𝗕𝗢𝗡𝗨𝗦 (ausnick's version)
( 𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗹𝗶𝗳𝗲 )
❝ 𝗧𝗪𝗢 𝗛𝗘𝗔𝗥𝗧𝗦 𝗜𝗡 𝗢𝗡𝗘 𝗛𝗢𝗠𝗘 ❞
Ele estava preso no aeroporto.
Era véspera de Natal e Nick estava preso no maior aeroporto de Londres, uma das cidades com trânsito mais congestionado do mundo.
Ele não era o cara dos grandes gestos românticos e surpresas de tirar o fôlego, mas não suportaria passar outro fim de ano longe do namorado. Por isso, planejou a viagem há alguns meses e manteve tudo em segredo até dos irmãos e das amigas, para que ninguém acidentalmente deixasse a notícia escapar.
Embora fosse bom com segredos, Nick aparentemente não era bom com horários. Ele perdeu o embarque e precisou praticamente implorar para que trocassem a passagem, conseguindo um outro vôo para doze horas depois, o que resultaria na sua chegada em solo inglês praticamente na virada da véspera para a madrugada de Natal.
Não havia muitos táxis disponíveis na saída do aeroporto e os carros particulares por aplicativo estavam custando uma fortuna da qual Nick se recusava a pagar. O ponto de ônibus mais próximo ficava a mais ou menos dois quilômetros e pelo horário, não era mais tão seguro ir caminhando até lá. Ele estava ficando sem opção e sem tempo.
Com uma tigela grande de pipoca no colo, Austin afundou ainda mais no seu canto favorito do sofá, sem realmente prestar atenção no filme que era exibido na tela. Obviamente a programação natalina contava com o clássico onde Macaulay Culkin era esquecido em casa, e subitamente, o homem ia se identificando com o personagem.
Estar longe de casa por dois anos era tudo o que Austin imaginava que seria. Angustiante e emocionante. Viver em uma cidade tão agitada quanto Londres, estudar sobre a história da moda e ter contato com grandes eventos dessa área trazia o renovo que ele buscava desde que decidiu o que seria profissionalmente. Mas o custo disso era alto quando chegava em casa e a encontrava vazia, dia após dia como um pesadelo do qual não acordava. Por uma tela de celular era o único lugar onde via sua família em meses e o sol da Califórnia já fazia tanta falta que ele precisou tomar remédios para reposição de vitamina D.
Maldita Londres. Maldito Natal, ele pensou furiosamente, enfiando outro punhado de pipoca na boca.
Ainda assim, o apartamento estava devidamente decorado. Velas com desenhos simbólicos, meias, enfeites, jarra de avelãs decorativas, cordões de luzes sob o painel da lareira e um soldadinho de madeira. Até uma linda árvore ocupava um canto especial da sala. Parecia que o apartamento estava dentro de um globo de neve.
Austin não sentia-se tão acolhido, no entanto.
Era literalmente meia-noite do dia de Natal quando a campainha soou em alto e bom som, assustando o único morador do apartamento 114. A princípio, o homem fingiu que não havia ninguém em casa, até segurou a respiração para que não houvesse ruído algum que denunciasse sua presença – embora a televisão ainda estivesse ligada. A campainha tocou mais uma vez porque Nick estava congelando do lado de fora.
E como se fosse um milagre de Natal, Austin atendeu a porta. Em outras condições ele teria seriamente ligado para a polícia. Quem é que toca a campainha de alguém àquela hora da noite de um feriado mundial? O Papai Noel entrava pela lareira e não batia em portas, como bem se recordava de ouvir na fábula infantil.
Não se tratava do Papai Noel ou um assassino entusiasmado por datas comemorativas. Quando Nick o abraçou – por saudade, sim, mas também procurando se aquecer –, Austin sentiu lágrimas molhando suas bochechas. Talvez aquilo tudo fosse um sonho muito doloroso e ele estivesse chorando enquanto dormia. Não seria a primeira vez que algo assim acontecia.
Austin o abraçou de volta e foi real. As palavras estavam engasgadas em sua garganta junto com a vontade de chorar, então foi Nick o primeiro a dizer algo.
— Seu presente é grande demais para ser colocado em uma caixa debaixo da árvore, então precisei vir pessoalmente entregar. Feliz Natal, Aus.
A risada de Austin ecoou no corredor enquanto envolvia o namorado em outro abraço caloroso, se afastando um pouco apenas para lhe dar um beijo saudoso e profundo.
— Você é maluco — respondeu dando um tapinha no peito dele. — Feliz Natal, Nicky.
Nick penteou o cabelo do loiro para trás e se permitiu deleitar-se com a familiaridade de tê-lo em seus braços.
— Seu cabelo — Austin disse, repetindo o ato do namorado ao tocar em suas madeixas avermelhadas. — Você me disse que nunca mais voltaria com o mullet.
— Fazia parte da surpresa!
