Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

𝗧𝗪𝗘𝗡𝗧𝗬 𝗦𝗜𝗫

( 𝗶𝗴 𝘀𝘁𝗼𝗿𝗶𝗲𝘀 & 𝗿𝗲𝗮𝗹 𝗹𝗶𝗳𝗲 )



































𝗮𝗹𝗹𝗶𝗲𝗰𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻 and 𝗰𝗵𝗿𝗶𝘀𝘁𝗼𝗽𝗵𝗲𝗿𝘀𝘁𝘂𝗿𝗻𝗶𝗼𝗹𝗼 just added to their stories.


𝗮𝗹𝗹𝗶𝗲𝗰𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻


𝗰𝗵𝗿𝗶𝘀𝘁𝗼𝗽𝗵𝗲𝗿𝘀𝘁𝘂𝗿𝗻𝗶𝗼𝗹𝗼




































𝗖𝗔𝗞𝗘 𝗕𝗬 𝗧𝗛𝗘 𝗢𝗖𝗘𝗔𝗡 ❞
𝑎𝑙𝑙𝑖𝑒'𝑠 𝑝.𝑜.𝑣

O que você está lendo? — disse Chris, dividindo um croissant em dois assim que sentou ao meu lado.

Pessoas Normais. — Virei a capa para ele e fechei o livro, apoiando-o no colo enquanto suspirava. — Mas faz alguns parágrafos que eu não faço a menor ideia do que está acontecendo. Não consigo me concentrar.

— Para ser justo, você está indo para a viagem mais interessante da sua vida. Posso entender o porquê de estar se sentindo assim.

— Hm, e você diz isso porque estou indo com você ou...

— É a parte principal disso tudo, não é? Passar um tempo comigo e tal.

Eu ri e virei meu rosto para longe dele.

Uma semana se passou desde que Chris se ofereceu para ir à Geórgia comigo e eu ainda estava meio hesitante. Claro que não havia mais nada que eu pudesse falar para convencê-lo do contrário, ele e todos os meus amigos deixaram claro que sem companhia eu não iria a lugar nenhum - e ali estávamos no aeroporto, esperando o nosso voo ser anunciado. O que me incomodava era não saber o que esperar e além de tudo, estar me sentindo tão bem com ele.

Na última semana agimos tanto como namorados que era estranho quando ele ia embora e eu sentia esse vazio. Seja quando nossos amigos se reuniam ou a aparição pública que Gregg nos obrigou a fazer, Chris estava do meu lado e não reclamou sobre isso uma só vez.

Ele estava me deixando confusa, mas algo me dizia que aquele final de semana traria algumas respostas. Quer dizer, eu ficaria feliz se ele decidisse que podíamos ser amigos de novo .. Sem ressentimentos e sem esperar qualquer coisa a mais.

No entanto, tinha outra coisa mais importante em jogo. Aquela era uma viagem para conhecer o meu pai e eu deveria me concentrar nisso antes de querer resolver as coisas com Christopher.

O croissant que ele dividiu comigo no aeroporto foi a única coisa que consegui colocar para dentro durante as cinco horas que passamos no avião. Eu sentia meu estômago doer quando desembarcamos, mas com certeza não era de fome.

— Se esse Ryle for um esquisitão, nós voltamos no mesmo pé que viemos, tudo bem? — Chris garantiu, sua mão firmemente ligada à minha.

Tínhamos conversado sobre as demonstrações de afeto em público e se precisaríamos fingir o namoro estando em um lugar que ninguém realmente nos conhecia. Para o primeiro tópico, não decidimos nada, mas Chris ainda pegava na minha mão como se eu fosse sua namorada e estava sempre dando um jeito de discretamente estar por perto, tocando meu pulso ou minha cintura para me conduzir até a esteira das malas. Eu fingia não me importar, mas minha garganta ficava um pouco mais seca toda vez que ele me tocava.

Resolvemos não arriscar a questão do namoro falso, no entanto. Eu sabia que Sophie, a sobrinha de Ryle, me conhecia e provavelmente sabia tudo sobre nosso relacionamento, e se ela por acaso viesse a descobrir que era tudo de fachada, eu não gostaria de encarar as consequências.

