Capítulo 9
Sentada em sua cadeira giratória, Ino admirava o que considerava a realização de seu maior desejo, seu trunfo contra Sakura Uchiha, a garantia de que a vida da rósea seria abalada, assim como a sua havia sido anos atrás pelo ciúmes obsessivo da Uchiha. Apreciava extasiada a nova edição da revista Famous, cuja capa estampava uma foto do casal Uchiha rasgada ao meio, abaixo da foto a legenda intrigante "Casal Uchiha perto de um eminente divórcio?", nas páginas internas da revista havia mais fotos, essas tão comprometedoras que deixavam claro o motivo da legenda presente na capa.
- Está magnífica.- Comemorou empolgada.
Apertou a revista contra o peito e forçou sua cadeira a girar enquanto ria divertida.
- Quanta felicidade.- Resmungou Gaara sentando na beirada da mesa de Ino.- Não entendo esse prazer em prejudicar os Uchiha.- A fitou com interesse.- Continua apaixonada por Sasuke Uchiha por acaso?
Ino bufou irritada. Pelo jeito seus colegas, que eram um bando de fofoqueiros sem o que fazer, andaram espalhando sua antiga paixão pelo marido da ex-amiga. Quantas vezes teria que repetir que sua paixão pelo moreno de profundos olhos negros havia acabado a anos atrás, muito antes do casamento dele? Não era mais uma adolescente deslumbrada, era uma mulher em busca de revanche.
- Não tenho nenhum interesse no Sasuke.- Olhou para o ruivo de forma lasciva, as unhas compridas pintadas de roxo deslizando devagar pela coxa dele.- Prefiro outro homem mais... vibrante.
Gaara se inclinou sobre a loira, sua respiração se mesclando com a dela. Por um louco e excitante instante, Ino pensou que Gaara iria beija-la, porém o ruivo desviou seus lábios em direção ao ouvido dela para sussurrar com sua voz grave e profunda:
- Então deveria parar de agir de forma infantil.- Logo após Gaara se levantou e seguiu em direção a sala que ocupava, sem dirigir sequer um olhar para a surpresa Ino.
A atitude de Gaara apagou por alguns instantes o brilho da vitória dos olhos da loira, porém logo afastou essa sensação e voltou seus olhos claros para a revista, sendo novamente dominada pelo sentimento de dever cumprido.
O gosto da vingança lhe parecia tão saboroso.
* S2 *
Sasuke tomou seu café sem desviar os olhos negros nem por um segundo da porta da cozinha. Durante todo o tempo a espera de que a esposa aparecesse e o cumprimentasse com um sorriso, ou pelo menos conversasse com ele.
Era incrível que, após anos reclamando da forma que a esposa agia quando irritada, começasse a sentir falta da Sakura que esbravejava, arremessava objetos e fazia um escândalo acalorado. Sentia que era bem melhor do que o enorme vácuo que ficara após o que contara na noite anterior. Era como se Sakura não tivesse se importado e isso o incomodava de uma forma que nunca imaginara ser possível. O pior é que não conseguia apagar a imagem de Sakura se inclinando para beija-lo na testa. Um beijo fraterno demais para um casal.
Como tudo podia ter chegado aquele ponto? Por mais que tivesse errado ao pedi-la em casamento, alimentando esperanças no coração apaixonado dela, nunca pretendera prejudica-la ou magoa-la, apenas parecera uma boa idéia na época. Como poderia imaginar que Sakura se anularia em função dele? Ou que cometeria todas as loucuras que cometera? Sua decisão partira de um ato calculado, como todos que fazia, somente pensara na vantagem de ter uma mulher que louvava o chão que pisava, que seria incapaz de trai-lo e mesmo que o fizesse não o atingiria, afinal não a amava. Mas agora...
Balançou a cabeça frustrado. Se ela tinha agido daquela forma só por saber que o casamento deles fora baseado em um amor unilateral, o que diria quando contasse que sua secretária, Karin, era a tal noiva?
Levou a mão a têmpora massageando o local, as memórias das consequências da primeira vez que ela descobrira ainda bem vívidas. Talvez dessa vez ela nem ligasse, mas poderia decidir pedir o divórcio, o que não aceitaria de forma alguma. Havia sido difícil falar sobre seu noivado fracassado e de que por isso a pedira em casamento, mesmo sem ama-la, mas seria ainda pior abrir mão da esposa agora. Sakura se tornara importante em sua vida de várias formas e lutaria para receber de volta todo amor que ela lhe devotara antes do acidente, dessa vez da forma correta. Após essa decisão olhou para o relógio digital pendurado na parede acima da porta da cozinha, era hora de ir trabalhar.
Respirou fundo, pegou sua maleta e caminhou em direção a saída do apartamento.
* S2 *
Karin chegou na empresa e se jogou de qualquer jeito sobre a cadeira que ocupava na antessala do escritório de Sasuke, que chegaria em alguns minutos e se trancaria sem lhe dirigir a palavra como nos últimos dias.