— Eu não acredito que você está aqui.
— Nem eu. Essa cidade é um caos e estamos na pior época para viajar, mas tudo isso vale a pena por você.
Seus lábios se curvaram em um sorriso, Austin quase derreteu como sorvete em um dia de verão.
— Venha, entre. Você está congelando, consigo sentir pela ponta do seu nariz. — Ele soltou os ombros de Nick para ajudá-lo a colocar a mala para dentro e fechou a porta com um baque surdo atrás deles.
Nick soltou uma lufada de ar e agradeceu internamente quando foi abraçado pelo aquecedor que cobria todo o apartamento.
— Por que essa cidade tem que ser tão fria?
— É para combinar com a personalidade das pessoas aqui — Austin respondeu rindo, embora Nick tivesse notado uma pontinha de amargura.
— Ainda sem amigos?
— Não é fácil fazer amizades quando as pessoas não parecem dispostas a isso. Além do mais, todo o estereótipo de rivalidade no mundo da moda é completamente verdadeiro. A competição constante aniquila qualquer sentimento positivo que você possa criar por um colega de trabalho.
— Eu sinto muito, Aus. Se tiver algo que eu possa fazer, me deixa saber.
— Eles me fazem sentir tanta falta da sua personalidade azeda matinal… — Austin confessou fazendo Nick rir.
— Não entendi o que quer dizer com isso então vou fingir que não ouvi.
Nick puxou Austin pela mão e quase o empurrou para o corredor que levava ao quarto que pouco conhecia desde que só estivera ali uma única vez.
— O que foi?
— Nada, eu só senti muito a sua falta.
— E está querendo as boas-vindas adequadas?
A oferta era muito tentadora, fazendo o calor arrepiar ambos os corpos por onde quer que eles trocassem toques. Mesmo assim, como se mudasse de ideia para parecer teimoso, Austin empurrou suavemente o peito dele.
— A sequência de “Esqueceram de Mim” está prestes a começar e eu ainda não vi o melhor filme do currículo da Cameron Diaz, “O Amor Não Tira Férias” porque achei que ficaria muito deprimido em assisti-lo sozinho. Mas agora que você está aqui, vamos embarcar nessa maratona.
Nick nem ao menos tentou discutir.
— Vou trocar de roupa e podemos começar sua extravagante maratona de filmes natalinos.
— Tem toalha limpa na segunda gaveta do armário do banheiro, se lembra? E Nick…
— Estou ouvindo — o mais novo respondeu enquanto levantava a alça da mala para levá-la para o quarto.
— Você poderia vestir isso? — Austin tirou um dos embrulhos debaixo da árvore e entregou para Nick. — É um pijama que combina com esse meu… Eu ia enviar junto com os outros presentes para você, mas fiquei com vergonha de que achasse muito cafona.
— Austin — Nick disse, em tom de advertência. Ele analisou o pijama que o namorado vestia e soltou uma risadinha por causa da estampa de flocos de neve e renas sobre o tecido vermelho. — Eu nunca acharia nada que você queira cafona. Certo, talvez aquela sua tendência de saia com calça jeans, mas isso não vem ao caso agora.
Austin riu e se inclinou quando estava mais perto para beijá-lo mais uma vez.
— Obrigado por vim passar esse Natal comigo, meu amor.
Enquanto Nick estava no banho, Austin foi até a cozinha e preparou um chocolate quente, quebrando as barras de um chocolate suiço do qual estava obcecado e que pagou uma pequena fortuna só para ter um momento de acalento no Natal que imaginou passar solitário.
Ele serviu duas canecas, adicionando alguns mini marshmallows e uma quantidade generosa de chantilly por cima. Levou as duas canecas de volta para a sala e as colocou sobre a mesa de centro, não resistindo em bebericar um pouco da sua sem esperar por Nick.
Ficando confortável novamente no sofá, com seu cobertor, caneca e tigela de pipoca, Austin se distraiu no celular com uma nova trend de dança que parecia nunca parar de surgir nas redes sociais. Ele olhou para o seu namorado agora limpo e de pijama combinando quando sentiu o sofá afundar, que retribuiu o olhar com carinho e um pouco de cansaço.
Austin sorriu para ele.
— Você parece cansado. Nós podemos assistir aos filmes amanhã.
— Mas você fez chocolate quente.
Austin colocou a pipoca na mesinha de centro e entregou a outra xícara de chocolate quente para Nick.
— Com o melhor chocolate que já experimentei. Tome um pouco e podemos ir dormir, se quiser.
Nick não estava com muita força para debater e bebeu o líquido devagar e em silêncio. Quando a xícara dele pousou na mesinha de centro, Austin o guiou para deitar com a cabeça apoiada em seu colo.
Ele sabia que o namorado não daria o braço a torcer para ir dormir enquanto tinham tempo limitado juntos, Nick resistiria até o último segundo para que passasse cada um deles aproveitando a companhia de Austin.