Senti um aperto mais forte em meus dedos e olhei para Chris, que encarava um ponto às minhas costas. Me virei para ver o que ele estava vendo.

— É ele, não é?

— É sim. — Sorri para a figura masculina que caminhava até nós. — Por que eu não me surpreendo em ver que ele é do tipo que usa blusa xadrez e botina?

— Se ele não tiver uma fazenda, essa roupa não faz o menor sentido.

Dei uma cotovelada no moreno e passei a mala para o lado dele, desvencilhando nossas mãos.

— Allie, oi. Que bom que vocês chegaram bem. — Meu pai parou à nossa frente e colocou as mãos nos bolsos, sorrindo com simpatia e com um pouco de constrangimento. Eu não pude ver o meu sorriso, mas não sei se estava muito diferente disso.

Tudo bem, não existe um manual de como conhecer a filha que você abandonou antes que ela nascesse.

— Sim, a viagem não foi longa. — Desviei o olhar para Chris e ele sim me deu um sorriso confiante, como se garantisse que eu estava me saindo bem. Claro, eu duvidava, mas ainda assim foi bom vê-lo me apoiar. — Ryle, esse é o Chris, meu namorado. Chris, esse é o Ryle...

A relação subentendida entre eu e ele fez seu sorriso vacilar. Eu não estava sendo tão dura, mas era difícil quebrar o gelo e saber como agir com alguém que eu deveria ter mais intimidade.

— Eu ouvi falar de você, rapaz — Ryle disse, trocando um aperto de mão com o garoto ao meu lado.

— É, ela não consegue calar a boca sobre o namorado incrível que sou.

Ah, pelo amor de Deus! Balancei a cabeça em negação, mas Ryle estava rindo quando dissipei os pensamentos sobre agarrar o pescoço de Chris.

— Posso ver o que a conquistou.

— Eu juro que ele é sério, às vezes — murmurei a última parte, fazendo o homem rir de novo.

— Vamos, teremos tempo para falar sobre isso enquanto tomamos o café da manhã. Estão com fome?

Ryle parecia animado enquanto puxava assunto ao nos conduzir para fora do aeroporto. Surpreendentemente, ele e Chris eram os que mais falavam enquanto eu observava a interação e assimilava o que era tudo aquilo que eu estava sentindo.

— Tem certeza que não estão esquecendo de nada? — meu pai perguntou, fechando o porta-malas depois de guardar a mala e nossas mochilas.

— Não trouxemos mais do que isso.

As mochilas tinham itens pessoais e os mais práticos para se ter em mãos, enquanto a mala estava dividida entre as minhas e as roupas de Chris. Na verdade, por ele só teríamos trazido um par de cuecas e sua escova de dente. Eu ri por muitos minutos quando ele me mostrou a cueca com estampa de dinossauros que queria levar, aquele garoto tinha mesmo o espírito eterno de uma criança.

Sisters Isle cheirava a maresia e a feira de rua, ambas as coisas pelas quais passamos enquanto Ryle nos levava para sua casa. Era uma cidadezinha para aposentados ou jovens recém-casados que gostariam de começar uma família morando perto da praia, eu tinha certeza que não iria me acostumar com tanta calmaria.

Dez minutos depois, estávamos na casa da mãe de Ryle. Ele disse que morava a algumas quadras de distância, mas que teríamos mais espaço se ficássemos com Nancy. Então, eu estava prestes a conhecer todo mundo que fazia parte da vida dele.

— Oh, queridos! Finalmente! — A senhora na varanda balançava as mãos.

Chris e Ryle pegavam as bagagens do porta-malas, me deixando ir na frente.

— É um prazer conhecer a senhora, Nancy — disse, oferecendo minha mão. Ela ignorou educadamente e me puxou para um abraço. — Oh! Um abraço, então.

— Estou tão feliz em conhecer você, menina. Você é tão mais bonita pessoalmente. — Ela segurou nos meus braços e se afastou para me olhar. Seus olhos estavam marejados, mas ela disfarçou com um sorriso verdadeiramente alegre. — Sei que você tem muito o que acertar com aquele senhor ali, mas eu prometo que ele é um bom homem. Teria sido um bom pai também, e se você der mais uma chance, tenho certeza que vai saber do que estou falando.

Era engraçado não saber o que eu significava para aquelas pessoas, mas também sentir que não era uma mera desconhecida.