Estava chateada com a atitude do moreno diante dos últimos acontecimentos. Sasuke começava a trata-la com mais frieza que o habitual, passava a impressão de que desejava despedi-la ou remaneja-la, só não tivera coragem suficiente por enquanto, e era justamente esse "por enquanto" que a enlouquecia. Como poderia reconquista-lo sem estar perto dele o tempo todo?
Era notável que a cada dia o interesse e a preocupação do patrão em relação a esposa desmemoriada aumentava. Antes Sasuke ficava até tarde no trabalho, revisava vários contratos e sempre com ela ao lado. Mesmo que nunca tivesse correspondido as insinuações dela, muitas vezes o pegara a olhando fixamente, talvez avaliando o que tinham antes dela trai-lo e ele decidir se casar com a rósea. Porém depois do acidente de Sakura, onde a infeliz não fizera o favor de morrer, Sasuke mudara, começara a evita-la com maior determinação e não ficava um minuto além do horário. Sabia que a culpa o consumia, mas isso não era motivo para dar as costas ao que poderiam ter caso pedisse o divórcio para a coisa rosada que carregava seu sobrenome.
Tinha que fazer alguma coisa, talvez se reaproximar de Sakura, plantar a dúvida e colher o ciúmes doentio que a mesma possui, usando isso novamente a seu favor. Mas como? A mulher não aparecera na empresa nenhuma vez desde que acordou do coma e Sasuke não permitiria que visitasse sua adorada esposinha, devido o que acontecera na noite que Sakura conseguira driblar a morte.
Fechou os olhos com força demasiada, se encontrava irritada com a sorte que sua rival tinha, a maldita escapara com vida de um acidente fatal e ainda conseguira a atenção do marido.
Cansada se inclinou sobre sua escrivaninha, os braços estendidos sobre a mesma para que pudesse colocar a cabeça entre eles, foi então que sentiu algo abaixo de seus braços, abriu os olhos e viu que se tratava de um envelope pardo endereçado a Sasuke.
Como estava aberto Karin remexeu dentro do envelope e puxou seu conteúdo, se surpreendendo ao ver que se tratava de uma revista muito famosa por conter notícias e fofocas dos ricos e famosos. Um sorriso satisfeito tomou conta de sua face ao ver a foto e a respectiva legenda que estampava a capa. Rápida procurou nas páginas internas as informações sobre a notícia da capa, ao encontrar começou a ler com interesse, seu sorriso aumentando a medida que seus olhos deslizavam por alguns trechos que a ajudariam a afastar seu amado da rósea idiota.
*S2*
Muitos foram os boatos que o empresário Sasuke Uchiha e sua esposa Sakura Uchiha planejavam se divorciar, porém ambos sempre negaram veemente [...]
Segundo informações o casamento dos Uchihas sofreu um grande abalo após o acidente sofrido pela senhora Uchiha a cerca de um mês, devido principalmente a perda de memória que vem acabando com o sono e a tranqüilidade do empresário Sasuke Uchiha, pois ao que parece Sakura só se esqueceu de seu marido[...]
[...] por fim na tarde de ontem a senhora Uchiha foi vista em um encontro super íntimo com o artista plástico Sasori no Akasuma[...]
[...] fontes seguras garantem que não é o primeiro encontro desse casal inusitado e que não será o último.
O que Sasuke Uchiha, marido de Sakura, tem a dizer sobre esse "caso"? Será que tem conhecimento dos encontros clandestinos da esposa?
Creio que esse encontro clandestino é a prova que o casamento do casal Uchiha anda mesmo abalado. O que opinam queridos leitores?
*S2*
Karin opinava que havia achado uma maneira muito boa de acabar com sua rival, que talvez nem se importasse em perder o maridinho. Riu alto, satisfeita com a repercussão que aquela notícia teria na vida de Sasuke. Agora estava no mesmo nível que a rósea dissimulada, ambas o traíram, ambas tinham as mesmas chances, porém somente Karin venceria e, pelo que podia perceber após ler e ver as fotos impressas na revista, Sakura nem ao menos queria lutar pelo Uchiha.
Nesse momento ouviu som de passos e pela posta de vidro viu Sasuke atravessar o corredor, os olhos negros evitando mira-la ao abrir e passar pela porta da antessala.
Ciente que Sasuke iria ignora-la e seguir direto rumo a própria sala, Karin se levantou com a revista em mãos e barrou o caminho do Uchiha, um sorriso sórdido de satisfação presente nos lábios pintados de vermelho. Não perderia aquela oportunidade por nada nesse mundo.
- Chegou uma correspondência muito interessante pra você, amorzinho.
- Se já deixou na minha sala depois leio.- Informou com mau humor. Odiava as investidas nada sutis da ruiva.
