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𝗧𝗛𝗜𝗥𝗧𝗬 𝗘𝗜𝗚𝗛𝗧

aviso de gatilho: crise de ansiedade e assédio sexual. esse é um capítulo que não recomendo a leitura por menores de dezoito anos e/ou pessoas sensíveis aos assuntos citados acima.






















𝗧𝗛𝗘 𝗦𝗖𝗔𝗥 𝗜 𝗖𝗔𝗡'𝗧 𝗥𝗘𝗩𝗘𝗥𝗦𝗘

O peito de Chris já pesava com a possibilidade de Allie estar minimamente magoada, quanto mais se ele parasse para imaginar o que realmente estava se passando na mente e coração da garota.

Quando ela se soltou dele e correu para longe parecendo assustada, Chris percebeu que a fala de Savannah tinha mais do que ele pôde entender. Ele já tinha ouvido aquela gravação milhares de vezes e doeu, mas não como ver o rosto de Allie empalidecer como se o monstro tivesse se materializado na sua frente.

Ela sabia que aquelas palavras não eram verdadeiras, não é? Ela sabia que Chris não acreditou em sequer uma frase dita? Era o que ele se perguntava quando subiu à passos pesados para o quarto da namorada.

Aparentemente acalmar a confusão gerada por Savannah e pela boa atitude de Rory em defender a amiga - mas que ainda assim gerou mais burburinho - tinha levado mais tempo do que o moreno achou, já que quando entrou no quarto de Allegra, ela estava dentro do banheiro e era notável o som da água caindo do chuveiro.

Um barulho mais alto rompeu o silêncio do quarto e não era apenas a água corrente do chuveiro. Chris se assustou, levantando da cama onde tinha se sentado para esperar a namorada e correu para a porta do banheiro, começando a bater com mais força do que realmente pensou em usar.

— Allie! Allie, está me ouvindo? Eu vou entrar, tudo bem? — Ele girou a maçaneta e não teve resistência de abrir a porta.

O ambiente estava tomado pela fumaça da água fervendo que vinha do box e mesmo que estivesse de cabeça abaixada, ele não conseguiria enxergar a namorada atrás do vidro embaçado. Chris fechou o vidro atrás dele e anunciou sua chegada novamente:

— Amor, eu estou aqui. — Dessa vez sua voz falhou, como se ele tivesse com um grande nó na garganta. E ele estava, porque o esforço que estava fazendo para não chorar era descomunal.

Allie estava tomando banho de água quente, ele notou, mas ela era o tipo de pessoa que começava o dia com um bom banho de água fria. Ele sabia, ele a conhecia.

— A-acho que torci-i meu t-tornozelo. — A voz trêmula de Allie denunciava o choro exaustivo que ela estava liberando desde que entrou para aquele banho.

— Você pode se secar e vim para fora? Consegue fazer isso sozinha? Quer que eu saia?

— Não. E-eu só preciso da toalha.

— Tudo bem. Eu também vou pegar uma de minhas blusas para você vestir, tudo bem? Minha mochila está aqui, né?

De um jeito prestativo e preocupado, Chris continuou jogando perguntas e obtendo respostas monossilábicas, mas cumpridas o suficiente para saber que ela estava bem até que saísse do box. 

Allie não teve forças para ir muito mais longe, sentou-se na tampa do vaso já vestida nas roupas do namorado e deixou que ele verificasse seu tornozelo. A coloração arroxeada de uma luxação já era visível, mas não parecia nada grave. Ela tinha perdido o equilíbrio e por muito pouco não caiu completamente no chão molhado do seu banheiro, e enquanto contava isso para ele, seu corpo começou a se encolher e tremer involuntariamente. Com lágrimas se acumulando nos cantos dos olhos e a boca ficando seca, um ataque de pânico parecia estar mais perto do que a mão de Chris em seus ombros.

— Allie, olhos em mim, tudo bem? Vamos lá. Respire fundo. Prenda a respiração até senti-la aqui. — Chris tocou a região do tórax da morena e a fez repetir alguns exercícios de respiração. — Muito bem. Agora, você pode me contar o que você está vendo? Você realmente deixou esse banheiro embaçado.

Sua respiração ainda estava se regulando e quando riu - ou uma tentativa disso - seus olhos encheram de lágrimas de novo pelo esforço. Ele riu um pouco junto dela e repetiu a pergunta. Allie começou a apontar as coisas que tinham em seu banheiro, desde a cor na toalha pendurada no suporte até os utensílios guardados nas gavetas da bancada da pia.

