𝗙𝗢𝗥𝗧𝗬
( 𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗹𝗶𝗳𝗲 )
❝𝗬𝗢𝗨 𝗧𝗛𝗘 𝗢𝗡𝗘 𝗧𝗛𝗔𝗧 𝗜 𝗗𝗥𝗘𝗔𝗠 𝗔𝗕𝗢𝗨𝗧 𝗔𝗟𝗟 𝗗𝗔𝗬 ❞
— Nick te ligou.
Allie recebeu a informação assim que sentou-se de volta na mesa do restaurante. Sua mãe estava ao seu lado e no estofado à frente, separados pela mesa quadrada, estavam Austin e seu pai.
— Nick? — ela perguntou para o garoto, que lhe devolveu o celular que tinha deixado com ele para ir ao banheiro.
— Bem, ele tecnicamente me ligou depois que as ligações para você foram para a caixa postal. Mas de todo jeito queria falar com você.
O coração dela pulou uma batida.
Algumas semanas depois de processos contra Gregg Keith por quebra de contrato e sigilo, a viagem de última hora dos trigêmeos à Boston por causa do estado de saúde de uma de suas avós e Savannah finalmente sumir - após garantir que todos os lados envolvidos não falariam sobre o que realmente aconteceu na festa de aniversário de Allie -, ela ainda não havia tido a oportunidade de conversar novamente com o melhor amigo.
Eles estavam bem, como Nick havia prometido pelas mensagens que trocaram na última segunda-feira, mas ela queria abraçá-lo e pedir desculpas mais uma vez se fosse necessário.
— Ele avisou que Chris perdeu o carregador e o celular está sem bateria. E também que estão voltando para a cidade essa noite. Pediu que você fosse buscá-los.
— Claro. — Ela olhou para a mãe procurando por aprovação. A mulher acenou em concordância.
Depois de se reunirem para o almoço de domingo em um restaurante quatro estrelas no centro, Jane teria outra audiência juntamente com Laura no caso do homem que ameaçou seus clientes e filhos - de consideração, no caso da empresária de Chris. Jesse planejava levar as crianças ao cinema enquanto a esposa estivesse resolvendo seus compromissos.
— Você vem comigo?
— Vou sim. Até porque estou pensando em fazer uma coisa também — ele disse, e até os adultos se concentraram na conversa para entender o porquê do tom envergonhado do aspirante a estilista.
— O que é isso? Esse sorrisinho aí? — Jesse perguntou, cutucando o ombro do filho.
— Acho que vou pedir Nick em namoro — Austin revelou e suspiros de surpresa tomaram conta da mesa. — Nunca parece a hora certa, sabe? Tem sempre outra coisa acontecendo e nos mantendo ocupados ou separados, mas eu não quero perder mais tempo. Todo mundo parece saber que eu deveria ter feito isso há meses...
— Deveria mesmo.
Allie soltou uma risada, mas foi repreendida por um olhar do meio-irmão.
— Olha, eu sei tudo sobre perder tempo — ela garantiu. — Você não vai gostar de continuar deixando as oportunidades passarem quando ver a pessoa ir embora.
— Você está sendo melodramática.
— Um pouco, mas realmente pode acontecer. Coloque um pouco mais de esforço nisso e peça ele em namoro logo, homem.
— Vou ter que concordar com a senhorita-sei-tudo-sobre-relacionamentos. — Jane implicou e seu marido riu. — Corra para ele ou vocês vão começar a correr em direções contrárias.
— Dá para ver de onde o drama vem? — Jesse diagnosticou fingindo sussurrar para Austin, mas alto o suficiente para que as garotas Cameron escutassem.
— Obrigado pela ajuda, pessoal.
— Falando sério, eu posso te ajudar com isso — Allie disse, após recuperar a seriedade, mas ainda mantendo o sorriso no rosto. — O que está pretendendo fazer?
Parecia impossível que Chris tivesse partido por menos de duas semanas inteiras. Todo o caos desenrolando como a trama de uma novela ruim parecia ter alterado a noção deles de espaço-tempo. Allie ainda se sentia atordoada, igual a sensação de correr uma maratona e não ter mais oxigênio circulando no cérebro por conta do esforço. Era como estar cansada e não conseguir dormir. Estar com fome e o alimento não saciar. Estar com saudades de casa e não poder percorrer os quilômetros que faltavam para chegar nela.
Como um nervo danificado, ela sentia a ansiedade inflamar seu sangue, quando o único remédio para reverter esse quadro era um abraço de Chris.
Ela checou o celular atrás das mensagens que não chegariam até que eles estivessem em terra enquanto Austin foi comprar os doces caros do aeroporto - e uma Coca-Cola diet antes que Nick pudesse condená-lo por isso. Ela decidiu fazer algo tão primitivo que sentiu os dedos errarem o caminho sobre a tela que levavam para o aplicativo do e-mail. Para sua surpresa, ela encontrou algumas mensagens não lidas marcadas como importantes.
Jane era quem tomava conta dos e-mails e Jesse era quem lhe avisava sobre algo importante, mas ela se deparou com uma informação que não teria acreditado se ouvisse de nenhum dos dois.
Jack Antonoff, além de um músico e produtor de sucesso, trabalhava também com a artista que ela mais admirava na vida. E ele estava ali, por e-mail, aceitando participar das sessões de gravação do novo álbum de Allie. Ela o queria como co-compositor desde que imaginava Antonoff sendo uma adição de muito valor ao seu projeto muscial. E mal sabia que comentar essa vontade com a mãe há alguns meses, realmente lhe traria até o próprio.