— Eu sou uma criança agora? — perguntou retoricamente o mais novo por causa da posição em que se encontrava. Austin riu internamente por senti-lo relaxar assim que seus dedos passaram pelos cabelos vermelhos macios. Ele deixou suas unhas deslizarem levemente pelo couro cabeludo dele, massageando sua cabeça. Sua mão livre acariciou-lhe a bochecha.
Nick fechou os olhos por um momento e soltou um suspiro pelo nariz. O filme continuou passando, mas Austin não estava mais prestando muita atenção. Isto era mais importante. A familiaridade, a paz que há muito não fazia parte da rotina deles.
— Sei que não posso te pedir isso… Mas você viria morar comigo só por esses três meses que faltam para o curso terminar?
Os braços de Nick cruzaram-se sobre o cobertor e ele continuou de olhos fechados.
— Três meses é muito tempo, Austin. Meu trabalho não pode ser movido para cá, você sabe.
— Eu sei. — O suspiro de Austin foi audível o suficiente para quebrar o coração de Nick. — Esquece que eu disse isso.
Nick olhou para o namorado um pouco mais suavemente, levantando-se de seu colo para ficar de frente um para o outro.
— No Natal do ano que vem, eu prometo que vamos estar morando juntos. Vamos montar a árvore e exibi-la em nossa sala de estar com muitos ornamentos e luzes. Pendurar uma guirlanda na porta e viscos por toda a casa, assim terei uma desculpa para beijar você em cada canto. E nós podemos fazer até a campainha tocar num ritmo natalino, se quiser! — Austin revirou os olhos com isso, os olhos azuis que estavam marejados pelas palavras do moreno. — E nós daremos um jantar na véspera, talvez seja o primeiro nessa casa. Você deixará a casa cheirando a massa caseira e eu vou tentar não queimar nossa cozinha ao te ajudar. Iremos nos sentar no balanço de madeira da varanda ao fim da noite e esperar até a meia-noite. Então eu vou te beijar e fazer outra promessa como essa, que certamente cumprirei.
Austin estava chorando com lágrimas de verdade e não era por causa de Colin Firth abrindo seu coração para sua governanta, Aurélia, na comédia romântica que sempre o fazia chorar. Ele chorava porque amava Nick com todo o seu coração, chorava porque sabia que ele não estava mentindo quando dizia que faria as coisas darem certo e principalmente, chorava porque se despediria dele em dois dias.
Quando Nick embarcasse de volta para os Estados Unidos, as promessas seriam apenas promessas, mesmo que fizessem ligações diárias, juntassem dinheiro e enviassem um para o outro links de casas e apartamentos ao redor de toda Los Angeles.
— Esse é um lindo futuro, Nick — Austin murmurou, limpando o rosto com as mangas do moletom. O namorado ajudou a sumir com as últimas lágrimas usando o polegar.
— E é alcançável para nós.
Austin acreditou naquelas palavras que pareciam tão mágicas porque Nick era do tipo que continha sua atitude e petulância em relação a coisas românticas cafonas, como decorar árvores e assistir comédias românticas com chocolate quente.
— Nós temos que ter esse grande quarto que vou usar de atelier e que você levará algumas horas para me achar por trás de tanto tecido, molde e linha.
Nick riu com alívio ao vê-lo responder com graça, mas também com entusiasmo.
— Tudo bem, vamos procurar por quartos grandes.
Eles dividiram um olhar esperançoso e se beijaram como se estivessem selando a promessa. Austin resolveu acreditar e Nick faria o impossível para que se tornasse verdade tanto quanto estar ali naquele momento era.
Voltaram a atenção para o filme ainda desnorteados com as próprias ideias para o futuro, mas dividindo um sentimento em comum: crença.
Em algum momento entre acariciar os cabelos do namorado – que havia voltado a deitar em seu colo – e diminuir o volume da televisão, Austin olhou para baixo e viu que, com certeza, Nick havia dormido. Ele tinha virado de bruços, a cabeça ainda descansava em seu colo, a bochecha apoiada em sua coxa e ele tinha uma mão enrolada em sua perna. Aquele homem, por vezes intimidador, parecia tão vulnerável e angelical sob o toque de Austin e isso nunca deixaria de o surpreender.
Com um sorriso, o loiro se abaixou e deu um beijo na bochecha dele. E sussurrou em seu ouvido:
— Feliz Natal, Nicky. Eu amo você.
meu deus esse aqui era pra ter saído há semanas atrás, mas agora que estou lidando com frustrações pessoais preciso me distrair no wattpad, quem amou
vou speakear now... apesar de satellite ser o nome da fanfic e ela ser do chris e da allie, nick e austin são MUITO harry styles coded e pessoas inteligentes concordam comigo! serio o hs1 e o harry's house foram escritos pra esses dois, eu morroooo
enfim quem sabe um dia o livro de conto dos ausnick não vem aí novamente 😁😍😝
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