Nancy era baixinha e se portava como uma avó com seu avental sempre amarrado na cintura e abraços apertados, mas os cabelos ruivos estavam longe de tornarem-se grisalhos. Eu não vi muito de Ryle nela, exceto pelos olhos verdes escuros que infelizmente não herdei - eram lindos e vibrantes.

— E você não veio sozinha. — Surpresa cruzou o seu rosto ao ver Chris se aproximar. — Você é...?

— Chris. É um prazer, senhora. — Como ela fez comigo, ele ignorou o aperto de mão oferecido e, em vez disso, pegou a mão de Nancy e beijou seus dedos.

Eu sabia que ela já tinha sido conquistada quando levou a mão no tórax e sorriu boba olhando para mim.

— Bonito e tem boas maneiras.

— Mãe — Ryle repreendeu, passando por nós com as malas. — Onde coloco as coisas deles?

— No terceiro quarto lá em cima, à direita. — ela informou. Para mim e Chris ela disse: — Entrem. Preparei um bom café da manhã para vocês!

Ryle ficou parado no mesmo lugar enquanto entrávamos na casa da senhora.

— Eles vão ficar no mesmo quarto?

Nancy encarou o filho sem entender.

— Vão, sim. O que foi, Ryle? Não somos conservadores como os sulistas do Texas...

Senti minhas bochechas pegando fogo e não ousei olhar para Chris, mas pude ouvir sua risada baixa.

— Nancy, por Deus. Não é isso. — Ele se defendeu. — Só achei que eles ficariam aqui para ter mais espaço.

— Bom, vocês se incomodam de dividir um quarto, crianças?

— Nos incomodamos, amor? — Chris sussurrou para mim e mesmo que os outros não tivessem ouvido, dava para ver ele se inclinando.

Porra.

Engoli em seco e tentei sorrir sobre o constrangimento.

— Não, tudo bem. Não queremos incomodar. Um quarto está ótimo.

Depois dessa eu desejei que o chão me engolisse, mas só depois que Chris fosse esganado pelas minhas mãos.

Nos sentamos à mesa e eu estava repassando todos os xingamentos para deferir contra o garoto mais tarde quando uma menina literalmente gritou ao nos ver na cozinha.

— Sophie! — A avó levou a mão no peito e olhou séria para a neta que parecia ser poucos anos mais nova do que eu. — O que nós conversamos?

— Desculpa, vovó. — Ela sorriu constrangida e se aproximou da mesa, largando o celular ali e indo para o lado de Chris que estava à minha esquerda. — Sou a Sophie.

— Olá, Sophie. Eu sou o Chris. — Ele se levantou para abraçá-la educadamente e eu pude ver a garota segurar um grito histérico.

Eu sei que ele é bonito e tudo, mas ei! Ela não era minha fã?

— É um prazer conhecer você, Sophie. — Também me levantei para abraçar a mais nova e ela me segurou por mais tempo.

Soltei uma risada em compreensão; não era sempre que se conhecia uma prima que antes era só alguém que você admirava na internet.

A mãe dela, Denise, logo se juntou à nós e a confraternização se tornou mais falante.

Descobri que Nancy morava ali com a filha e a neta e sua renda vinha justamente da venda de geleias de morango nas feiras locais. Ryle era responsável por administrar a propriedade de nobres ingleses que não tinham mais onde injetar dinheiro e construíram uma fazenda para visitação, e era onde ele morava também.

Chris quis conhecer a fazenda assim que Ryle sugeriu a ideia, e eu concordei porque era o objetivo passar mais tempo com ele, afinal.

Sophie também veio com a gente e não foi meu momento de mais orgulho ter ciúmes de uma menina de quinze anos que só estava aproveitando o tempo com um cara que admirava. Oras, eu ficaria do mesmo jeito se estivesse no lugar dela e Andrew Garfield fosse o namorado falso da minha prima. 

Entre alimentar cavalos com cenoura, alpacas com feno e morrer de amores por filhotes de coelho, eu entendi porque Ryle aceitou aquele trabalho. Era terapêutico estar no meio dos animais e para alguém com transtorno de estresse pós-traumático, ali era o paraíso. Ele me contou que era uma forma de lidar com o TEPT além dos tratamentos por meio da terapia convencional.