Ter um irmão que constantemente passava por momentos parecidos preparou Chris para situações como aquela, mas nunca ficava mais fácil, fosse com Matt e agora com Allie.

— Amor, eu posso te colocar para dormir cantando.

— Eu vou me sentir um maldito bebê. — Allie riu e apesar de saber que ele estava a descontraindo, nunca sentiu tanto zelo e verdade nele.

— Você é um bebê, às vezes.

— Não! Péssima escolha de palavras.

Eles entraram em um jogo de olhares que nada mais precisava ser dito.

Chris a puxou lentamente para um abraço e acariciou seus fios ainda molhados, sem se importar em estar molhando a própria blusa. Allie se entregou àquele abraço como se fosse o bote salva-vidas no meio do oceano de angústia e sentimentos revividos que estava à deriva na última hora.

— Eu tenho algo para contar — Allie disse, o olhar vagando até encontrar o de Chris novamente.

— Você não precisa...

— Mas eu tenho que falar porque depois de todo esse tempo guardando, negando e mudando a narrativa para ser menos doloroso na minha cabeça, eu escondi também a única e real vítima de toda a história. — O ruído do suspiro dela veio com aquele agudo que denunciava uma nova vontade de chorar, mas ela fechou os olhos e apertou os dedos das mãos dele em seu colo. — Eu poderia dizer que odeio Savannah, não seria mentira, mas a dor e a raiva que ela me causou por me fazer relembrar do que aconteceu, na verdade, deveriam ser dirigidos a quem causou isso.

— Eu estou ouvindo e quero que saiba que você está segura agora. Vamos para a cama e você me conta tudo o que quiser. Depois, podemos decidir o que fazer com isso.

— Certo...

Allie concentrou sua força no tornozelo bom e não teve que fazer muito mais esforço, já que Chris colocou o peso dela em seu ombro e a ajudou a se mudarem para o quarto, onde a cama dela já tinha sido arrumada minutos antes para recebê-la.

Envolvida em uma coberta e sentada corretamente contra a cabeceira da cama, ela procurou a mão dele e uniu seus dedos para apoio, começando a reviver os momentos mais sombrios de sua existência. Minutos que ela nunca iria esquecer, marcas tão mais profundas que o tempo não conseguia apagar completamente e que a terapia que fazia às escondidas como se fosse um crime, não era unicamente capaz de curar.

Ela começou a contar.































"Eu me lembro de estar no banheiro privado do segundo andar. Era a casa de Vinnie e ele não permitiu o acesso de mais ninguém aos quartos daquele piso. Sabendo disso e tendo me dado uma cópia da chave do seu quarto, ele era o único que poderia me ajudar lá em cima.

Nosso relacionamento estava em completo declínio, eu me lembro de estar sempre triste ao redor dele e me sentir mal porque mesmo com todo o esforço que fazíamos, o fim parecia cada vez mais próximo. Então, eu decidi beber naquela noite para tentar sair dessa espiral que estava me consumindo. Isso parecia funcionar com Vinnie, já que na manhã seguinte ele sempre acordava disposto a ser o melhor namorado do mundo para mim.

Eu tomei duas garrafas de cerveja, uma atrás da outra. Não era a primeira vez que eu bebia, mas por não fazer isso com frequência, meu corpo não estava acostumado com uma quantidade maior de álcool do que um copo e meio de cerveja, que era o que eu tomava socialmente das garrafas que Vinnie bebia em festas. 

Não demorou muito para eu passar mal e ficar de saco cheio daquela festa. Entrei no banheiro do quarto dele e mandei uma mensagem pedindo companhia ou um remédio se ele estivesse em condições de achar. A resposta não veio e ele demorou alguns minutos para aparecer. Ou quem eu achei que apareceria demorou ainda mais.

Ouvi o clique da porta do banheiro quando estava lavando minhas mãos na pia e não o olhei quando pedi o motivo de tanta demora.

— Você perdeu o celular, não é? Que demora...

— Apenas cale a boca, princesa. — Apesar de me chamar por esse mesmo apelido, não era Vinnie que estava ali.

Antes que eu conseguisse raciocinar o que estava acontecendo, a mão gélida de Ethan tampou a minha boca brutalmente enquanto seu corpo cobriu o meu e me pressionou contra a bancada. Minha cintura bateu na pia com tanta força que eu senti a dor na região no mesmo instante, mas estava apavorada demais para me realmente notar a dor.