Ela sentiu uma onda de felicidade tão violenta que engasgou no meio da leitura do e-mail.
— Allie!
A garota levantou a cabeça a tempo de ver Austin de mãos dadas com Nick, Matt um pouco mais atrás carregando o carrinho com as malas - e sua inseparável mochila nas costas - e apenas um passo ao lado dele, Chris.
Ele parecia cansado, feliz e tão bonito na vida real quanto estivera na mente da namorada por todos os dias em que ficaram longe um do outro. Olhando diretamente para ele, sentiu o estômago contrair e as palavras perderem o sentido em sua língua. Ela queria correr, pular em seu colo e beijá-lo tão docemente que ele não a soltaria por minutos ininterruptos, mas manter a privacidade a impedia de fazer algo assim no meio do aeroporto.
No entanto, ela correu para abraçar Nick. Ela afundou o rosto no ombro dele e fungou um pouquinho quando ele relaxou sob seu aperto.
— Eu senti tanto a sua falta — disse, a voz abafada na jaqueta jeans que o moreno usava. — Não deixe que nada mais atrapalhe você e Austin, nem nossos dramas ou os seus medos. Você é um garoto incrível e merece estar ao lado de quem valoriza isso. E ele é insuportável quando você não está por perto, pois sou eu que tenho que escutar suas lamurias de amor.
Nick riu, deixando-se notar o leve choro acumulando em seus olhos azuis e soltou a amiga.
— Eu senti a sua falta também. E me escutem. — Ele pegou na mão da morena e voltou-se para trás onde os outros três apenas observavam a cena. — Quando Rory estiver na cidade, teremos encontros triplos e eu não quero saber se um dia achei isso cafona e bizarro.
Eles riram e alguns balançaram a cabeça em discordância.
— Ousado da sua parte achar que eu já aceitei sair em um encontro com você. — Austin desafiou.
— Eu seriamente não quero ficar de vela, pessoal. — Matt ignorou os olhares trocados entre o irmão e o loiro, passando para o lado de Allie e beijando rapidamente sua cabeça. — Austin e Nick, arrumem um quarto. Chris e Allie, eu espero vocês no carro.
E estendeu a mão para Allie, pedindo as chaves do carro dela.
Austin e Nick não esperaram por outra deixa ao entrelaçar as mãos e sumirem no meio das pessoas, avisando somente que ligariam caso passassem a noite longe de casa.
Chris e Allie tiveram finalmente tempo para respirar um perto do outro.
— Como você está? — ele perguntou em um tom baixo enquanto passava os braços pelos ombros dela.
— Bem. — O que era verdade pela primeira vez em semanas. Chris estava ali, Savannah e Gregg não eram mais preocupações pertinentes e ainda tinha aquele e-mail em sua caixa de entrada. — E você? Como foi em Boston?
— Bem, na medida do possível. A vovó já está melhorando e a mãe achou melhor ela passar um tempo lá em casa com eles.
— Que bom. Vocês estarem por lá devem ter deixado sua avó feliz.
— Oh sim, ainda mais quando ela parecia muito bem e consciente enquanto dizia que odiou meu novo corte de cabelo.
Chris estava olhando para ela novamente. O som de sua risada contaminando todo o coração dele, no melhor sentido da palavra.
De repente, lhe ocorreu, ele nunca havia levado Allie em um encontro.
Tudo bem, tinha rolado uma espécie de encontro na praia em Sisters Isle e ele realmente havia planejando parte do que aconteceu com antecedência, mas Chris estava pensando em um encontro real, onde vestiam roupas bonitas, ia buscá-la na porta de casa e a beijava no final da noite, como nos filmes de romance que ela tanto amava.
Ele também não tinha a pedido propriamente em namoro, não com todas as letras.
O Chris de dois anos atrás preferiria cometer um crime do que planejar um encontro, mas ali estava ele, passando uma lista mental de ideias do que poderia fazer para impressionar Allie. E ele queria um grande gesto, mesmo quando passava longe de ser um cara exageradamente romântico.
— O quê? — Allie perguntou quando o silêncio durou todo o caminho para fora do aeroporto.
— Nada. — disse Chris, o canto de sua boca estava se curvando.
— Por que você está sorrindo tanto, Christopher?
Ele abriu a boca para desviar o assunto, mas Matt se adiantou, chamando-os quando abriu a porta do carona.
— Eu apenas quero chegar em casa.
— Você está sendo chato porque sua namorada não está aqui — Chris resmungou.
— Esse é grande parte do problema, mas eu também quero a minha casa, um banho e um hambúrguer do Shake Shack.
— Você tem o pior gosto do mundo, Matt.
— E de repente eu não sinto mais a sua falta, Allegra.
Eles entraram no carro, Allie no banco do motorista e Matt tendo que ceder o lugar no bando do passageiro para o irmão, e passaram o caminho inteiro implicando uns com os outros.
THE END
mentira colegas ainda terá (indefinido) capítulos pra eles serem felizes para sempre
apenas nick e austin e nada mais 🛐
amo allie e matt irmãozinho fico bem assim >😭😫🥹🤩🥰<
bjs até o próximo 🤍🙏🏻. se eu fizer de redes sociais vocês querem aparecer nos comentários surtando como fãs sim ou não (diga aqui)
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