Chris estava no meio da plantação de morangos quando fui procurá-lo. Ele estava muito fofo com um baldinho do braço enquanto analisava as frutas antes de fazer a colheita.

Meu sorriso devia estar tomando o rosto inteiro porque ele me olhou esquisito quando percebeu a aproximação.

— O que foi?

— Nada. Só estou feliz por ter vindo. — Me abaixei perto dele e peguei um dos morangos. — Está sendo muito legal até agora.

— Sua família é ótima. Fico feliz por você.

— Minha família. Ainda soa meio estranho.

— Você se acostuma. Mas ei, — Ele riu, inclinando-se mais perto. — acho que sua prima gostou mais de mim.

Revirei os olhos e me levantei, batendo as mãos depois de ter devolvido a fruta para o pequeno pote de Chris.

— É claro que ela gostou de toda a sua atenção.

— Espera aí, mocinha. Não precisa ficar com ciúmes! Tem Chris para todo mundo.

— Christopher, eu não esqueci da sua gracinha de mais cedo, tá? Você não me provoca se não quiser dormir no chão... Não vi o quarto, mas estou rezando para que não tenha um sofá.

— Para eu ter que dormir na cama com você? Calma aí, Allegra, um passo de cada vez.

— Eu juro-

Ele virou seu corpo inteiro até que estivesse de frente para mim, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Sophie deu um tapinha nas suas costas e sorriu quando ganhou a atenção dele.

— Oi, eu queria saber se vocês não iriam em uma festa na praia comigo hoje à noite. É do pessoal da minha escola, mas eu nunca poderia ir sozinha e não sou a pessoa com mais amigos no mundo. Então... Seria legal se vocês fossem, assim minha mãe vai ficar mais tranquila em me deixar ir. E não se preocupem, vocês não vão precisar ficar de babá ou algo assim. — A garota disparou como uma metralhadora e olhava ansiosa para mim e Chris, esperando nossas respostas.

Me compadeci no momento em que Sophie disse que não tinha amigos. Durante o ensino médio, quando os meninos ainda estavam em Boston, Austin já tinha se formado, Rory tinha aulas em casa por conta das viagens à trabalho e Savannah ainda não era tão próxima, eu ficava perambulando sem companhia pelos corredores do colégio. Os amigos do portão para fora me convidavam para festas e eu não podia dizer que era totalmente sozinha, mas ainda assim senti falta de ter alguém para dividir o último ano e me levar ao baile de formatura. 

Olhei para Chris e ele parecia estar considerando a proposta mais do que eu. No entanto, esperou que a decisão da resposta final viesse de mim.

— Nós adoraríamos ir, Sophie. Só nos avise a hora, ok? — eu disse, recebendo um abraço espontâneo da garota.

— Obrigada, Allie. Vai ser ótimo! Vou convencer o tio Ryle a nos emprestar a caminhonete. Você dirige, certo? Ele não pode negar nada para a filha de quem está tentando se aproximar. Isso é ótimo.

Ela virou as costas e saiu falando sem esperar respostas. Eu e Chris nos olhamos por cinco segundos antes de cair na gargalhada. 

— O pior é que ela está certa. — Ele me puxou para caminhar ao lado dele.

— Coitado do Ryle, está nas mãos de uma garotinha.

Passei para avisá-lo que estávamos voltando para a casa de Nancy e ele sugeriu que fôssemos conhecer a praia ali perto. Ryle estava empenhado em me conhecer e me mostrar a cidade, mas ainda tinha que trabalhar. Felizmente eu tinha a companhia de Chris e não me sentia tão deslocada para fazer isso sozinha.

Ele levou os morangos para Nancy - que com certeza não precisava deles, mas ainda assim ficou muito feliz com a consideração do garoto - e recebeu dela uma garrafa de refrigerante para levarmos para praia. De repente surgiu potes com bolos e frutas e um saco de pano, onde Chris colocou o refrigerante e correu no quarto de hóspedes para pegar os óculos de sol em sua mochila.

— Não precisava disso tudo, Nancy.

— Está quase na hora do almoço e vocês estão indo conhecer a praia, querida. Não quero que sintam fome ou coagidos a voltar mais cedo por causa disso. Se divirtam, certo?