As lágrimas se formaram em meus olhos assim que vi aquela imagem grotesca no espelho. A minha vulnerabilidade, impotência e desespero sendo resultado do sorriso nojento e das mãos ásperas daquele homem no meu corpo. Eu tentei tirar a mão dele da minha boca, me debati em seus braços até que fui forçada novamente contra a pia, minha cintura latejando quando a batida que me machucou se repetiu.

Suas mãos desceram para minha bunda, para minhas coxas e até onde os dedos dele alcançaram na minha pele. Quando senti o vestido subir por entre minhas pernas, foi o momento de me desesperar ainda mais e deixar que as lágrimas caíssem enquanto meu esforço parecia em vão.

— Vinnie não se importa de dividir nada comigo. Sua casa, suas roupas, seu dinheiro... que ele nem dá a falta quando some da conta bancária, e especialmente você. Sabe o quão frustrado ele anda, Allie? Por que você não usa o que vou te ensinar para animar um pouco o meu amigo? — Ele pressionou com mais força o corpo contra o meu e eu conseguia sentir a nojeira em suas calças contra a minha coxa. 

Tentei resmungar por entre os seus dedos que apertavam o meu rosto, mas ele me deu um novo aperto na bochecha. Me coloquei na ponta dos pés para usar minhas mãos contra seu rosto, cabelo e cordão, fazendo qualquer coisa que pudesse machucá-lo e assim obrigá-lo a me soltar.

Ethan me virou de frente quando minhas unhas atingiram sua bochecha esquerda e arrancaram a pele, deixando o sangue pisado debaixo delas.

— Essa garotinha gosta de violência, é? Bem, isso ele não tinha me contado.

Ele me colocou em cima da bancada mesmo com toda a força que eu fazia. As lágrimas tiravam grande parte do meu esforço porque meus olhos doíam e minha garganta ardia. Era sufocante perceber que ele poderia me machucar a qualquer momento; um soco, um tapa ou um agarrar na minha garganta e eu teria que assistir e sentir tudo em mim sendo rasgado ao meio.

Eu senti morrer uma parte do meu bom senso quando percebi que deixei passar a vez que Ethan colocou a mão em mim há algumas semanas antes. Tinha sido no reflexo, a gente estava na cozinha cheia de Vinnie e ele estava tentando passar como todo mundo, eu pensei. Mas não, ele tinha me apertado, não foi apenas um esbarrão. Eu ignorei todos os sinais do homem violento e depravado que Ethan era e ainda assim, de alguma forma, eu o protegi.

Meus olhos se fecharam, as pálpebras arranhando e as lágrimas quentes correndo livremente pela minha bochecha. Quando desejei que aquele fosse o fim, ouvi os gritos de Vinnie. Logo Ethan estava no chão, seus dedos finalmente longe de mim e seu rosto tinha apagado aquele sorriso nojento.

Vinnie gritou para que eu corresse e assim eu fiz, me escondi em outro quarto e deixei que a comoção acontecesse."































— Foi quando a polícia veio e todo o drama aconteceu sem que ninguém nunca soubesse o real motivo da briga entre Vinnie e Ethan.  — Allie estava encolhida nos braços de Chris. Ela não podia ver o rosto dele estremecido em dor, raiva e arrependimento, mas sentia a respiração pesada do moreno.

— Você deveria denunciá-lo, meu amor. Você deveria ter dito a alguém, corrido atrás de corpo de delito... Você poderia... — Ele parou quando viu Allie levantar a cabeça e seus olhos lacrimejarem com mais força. Ela tinha se mantido forte por todos os minutos que passou relatando aquela noite e era óbvio que tinha percebido que deveria ter feito um monte de coisas. Chris não ajudava dizendo o óbvio sobre uma noite tão distante que só tinha duas pessoas como álibi e era justamente em quem ela nunca mais confiaria. — Eu sinto muito. Me desculpa. Isso nunca mais vai acontecer de novo, me ouviu? Você está bem agora.

Ele a trouxe para perto novamente, onde ela não hesitou em ir. Apesar de se sentir segura, Allie estava com uma ferida escancarada e se tinha começado, ela ia até o fim. Ainda temia pelo que Chris faria com a informação a seguir, mas honestamente não se importava muito se isso significasse viver longe desse passado para sempre.