- Não, não, não, Sasuke-kun.- Retrucou a ruiva com voz manhosa enquanto estendia a revista.- Quero entregar em mãos.
Sasuke pegou sem qualquer interesse e encarou a ruiva com pouco caso.
- Só isso?
- Olha a capa com atenção, querido.
Karin vibrou depois de Sasuke olhar para a revista, o cenho do moreno franzindo em um claro sinal de insatisfação.
- É só uma matéria idiota e falsa.- Sasuke resmungou devolvendo a revista.- Esse tipo de revista sensacionalista adora opinar sobre a vida e os relacionamentos alheios.-Se acostumara em ser alvo de especulações e aprendera a não se abalar com as mentiras que publicavam.
- Sasuke, amor, tem de ler e ver o que tem dentro pra entender melhor.- Karin informou com falsa doçura, antes de procurar as páginas que lera instantes atrás e segurar a revista aberta na frente da face do Uchiha.- Olha o que a santa da tua esposa anda fazendo pelas suas costas, querido.
Sasuke deslizou os olhos sobre três fotos distribuídas pelas duas páginas, todas com Sakura trajando suas roupas novas, as mesmas que usara no dia anterior, porém não foi as roupas que o fez estreitar os olhos com irritação, e sim que sua esposa havia sido fotografada perto demais de um homem ruivo que ele nunca vira antes. Todas as fotos deixavam a mostra um casal íntimo demais na opinião do Uchiha. A primeira com o ruivo enlaçando Sakura com um braço e a mão livre encaixada na nuca da rósea, pareciam prestes a se beijar; A segunda havia sido tirada do lado de fora de algum restaurante, cuja janela deixava a mostra Sakura de mãos dadas com o ruivo; E na terceira Sakura se encontrava dentro do carro do ruivo.
O sangue do Uchiha ferveu nas veias e praticamente arrancou a revista das mãos da secretária e se pois a ler cada linha com voracidade em busca de uma boa explicação para aquelas fotos, porém só conseguiu ficar ainda mais irado, só não sabia dizer se com a matéria ou com a esposa.
Karin gostou de ver a expressão inabalável passar para incrédula, depois confusa e finalmente para de pura raiva.
- Que merda é essa?
- É uma revista sobre os ricos e fam...
- Pouco me importa a droga do tipo da revista.- Interrompeu Sasuke nervoso, embora seu tom de voz não tivesse modificado.- Quando tiraram essas malditas fotos e quem é esse homem?
- Na revista já diz tudo, querido. Infelizmente Sakura anda se encontrando com outro homem, querido.- Karin disse apreciando ver os olhos de Sasuke adquirirem uma cor rubra, sinal de que se encontrava dominado pela ânsia de retaliação. Sentia até uma ponta de pena da rósea... ponta quase inexistente na verdade.
- Já sei o que essa porcaria diz.- Se deixando dominar pela cólera jogou a revista contra a parede com força.- De onde apareceu esse desgraçado e porque Sakura se encontrou com ele sem me avisar.- Se aquele homem estivesse na sua frente seria capaz de transforma-lo em pó tamanha a sede de vingança que o dominava.
Karin se aproximou e deslizou as mãos pelo tórax do Uchiha, seus olhos fixos nos do moreno.
- Sua esposa não anda lhe dizendo muitas coisas.- Decidiu aproveitar aquela chance para envenenar Sasuke contra a rósea.- Pena que não dizem para onde foram após o encontro, embora possamos ter uma idéia do lugar, não é querido?
- Não me chame de querido.- Ordenou com um tom de voz cortante e frio afastando as mãos da ruiva.
- Tento te ajudar e é assim que me agradece?- Se queixou Karin com fingida ofensa.
- Desde quando me mostrar essa... aberração me ajudaria em algo?- Retrucou Sasuke tentando conter sua ira, embora consciente de que faltava pouco para que explodisse. Sentia vontade de esmurrar, de preferência o miserável que tentava lhe roubar a esposa.
- Isso mostra que ela não é melhor do que eu.- Retrucou maldosa.- É até pior, pelos menos eu fui discreta, mas ela desfila a luz do dia com o amante...
- Calada!- Urrou com o dedo em riste direcionado para a face da ruiva, um claro sinal de que se encontrava no limite da razão.- Sakura não é igual a você, e se dizer mais uma palavra venenosa contra ela juro que não respondo por mim.- Informou cansado dos comentários da secretária.
- Porque, se digo a verdade?- Gritou Karin zangada com a atitude de Sasuke.- É melhor saber agora que sua querida esposa anda com outro do que...
- Cala a boca, Karin!
- Se tivesse feito o que era preciso teria se livrado dessa vadi...
Rápido Sasuke a imprensou contra a parede, forçando uma mão sobre a boca da ruiva enquanto o corpo forte a impedia de fugir, cego pela dor de ter sido traído novamente, ignorando os socos que Karin lhe dava e os olhos vermelhos carregados de surpresa e pavor.