O negócio de viajar de madrugada era a terrível fome que dava o resto do dia. Então, não pude negar quando Nancy empurrou o pote com cinnamon roll mais uma vez, já que o cheiro fez meu estômago roncar como se eu não tivesse atacado os bolinhos, frutas e pães no café da manhã há algumas horas atrás.

Chris nos levou para fora, dando uma guinada para os fundos da casa como se soubesse para onde estava indo.

— Você sabe que isso está parecendo um encontro, né? — perguntei.

— Sim, e não tem ninguém que precise ser convencido disso.

Eu perdi a voz no fundo da minha garganta com sua resposta. O que diabos ele quis dizer com isso? Ele não tinha automaticamente negado ou feito piada com a minha cara por ter sugerido um tal encontro. Não, ele tinha sido ainda mais sugestivo com a ideia.

Deus, não. Aquilo era um encontro? 

Nós caminhamos uns dois minutos até estarmos com o pé na praia. Chris escolheu um local perto de uma enorme palmeira que não deixaria o sol da Geórgia queimar os meus miolos - e olha que o verão ainda não estava perto de chegar.

— Engraçado pensar que, a menos de duas semanas atrás eu estava congelando em Nova York. Já disse como odeio aquele lugar? — Eu fiquei alguns passos atrás quando ele abriu a sacola e puxou uma enorme toalha de mesa, colocando-a na areia à nossa frente.

Sério, onde ele encontrou uma toalha de mesa e colocou na sacola sem que eu visse? Aquilo tudo estava parecendo planejado demais e eu podia dizer que estava assustada.

— Não entendo porque odeia tanto Nova York. E você estava na Times Square, literalmente em um painel da Billboard. Isso não deveria ser emocionante?

— É, essa parte foi legal. Mas lá ainda é uma cidada superestimada, caótica e suja.

Ele moveu o braço, gesticulando para eu me sentar. Meus lábios se curvaram quando deslizei os pés para fora dos meus chinelos e pisei na toalha, sentando com cuidado ao lado da bolsa de pano.

Chris tirou uma garrafa de refrigerante da sacola e dois copos de acrílico. "Voila" disse ele, com seu conhecimento mínimo de francês que se limitava a duas palavras. Ainda assim, me peguei rindo de sua bobeira.

— Acho que essa é a primeira vez que tenho tanta paz em meses. Quer dizer, nós não estamos nem brigando — eu comecei, depois de alcançar uma uva em um dos potes.

— Nós poderíamos fazer isso agora.

— Não, por favor. Finja que você gosta de mim pelo resto dessa viagem.

Então só eu estava rindo. Olhei para Chris e ele servia o refrigerante com maestreza, sem pedir por minhas mãos extras segurarem a garrafa ou os copos. E eu não posso mentir, meu coração deu uma pirueta especial enquanto eu o assistia fazer isso.

Ele me entregou um par de óculos juntamente com o meu copo, enfiando a garrafa na areia e relaxando os músculos ao se inclinar para trás com o apoio da mão.

— Certo, Allie. Você pode desfilar com um cara gostoso pelo fim dessa viagem em paz.

Eu bufei e o refrigerante subiu pelo meu nariz. Chris riu, e eu não pude nem lhe dar uma nota de repreensão porque cacete, meu nariz realmente ardeu.

— Está falando como se isso fosse muito ruim para você.

— Na verdade, não é. Eu achei que estaria cansado fazendo tantas viagens em seguida, mas estou realmente aproveitando.

— Aqui é tranquilo o bastante para passar férias.

— E ninguém vai nos encher o saco sobre o que postar ou como devemos aparecer em público.

— Pois é... Eu poderia fugir de todos os meus monstros aqui.

Com você. Deixei meus pensamentos voarem para o complemento da frase que eu nunca disse em voz alta. Quando eu estive tão perto de revelar meus sentimentos assim por alguém? Nunca, eu acho.

Erroneamente pensei em Vinnie, em como as coisas pareciam inacabadas entre nós. Pensei em Savannah e no que o sentimento dela me impedia de prosseguir com o meu. Eu não estava criando essas barreiras, mas elas ainda estavam lá para me lembrar que eu não podia avançar com Chris, nem quando ele me olhava como se me quisesse.