— Tem mais uma coisa. O que foi o fim do meu namoro com o Vinnie — ela comentou, limpando as bochechas e se levantando do ombro do namorado. — Eu também protegi e confiei nele novamente, não sei porquê. Depois de tudo o que aconteceu, ele fez questão de que Ethan sumisse do mapa. Ele caiu no esquecimento e como sempre, a internet inteira ficou do lado de Vinnie. Mas, duas semanas depois de tudo o que aconteceu, eu ainda não estava pronta para encará-lo e conversar sobre o que ele viu ou o que fez. Então, ele foi atrás de Ethan, da versão de Ethan dos fatos. E apesar de eu acreditar quando ele diz que não alterou nada sobre o que ele pensava - a minha verdade -, eu ainda me senti traída por ter tirado de mim a oportunidade de contar a ele a verdade primeiro.

Chris desejou estar lá por Allie. Desejou ter arrebentado mais a cara de Ethan e ter dado um hematoma para Vinnie também. Ela provavelmente não se atentou ao rosto já machucado de Ethan quando ele apareceu naquele banheiro e, tudo bem, Chris não queria se vangloriar por ter feito isso após ouvir tudo o que aconteceu depois.

— Cretino. Você estava fragilizada, ele deveria ter esperado o quanto precisasse para te ouvir.

— Eu sei. E eu deveria ter acreditado em você quando dizia que não confiava nele.

— Eu não me orgulho de estar certo, Allie — ele disse, rouco como se segurasse o choro também. Passou o dedo no rosto dela e afastou os fios de cabelo para trás da orelha. — Eu nunca quis estar certo sobre ele porque tudo o que sentia era ciúmes de vê-lo tendo você. Tudo o que eu dizia era por pura implicância e vou pedir desculpas por isso para o resto da minha vida.

— Está tudo bem, meu amor. Eu sei que você não seria capaz de me ferir intencionalmente assim. Você estava repelindo o que eu te fazia sentir e também peço desculpas.

— Você é a última a ter culpa de qualquer coisa aqui, está me ouvindo? Sobre Vinnie, sobre o perturbado do Ethan e até sobre Savannah, não é sua culpa.

— Todos os três vieram para perto de nós por minha causa — resmungou ela, deitando o rosto na mão dele.

— Pessoas má intencionadas sentem o cheiro de pessoas incríveis, com um coração lindo como o seu. Tudo o que você fez foi ser maravilhosa para todos eles, tenho certeza.

— Você é tão aberto.

— Isso é estar em um relacionamento saudável, eu acho... — Eles riram e Chris a deu um beijinho de esquimó. — O que você quiser fazer sobre esse assunto, eu vou te apoiar e te ajudar.

— Eu só quero deixar tudo para trás. Eu quero nós dois e ser amada por você.

— Você sempre foi e sempre será amada por mim.

Allie não sabia o que mais doía. Ter aquele homem disponível desde o dia um e ter precisado errar para voltar para ele ou não estar aproveitando tê-lo agora.

— Eu amo você, e estou tão cansada — ela confessou, a cabeça tombando para o ombro de Chris novamente.

— Você pode dormir agora. Não vou sair daqui.

— Quero que fique aqui. Por favor?

— É claro, não precisa pedir — ele afirmou beijando-a na nuca. — Eu vou tomar banho e já voltou, tudo bem?

— Posso ir com você? Eu fico sentadinha no vaso.

— Allie. — Ele riu. — Eu vou estar a menos de dez passos.

— Tudo bem. — Ela suspirou e se desvencilhou dele, começando a se ajeitar na cama.

Chris percebeu que ela ainda estava com medo, afinal, Ethan tinha aparecido em sua casa e ninguém lá embaixo evacuando o ambiente sabia o que ele havia feito para a dona da propriedade.

— Estou brincando, você pode vim. — Ele tirou as cobertas de cima dela e se levantou, erguendo a mão para ela. — Eu posso ficar segurando sua mãozinha também.

A ironia fez Allie rir, mas ela sabia o que no fundo ele estava tentando fazer.

— Eu te amo — ela sussurrou.

— Eu te amo ainda mais. — Um sorriso lento mudou o rosto dele.

E, pela primeira vez em algum tempo, eles se sentem aliviados para começarem a ser genuinamente e completamente felizes.







































para todas que já passaram por algo parecido com o que a allie enfrentou, saiba que vocês não estão sozinhas e que mesmo que o medo nos inibida de falar ou denunciar, existem portais, gestões e disque-denúncia que podem ajudar e assim derrubar esse muro do silêncio que parece uma questão cultural no nosso país. 

obrigada por lerem satellite por quatro (4!!!) meses agora e entenderem meu louco espaço criativo que vem e vai. os próximos voltarão a normalidade de coisas felizes, eu prometo! (se tiverem algo mais sobre callie que vocês quiserem ver aqui, podem me dá sugestões que eu encaixo no final!)

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