Pela primeira vez Karin temeu por sua vida pois, de propósito ou não, a mão de Sasuke cobria tanto a sua boca quanto seu nariz, precisava de ar, mas por mais que se debatesse não conseguia se livrar da pressão que o Uchiha exercia sobre si.
- Sasuke, o que está fazendo?- Naruto entrou na sala atraído pelo som das vozes exaltadas e a cena que viu pelas portas de vidro.- Por Kami, solte-a antes que a machuque.- Pediu ao mesmo tempo em que puxava o amigo para longe de Karin.- O que houve?
- O que houve?- Sasuke procurou com os olhos a revista no chão, ao encontra-la a recolheu e jogou no sócio, que a segurou contra o peito claramente confuso.- Isso é o que houve.- Vociferou exaltado.- Estou cheio de ser rodeado por mulheres dissimuladas, traidoras e vagabundas que declaram amor aos quatro cantos enquanto me apunhalam pelas costas.
Seus olhos negros carregados de rancor e repugnância pousaram sobre Karin, que sentara e o encarava chocada, antes de marchar para sua sala fechando a porta com um estrondo.
A ruiva permaneceu com os olhos fixos na porta recém fechada, a respiração apressada em busca de recuperar o ar que lhe fora negado por alguns instantes. Nunca imaginara que Sasuke se voltaria contra ela, faltara pouco para que Sasuke a matasse tamanha a força que utilizara para mantê-la pressionada contra a parede e de boca fechada. Dessa vez devia agradecer ao loiro irritante por aparecer na hora certa e evitar o pior. Porém antes que pudesse faze-lo, Naruto entrou na sala de Sasuke com a revista em uma das mãos.
* S2 *
Após ver as fotos publicadas e ler de modo superficial a matéria, Naruto entendeu o acesso de fúria do sócio. Lembrava de como Sasuke ficara devastado depois de descobrir que havia sido traído pela noiva, ao ponto de pedir Sakura em casamento, tudo para manter a posse orgulhosa de senhor de seu destino, mesmo que por dentro uma parte houvesse congelado. A vida não era fácil para o Uchiha, toda vez que se erguia orgulhoso, algo vinha lhe dar uma rasteira e lança-lo ao chão.
Entrou na sala do moreno e o encontrou em pé, virado para a janela atrás da mesa de mogno do escritório, a testa apoiada no vidro, assim como as mãos cerradas na altura da cabeça.
- É apenas uma fofoca idiota, já deveria estar acostumado, teme.- Declarou depois de alguns instantes de silêncio.- Sakura deve ter uma explicação.
Sasuke riu e se voltou para o loiro, os lábios curvados em um sorriso desdenhoso.
- Claro que tem, elas sempre tem. A explicação é que insistiu para sair de casa sozinha porque queria se encontrar com o amante, enquanto o imbecil aqui trabalhava pra pagar as suas mordomias.- Retrucou com sua costumeira frieza, o sorriso se apagando a cada palavra dita e a face ficando carregada de desprezo.
- Não sei o porque de Sakura ter ido se encontrar com Sasori, nem ao menos sei quando voltaram a se ver, mas...
- O que quer dizer com: "Voltaram a se ver"?- Indagou Sasuke desconfiado. Rápido se aproximou do amigo e, se deixando dominar pela raiva, o agarrou pelo colarinho.- Você o conhece? A quanto tempo sabe que Sakura me trai?
- Me larga, dobe!- Naruto se desvencilhou espantado pelo controle de Sasuke ter sumido completamente em segundos.- Sasori morou em Konoha e foi namorado da Sakura, até partir com o sonho de se tornar um grande artista, algum tempo antes de você se mudar.- Informou antes de acrescentar dando de ombros.- Pelo jeito conseguiu.
- Porque ninguém nunca me falou sobre ele?
- Porque não havia necessidade e você não perguntou pelo histórico amoroso da Sakura.- Declarou com humor para quebrar o clima tenso, mas Sasuke o encarou com raiva.- Além disso você nem gostava da Sakura quando a conheceu...- Comentou com pouco caso.
Sasuke franziu o cenho, odiava quando Naruto brincava com um assunto sério.
Mas porque estava perdendo tempo com o sócio? Quem lhe devia satisfação não era o loiro e sim sua esposa, Sakura. Tomou a revista das mãos do amigo antes de caminhar até a porta de seu escritório, mas parou com a mão na maçaneta ao sentir Naruto o segurando pelo ombro.
- Seja o que pretende fazer é melhor pensar com calma, tô certo!
- Deixe que da minha vida cuido eu.- Rosnou entre dentes.
- Sei que não quer ouvir isso, mas se deixar levar por fofocas não vai te levar a lugar algum.
- Fofocas?- Se virou com a fúria luzindo em seus olhos.- Me diz o que pensaria se visse Hinata dentro do carro de outro homem?