Me concentrei no meu pedaço do bolinho de canela e desviei o olhar dele.

— Estive pensando — ele disse, esperando minha cabeça levantar para encará-lo e então prosseguiu: — O que nós faremos quando tivermos que terminar?

— É realmente disso que você quer falar? — Choraminguei, tomando um pouco do meu refrigerante. — Vai ser complicado porque fazemos parte do mesmo grupo de amigos, mas nós podemos pensar nisso quando não estivermos nessa paz. E aí você volta a me odiar ou sei lá.

— Você tem que parar de falar isso. — O maxilar dele flexionou bem sob os meus olhos e eu tive que cruzar as pernas.

— O que?

— Que eu te odeio. Eu não odeio você. Não sou eu quem diz isso o tempo todo.

— E eu falo isso de brincadeira...

— Fala? Eu sei que te dou motivos para me odiar.

— Mas eu não odeio. Eu nunca poderia te odiar, Chris.

— Viu? Nós temos isso. — Ele sacudiu a cabeça e bateu a mão contra o meu joelho. — É um bom passo para sermos amigos.

— Então, você está considerando? — Um sorriso apareceu no meus lábios quando o olhei por cima dos óculos escuros, deixando-os cair para fora do meu rosto.

— Faria você feliz se eu dissesse que sim?

— Você está tentando me fazer feliz?

— Qual seria o propósito de vir nessa viagem com você, se não te fazer feliz?

— Ok, podemos responder um ao outro sem fazer uma nova pergunta?

Sua risada foi a coisa mais contagiosa que já ouvi. Especialmente quando ele jogou a cabeça para trás e fechou os olhos, todo o seu corpo tremendo por causa disso.

Eu ri também, me inclinando sobre ele e dando uma leve batida em seu peito. Eu não sabia porquê, no entanto. Nada foi tão engraçado para merecer uma gargalhada.

Chris segurou minha mão quando tentei afastá-la, pegando meus dedos com delicadeza e puxando-me para seu corpo. Me permiti cair sobre ele, usando seu tronco como apoio e suspirando quando nossos corpos colidiram tão próximos que seus pelos se arrepiaram contra a minha pele.

Ele passou a mão pelas minhas costas e varreu todo o meu cabelo para o lado esquerdo do meu pescoço. Seus dedos causaram arrepios na minha espinha enquanto percorriam sobre a blusa de seda. Lentamente, como se tivesse medo do que encontraria, levantei a cabeça e olhei para ele. Seus lábios cheios estavam curvados em um sorriso, seus olhos azuis brilhavam mais que o céu sem nuvens e o cabelo crescido balançava conforme o vento, mas os óculos escuros na cabeça não permitia que ficasse bagunçado. Sua mandíbula marcada me tentava tocá-la.

Seus olhos encontraram os meus como a água do mar fazia com a areia, ali à alguns passos de nós.

Eu não resisti mais um segundo e gentilmente contornei sua mandíbula com meu polegar, seguindo a curva dela enquanto um pouco de barba crescia na altura da bochecha. Foi estranho... e bom, e comum, como se eu fizesse aquilo todos os dias. A sensação era estranhamente reconfortante e eu não podia acreditar que estava fazendo aquilo com tanta intimidade.

Eu abaixei meus olhos para sua boca. Seus lábios estavam ali, sorrindo para mim e tão próximos e... Estavam sobre os meus.

Dessa vez eu não demorei sequer um segundo para beijá-lo de volta. Suavemente me entreguei aos seus lábios, segurando o lado do rosto dele à procura de estabilidade. Era tão natural e doce que meu coração acelerou e bateu contra minhas costelas em um solavanco feroz, que era tão contra tudo que aquele beijo representava.

Lento, suave, avassalador. Foi um beijo de verdade, nada parecido com o que fizemos da última vez. Todos os meus pensamentos lógicos desapareceram, evaporaram junto com a minha força de vontade em negar que era dele que eu precisava. E isso foi o que estava acontecendo comigo agora. Sentimentos. Eu tinha todos esses sentimentos por Christopher Sturniolo e eles precisavam calar a boca e voltar para a caixa onde eles pertenciam, longe das borboletas no estômago e da dormência nos dedinhos dos pés.

