nenhum som, e eu prendi a respiração quando sua mão subiu pela parte interna do meu braço e encontrou o colarinho da minha blusa.
Quando ela sorrateiramente me puxou para mais perto - como se estivesse prestes a quebrar uma lei da física ou algo parecido -, eu desviei minha atenção para seu pescoço novamente, afastando seu cabelo para cobrir a região com beijos. Voltei a carinhosamente cutucar seu nariz com o meu, mas ela resmungou manhosa pedindo que minha atenção voltasse para a sua pele sensível abaixo do maxilar.
— Só seja gentil. — Seu murmúrio saiu quase como um gemido e as pontas dos meus dedos cravaram em sua cintura quando ouvi.
— Não quer que eu te beije como se a gente ainda se odiasse? — Provoquei a garota com minha língua.
— Era isso que você fantasiava enquanto eu estava prestes a te matar?
— Eu sei que no fundo você estava disposta a me matar de outra coisa.
— Não que seja mentira, mas nunca fui a garota de deixar muito para a imaginação.
Ela mandou meu autocontrole para o espaço quando abaixou a cabeça até recuperar meus lábios nos seus e sugar minha língua pouco depois de tê-la dentro de sua boca. Era um desesperado show de línguas e lábios protagonizado por duas pessoas que há meses atrás iriam gargalhar na cara da pessoa que lhes contasse sobre o fim que toda a implicância levou.
Allie afundou as unhas no meu ombro quando deixei uma mordida em seu lábio inferior e eu consegui sentir a perfuração mesmo com a fibra da blusa os cobrindo.
Jesus Cristo, ela me tinha mesmo sob as palmas de suas mãos.
O som abafado pelas paredes do quarto ainda me permitiam ouvir a música lá embaixo. Is There Someone Else? do The Weeknd era a trilha sonora que embalava nossa sincronia mesmo quando a batida não acompanhava a frequência cardíaca do meu coração. A voz ao fundo trazia muito sentido ao momento, descrevendo exatamente o que minha boca estava impossibilitada de dizer e ainda assim, fazendo com que eu quisesse me afundar na atmosfera selvagem de Allie o mais rápido possível.
Eu a apertei contra mim e seu corpo se contorceu como se os pés não conseguissem encontrar estabilidade no chão, então eu a ergui em meus braços e a imprensei na primeira coisa que vi pela frente. As coisas na superfície da penteadeira rolaram para o chão com um baque alto enquanto ainda nos beijávamos freneticamente e o que viria a nos atrapalhar seria o cheiro de perfume que impregnou no quarto pouco tempo depois.
Minha namorada se afastou com um choramingar e eu ri de seus lábios inchados e pouco manchados de batom vermelho sob a luz fraca da penteadeira. Bom, acho que nem o melhor batom conseguiria resistir aos minutos que estivemos disputando espaço corporal.
— Cacete, Chris, logo o perfume de café? — Ela já estava rindo quando a ajudei a descer da penteadeira.
— E eu lá tenho culpa de você ter um perfume tão enjoativo assim?
Acendi a luz do quarto para vermos melhor o estrago e felizmente só encontramos o frasco de vidro quebrado no chão de madeira.
— Ainda bem que não tenho carpete aqui ou teria que mudar de casa antes mesmo de terminar de pagar essa.
— Só por causa de um cheiro?
Ela me olhou com pura indignação.
— Eu estou quase morrendo sufocada! Imagina para dormir aqui?
— Dramática. — Revirei os olhos e ela não deixou barato, jogando o pano para secar o líquido na minha cara. — Eu te ofereceria o meu quarto, mas a Darla está comigo esse final de semana. Sabe como é, a programação de pai e filha não inclui a mãe.
— Tudo bem. Eu arrumo alguém que me abrigue.
— Só não ligue para o seu ex.
— Por favor, todo mundo sabe que é ele quem liga para mim!
Nós rimos enquanto recolhemos a bagunça e nos envolvemos em uma conversa paralela.
Uma batida na porta conseguiu chamar nossa atenção, mas pela brutalidade, parecia vir de alguém que já estava ali há algum tempo.
— Desculpa atrapalhar vocês, — Encontrei Matt parado na porta com as bochechas coradas e a testa molhada, como se tivesse corrido uma maratona. — mas precisamos de você.
Apontei para mim mesmo sem muito entender porquê ele estava suando tanto e parecendo estranhamente agitado.
— De mim? O que aconteceu? Está tudo bem?
Com um pressentimento ruim, olhei por cima do meu ombro e vi Allie ainda distraída na arrumação de sua penteadeira para notar o estado de Matt ou minha repentina mudança de humor.
— Só venha comigo. — Ele abaixou a voz para dizer a próxima parte: — É melhor manter Allie no quarto. Rory vinha fazer isso, mas eu não a encontro em lugar nenhum.
Engoli em seco e afirmei com a cabeça, saindo do quarto e batendo a porta devagar.
Meu coração disparou novamente, não de um jeito bom como estava batendo no quarto de Allie e meus ouvidos zumbiram como se eu tivesse acabado de ser atingido por uma explosão quando o rosto de Savannah se materializou na minha frente ao chegarmos no andar térreo da casa.
i. o chris dessa fanfic usa fantasia e sabe cantar styles sim, o soco no da vida real (é meme, te amo christopher sturniolo e seu gosto de duvidoso pra música só ouve rap)
ii. novamente só deus sabe quando saí o próximo e eu peço mil desculpas pela ausência, mas não desisti de vocês então pls não desistam de mim
iii. amo vocês, estou morrendo de saudade então comentem e me deixem feliz!!!! beijos e até mais 🤍☹️
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