- Certo, você tem razão em se enfurecer.- Concordou Naruto após um breve silêncio em que se imaginou no lugar do moreno.- Mas acho que deveria conversar com a Sakura antes de fazer alguma bobagem, saber como reencontrou o Sasori, com calma, de forma a não prejudicar a relação de vocês que, digasse de passagem, está péssima, tô certo!
Sasuke sorriu de canto carregado de tristeza.
- Logo você, um cabeça oca, me dando conselhos.- Gracejou concordando internamente com o sócio.
Naruto riu.
- Ando fazendo muito isso ultimamente.
Sasuke volto-se para abrir a porta.
- O que vai fazer?
- Vou pra casa.
- Mas...
- Não se preocupe, só vou conversar.- Assegurou abrindo a porta e antes de sair acrescentou sem olhar para trás.- Com calma.
Naruto deu um de seus sorrisos largos.
- Espero que seja verdade, teme.- Gritou para o moreno que se afastava depressa.
- Aonde ele foi?- Quis saber Karin após se erguer de sua cadeira.
- Ah, beijar a esposa, tô certo!
Karin encarou o sorridente loiro com raiva e se controlou para não chama-lo de demônio loiro desgraçado ou puxa saco da coisa rosa. Em vez disso se limitou a voltar a se sentar. Podia apostar que Sasuke iria tirar satisfação do encontro da esposa com o ruivo artista. Ótimo, aquele casamento iria ruir e teria maiores chances de entrar novamente no coração e na vida de seu grande amor, Sasuke Uchiha.
* S2 *
Sasuke entrou em seu apartamento controlando ao máximo a raiva que sentia, sabia que devia agir com cautela, com sua costumeira e famosa frieza, mas aquelas malditas fotos povoavam sua mente e quando cessavam ele abria a revista para reve-las, como para se punir por ter novamente sido traído.
Matsuri limpava a estante da sala e se surpreendeu ao ver Sasuke chegar, logo percebeu, pela expressão e a revista que o Uchiha apertava em um das mãos, que seu tempo naquela casa acabara.
- Onde está Sakura?
Mesmo que Sasuke tivesse perguntado em tom aparentemente calmo, Matsuri teve medo da forma que ele a olhava. Será que descobrira que ela tinha sido a causadora da matéria? Pior, será que mataria a senhora Uchiha e ela também?
- Então, onde está a senhora Uchiha?
- Eu não a vi hoje, senhor.
- Como não a viu?- Retrucou Sasuke novamente nervoso, cenas da esposa aos beijos e abraços com o ruivo povoando sua mente.
Respirou fundo para se controlar e, sem dizer mais nada, rumou em direção ao quarto da esposa. Se ela saíra devia ter deixado algum recado e se não tivesse... Que Kami o ajudasse pois seria capaz de por abaixo a maldita galeria que ela tanto gostava de visitar.
Entrou na suite do apartamento, acendeu a luz e notou as cobertas emboladas sobre a cama, se aproximou do criado mudo, abriu a primeira gaveta e se colocou a procura de qualquer pista de onde a esposa poderia estar. Preferia bancar o detetive a ter que pedir ajuda de qualquer pessoa nesse momento.
De repente ouviu um gemido e se voltou para as cobertas que se moveram um pouco.
Puxou as cobertas e encontrou a esposa, as bochechas estranhamente vermelhas, a respiração fraca e os olhos cerrados. Se sentou sobre a cama e esticou uma das mãos para tocar a testa ardente da esposa.
- Droga!- Resmungou quando o alívio de encontra-la em casa foi apagado pelo fato dela arder em febre
Sakura tremeu levemente e abriu devagar os olhos, só uma brecha onde mal se via o verde de seus olhos.
- Sasuke...- Murmurou com a voz fraca antes de voltar a cerrar os olhos.
De repente Sasuke esqueceu a raiva que sentia momentos antes, apagou as imagens fornecidas pela revista e por sua imaginação e, após pegar seu celular no bolso da calça, discou o número de Tsunade. Sabia que a primeira pessoa que devia alertar era a diretora do hospital Senju, que Tsunade saberia como agir. Não estava errado, logo depois de descrever como Sakura estava, Tsunade assegurou que enviaria um médico o quanto antes para atender a afilhada em casa.
- D-desculpe.- Ouviu Sakura dizer após encerrar a ligação.
- Pelo que?
- Por Matsuri ter... te tirado do trabalho por minha causa...- Se esforçava para falar e manter os olhos entreabertos.
Por um segundo Sasuke pensou em dizer o porque de estar ali em vez de no trabalho, mas sabia que seria no mínimo covardia discutir com Sakura naquele estado. Decidiu que se concentraria na saúde dela, depois teria tempo para interroga-la a respeito de seu encontro com o ex-namorado e tomar uma atitude a esse respeito.
- Não se preocupe com isso agora, descanse.
- Mas preciso levar os documentos pra Tsu... pra poder trabalhar.
- Eu levo.- Garantiu acariciando preocupado a face da rósea.- Onde estão?
- Na minha bolsa que está em cima do criado mudo.- Ela indicou voltando a fechar os olhos.- Obrigada.- A ouviu agradecer enquanto se afastava para pegar a bolsa no criado mudo do outro lado.
* S2 *
- Gripe, de um tipo violento.- O médico diagnosticou após sair do quarto onde Sakura permanecia deitada.- Necessita de descanso e alguns cuidados. Se tomar os remédios corretamente no máximo uma semana estará bem melhor.
- E a febre?- Sasuke perguntou enquanto acompanhava o médico pelo corredor até a sala.
- Os comprimidos que deixei são para abaixar a temperatura. No demais é só seguir tudo que está escrito aqui.- Entregou uma folha com recomendações que Sasuke pegou e começou a ler com atenção.- Qualquer dúvida ou dificuldade, me chame.
- Sim.- Desviou os olhos negros da folha para o médico.- Poderia me fazer um favor?
- Claro, no que posso ajudar?
Sasuke pegou uma pasta preta que deixara em cima da mesa de centro da sala.
- Poderia entregar para a diretora Tsunade? Se trata de alguns documentos que Sakura iria entregar hoje.
- Com certeza.- O médico aceitou a pasta aparentando apreensão. Logo Sasuke entendeu o motivo ao ouvi-lo murmurar baixinho- Tsunade me mataria se me negasse.
Sasuke teve vontade de rir, pelo jeito a diretora do Senju era temida pelos funcionários.
Se despediram e após dar algumas ordens para Matsuri, referentes as recomendações do médico, Sasuke retornou para o lado de Sakura, que tentava se levantar sem muito sucesso, erguia o tronco um pouco para logo depois cair pesadamente sobre a cama.
- Sakura, o médico pediu que descansasse. Isso significa que não deve sair dessa cama.- Indicou ao sentar na beira da cama e força a rósea a continuar deitada.
- Você é muito mandão, sabia?- Sakura resmungou de olhos fechados. Soltou um suspiro profundo antes de dizer com a voz falha:- Preciso de ajuda... minha roupa está molhada de suor... preciso troca-la, mas não consigo.
Sasuke sentiu o corpo ficar tenso ao fim das palavras vacilantes da esposa. Passara tantas noites sonhando e desejando aquele momento, a oportunidade de despi-la e vislumbrar o corpo esguio nu. Porém em sua imaginação Sakura não estaria doente pedindo por um favor sem conotação sexual.
Saindo de suas divagações a ergueu para escora-la contra seu peito, notando que a camisola branca se encontrava quase grudada na pele da rósea devido o suor, mesmo assim não teve dificuldade em remover a peça.
Estranhou a risada suave que Sakura emitiu quando o fez.
- O que foi?
- É que esperei que pedisse a Mat pra fazer isso.
- E perder essa oportunidade? Nunca.
Sakura voltou a rir ignorando a dor que o ato causava.
- Seu pervertido.
- Não tanto quanto gostaria.- Retrucou com a voz rouca, fitando os lábios entreabertos da rósea e depois os olhos verdes entreabertos.
- Desculpe-me... por te dar trabalho.- Desconversou Sakura ainda envergonhada por ter afastado o Uchiha do trabalho.
- Já disse pra não se preocupar com isso.
Sakura apoiou a cabeça no ombro do Uchiha e deslizou a mão pela cintura dele, sem muita consciência do que seu gesto despertava no moreno, sua intenção era somente receber um pouco do calor que ele emitia.
- Se eu não tivesse ido procurar o Sas, nada disso estaria ocorrendo.- Comentou consigo mesma.
Sasuke ficou imediatamente tenso.
- Sas?
- Sim o Sasori... fiquei tempo demais em baixo da garoa.- Explicou distraída.- Foi um erro desde o início.
Se lembrou de Sakura ter mencionado esse apelido antes, na noite em que tivera algumas lembranças do colegial, assim como se lembrava da declaração de amor que se seguira após o apelido. Pensara que era para ele, mas pelo jeito o Sas que ela amava não era de Sasuke e sim de Sasori, o antigo namorado. Estranhamente teve a sensação de que seu coração era apertado com força diante dessa constatação.
- E porque o procurou?- Perguntou friamente levantando a cabeça da esposa para fita-la nos olhos febris.
- Eu só queria verificar... se ainda o amava.- Respondeu sincera.
- Qual foi o resultado?- Perguntou curioso e ao mesmo tempo temeroso da resposta.
- Ele continua bem atraente...- Os lábios de Sakura se inclinaram em um sorriso que, mesmo fraco, desagradou o Uchiha, principalmente pela palavra "atraente" ter saído por eles.- Mas você é meu marido e...
- E...?- Incentivou, incerto se a declaração anterior era boa ou não.
- Prefiro você... embora seja frio e vive me ocultando coisas...- Se queixou fazendo bico.
- Vou tentar mudar isso.- Prometeu dando um selinho no bico sedutor e depois na face ruborizada, provavelmente pela febre.
- É bom mesmo ou peço o divórcio.- Ameaçou Sakura acomodando a cabeça no ombro do marido.
Mesmo Sakura rindo levemente após essa declaração, como para demonstrar que havia sido brincadeira, Sasuke sentiu o corpo todo gelar com a menção da palavra divórcio e automaticamente a estreitou em seus braços, uma das mãos acariciando os cabelos rosados, enquanto a outra se movia devagar pela cintura nua.
Só se afastou ao ouvir batidas na porta e, depois de ajeitar Sakura na cama e cobri-la, permitiu que Matsuri entrasse com uma bandeja em mãos.
- Se quiser posso cuidar da senhora Uchiha enquanto o senhor volta para o trabalho.- Se ofereceu a morena apoiando a bandeja sobre o criado mudo.
- Não é preciso. Eu mesmo vou fazer isso.- Informou o Uchiha ordenando em seguida.- Prepare uma sopa ou algo fácil de comer para Sakura.
- Sim.- Matsuri se retirou admirada com a atitude zelosa de Sasuke.
Sakura também ficou admirada, principalmente por ele fazer questão de lhe dar os remédios, segurando seu corpo fraco junto ao dele e a ajudando com o copo, que Sakura não conseguiu sequer segurar. Só não gostou quando ele se afastou após isso, mas como se sentia dominada por um estranho cansaço se ajeitou nos lençóis e quase dormiu, porém abriu os olhos assustada quando foi erguida da cama.
- O que está fazendo?- Questionou notando que Sasuke estava sem camisa e a levava em direção ao banheiro
- Um banho de banheira vai lhe fazer bem agora e, segundo as recomendações do médico, ajudam a baixar a febre.- Sasuke explicou.
- Preferia ficar deitada.- Resmungou se aconchegando nos braços do marido.- Não sinto força nem para levantar uma esponja.
- Eu me encarrego da esponja.
- Isso faz parte do seu plano de me reconquistar?
- Em parte.
Sakura sorriu satisfeita, assumia que ser cuidada pelo marido era ao mesmo tempo estranho e agradável, assim como gostava dos planos de reconquista do moreno e por isso não se assustou quando Sasuke retirou sua calcinha e entrou com ela dentro da banheira, com água morna e espuma que exalava um cheiro agradável de rosas, a acomodando entre as suas pernas e com os braços ao seu redor. Cuidando de tudo para ela, massageando seu corpo dolorido enquanto deslizava a esponja com sabão por sua pele devagar, como em uma carícia leve e provocante. A certa altura, Sakura virou o rosto para olha-lo nos olhos, um calor que não tinha nada haver com sua febre percorrendo cada célula de seu corpo ao se deparar com o brilho desejoso dos olhos negros e profundos.
Não saberia dizer quem tomara a iniciativa, em um instante estavam se encarando fixamente e no outro suas bocas se juntaram para um beijo suave, provocante e apaixonado, enquanto as mãos experientes do Uchiha acariciavam os seios parcialmente cobertos pela água com espuma, causando arrepios excitantes pela pele de Sakura. Se separaram em busca de ar, porém os lábios de Sasuke desceram até o pescoço da rósea distribuindo leves beijos molhados em sua extensão.
Com um suspirou profundo Sakura se recostando contra o tórax forte do marido, sentia todo o corpo relaxado, pelos carinhos e pelo efeito dos remédios, de olhos fechados se deixou envolver pelas sensações prazerosas e não percebeu que aos poucos se entregava ao mundo dos sonhos.
* S2 *
Apreciando estar sozinha em casa, Matsuri se jogou no sofá que lhe servia de cama a noite e discou o número de Ino, informando a loira do que ocorrera naquele dia.
- O que disse? Repete porque creio ter pirado de vez.
- O senhor Uchiha passou o dia todo cuidando da Sakura.
- Ou essa infeliz tem muita sorte ou essa doença é um truque.
- Não me pareceu um truque.- Opinou acrescentando logo depois o motivo.- Está muito mal, nem se alimentar sozinha consegue.
- Mais que droga! Sasuke não fez nada a respeito da matéria? Não brigou e nem tirou satisfação?
- Na verdade quando entrou no apartamento pensei que iria matar a Sakura, mas acho que por ela estar doente desistiu.
- Você tem que fazer alguma coisa.
- Eu?
- Sim, tem que contar sobre o primeiro encontro da Sakura com o Sasori, dizer que são amantes e...
- Mas eles não são.- Declarou interrompendo as maquinações de Ino.- Pelo menos não vi nada nesse sentido.
- Mas vai dizer que viu.- Insistiu Ino.
- Eu não vou fazer isso.- Se negou, assustada com a que ponto a loira podia chegar para prejudicar Sakura.
- Estou te pagando para seguir todas as minhas ordens.- Lembrou a Yamanaka completando insensível.- Se não o fizer, não recebera e ainda vai ter que aguentar um processo, porque pode ter certeza, queridinha, que conto tudo o que fez aos Uchiha.
- Faça o que preferir, mas não vou mentir só porque você quer.- Voltou a se negar encerrando a ligação logo depois.
Seu coração batia acelerado, o medo do que se seguiria após sua decisão a atingindo em cheio. Conseguira uma inimiga perigosa e o preço que pagaria podia ser alto, mas estava cansada de contribuir para destruir um casamento de duas pessoas que se amavam intensamente, caso em que os Uchiha pareciam se encaixar.
* S2 *
Quando a noite caiu, Sasuke entrou mais uma vez no quarto que Sakura ocupava para acorda-la e dar a última dose dos remédios. Apoiou a bandeja no criado mudo e se sentou na cama ao lado da esposa adormecida.
Repassou tudo o que ocorrera durante todo o dia que passara cuidando da esposa, o ponto alto sendo o banho de banheira e o que ocorrera após perceber que Sakura adormecera, deixando-o mais uma vez frustrado. O que de certa forma fora até conveniente. Com o grau de excitação que fora dominado teria tentado aplacar o desejo que o consumira durante os minutos que permaneceram nus naquela banheira, esquecido do estado frágil em que ela se encontrava, o que talvez gerasse muita confusão depois. Ao contrário do que insinuara, sua unica intenção com o banho a dois fora o de ajuda-la no banho, já que ela parecia não ter forças para faze-lo sozinha, e assim baixar a febre o mais rápido possível. Mas isso fora antes de começar a banha-la, distribuir o sabão pela pele acetinada e se entregar a imensa vontade de beija-la.
Com honestidade não sabia se agradecia ou se queixava pela esposa ter caido em sono pesado, o fato era que depois de notar que ela dormira, a retirou da banheira e terminou de cuidar dela, tentando sem sucesso manter a mente longe dos pensamentos obscenos enquanto a secava, vestia e colocava sobre a cama, que encontrou pediu para Matsuri trocar os lençóis enquanto segurava a esposa adormecida nos braços. Só acordara Sakura para comer a sopa que Matsuri preparara, se encarregando de alimenta-la porque Sakura se encontrava fraca e meio dopada pelos remédios.
O resto do dia fora mais tranquilo, apenas telefonou para a empresa e informou Naruto de que se ausentaria por algum tempo, explicou o que se passava com Sakura e não se surpreendeu ao ouvi-lo dizer alegre:
- Sem problema cara, por mim pode tirar férias. Vou cuidar de tudo na sua ausência, só me faça o favor de ser extremamente bom com a Sakura.
Não fora difícil prometer atender o pedido do loiro, afinal estava fazendo exatamente isso, pensou enquanto acordava a esposa e a erguia para ajuda-la a beber o suco de laranja misturado com o remédio.
- Pronto, agora descanse.- Comandou ajeitando as cobertas.
Após voltar a se deitar Sakura segurando uma das mãos do Uchiha, impedindo que fosse embora.
- Por favor... fica aqui comigo.
Sasuke nem pensou duas vezes antes de levantar o cobertor e deitar ao lado da esposa, puxando e embalando o corpo trêmulo da esposa, a satisfação o dominando quando Sakura correspondeu ao abraço e o envolveu pela cintura se aconchegando nele. Mesmo que sentisse que ela só procurava se aquecer e não fosse como desejava, era bom poder novamente retornar ao seu quarto, dormir em sua cama e abraçar a esposa enquanto adormecia.
Pela primeira vez desde que se casara com Sakura, admitiu que seu coração fora atingido pelo sentimento que mais temia, amor. Faltava agora devolver esse sentimento ao coração da esposa em seu benefício.
* S2 *
O som estridente do telefone despertou Sasuke, rápido o atendeu, torcendo internamente para que o barulho não acordasse Sakura.
Seu corpo ficou tenso ao ouvir a voz do porteiro, anunciado a presença de um visitante e solicitação permissão para que o mesmo subisse.
- Pode deixar.- Permitiu após um minuto de silêncio, minuto em que se dividiu entre autorizar ou descer para "recepcionar" a visita de uma forma que chocaria os outros condôminos.
Se levantou, foi ao banheiro e só teve tempo de lavar o rosto e escovar os dentes antes da campainha tocar.
Antes de sair do quarto cobriu melhor a esposa e depositou um beijo no rosto adormecido.
Abriu a porta e encarou a visita com frieza.
- Bom dia, sou...
- Eu sei quem você é.- Cortou rude.- O que quero saber é o que venho fazer na minha casa?
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