Tudo explodiu quando Chris me virou de costas na toalha, mergulhando a mão no meu cabelo e me beijando com mais força. Sua língua provocou a minha e eu deslizei minha mão para a parte de trás do seu pescoço, pescando seu cabelo para puxá-lo com meus dedos famintos.

Mas éramos Chris e Allie, o universo parecia não gostar de nos ver curtindo o momento. O óculos do garoto deslizou de sua cabeça e atingiu o meu nariz, bem no meio do ossinho.

— Aí! — Empurrei gentilmente o garoto de cima de mim quando o óculos rolou entre nossos corpos.

Para completar, ele esticou o braço para se apoiar na toalha, e a próxima coisa que eu notei, foi um líquido muito frio escorrendo para debaixo de mim. Refrigerante.

— Cacete, Chris! — Me sentei rapidamente e peguei o copo dele, agora vazio.

— Aí merda. Eu sinto muito, Allie. — Ele bateu a mão na boca. — Eu não vi que estava tão perto.

— Meu cabelo está grudando. — Choraminguei e ele fez uma careta. — Foi você que fez isso!

— Ainda bem que eu adoro o cheiro de refrigerante!

Ele cruzou os braços na frente do rosto quando ameacei o estapear.

— Não era dia de lavar o cabelo.

Continuei resmungando, mas não porque estava verdadeiramente chateada com o derramamento da bebida em meu cabelo e sim porque não fazia ideia do que falar sobre o que tinha acabado de acontecer.

Ele tinha me beijado, de verdade dessa vez, e eu prontamente retribui. O que mais tinha para se falar?

— Pelo menos agora nós temos uma desculpa para pular no mar.

— Isso não vai acontecer. — Abaixei a cabeça para averiguar as condições do meu cabelo e ouvi a risada do moreno.

— Allie. — Tinha um tom de aviso sobre a maneira como ele disse o meu nome.

Eu olhei para ele e soube pelo seu sorriso travesso que só tinha uma opção: correr.

Me levantei da toalha em um pulo e com um grito, corri para a areia. Ele estava bem atrás de mim e eu mal cheguei a dois metros de distância quando seus braços me envolveram com força por trás, me tirando do chão.

— Christopher, não, não, não! — Eu ri, agarrando seus antebraços.

— Não fala comigo como se eu fosse um cachorro! — Ele girou e eu gritei.

— Então, me coloca no chão. Por favor?

— Suas pernas são tão pequenas que você nem conseguiu correr de mim. — Agora ele estava rindo.

— É uma merda estar fora de forma. Você pelo menos vai à academia com seus amigos de academia. Eu nem tenho amigos de academia!

— Nah, você está bem. Menos quando tem o cabelo grudento e cheira a açúcar e aromatizante.

Meus dedos tocaram a areia por meros segundos e eu estava pronta para atacá-lo quando fui levantada novamente, dessa vez girando em seus ombros até minha barriga doer de tanto rir.

— Chriiiiiiiis! — Eu gritei.

Mais uma rodada e ele me colocou no chão. Nunca me senti tão bem por estar em solo firme - ou não, já que a areia afundava sob meus pés -, chorando quando ele me soltou. Eu mal prendi a respiração quando ele entrou na minha frente e me olhou como se estivesse prestes a me beijar de novo.

Corri de volta para a toalha debaixo da palmeira antes que ele tomasse alguma iniciativa.

— Eu ainda quero descansar antes da tal festa — expliquei enquanto guardava as coisas na bolsa de pano.

— Certo. Vamos lá.

Não falamos muito na volta, mas Chris ainda entrelaçou os dedos nos meus quando entramos na casa onde a família James almoçava em harmonia.

E bem... Quando subi para tomar banho, eu descobri que o quarto não tinha um sofá. Era apenas uma cama para mim e meu namorado falso.














































i. 4500 palavras, eu estou assustada comigo mesma agora! não podia ser uma vírgula menor do que isso, então espero que não se incomodem com um capítulo tão grande assim 😭

ii. MAS FINALMENTE VEIO AÍ!!!! e essa é só a primeira parte dessa viagem vius, vocês serão felizes e tenho dito 😋😋

iii. espero que tenham gostado (comentem muito por favor) e até o próximo minhas vidas 🫶🏻💗

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro